Palavras sinceras sobre Los Angeles

Eu gostei de Los Angeles. Muito! Parece brincadeira, mas aquele lugar realmente nasceu para ser a capital do cinema! Impressionante como a luz realmente favorece muito as nossas faces, deixando todas as minhas fotos muito boas (e realmente, achei isso maravilhoso!)

As paisagens também são lindas! As montanhas dão todo um charme à cidade, que conta com lindas casas! Eu ficava passada com tanta arquitetura interessante na rua, sério!

Mas logicamente eu sei que nem tudo que está por ali é a realidade, especialmente das pessoas que vivem ali. Eu mesma já fiquei num subúrbio de LA, e ele realmente tem a cara de qualquer outra cidade americana. Imagina outras localidades com uma situação econômica mais difícil… não podemos esconder que somos turistas e temos contato com uma realidade quase inalcançável em Los Angeles.

Realmente se eu fosse uma bilionária, uma influencer, uma artista de cinema ou qualquer outra coisa que me desse destaque global eu iria amar toda essa vida de LA. Mas preciso dizer que sim, turistar pela cidade é muito difícil. Pelo menos para mim, não foi uma experiência totalmente agradável.

O motivo disso (que é o lado ruim que preciso evidenciar para vocês) é o próprio tamanho de Los Angeles. A cidade é enorme!! E quando eu falo “cidade”, me refiro à toda região metropolitana de Los Angeles, que conta com a própria e muitas outras (como Ventura, Santa Monica, Anaheim, Pasadena, Long Beach, Santa Ana… e outras mais).

E o que acho mais grave é que a cidade dos anjos foi pensada para carros, com pouco alcance em transporte público, então é obrigatório que você alugue um carro por lá. Até aí sem problemas, pois o ato de viajar de carro na Califórnia é uma experiência sensacional e cheia de lindas paisagens. Mas dirigir em Los Angeles é muito diferente do que dirigir em San Francisco, por exemplo.

Primeiro que por causa da distância, demora mais para chegar em outros lugares. Então é bem contramão fazer mais de duas coisas por dia, dependendo do que é escolhido. E justamente por causa dessa distância, existem muitas autoestradas dentro da própria cidade, então a paisagem não é lá muito bonita. É um mar de edifícios e viadutos sem fim.

E outro sério problema (e esse é mais complicado ainda) é o estacionamento, especialmente em Beverly Hills, Sunset Strip e os entornos de Hollywood mesmo (que são lugares indispensáveis para conhecer ali). Provavelmente Los Angeles foi o pior lugar para estacionar de toda a minha vida! Simplesmente pelo motivo de que não existem vagas!! Mas não pelo fato de que elas realmente *não existem*, mas por que a demanda por vagas é altíssima, então tudo sempre vive cheio. O que ainda salvam (e nos salvaram) foram os estacionamentos pagos, porém os valores são altíssimos! Era questão de beirar os 100 dólares por hora. A sorte foi que o estacionamento era parceiro de um restaurante da área, então compramos umas águas nesse restaurante e ganhamos um desconto.

Numa futura visita a Los Angeles, eu faria diferente. Acho que ficaria uma diária em Beverly Hills, uma em Santa Monica, uma em Anaheim, uma em Malibu… e sempre buscando hoteis com estacionamento! Será que conseguiria passar menos estresse com estacionamento e trânsito?! O futuro vai me responder!

Cassinos de Las Vegas: algumas impressões

Olá, internet! (Quanto tempo eu não iniciava um texto assim…)
Hoje fiquei relembrando da minha última viagem a Las Vegas… aquela que não consegui comentar por aqui. Dessa última vez, a experiência foi muito mais completa, porém obviamente ainda não consegui conhecer tudo. Vou tentar compartilhar com vocês algumas lembranças e rápidas impressões dos cassinos onde passei!

Nesse texto vou considerar a parte sul da Las Vegas Boulevard (vulgarmente conhecida como Strip), que é onde os principais e mais badalados cassinos se situam. Daí com isso, vocês já pegam a primeira dica, já que os cassinos da parte norte da avenida são mais velhos, isolados e poucas atividades relevantes acontecem por ali.

Nota: inclusive, já vi alguns outros documentários e textos sobre a decadência da parte norte da Strip e realmente é impressionante como atualmente nenhum empreendimento consegue ser bem sucedido nessa parte da cidade. Vale lembrar também que a própria cidade de Las Vegas não vive seu melhor momento, de maneira geral.

Aqui não vou considerar a parte de Downtown Las Vegas, que não conheço muito. Porém já vi vários relatos de pessoas (inclusive conhecidos) que recomendam a visita nesta parte da cidade, visto que a mesma até meio que está virando um destino hipster! Interessante!

Pois bem, o primeiro cassino que pretendo destacar é o Cosmopolitan. Ele é um dos mais novos da Strip, e é muito bem frequentado! Um dos nossos guias em Vegas nos informou que este foi o empreendimento mais caro já construído na cidade, e de fato o nível de detalhamento é incrível! Ele também possui uma das diárias mais caras, mas a experiência de se hospedar ali é única! A localização é excelente também.

Nesta última visita eu fiquei hospedada no Jockey Club. Ele é somente um hotel (não possui cassino), e ele fica *literalmente* coladinho no Cosmopolitan. Inclusive nós como hóspedes, podíamos usar as dependências do vizinho livremente (como as piscinas). A estrutura é mais antiga, porém os quartos são bem confortáveis.

Ao lado destes dois hoteis se localiza o Bellagio. Esse hotel/cassino é fascinante! Inspirado em influências italianas, o Bellagio é extremamente bem decorado e possui muitos detalhes em murano (!), assim como a presença de jardins internos, além da presença de muitas ornamentações em gesso. Na frente do Bellagio existe uma grande fonte que é uma das principais atrações de Las Vegas. Em determinados horários, as fontes “dançam” de acordo com algumas músicas. É um espetáculo! Também vale destacar que o Bellagio também abriga uma das atrações diárias do Cirque du Soleil na cidade!

Também inspirado na temática italiana (mais especificamente na Roma Antiga), o Caesar’s Palace é um grande complexo com cassino, hoteis e um maravilhoso shopping. Confesso que andei horrores lá dentro do shopping e ele não terminava! Além de ser todo ornamentado em tons de azul e branco. Assim como o Bellagio, o Caesar’s Palace é extremamente bem ornamentado.

Ainda falando de hoteis com temáticas que lembram a Itália, o Venetian é certamente um dos mais icônicos hoteis/cassinos de Vegas. Ele possui uma série de canais onde você literalmente pode andar de gôndola! Realmente a ambientação foi muito caprichosa ao lembrar uma série de aspectos de Veneza. A azulejaria também é incrível, e andar por seu complexo é realmente uma experiência encantadora. Junto ao Venetian, o Palazzo é um hotel que faz parte do mesmo complexo, e que funciona basicamente como uma expansão do próprio Venetian.

Falando de Europa, o Paris é um dos mais icônicos. Já me hospedei lá em outra oportunidade mas confesso que não encheu muito meus olhos. Mas aparentemente os quartos receberam uma repaginação, o que é certamente uma coisa maravilhosa! A parte do cassino é bem interessante e muito bem ornamentada com temas franceses. Já fica a dica para não esquecer de pegar o drink da Torre Eiffel (literalmente uma torre de 1 metro cheia de bebida! amo!). Junto ao Paris, existe o Bally’s, que confesso que já não me encheu muito os olhos… achei muito básico e simples. Os dois hoteis fazem parte do mesmo complexo.

Coladinho no Paris, o Planet Hollywood possui um cassino bem decente! Vale a pena destacar que ali existe um ótimo centro comercial (com lojas mais acessíveis do que os shoppings do Venetian e do Bellagio), assim como o local conta com uma arena de shows onde normalmente os artistas fazem as famosas residências! Não tenho nenhuma referência de como é se hospedar no hotel do Planet, mas acredito, pelas outras facilidades, que é um excelente custo-benefício!

O Aria, assim como o Cosmopolitan, é um hotel/cassino bem novo. E confesso que na minha opinião, é o que possui a arquitetura mais extravagante! É um luxo sem fim! O local também possui um belo centro de compras com uma arquitetura pra lá de conceitual. Um ponto muito positivo que acho do Aria é que o hotel não fica na beira da rua, o que deve dar uma maior privacidade para quem fica por ali! E com certeza esse é um dos hoteis mais caros! Mas com certeza a experiência deve ser única.

O Wynn e o Encore fazem parte do mesmo complexo! Apesar dos prédios em si serem mais recentes, assim como toda a infraestrutura é bem atual e completa, acho que infelizmente a localização é um ponto a se considerar! Ele fica quase no fim do “coração” da cidade, o que torna a distância dele em relação aos outros cassinos passíveis de visita um ponto a se considerar. Mas são excelentes em sua estrutura!

O Flamingo é o cassino mais antigo da Strip, porém já vi relatos de que sua estrutura original é basicamente inexistente. Atualmente, o Flamingo é um casino LGBTQIAPN+ friendly, e ele possui um jardim muito agradável em suas dependências! Confesso que no calor extremamente seco de Vegas (afinal de contas… a cidade fica no meio do deserto), os jardins do Flamingo foram basicamente um oásis! Foi como respirar ar puro de novo!

O Linq, até onde pesquisei, é um dos hoteis mais recentes da cidade. Andei pouco por seu cassino, mas vale a pena destacar a excelente promenade que o complexo abriga! Ali existem diversas atividades ao ar livre, como artistas, roda gigante (a famosa High Roller) e até uma tirolesa! É um lugar bem legal para aproveitar o tempo livre!

Quase no fim da Strip, o New York New York é um hotel inspirado em… New York, hehe. A ambientação do cassino é excelente, assim como sua promenade externa. Elas realmente resemblam a Big Apple e uma visita ali é obrigatória!

Eu acabei indo para um show no Rio (sim, um cassino inspirado em algo do Brasil!). Ele não fica na Strip em si, mas fica relativamente próximo ao Caesar’s Palace, mas mesmo assim foi melhor ter ido de Uber do que a pé. Particularmente achei a região do cassino bem vazia e até sem graça, apesar da decoração ser até boa (na verdade, é uma leitura completa do que um gringo acha quando vê coisas relacionadas ao Brasil). Mas para mim, o ponto alto foi o rooftop do prédio! Meus amigos… que vista incrível!

Para completar, o único cassino da parte Norte da Strip que chegamos a ir foi o Stratosphere. Ele ainda consegue ser um respiro de nessa região da cidade que é realmente acabada e… até meio down. Mas o ponto alto do Stratosphere é o seu deck de observação. Você consegue subir lá (pagando bem caro, obviamente), e até existem uns brinquedos radicais lá no topo! Teste para cardíaco (obviamente, não o meu caso!). Mas como realmente achamos caro a subida, preferimos ir até o restaurante giratório que fica no topo da estrutura (que lembra o Space Needle ou até a CN Tower), e de lá conseguimos ter uma vista incrível! Se não me engano é o equivalente a 107 andares. Porém preciso ressaltar que o cassino me parece ser bem datado! Você se sente de volta aos anos 1970 ali.

As pesquisas

Faz tempo que eu não pesquiso coisas para uma viagem grande. Minha última grande experiência tinha sido justamente em 2019 com a viagem a Las Vegas, mas foi diferente. Eu iria para o casamento de uma amiga, então meio que já existia um “cronograma” e algumas ideias e vontades do pessoal que nos acompanhou. Dessa vez, vou completamente só e preciso saber exatamente quais locais preciso de fato ir.

Considerando que já fui a Paris outras vezes, a maior parte dos outros blogs e listas só postam o óbvio. Estou meio cansada de abrir qualquer página que é intitulada “10 coisas pra você fazer em Paris” ou “Onde você deve ir em Paris”, e até “O que você não pode deixar de fazer quando ir a Paris” (são todos nomes genéricos, tá?! Mas a intenção é a mesma).

O que me deixa justamente cansada é a generalização de tudo isso. Eu já sei alguns itens dessas listas de cor, e elas sempre contemplam a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Notre Dame, o passeio de bateau mouche… eu realmente quero ir para lugares que ainda não fui… nem sequer passei perto!

Alguns dos lugares que pretendo ir incluem as obras de Le Corbusier, como a própria Villa Savoie. Difícil vai ser alguém que queira me acompanhar neste turismo arquitetônico!

Também gostaria de ver o campo onde o 14 Bis voou pela primeira vez. Se não me engano foi no Bois de Boulogne, e parece que esse espaço é pouco visitado.

Em qualquer fim de semana eu gostaria de visitar os jardins do Monet e chegar até o Mont Saint Michel! Serão duas aventuras e espero que consiga ir!

Mas claro, tem lugares “óbvios” que eu confesso que não fui em Paris, hehe. Eu nunca visitei o Moulin Rouge, por exemplo. Talvez dessa vez eu só tire fotos na frente mesmo, já que não sei se estou disposta a gastar um horror de suados euros para assistir um show de sei lá… uma hora?

Outro “delito” que cometi nas minhas idas a Paris foi não ter visitado o Sacré Coeur!!! Dessa vez não escapa!

O Centre Pompidou já está na lista! O utilizei bastante como estudo de caso durante a minha faculdade de Arquitetura.

Agora também confesso que gostaria de refazer algumas visitas. Versailles, por exemplo. Minhas fotos por lá são absolutamente péssimas. Desculpem a sinceridade e talvez a falta de sentimento comigo mesma, mas eu estava muito mal vestida no dia que fui pra lá. Além disso, a qualidade da minha câmera em 2010 era baixíssima… então já sabem o motivo dessas fotos serem inexistentes no meu portfólio, haha.

Além do mais, não conheci os jardins adequadamente. Só fui até o espelho d’água e… pronto! O condado da Maria Antonieta… não vi nem a cor!

Outra experiência que não tive foi de subir a Torre Eiffel. Apesar de já ter algumas fotos com a mesma, e também ter aproveitado uma tarde no Champ de Mars, não tive vontade/paciência para esperar a subida nos elevadores. Agora essa desculpa não vai colar, haha.

E as fachadas? Pretendo fotografar várias! Assim como filmar! Nota mental: não esquecer de separar os cartões de memória!

Para completar, semana passada fiquei assistindo a última temporada de Emily em Paris… ótima forma de eu me iludir um pouco, não? (risinhos) E confesso que o estímulo de ficar assistindo a série me deu uma gana de pesquisar um pouco mais sobre lugares que dessa vez não escaparão à minha presença!

Além do mais, fiquei pesquisando o que eu poderia fazer nos meus poucos dias livres e nos fins de semana. Mas cheguei à conclusão de que eu só vou conseguir pensar adequadamente lá. Mas já estou com muitas ideias! Agora a maior preocupação se chama dinheiro! Infelizmente com a instabilidade que as instituições estão sofrendo (especialmente depois de hoje), creio que o mercado irá se comportar mal e consequentemente… o euro indo às alturas… aiai! (Mas prometi que não ia falar nada nesse âmbito… enfim)

Passagens Compradas – Paris

Apesar de estar aqui novamente, 11 anos após o primeiro parágrafo escrito, existe uma grande semelhança. É a empolgação. Mas para quê?

Em 2012, como disse no post de ontem, eu arrumei minhas malas em direção à mãe Rússia. Em 2013, foi a vez de me preparar para uma experiência na Hungria. Hoje, em 2023, estou prestes a embarcar no meu terceiro intercâmbio, e dessa vez num lugar não tanto “exótico”. Vou passar um mês na França!

Minhas passagens já estão compradas, e assim como os antigos posts da aba “Passagens Compradas”, me preocupei em fazer essa espécie de anúncio, assim como eu fazia anteriormente.

Como disse, se passaram 11 anos da Rússia e quase 10 da Hungria. Dessa vez a facada pelas passagens foi muito mais profunda. Se calcularmos em termos nominais, gastei mais que o dobro do valor que foi a passagem para Budapeste. Reflexo dos tempos atuais, onde o custo de vida do brasileiro subiu exorbitantemente. Eu não queria entrar muito do mérito da análise econômica nem política neste post, apesar de me posicionar categoricamente contra muitas questões que aconteceram nos últimos anos, mas uma coisa é fato. Essa viagem para a França está sendo muito mais difícil de lidar (no âmbito financeiro) do que nas vezes anteriores. Enfim…

Dessa vez também, outros medos estão aparecendo. Coisas que não ocorriam com a Camilla jovem adulta que resolveu conhecer o Leste Europeu.

Estou preocupada com o local que vou morar. Se o transporte até o Centro será fácil (porque já me conformei que não vou morar no centro de Paris), se eu terei um banheiro limpo (e também já desisti do banheiro privativo), se eu verei ratos pela casa (já vi relatos de que na capital francesa, não é estranho você ver um bichinho desses nas casas, especialmente no térreo), e inclusive medo de arrombamento e incêndio! Lembrando que eu morei em prédios soviéticos antigos, onde provavelmente tudo já aconteceu por lá. Mas diferentemente dos prédios soviéticos que possuem uns 50-60 anos de idade, essas edificações francesas já são centenárias!

Temo também pela xenofobia, pela misoginia e tantas outras coisas. Não sei quem são as pessoas que vão cruzar comigo no dia a dia. Se elas são amigáveis a estrangeiros ou não… se eles acham que mulheres sozinhas na rua usando transporte público são um alvo. Falando em transporte público, tenho medo dos pickpocketers sim! Afinal de contas hoje, já na casa dos 30 anos, entendo com mais clareza o valor do dinheiro e de todo esforço que damos em conseguir nossos bens preciosos!

Ter medo é humano. E hoje essas coisas não passam despercebidas, diferentemente da Camilla que foi pra Rússia e pra Hungria.

Mas eu não estou falando mal dessa experiência! Eu estou muito feliz de estar indo a Paris! Estou cheia de planos! Estou animada para tirar muitas e muitas fotos, assim como conhecer os lugares que não fui! Estou animada para conhecer meus colegas de curso, imaginando que alguns deles possam ser de origens que ainda não tive tanto contato! Estou ansiosa para conhecer minha host family e entender como que a mente de um francês funciona! Estou contando os dias para pegar esse avião com destino a Londres, e poucas horas depois, outro me levará a Paris!

Paris é um sonho. Eu estive a um passo de ir para a Espanha, na verdade. Mas a Cidade Luz me iludiu! E vou compartilhar aqui os meus pensamentos… as minhas sinceridades… Estou feliz de verdade! Mas desta vez estou atenta a problemas e questões que eu não tinha antes. Acho que por causa disso, talvez essa experiência francesa seja mais completa!

Olá, quanto tempo!

24 de julho de 2019. Essa foi a data do meu último post.

Eu tinha comentado que eu iria a Las Vegas… na época eu até tinha criado uma categoria aqui no site só pra isso. O nome dela era “passagens compradas”. Era uma espécie de “anúncio” dizendo para onde eu iria direcionar a minha próxima aventura, meio que preparando meus leitores e me organizando mentalmente para possíveis posts futuros ou tópicos para abordagem.

Na verdade, eu já estava em marcha lenta naquela época. Quando eu comecei esse blog no ano de 2012 (isso mesmo! Já se passaram 11 anos), o mundo da internet era “só mato”, haha. Eu iniciei esse processo devido à minha viagem para a Rússia. Era muito difícil de encontrar informações sobre a experiência de viver naquele país, e eu queria que outras pessoas não passassem o mesmo que eu. Por isso, resolvi abrir meu coração e apresentar tudo o possível que vivi ali.

Por bastante tempo funcionou! O meu tráfego aumentou imensamente, comecei a receber emails com dúvidas na minha caixa de entrada, cheguei a escrever para outro site (!), até que uma série de coisas aconteceram.

Primeiramente, a mudança dos tempos. Com a popularidade do Instagram, as pessoas diminuiram muito a busca de informações através dos blogs. Hoje em dia, o Tiktok também consumiu uma parte do público. Lá pra 2015 resolvi abrir a minha primeira conta no Instagram direcionada a esse tipo de conteúdo, o @camillapelomundo. Mas confesso que abri essa página por… abrir. Eu tinha medo que alguém pegasse esse username e eu ficasse a ver navios.

De certo modo, funcionou. Mas também não. O @ é meu, e minha foto continua lá até hoje. Porém perdi a senha e não postei nada. Mas a ideia persistiu.

Em agosto de 2017, eu abri a minha segunda conta para dar suporte ao blog. Eu esqueci quais eram os primeiros usernamenes, mas atualmente é o @sziacamilla (que inclusive está fixado aqui na lateral da página). A princípio, eu queria compartilhar informações junto à edição de fotos, mas conforme o passar do tempo, os textos viraram emojis e a empolgação era mínima. Eu não respondia nenhum comentário, não curtia a foto de nenhum seguidor e apenas postava por… ter medo do esquecimento.

Vez ou outra eu sumia, e voltava por lá. Atualmente estou postando mais coisas por lá, com uma empolgação diferente. Ainda estou tentando me adaptar aos reels e… querendo saber como exatamente o Tiktok funciona (ele ainda não entrou na minha mente… sinal da idade).

Outra coisa foi a mudança de carreira. Comecei a estudar Arquitetura e no momento estou formada e trabalhando na área. Caso você não conheça nenhum arquiteto (a), saiba que esta é uma área que consome muito tempo! Seja no ambiente acadêmico ou profissional.

Então eu lamento, mas troquei esse site pelos posts no Instagram. Eu sempre quis fazer algo muito bem feito por aqui, então levava muito tempo para escrever e realizar toda a produção dos posts. E tempo… era o que eu não tinha.

Aconteceu outra coisa que me atingiu bastante. A guerra na Ucrânia me afetou de um modo que eu me senti culpada por ter posts que falavam da minha vivência na Rússia. Temendo que alguma palavra viesse à tona (visto que meus posts sobre a Rússia tinham um grande alcance), eu… arquivei tudo.

Me senti péssima por fazer isso, mas achei que o momento pedia tal ação. No futuro eu pretendo reativá-los, pois essa experiência com certeza me transformou para uma pessoa melhor. Isso vai acontecer no futuro… não sei quando… mas vai.

E para finalizar, queria dizer aquele famoso ditado… ano novo, vida nova! Apesar da minha vida corrida, resolvi separar 20 minutos do meu dia para escrever algo por aqui. E pretendo falar sobre algumas dessas experiências e pensamentos que não cheguei a compartilhar por aqui.

Desta maneira, voltamos à ideia inicial da origem do blog: relatos. Não sou jornalista, nem pesquisadora. Sou apenas uma entusiasta do bem estar e da vivência, que gosta de compartilhar a experiência. A princípio, não pretendo compartilhar fotos aqui (fica a deixa para acessarem minha conta no Instagram, haha).

E queria dizer que tem viagem nova sim! Em breve, novos relatos virão.

É isto. Se passaram 24 minutos. Szia/sziasztok!

Passagens compradas: Las Vegas (e Califórnia)

Escrevi uns 4 parágrafos sobre a minha falta de tempo e como me sinto culpada por isso. Iria até envolver o Instagram no meio, pois passei muito tempo sem postar sequer uma foto. Porém decidi apagar tudo por motivos de… não preciso me lamentar, somente escrever o que é necessário. A meta do dia (pelo menos nesse período de férias) é apresentar coisas por aqui que sejam construtivas e que possam interessar a quem está lendo.

Enfim, o título do post é mais um Passagens Compradas, e esse é bem especial! Uma amiga de infância vai se casar em Vegas e vamos todos pra lá! Essa viagem está sendo planejada minunciosamente e a data do embarque se aproxima cada vez mais. Em aproximadamente uma semana já estarei dando o ar da minha graça novamente na Sin City.

Eu fui pra lá em algumas primaveras passadas e me surpreendi muito com que vi. Vegas é divertidíssima e tem muitas atrações e passatempos. Só quero ter dinheiro suficiente pra aproveitar tudo, haha.

Queria dizer também que a minha falta de tempo é tão grande que só escrevi três pequenos posts sobre Vegas, poxa. Bem, são esses abaixo:

Passagens compradas
Minha experiência com o Cirque du Soleil
10 coisas sobre LV

Bem, já sei que existem coisas que não terei tempo de fazer: tipo o Grand Canyon e a Hoover Dam (sad reactions only), mas tem outras que vou dar meu jeito de realizar! Me comprometo a postar muita coisa no Instagram, e inclusive vou deixar uma meta pessoal de ir postando as coisas aos poucos por aqui.

Queria tanto falar sobre a Colômbia e outros lugares que fui… nem comentei, mas conheci Goiânia e me encantei pela cidade. Minas Gerais passou meio despercebida por aqui, fora os posts sobre a própria faculdade de arquitortura, ops, arquitetura, haha.

 

As ladeiras de Olinda

Olá, internet! Como escrevi nesse post aqui, estava com passagens compradas para o Recife. A intenção não era ficar somente na capital pernambucana, e sim, conhecer o máximo de praias. Mas quando deu um tempinho fomos até Recife, e depois seguimos até Olinda.

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Um pouco sobre Olinda

Olinda é uma cidade pernambucana que possui aproximadamente 400 mil habitantes, e que foi fundada nos primeiros anos do Brasil Colônia, em 1535. Pernambuco foi a capitania hereditária mais bem sucedida, e como Olinda era a vila principal, ela logo virou a capital dali.

Olinda também foi uma das cidades que ficaram sob domínio holandês, ainda no século XVII, mas os portugueses retomaram o controle logo depois. Não sei o que vocês acham, mas não vi a influência holandesa tão aparente em Olinda quanto ela é de fato em Recife.

Por ser tão antiga, Olinda possui muitas edificações características do período colonial, e aposto que muitas coisas destas casas não mudaram muito desde então. Por isso, essa cidade é um museu a céu aberto! Charmosíssima, chama muito a atenção dos interessados em história (como eu, haha).

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As ladeiras

Não é fácil subir (e descer) as ladeiras de Olinda, mas não é uma tarefa complicada e impossível. Comparando com Minas Gerais, até que o desafio não é tão difícil.

Primeiramente, é preciso saber que existem pontos interessantes na parte baixa de Olinda. A orla é bem legal de caminhar, mas acho que não dá pra pegar uma praia. Eu até queria fazer um post sobre isso no futuro, e vou já deixar esse tópico na minha lista. Acontece que a maré está corrompendo uma parte do litoral nordestino (desculpa se não usei o termo correto!), de maneira que o mar cada vez mais avança para o continente, reduzindo a faixa de areia da praia.

Aparentemente as praias de Olinda tiveram bastante peso em sua história. Não pesquisei tão profundamente assim, mas é triste saber que uma cidade com tanta importância histórica não possui uma faixa de areia tão marcante assim.

Enfim, a parte baixa de Olinda possui uma série de edifícios históricos interessantes. Eles me pareceram ser do estilo Eclético, e senti uma vibração muito positiva vindo deles. Algo me parecia familiar. Algum tempo depois percebi que aquelas casinhas me lembravam muito a casa da minha bisavó, com seus detalhes antigos e muito cativantes para mim.

De ponto turístico (isso não contando o próprio conjunto da obra do centro histórico, que é uma atração por si só), talvez o local mais interessante seja a Igreja do Carmo. Muito charmosa, é possível visitá-la. No dia que eu fui, teria um festival gastronômico, e várias barraquinhas estavam montadas em seu entorno.

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Eu iria falar sobre as ladeiras, correto? Você começa o trajeto justamente pela Igreja do Carmo. Siga pela rua do Bonfim, e em algum momento dobre à direita para a Rua Ladeira da Sé. Como o nome já diz, essa rua é… uma ladeira, haha. A subida não é tão íngreme assim (juro), mas tem um pedacinho que dá uma cansadinha.

Chegando lá em cima, tudo compensa. Você para exatamente na frente da Catedral da Sé de Olinda (outra razão por aquela rua se chamar assim), e você pode passear um pouquinho pelas imediações.

Confesso que escrever até esse ponto foi meio difícil, mas ainda assim pretendo fazer um post sobre a caixa d’água, a própria catedral da Sé, e até das comprinhas que fiz ali perto.

Enfim. Depois de caminhar bastante lá por cima (e tirar muitas fotos na beira de um precipício), chegou a hora de descer pela ladeira da Misericórdia. O nome pode até ter a ver com a igreja e tudo, mas desculpem o trocadilho… misericórdia! Nem as ladeiras de Ouro Preto foram tão difíceis de andar assim!

Enfim, a conclusão é: vá para Olinda calçando um sapato bem confortável. Roupas leves e água também são essenciais. A academia pelo menos estará feita.

 

Pueblito Boyacense, em Duitama

Olá, internet! Hoje eu quero falar sobre o Pueblito Boyacense, que é um lugarzinho encantador em Duitama, uma das principais cidades do departamento de Boyacá. Antes de começar a escrever esse post, fiz uma rápida pesquisa no google pra ver como outros blogueiros reagiram a este sítio turístico, mas a princípio não encontrei nada em português. Como fiz essa pesquisa bem rapidamente, espero que a falha tenha sido minha, pois não é possível que ninguém do Brasil tenha ido até lá.

(Ah, caso exista alguma dúvida, “pueblito” significa povoado pequeno, e “boyacense” é a pessoa que nasceu em Boyacá, departamento da Colômbia).

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Bem vindos a “Tibasosa”

Mas o que é o Pueblito Boyacense?

O Pueblito Boyacense é uma espécie de vila que se encontra nos subúrbios de Duitama, na Colômbia. Mas o que deixa este local tão charmoso assim é que as casinhas desta vila são inspiradas em características arquitetônicas de várias cidades de Boyacá.

Ou seja, num passeio rápido pelo pueblito você já consegue identificar como as cidades boyacenses são diferentes entre si, e como as características geográficas, topográficas, históricas e outras influenciam na arquitetura e decoração das casas.

A inspiração para a construção do “Pueblito” veio de artistas engajados em tentar promover um aspecto diferente de Boyacá, já que este departamento é muito rico, variado, e possui características muito distintas. Então por que não representar a variedade de coisas presentes em terras Boyacenses num único espaço?

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Detalhes de uma casa que lembra Ráquira

O que dá para fazer no Pueblito?

Como disse antes, ele é uma espécie de vila, então existem casas, comércio, restaurantes, cafés e até uma igreja. Com isso, já podemos imaginar que existem pessoas que vivem lá. A vila em si é o que mais chama a atenção dos visitantes, pois ela é muito lindinha! Você consegue ver diferentes aspectos da vida boyacense num local só. E claro, se for possível, comprar coisas nas lojinhas dali já ajuda muito a movimentar o comércio.

Se você já conheceu o Caminito em Buenos Aires, saiba que o Pueblito segue o mesmo padrão, mas ele foca mais no aspecto cultural de Boyacá do que tentar chamar a atenção dos visitantes com cores brilhantes.

Ele também não é muito grande, então é possível fazer um passeio não muito cansativo, caso você esteja com pressa, ou até com a agenda apertada, ir no Pueblito pode ser uma boa opção.

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Mais detalhes

O que também é importante saber

O Pueblito Boyacense representa a arquitetura de sete cidades de Boyacá: Villa de Leyva, Tibasosa, Monguí, Tenza, El Cocuy, Sáchica e Ráquira. Ali não é bem uma cidade em miniatura, pois as construções estão em tamanho real, mas é basicamente como se fosse uma representação de 7 cidades em uma.

O Pueblito Boyacense possui uma espécie de portaria, que cobra 5000 pesos por carro pra entrar. Eu acho o preço ótimo, e também ele é simbólico para o que esta vila pode oferecer. Ali tem estacionamento, então guardar o carro não é um problema.

Ali também não é um local que estará cheio de gente todas as horas, então é muito provável que você terá visitas tranquilas, sem muita gente com câmeras importunando.

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A igreja está nas minhas costas, disk

Vale a pena visitar?

Eu gostei muito de conhecer o Pueblito. Havia algum tempo que queria visitá-lo, mas sempre deixava pra depois. Achei a visita tranquila, amei a disposição das casas, e realmente acho que as características de decoração destas se assemelham muito às construções típicas das cidades que elas representam.

Porém, só acho que você tem que conhecer o Pueblito se você estiver em Duitama, ou muito próximo dali, pois eu acho que esta visita é rápida e tranquila, e não é daquelas de levar o dia todo.

 

Obrigada por chegar até aqui, e espero que tenha gostado! E também espero encontrar outros posts sobre o Pueblito Boyacense em breve.

 

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Flores

Sobre a Carteira de Vacinação Internacional

Olá, internet! Recentemente um assunto está voltando a receber muita atenção da população, e inclusive dos viajantes, que é a questão da vacinação. Não é propósito do post falar o motivo que tem que levar as pessoas a se vacinar, ou os (possíveis) efeitos colaterais de tanto, até por que não sou especialista no assunto. Mas gostaria de falar sobre um documento que às vezes passa despercebido por pessoas que tem a intenção de passar alguns dias fora de casa.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emite um documento chamado CIVP, que é a sigla para Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia, e é muito importante ter esse papel em mãos, já que ele é requisito para entrar em alguns países.

A importância da carteira internacional

Essa carteira é sua comprovação para agentes de fronteira internacionais de que você está devidamente vacinado para algumas doenças, e ele segue um padrão internacional (inclusive ela tem tradução para o inglês e espanhol) que é utilizado pelas aduanas de vários países.

Antes de viajar

Antes de qualquer coisa, é muito importante fazer uma pesquisa com alguma antecedência da sua viagem. Existem alguns países que requerem a presença da CIVP, e devidamente registrada com as vacinas das doenças que eles requerem imunização.

Por exemplo, existe uma lista que está nesse link aqui, que indica que países no mundo exigem a vacinação contra a febre amarela, que normalmente é a vacina que mais pesa com os agentes migratórios.

Como é a emissão da carteira?

É muito simples. Você tem que fazer um cadastro no site da Anvisa com seus dados básicos. Depois você tem que se dirigir a algum posto desse órgão na sua cidade, e eles normalmente ficam em aeroportos, rodoviárias e afins. Ali mesmo a sua carteira é emitida, e eles também oferecem a imunização.

No meu caso, tudo foi feito no posto da Anvisa (inclusive o cadastro), e mesmo assim, o processo foi rápido.

Tenho a CIVP antiga. Preciso renovar?

Precisa. Isso aconteceu comigo, na verdade. A minha primeira CIVP foi emitida quando eu era criança, e ela era toda manual. A utilizei por vários anos e nunca tive problemas, mas recentemente com essa questão do cadastro e do novo layout da carteira, achei melhor renová-la.

Todas as vacinas que eu tinha foram devidamente registradas, e provavelmente não precisarei mais tomar nenhuma dose (pelo menos de febre amarela e sarampo).

Mas essa carteira é mesmo exigida?

Dependendo do seu destino, é sim. Por exemplo nessa minha última ida para a Colômbia, a CIVP foi exigida tanto no despacho das malas quanto na própria imigração lá. E mesmo Bogotá estando a mais de 2500 metros de altitude (até rezava a lenda que depois de uma determinada altitude, a carteira não seria exigida), eles pediram, e nem imagino o que aconteceria se não a tivéssemos em mãos!

Quando fui emitir a carteira na Anvisa também vi algumas pessoas com mala e tudo desesperadas querendo tomar a vacina, já que elas haviam sido barradas no embarque.

Então na dúvida, melhor ter a CIVP em mãos. Não custa nada, e é um documento que você guardará para sempre.

“Escadaria para o paraíso”

Nós temos dias e dias. Em alguns deles, a nossa inspiração está canalizada para algumas coisas, e sinto que hoje é um dia que preciso colocar meu coração pra fora, tentando expressar um pouco mais de emoção. Nesses dias eu gosto de relembrar algumas coisas, especialmente o que já me fez refletir. Por isso, vou compartilhar um pequeno momento que me fez pensar muito, já que estou tão emotiva assim.

Ainda agora escutei Stairway to Heaven, e por mais que essa música seja daquelas que me faz “viajar” nas emoções e tal, me fez lembrar de um outro dia de reflexão que eu tive. Diferentemente de agora, que estou deitada de qualquer jeito em cima da minha cama, eu estava num lugar muito especial, em Praga. Pode parecer um white people problem, mas não é, sério, haha.

Enfim, vou contar como foi esse dia. Eu e minha flatmate decidimos passar um final de semana em Praga, já que era tão pertinho! É muito legal saber que muitas cidades legais estão ao seu alcance, então decidimos meter a cara e ir!

Chegamos cedinho em Praga, fizemos algumas coisas e tal… e queríamos ir visitar também o Castelo de Praga, localizado pertinho de Malá Strana. O nosso hostel era em Mála Strana mesmo, então nada era muito longe dali.

A questão é que o Castelo de Praga fica bem no alto de uma montanha, e tem uma pernadinha até o topo! Hoje em dia, acho que subiria mais tranquila, mas naquela época… medo.

Antes de falar mais assim, queria dizer que eu acho que não tive muita noção mesmo. Primeiramente: eu viajei com uma mochila, e só. Mas o problema não é a quantidade de coisas que cabem numa mochila, e sim, somente a presença dela! Não me toquei de que poderia ter levado uma pequena bolsinha só para usar na rua como a minha flatmate fez. Andar pra cima e pra baixo com a mochila foi horrível, e a dica que levo pra sempre é: passeie pelas cidades com uma bolsa mais prática.

Então eu e minha flatmate fomos caminhar por Mála Strana numa tarde de sábado e foi muito bom! Conhecemos boa parte dali, e em determinada hora decidimos começar a subida até o castelo. Até dava pra subir usando o transporte público, mas decidimos ir a pé, por uma escadaria gigantesca que te leva até o topo da montanha. E eu com a mochila.

A mochila ajudou, mas eu era muito sedentária também, além de estar acima do peso. Acho que paramos no meio do caminho algumas vezes (tadinha da minha flatmate, eu deveria estar atrapalhando muito o passeio dela), já que eu não aguentava subir tanta escada! Minhas costas doíam muito, meus joelhos nem se fala. Meu pé ainda estava se recuperando do acidente, e cada passo doía muito!

Mas tinha uma recompensa: a vista. A cada parada naquela escadaria, a vista de Praga era tão linda que me deixava mais calma – e estimulada pra continuar subindo. Afinal de contas, eu já estava ficando cada vez mais próxima do fim, e não fazia sentido descer. E também a vista ficava tão bonita… aos poucos o nível de gratidão ia crescendo.

Chegamos! Eu procurei ainda agora o número de degraus, e achei o número de 208. Não sei vocês, mas eu acho que esse é um número significativo!

Tudo doía muito (só pra reforçar), e estava muito, mas muito cansada. Estava sem energias para desbravar o local, tanto é que minha flatmate perguntou se eu queria ir conhecer um jardim lá, e disse que não, que a esperaria ali.

Ela caminhou, e fiquei sentada num batente por ali, que tinha uma vista incrível! A perdi de vista e nem sei pra onde ela foi, só sei que fiquei sentada ali observando a vista e o movimento.

Eu acho que ela deve ter passado pelo menos uma hora passeando… e eu fiquei pensando. Nunca refleti tanto na minha vida! Pensei na minha vida, nos meus sonhos, em coisas que aconteceram no passado, em pessoas que passaram pelo meu caminho, pensei em muita, muita coisa.

Refleti sobre a vida, sobre meu propósito, sobre minha existência. Chorei muito. Lembrei de alguns sustos que já tinha passado. Lembrei do acidente que tinha quase destruído meu pé. Me perguntei o que estava fazendo ali. Que decisões eu poderia ter tomado, e como elas afetariam o meu destino, e consequentemente a minha ida até ali.

Também observei as pessoas. Como elas eram felizes! Como elas aparentavam estar felizes. Eram famílias, casais. Senti que não estava dividindo esse momento com ninguém que eu amava. Toda aquela viagem era só… eu! Conheci pessoas maravilhosas no caminho, e que pretendo levar para minha vida inteira, mas os outros que sempre estão comigo nos bons e maus momentos não estavam. Percebi que estava sozinha. Não importava quantas pessoas estavam ao meu redor, me senti mais só que nunca. Mesmo se a minha flatmate chegasse naquele momento, eu iria me sentir só. Nós criamos um elo maravilhoso, mas seria só por aquelas semanas. Provavelmente nunca mais nos veremos de novo, e isso é verdade. Moramos em lados opostos do mundo, e será muito difícil conseguirmos nos ver pessoalmente.

Pensei tudo isso olhando para uma cidade linda, com uma vista linda. Eu via as pessoas subindo e descendo aquela escadaria. Eu via cabecinhas se movendo na Charles Bridge. Eu procurava identificar os edifícios de Praga. Notei que o prédio Ginger e Fred se destacava no meio de um mar de edifícios.

Minha cabeça explodiu. Teve um momento que não me lembro que estava pensando em algo. Acho que estava só existindo.

Normalmente eu uso essa expressão quando estou mal, doente, sei lá. Mas eu provavelmente estava com um sorriso no rosto, tentando escutar o barulho das pessoas ao meu redor e sentindo o vento. Ver como a cor do céu mudava, conforme o tempo passava.

Senti muita gratidão. Muitas pessoas não chegam a ter um décimo de oportunidades que eu tenho. Como eu poderia retribuir isso?

Pensei muitas coisas por que meu corpo doía muito. Parte pelo sedentarismo, parte pela mochila, e parte pelo pé acidentado. Mas eu tive um dos momentos mais significativos da minha vida ali. Observando o nada e o tudo ao mesmo tempo. E eu estava ao lado da escadaria. Escadaria para o paraíso. Stairway to heaven.

Se eu pudesse, eu comprava a escadaria pro paraíso. Ou pelo menos uma passagem pra Praga. Ou pra Budapeste. Ou pro Peru, que é o lugar que mais sonho conhecer. Será que todo brilho vira ouro?