O relato sobre a Torre Eiffel e eu sozinha

Olá a todos! Hoje vou falar sobre a Torre Eiffel que é, provavelmente a estrutura mais famosa do mundo. Por ser um monumento super mega famoso, uma infinidade de blogs e sites já falou sobre ela, mas depois de mais de 4 anos de blog, achei que eu deveria falar sobre também!

Especificamente, esse post tem um caráter bem pessoal, e vou contar de maneira rápida como foi minha ida até lá em 2012, sozinha e desimpedida na forma de um relato. Depois separei algumas curiosidades sobre a Torre Eiffel. Espero que gostem!

Torre Eiffel, no verão

Torre Eiffel, no verão

O contexto da viagem

Em fevereiro de 2012, eu estava sentada na cozinha do hostel em Moscou fazendo pesquisas de passagens na internet, com o intuito de encontrar um lugar para passar uma semana livre. Eu tinha a Europa inteira à minha disposição, mas como era a minha primeira viagem 100% sozinha, eu ainda tinha muito medo de me jogar.

Mesmo em Moscou eu não estava sozinha. Os meus amigos que me acompanharam no intercâmbio ficaram ao meu lado o tempo todo, então decidimos passar uma semana livre com todos juntos na capital russa.

Fora isso, ainda tinha outra semana livre, onde eu poderia ir para qualquer lugar. A princípio, eu iria viajar com um amigo para Praga e depois Paris, que era onde saía o nosso voo de volta para casa. Só que durante essa semana de folga em Moscou nós brigamos e não queria mais viajar com ele.

Tive sorte, pois até já tinha comprado a passagem para Praga, mas o cartão não autorizou a compra. Ele foi sozinho e eu tinha que escolher outro lugar. Pensei bastante até que enfim consegui falar com uma amiga que morava em Londres na época. Até hoje quero conhecer o Reino Unido e perguntei se ela estaria lá, mas justamente no dia seguinte à nossa conversa ela pegaria o voo de volta para o Brasil.

Então aceitei a sugestão da minha mãe e decidi comprar a passagem para Paris mesmo, e eu já conhecia a cidade, mas não de maneira profunda. Como eu estaria completamente sozinha, achamos que seria melhor ir para um ambiente mais “familiar”, para que no futuro eu pudesse ir para lugares novos por conta própria. Também ajudava o fato de que o meu voo de volta para o Brasil seria via Charles de Gaulle, então eu não precisaria comprar outra passagem. Naquela mesma noite, compramos as passagens pra Paris com conexão em Istambul.

Acompanhe também: Airport review: Istanbul Atatürk (IST)

A tarde que fui para a Torre Eiffel

Em um dos dias que estive em Paris, decidi caminhar tranquilamente pelo Champ de Mars e imediações, já que da outra vez eu não tive tempo para fazer isso. Para tanto, desci na estação Bir-Hakeim, que fica na linha 6 do metrô.

Embaixo

Embaixo

Diferentemente de muitos outros locais em Paris, a saída da estação de Bir-Hakeim não fica ~~exatamente~~ na entrada da Torre Eiffel. Saindo do metrô, existiam algumas plaquinhas com setas indicando a direção para chegar até a torre, o que não é difícil. Na verdade, simplesmente seguindo a margem do Sena e vendo a torre gigante bem na sua frente dá pra ter uma noção de onde fica.

Acompanhe também: Passear por Paris com a ajuda do metrô

Direção!

Direção!

Enfim, cheguei em baixo da torre e a minha intenção era subir mas desisti ao ver o tamanho da fila. Na verdade, já imaginava que a fila para subir na Torre seria imensa, mas desanimei totalmente quando vi ao vivo. Pensei: pra quê subir se vou gastar muito tempo na fila e ficar lá só um pouquinho e descer? O meu dinheiro estava contadinho também, então decidi economizar, haha.

Numa viagem futura a Paris aí sim vou fazer questão de subir. Hoje em dia possuo uma câmera muito melhor, o que vai me render muitas fotos excelentes!

Champ de Mars

Champ de Mars

Então fiquei no chão, apreciando o Champ de Mars (Campo de Marte), que é um a área verde de 42 hectares que fica entre a Torre Eiffel e a École Militaire. Estava com alguns biscoitos na bolsa e sentei num banquinho e fiquei apreciando a paisagem: as pessoas indo e vindo e a Torre Eiffel magnífica ao meu lado.

Quando me entediei fui ao laguinho que fica ali ao lado e me encantei com os patos que lá estavam. É impressionante como no centro de uma grande cidade os animais conseguem viver em harmonia.

Patinhos

Patinhos

Caminhei e explorei o Campo de Marte, mas estava muito incomodada por estar sozinha. Era ruim ter que passar o dia sem ninguém para conversar, para compartilhar meus sentimentos naquele lugar maravilhoso. Enquanto eu via os casais e as famílias unidas, me dava um aperto no coração por não ter ninguém para aproveitar esses dias comigo.

De qualquer maneira, foi ótimo passar esse tempinho ali. Não subi, não enfrentei fila, mas fiquei admirando cada detalhe da Tour Eiffel lá de baixo.

École Militaire

École Militaire

Concluindo, segui meu caminho e fui em direção à École Militaire. Antes de chegar lá, fui conhecer o Mur pour la paix, que é uma escultura de vidro que teve como inspiração o Muro das Lamentações de Jerusalém. Ali possuem várias mensagens sobre paz em diversos idiomas.

Scuplture

Scuplture

Meu próximo destino seria os Inválidos, já que eu queria ver onde o Napoleão estava enterrado.

Para terminar, alguns fatos e curiosidades sobre a Torre Eiffel

Acredito que a maioria das pessoas que tem o mínimo de informação sobre cultura conhecem ao menos a silhueta da Torre Eiffel, mas ela é mais que um monumento qualquer. Só para dar um gostinho, vou citar algumas curiosidades sobre a Tour:

  • A Torre Eiffel originalmente seria a porta de entrada da Exposição Mundial de 1889. Atualmente conhecida como Expo, a feira sempre acontece em cidades diferentes pelo mundo, com o intuito de apresentar novas tecnologias para o público em geral.
  • Por causa desse objetivo específico (participação na Expo), a torre seria desmontada com o fim do evento. Felizmente isso não aconteceu.
  • Quando foi construída, a Torre Eiffel era a estrutura mais alta do mundo construída pelo homem.
  • Ela possui 324 metros de altura e pesa mais de 7000 toneladas.
  • Mesmo não sendo mais a mais alta estrutura do mundo, ela ainda continua sendo o prédio mais alto de Paris!
  • Seu nome é uma homenagem ao engenheiro principal da obra, o Gustave Eiffel.

Espero que tenham gostado! Amanhã tem mais um post novo! Um abraço!

Tour

Tour

Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 3

Olá! Esse é o post final sobre o roteiro da minha primeira viagem à Europa. Já descrevi bem detalhadamente o que aconteceu na primeira parte da viagem na parte 1 e na parte 2 do post, onde passamos por França, Luxemburgo, Alemanha, Áustria e Eslovênia. Hoje, terminarei de contar como foi a nossa experiência pela Itália, Vaticano, Suíça e a volta para a França.

Lembrando mais uma vez que essa é uma sugestão de roteiro para a Europa: como contratamos uma agência de turismo, todo o transporte e passeios eram por conta da empresa. Mas obviamente, é possível de recriar este trajeto por conta própria.

Acompanhe também:
Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 1
Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 2

Dia 10 – Veneza e Florença

Veneza - Florença (Google Maps)

Veneza – Florença (Google Maps)

Esse dia iria começar de uma bela maneira. Nós ficamos hospedados em Mestre, que é uma cidade italiana que se encontra no continente, mas é bem pertinho de Veneza. Provavelmente a agência escolheu esse hotel em Mestre por causa do preço, pois se hospedar em Veneza é possível, mas tudo na cidade é muito caro.

Acho que todos aqui devem lembrar que Veneza é uma cidade que foi construída num arquipélago, e que a melhor maneira de se locomover lá é por via aquática. Pois bem, para chegar até esse arquipélago, o ônibus parou num terminal fluvial: teríamos todos que descer para poder embarcar num barquinho, que nos levaria até Veneza, propriamente dita.

Campanário de São Marcos

Veneza

Era verão e o dia estava muito quente! O contraste do céu sem nuvens junto com as águas azuis ao redor de Veneza formavam um ambiente que trazia uma paz maravilhosa. O conjunto ficou completo quando começamos a avistar as construções centenárias da cidade.

O barquinho atracou e logo desembarcamos. O trajeto com guia seria relativamente curto: passeamos pelas margens de Veneza, conhecemos a Ponte dos Suspiros e fomos caminhando lentamente até a Piazza San Marco, coração da cidade. Um dos pontos interessantes dali é o Campanário, que permite ter uma bela vista de quase toda a cidade.

Tenho que dizer que a Piazza San Marco estava muito cheia! Nunca vi tantos turistas num só lugar, e tenho que dizer que Veneza ganha no quesito “lugares lotados”, mesmo em comparação com o Palácio de Versailles ou o Museu do Louvre. Também tenho que falar que nunca vi um lugar com tantas pombas! Elas já estão tão acostumadas com o convívio humano que elas até sobem nos braços das pessoas, quando possuem algo para beliscar tipo uma pipoca ou um pedacinho de pão.

@San Marco

@San Marco

Depois fomos caminhando até o “wow moment” de toda a viagem. A agência já havia reservado o passeio de gôndola pra gente, e assim fomos! Não gosto muito de andar de barcos, mas me senti muito segura e tranquila numa gôndola! Na verdade estava tão feliz nesse passeio que estava só apreciando o momento!

Todos os gondoleiros com as pessoas da nossa excursão seguiram o mesmo caminho, que era do ponto de partida até o Gran Canal. Lá, ficamos todos parados enquanto ficávamos ouvindo música: um tenor acompanhado de um sanfoneiro (é isso mesmo?) ficaram performando músicas italianas. Sensação de sonho!

Depois do passeio de gôndola, estávamos livres até o horário da partida, que deveria ser às 16h. Conseguimos almoçar e ainda visitamos algumas lojas na cidade. Sobre o almoço, tenho que dizer que nunca comi uma massa italiana tão gostosa e tão rápida na minha vida! O restaurante que escolhemos conseguiu conciliar rapidez e sabor de uma maneira tão incrível que nem acreditei. E os preços das coisas? Tudo muito caro! Veneza é linda, mas deixe pra fazer suas compras em outro lugar.

Depois de um dia maravilhoso em Veneza, seguimos nosso caminho e fomos em direção à Florença, capital da arte. Depois de uma gostosa viagem na estrada pela Toscana, chegamos em Firenze (o nome da cidade em italiano) próximo ao pôr-do-sol. Lá, iríamos nos preparar para o dia seguinte, mas estava com uma sensação muito estranha nos meus pés.

Durante o passeio de gôndola

Durante o passeio de gôndola

Dia 11 – Florença e Roma

Florença - Roma (Google Maps)

Florença – Roma (Google Maps)

Ah, Florença! Dentre todas as cidades italianas que passamos, essa foi a que mais me surpreendeu. Linda, cheia de arte e história em todas as esquinas, estávamos preparados para conhecer e explorá-la. Vale ressaltar que, de todos os dias de toda essa viagem, esse foi o dia que mais estive mal vestida. Só de olhar para a roupa que estava usando, não consigo imaginar o que tinha dado na minha cabeça para desfilar nessa cidade fina, com pessoas interessantes, vestida igual a um trapo. Enfim…

Continuando o “enfim” ali de cima, a primeira parada foi num mirante que permite ver toda a cidade. Esse mirante possui uma réplica da estátua de David, um dos clássicos da arte. A vista também é maravilhosa: nem imagino o quão incrível seja estar ali num pôr-do-sol.

Florença

Florença

Em seguida fomos ao centro da cidade. O detalhe é que o centro não permite a entrada de ônibus, então fomos deixados num ponto às margens do rio Arno, e fomos andando com a guia até à estátua de Netuno, bem no centro. Eu adorei essa guia, já que ela contou muitas coisas sobre a história antiga da Itália e até da França, passando pelos mecenas, da Vinci e outros assuntos interessantes sobre história da arte. Até fui conversar com ela depois para tirar outras dúvidas.

Como disse, na noite anterior estava sentindo uma sensação estranha e o fato de andar muito até o centro de Florença me fez olhar pra baixo, para os meus pés (juro que ainda não tinha feito isso), e me assustei. Nunca havia visto meus pés tão inchados na minha vida! Por isso que achei aquela caminhada horrível, e para completar, ainda estava de havaianas.

Minha família inteira ficou preocupada com os meus pés, e o fato deles estarem tão inchados meio que prejudicou o andamento do dia. Mesmo assim, conhecemos a Ponte Vecchio, a Cattedrale de Santa Maria de Fiore, os arredores da Piazza della Reppublica e ainda fizemos muitas comprinhas!

Réplica da estátua de David, em frente ao museu Uffizi

Réplica da estátua de David, em frente ao museu Uffizi

Tudo que não compramos na Eslovênia, compramos em Florença. Entramos numa loja e compramos tanta coisa que nem lembro mais. Até a carteira que uso hoje ainda vem daquele dia e continua linda! Comprei um bonito (tá, e caro também) óculos de sol de armação branca do jeito que queria, mas a satisfação maior foi, ao chegar em São Paulo, ver esse mesmo óculos sendo vendido por R$1600. Saí ganhando nessa.

Mesmo com meus pés ruins (obviamente estava sentindo muita dor), conseguimos fazer boas caminhadas pelas ruelas do centro de Florença. A parte ruim foi voltar ao ponto de encontro, que era longe. Nunca estive tão cansada em toda a minha vida, e sentar no meu lugar foi o maior alívio que tinha. Agora iríamos em direção a Roma: só chegaríamos lá depois das 22h.

Dia 12 – Roma

Roma (Google Maps)

Roma (Google Maps)

Esse dia seria exclusivo em Roma, e confesso que não estava mais sentindo a empolgação habitual do início da viagem. Pra mim, esses passeios já haviam virado rotina! O primeiro lugar a ser visitado foi o Coliseu, mas teríamos que ser rápidos: os ônibus de turismo só podiam ficar estacionados por 15 minutos, o que nos obrigou apenas a tirar fotos rápidas do lado de fora.

Depois do Coliseu, o ônibus passou por locais onde haviam muitas ruínas romanas. Passamos pelo Fórum Romano, pelo Circus Maximus, por banhos romanos e outras ruínas e escadarias antigas por toda a cidade.

Imponente!

Imponente!

Mas o foco principal do dia seria o Vaticano. Nós visitamos o Museu Vaticano (Musei Vaticani), o que dá direito de ver várias obras de arte, esculturas, assim como relíquias medievais, todas propriedade da Igreja. Achei todo o acervo lindo, e a arquitetura do Vaticano é espetacular! Amava cada jardim, cada salão que entrava. Algo que me chamou muito a atenção foi a sala com os mapas – adoro cartografia e admirava todas as nuances dos mapas dali.

Caminhamos bastante, apreciando todas as obras de arte dali. Eventualmente chegamos num dos pontos fortes da visita, que era a Capela Sistina. Michelangelo passou 5 anos de sua vida pintando todas as paredes e teto da capela, resultando num trabalho maravilhoso e memorável, com seu ápice na tela que retrata o encontro da mão do homem com a mão de Deus.

@Vaticano

@Vaticano

Todas as minhas fotos da Capela Sistina ficaram horrorosas (minha câmera era péssima, gente), e todas as horas, os seguranças dali pediam para não utilizarem o Flash. Eu segui o pedido, mas muitas pessoas faziam uma de “João sem braço” e tiravam com flash mesmo assim. Existem ordem de confisco das câmeras com os desobedientes, por isso nem tentei.

Capela Sistina

Capela Sistina (mais uma vez, perdão pela foto desfocada! hehe)

Ainda visitamos a tumba dos Papas, onde a maioria estão enterrados. A morte do Papa João Paulo II ainda era recente, então muita gente se aglomerava para observá-lo.

Para concluir, havia um passeio dentro da Basílica de São Pedro. Essa visita ao Vaticano fora bem densa e demorada, e confesso que a guia não estava ajudando. Diferentemente da guia de Florença e da guia do Quartier Latin, não sentia interesse algum pela forma que ela explicava os fatos. O curioso era que estávamos num domingo, e excepcionalmente ali, não haveria missa.

@São Pedro

@São Pedro

Ainda passeamos bastante pelo centro de Roma, até que pegamos um táxi para voltar ao hotel, bem mais tarde. E o meu pé? Ainda dava para caminhar, mas não estava mais aguentando.

Dia 13 – Roma

Roma (Google Maps)

Roma (Google Maps)

Esse foi um péssimo dia. Meu pé estava numa condição que eu não conseguia mais pisar no chão! Nesse dia, estava programada uma visita extra à Nápoles, Capri, Pompeia e Herculano, com o custo de 200 euros, mas devido à minha condição excepcional, não valeria a pena, pois não aguentava caminhar.

Por causa disso, fiquei no hotel o dia inteiro com o meu avô – fiquei assistindo TV e dormindo. Essa seria uma decisão que não faria hoje, mesmo se meu pé estivesse dilacerado, continuaria a caminhar.

Olha o parênteses aberto aqui (De fato, continuei uma viagem com meu pé esquerdo dilacerado na Alemanha, onde sofri um acidente. Foi difícil, mas consegui!)

Neste dia, a minha família poderia ter ido pra Capri et al, mas não foram para não me chatear, pois era o passeio que mais queria fazer. No lugar, conheceram lugares de Roma que não tínhamos conhecido no dia anterior, como a Fontana de Trevi, a Catedral de ossos, a Piazza Venezia e outros.

Fontana de Trevi

Fontana de Trevi

Dia 14 – Pisa e Turim

Roma - Pisa - Turim

Roma – Pisa – Turim

Esse dia estava com um gostinho de saudades. Nesse ponto, não faríamos tantas paradas e passeios como nos outros dias, então nos restaria aproveitar longas viagens de estrada no ônibus, observando a paisagem.

Saímos de Roma cedo, e viajamos por uma estrada que ficava bem na margem do Mediterrâneo. Já estava com saudades, e aquele mar azul com aquele mesmo céu sem nuvens de Veneza já me trazia outra sensação: tristeza. Eu não queria voltar para casa.

Durante o caminho, passamos por algumas cidadezinhas bem antigas e pitorescas. Paisagens iam e vinham, até que vimos uma cidade de um porte um pouco maior: era Pisa.

A Torre Torta

A Torre Torta

Para descer em Pisa, lembrava um pouco Florença. O ônibus parava num determinado ponto, e teríamos que ir caminhando para o local onde fica a torre. Obviamente, o centro de Pisa possui bem mais que isso, mas o nosso foco seria a torre torta.

Não imaginava que a Torre de Pisa era tão torta assim! Pessoas podem subir lá, mas devido à nossa falta de tempo, nem tentamos. O que nos restou? Fazer aquela fotinho clichê, tentando segurar a torre (zzzz). Ok, eu reclamo, mas o processo foi engraçado.

Ao lado da Torre de Pisa, fica o Batistério, o Duomo, e a Lupa Capitolina, numa espécie de parque gramado. Obviamente, é possível de visitar todos: existem muitos turistas lá!

Almoçamos rápido no Mc Donald’s – sim, cometemos essa heresia na Itália -, mas confesso que o sanduíche que pedi (um único da Itália) estava bem gostoso! Um dos melhores que já comi. Ainda deu tempo de comprar uns poucos souvenirs baratinhos (coisa de 1 euro cada, na época), e voltamos para os ônibus.

Passando por Genoa

Passando por Genoa

Vale ressaltar que nessa área onde os ônibus estacionam, uma série de imigrantes (aparentemente africanos) ficam vendendo uma série de produtos piratas, como bolsas, óculos de sol e afins. Reza a lenda que se te pegam comprando esses produtos, você pode ir preso, pelo fato de que esse tipo de falsificações é fortemente combatido na Itália.

Depois de Pisa, seguimos até Turim, nosso destino final. No caminho, passamos por uma série de cidades na costa noroeste da Itália que pareciam a coisa mais linda! Construídas em vales entre duas montanhas e o mar, parecia que ali as pessoas viviam em outro tempo, realidade totalmente diferente da nossa.

Enfim chegamos em Turim, quase no início da noite. Jantamos ali perto, meio com a sensação de dever cumprido. Nossa viagem estava chegando ao fim.

Dia 15 – Genebra e Paris

Turim - Genebra - Paris

Turim – Genebra – Paris

Considero Turim como apenas uma breve parada. Não deu tempo de conhecer nada da cidade, devido à hora que chegamos, e a hora que sairíamos no dia seguinte. Na verdade, saímos bem cedo desta cidade italiana, e o nosso destino seria Genebra, na Suíça.

No caminho, passaríamos pelos Alpes, e vimos algumas paisagens lindas (as usual). Na região do Vale do Aosta, várias casinhas lembravam as da Alemanha. Essa região durante o inverno é muito requisitada para esqui e outros esportes praticados durante essa época.

Falando em inverno, foi nos Alpes italianos que eu vi neve pela primeira vez. Lá no topo das montanhas, beeeem de longe! A princípio foi só um alarme falso, já que ao ver as primeiras montanhas com topo branco, já achei que fosse neve, mas não – eram montanhas onde eram extraídos mármore Carrara. Depois de algum tempo, a nossa guia nos confirmou que o que víamos era de fato, neve.

Depois dos Alpes italianos, atravessamos a fronteira com a França – país onde iniciamos nossa jornada. Oficialmente, atravessamos a fronteira em baixo de um túnel, que se localiza abaixo do Mont Blanc/Monte Bianco/Monte Branco. Essa montanha é a mais alta da Europa e é disputada por França e Itália, e o túnel que passamos, é o mais comprido do mundo.

Cidadezinha italiana próxima à fronteira com a França

Cidadezinha italiana próxima à fronteira com a França

Algum tempo depois, chegamos a Genebra. Apenas passamos num checkpoint rápido na fronteira com a Suíça, e em breve, nos deixaram na beira do Lago Genebra.

Estávamos na capital mundial dos relógios, então decidimos comprar alguns. Ali perto, compramos chocolates suíços maravilhosos que fiquei degustando por semanas a fio, de volta pra casa.

Para variar, nosso tempo em Genebra seria curtíssimo, então pedimos um Mc Donald’s (risos) e voltamos ao ponto de encontro. Foi só isso que conhecemos da Suíça – duas quadras.

Rua em Genebra

Rua em Genebra

Se você olhar no mapa, a distância de Turim até Paris é muito grande (era a maior de todos os dias da nossa viagem), então não tínhamos tempo a perder. Prontamente seguimos até à capital francesa, e quanto mais nos aproximávamos de Paris, mais sentíamos falta de todos esses dias que passamos na Europa.

A Lua estava enorme naquela noite, deixando o céu lindo! Era a Europa nos dando adeus e obrigada. No dia seguinte, pegamos o voo direto para casa.

Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 1

Olá, como vão?! Esse é um dos poucos posts sobre roteiro que tenho aqui, e espero ajudar aqueles que estão precisando de uma ajudinha para consolidar qual o trajeto total de sua viagem à Europa! Aqui, irei apresentar o roteiro completo da nossa primeira ida ao continente europeu!

A viagem compreendeu 8 países: França, Luxemburgo, Alemanha, Áustria, Eslovênia, Itália, Vaticano e Suíça. Paisagens incríveis e sensações inesquecíveis! Esse post será gigantesco, e o dividirei em partes 2 e 3! Espero que gostem! =)

Lembrando mais uma vez que essa é uma sugestão de roteiro para a Europa: como contratamos uma agência de turismo, todo o transporte e passeios eram por conta da empresa. Mas obviamente, é possível de recriar este trajeto por conta própria.

Acompanhe também:
Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 2
Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 3

Dia 1: Paris

Champs Élysees destacada no mapa

Champs Élysees (Google Maps)

Nosso voo chegou no fim da manhã. Imigração foi tranquila, e o motorista da empresa que a agência contratou nos levou ao hotel. Apenas deixamos nossas malas, e o mesmo motorista nos deixou no Arco do Triunfo.

Dali, passeamos por toda a avenida des Champs Elysées, entramos nas lojas, fizemos algumas compras e resolvemos almoçar em um dos bistrôs que se encontram ali. Não foi a comida mais gostosa do mundo, mas achamos o preço bom (considerando o lugar), e atendimento atencioso.

Já era fim da tarde e pegamos o metrô na estação Franklin D. Roosevelt em direção à Saint-Denis (norte de Paris), que era onde nosso hotel se localizava. O hotel era bem próximo do Stade de France, que foi onde o Brasil perdeu a copa de 1998. Conhecemos os arredores e a vizinhança, e decidimos nos recolher cedo, pois ainda estávamos cansados da viagem do dia anterior.

Arco do Triunfo

Arco do Triunfo

Dia 2: Paris e Versailles

Distância entre Paris e Versailles (Google Maps)

Paris – Versailles (Google Maps)

Esse era o primeiro dia do tour, em si. De cara, nós iríamos até Versailles, uma cidade da Região Metropolitana de Paris, que guarda um dos lugares mais admirados do mundo. O palácio que leva o nome da cidade foi transformado por Louis XIV, o rei Sol, na residência oficial da monarquia francesa. Lindo e opulente, reflete todo o luxo que os nobres viviam, e os detalhes de ouro reluziam muito, mesmo naquele dia chuvoso.

Portões de ouro de Versailles (perdoem-me, eu não gostava/sabia tirar fotos)

Portões de ouro de Versailles (perdoem-me, eu não gostava/sabia tirar fotos)

O palácio é maravilhoso por dentro e fora, e ainda vou me inspirar a fazer um post só dele por aqui. Os jardins parecem ser igualmente lindos, mas não conseguimos explorá-lo pela falta de tempo.

Tenho que falar outra coisa de Versailles: vocês devem imaginar, mas o palácio é muuuito cheio! São turistas a perder de vista!

Voltando a Paris, era hora de fazer o tour pelos principais pontos turísticos, só que dentro do ônibus. Foi ótimo conhecer todas aquelas partes da cidade, e ainda descobrindo curiosidades através da guia. O único lugar que paramos foi na Torre Eiffel, só para uma foto rápida.

Na noite, o guia nos havia oferecido um passeio para Montmartre e no Moulin Rouge. Outras pessoas da minha família decidiram conhecer o bairro boêmio de Paris, mas estava me sentindo mal e fiquei no hotel. Montmartre, creio eu, é o único “hotspot” da capital francesa que ainda não tive oportunidade de conhecer.

Silhueta: jardins de Versailles

Silhueta: jardins de Versailles

Dia 3: Paris

Bâteaux Mouches, Louvre, Notre Dame e Quartier Latin marcados com estrelas (Google Maps)

Bâteaux Mouches, Louvre, Notre Dame e Quartier Latin marcados com estrelas (Google Maps)

Esse seria nosso último dia em Paris, e a programação começava no Quartier Latin, que é um bairro muito antigo dali, que data do século XV. Ele se nos encontra nosarredores da Île-de-France, que foi o local que a capital francesa de fato, nasceu. Antes havia uma muralha que guardava todo o contorno da antiga Paris, como na maior parte das cidades europeias medievais: essa muralha obviamente não existe mais, mas as construções centenárias do bairro ainda persistem, e lá fizemos um agradável walking tour pelas ruas do bairro.

Na Île-de-France se localiza um dos principais ícones parisienses: a Catedral de Notre Dame. Também fizemos um passeio por dentro da catedral, e ficamos admirando toda a arquitetura do local, assim como seus belíssimos vitrais. Fiquei ali, próxima ao altar por algum tempo e consegui associar as histórias que a guia contava com o lugar que estávamos, como por exemplo, a história da auto coroação de Napoleão.

Fachada de Notre Dame

Fachada de Notre Dame

Também pisei no marco zero de Paris, que fica bem em frente à catedral. Reza a lenda de que quem pisa lá, sempre volta à cidade luz. Não custava nada tentar.

Logo depois, fizemos um passeio bem interessante que ajuda a ver Paris de uma outra perspectiva. O Bâteau Mouche é uma espécie de barco que é aberto na parte de cima, permitindo a visualização de Paris através do rio Sena.

Para completar o passeio do dia, terminamos no Louvre. Almoçamos no shopping anexo ao museu e depois passamos a tarde explorando as obras dali. Confesso que achei a Monalisa meio fraquinha, mas adorei a Vênus, e principalmente o quadro de David, que retrata a coroação da Josefina pelo Napoleão.

A pirâmide do Louvre

A pirâmide do Louvre

Dia 4 – Paris, Épernay e Luxemburgo

Paris - Épernay - Luxemburgo (Google Maps)

Paris – Épernay – Luxemburgo (Google Maps)

Saímos da capital francesa bem cedinho em direção à Champagne. Essa é uma região da França conhecida pela bebida que leva seu nome, e uma característica bem marcante dali é que muitas cidades possuem uma aparência bem medieval e pitoresca.

Além de passarmos por essas cidades de ônibus, também iríamos visitar uma das vinícolas que produzem champanhe! A escolhida foi a vinícola Mercier, que se situa na pequena cidade de Épernay, cuja boa parte de sua economia gira em torno da fabricalão da bebida.

Assistimos uma apresentação sobre a empresa, falando sobra a história e tal, e depois descemos de elevador até o “porão”, onde as bebidas ganham maturação. Nesse porão passeamos num trenzinho conduzido por uma guia, que explicava todas as etapas de fabricação do champanhe.

No final nos levaram para a lojinha. Lá você pode comprar vários produtos fabricados ali, inclusive uma série de champanhes raros no Brasil. Como nós não somos tão fãs de champanhe não compramos nenhuma bebida, mas adorei e levei uma bolsa que tinha lá. Ah, vale lembrar que eles também dão amostras grátis de champanhe aos visitantes!

Igreja em Épernay

Igreja em Épernay

Seguimos nosso caminho até o destino final do dia: Luxemburgo. Jamais em meus mais loucos sonhos pensei que iria conhecer esse lugar, e adorei o que vi! Já chegamos na pitoresca capital do país no início da noite, e só tínhamos uma hora livre.

Caminhamos um pouco pelo fofíssimo centro da cidade, e admiramos (de cima) o fosso que existe ali: coisa de conto de fadas! Por Luxemburgo já ser considerado “mundo germânico”, muitas lojas já haviam fechado pontualmente às 18h, mas ainda conseguimos parar numa pâtisserie e compramos alguns macarons. Perto das 19h, o ônibus nos levou ao hotel, que ficava em frente à Corte Europeia de Justiça.

Linda ponte sobre o fosso de Luxemburgo

Linda ponte sobre o fosso de Luxemburgo

Dia 5 – Cochem e Frankfurt

Luxemburgo - Cochem - Bacharach e Rudesheim - Frankfurt (Google Maps)

Luxemburgo – Cochem – Bacharach e Rudesheim – Frankfurt (Google Maps)

Saindo de Luxemburgo, nosso destino seria a Alemanha, onde dormiríamos em Frankfurt. Mas antes, iríamos nos deparar com outra paisagem que saía de sonho (as usual).

No meio do caminho, passaríamos uma boa parte do dia numa pequena cidade alemã chamada Cochem. Eu também nunca tinha ouvido falar nela, o que acabou sendo uma grande surpresa.

Cochem fica às margens do rio Mosela, um dos principais da Alemanha. Chegando na cidade, o guia falou algumas coisas interessantes sobre, e chegou um determinado momento que ele pediu que as pessoas sentadas no lado esquerdo do ônibus (onde eu estava) olhassem para sua janela. Víamos um precipício, e logo abaixo dele um castelo medieval estrategicamente posicionado numa colina. O som foi unânime: oooooh! (Choque e adimiração).

Castelo de Cochem

Castelo de Cochem

Cochem é outra cidade tão pitoresca quanto Luxemburgo, mas com um grande toque germânico. Aquelas casas alemãs feitas de encaixe tão tradicionais e icônicas no país existiam aos montes, muitas pessoas passeavam com seus cachorros na rua e os gansos nadavam na beira do rio. Aquela era a cena que presenciávamos.

Ficamos somente umas duas horas em Cochem: conseguimos explorar a cidade, mas não teríamos tempo de conhecer o castelo. Era um trade-off devido ao tempo corrido que a excursão nos limitava, e todas as pessoas que perguntei que foram ao castelo não puderam conhecer a cidade.

Rüdeshein am Rhein

Rüdeshein am Rhein

A próxima parada seria numa cidade na beira do rio Reno chamada Bacharach. Lá pegaríamos um barco onde desceríamos em Rudesheim, outra cidade alemã na beira deste importante rio alemão. Esse barco tinha restaurante e acabamos almoçando lá, mas o mais importante vinha do lado de fora: o rio Reno tem uma série de castelos medievais nas suas margens, o que proporcionava a melhor visão durante o almoço.

Única imagem decente de castelo que consegui tirar

Única imagem decente de castelo que consegui tirar

Enfim, descemos em Rudesheim e seguimos a viagem até Frankfurt, onde passaríamos a noite. Para ser sincera, fizemos uma curta parada em Römerberg, que é uma pracinha em Frankfurt cercada pelas casinhas tradicionais alemãs, e uma catedral gótica. Naquele momento estava acontecendo um casamento – espero eu, um sinal de boa sorte.

Enfim, depois continuarei com as partes 2 e 3 deste post, e já digo que está sendo muito gostoso escrever sobre isso! Só boas lembranças de lindos lugares.

Airport review: Paris Charles de Gaulle – Roissy (CDG)

Paris tem três aeroportos principais, o Charles de Gaulle (Roissy), Orly e Beauvais. Desses três, o aeroporto de Orly é o mais antigo e continua recebendo uma série de voos de companhias importantes, porém mais de destinos europeus. Já o aeroporto de Beauvais opera poucas companhias low cost, e quase ninguém chega à Paris por lá. Com certeza, a grande maioria dos voos internacionais chega no CDG, e é sobre ele que eu vou falar agora.

P1020306

Quais são as conexões diretas com o Brasil?

Atualmente, somente a LATAM e a Air France operam voos diretos ao CDG. Diariamente, existem voos saindo de São Paulo-Guarulhos e Rio de Janeiro-Galeão de ambas as companhias. Há cerca de um ano, a Air France começou a operar um voo que sai três vezes por semana de Brasília, mas a tendência é que este vire um voo diário.

Uma outra rota muito utilizada por brasileiros que vão a Paris é por Lisboa, pela TAP. Porém os voos da TAP chegam somente em Orly.

Como é feito o transporte para o centro de Paris?

O CDG é relativamente longe de Paris, cerca de 25 km do centro. Para isso, existem três maneiras básicas para ir até a cidade: RER, ônibus e táxi.

Para pegar o RER (que é o trem metropolitano), compre o ticket ou pela internet, ou lá mesmo no aeroporto, em guichês. Ele custa mais ou menos 9 euros e tem três estações no aeroporto, uma em cada terminal. Antes de ir, tenha em mãos o nome da estação de metrô mais próxima do seu hotel, para assim você poder saber em qual estação de RER descer.

Para ônibus, existe o transporte da Air France (que pode ser utilizado por passageiros de qualquer companhia) e o Roissy Bus.

Saindo de CDG, o transporte da Air France tem três linhas: uma que para na Porte Maillot e em Champs Elysées, uma segunda que para na Gare de Lyon e outra na Gare Montparnasse, e outra linha que vai até o aeroporto de Orly.

Usando o Roissy Bus, o trajeto vai até a estação Opera, bem no coração de Paris.

Para pegar táxi, é bem simples. Pegue na saída do aeroporto sempre na companhia autorizada. Na saída do aeroporto umas pessoas ficam te abordando para pegar táxis “clandestinos”. Eu já fui e voltei de táxi de CDG e paguei 40 EUR na ida e 80 EUR (na verdade, 78!) na volta. Admito que o meu voo era de madrugada e não queria ir pegar o RER sozinha no escuro (ah, e eu havia dormido demais em aeroportos naquela viagem específica).

Como é a imigração no CDG?

Em todas as vezes que desci no CDG, nunca tive problemas com imigração. Em uma das vezes, a policial me deixou passar sem perguntar nada quando me ouviu falando francês. Mas de qualquer maneira, vá com a pastinha preparada, com a passagem de volta, seguro saúde, cartão de crédito, e claro, passaporte com validade de pelo menos 3 meses!

Tem wifi no aeroporto?

Hoje em dia é difícil que algum aeroporto de grande porte não tenha wifi. Em CDG o wifi é gratuito mas claro, eles cobram algumas taxas para uma conexão bem mais rápida.

Posso fazer no CDG o procedimento para o Détaxe?

Claro, e deve! Para isso, é só levar o formulário de Détaxe que você recebe na própria loja onde você fez suas compras para os guichês autorizados. Eles vão lhe dar as instruções, e em um outro guichê você já recebe o dinheiro. Mas lembre-se, faça o Détaxe antes de embarcar!

Existem lugares para comer no CDG?

Sim! Existem cafés, barzinhos, fast foods, todos bem diversos entre si. Dá até pra comprar macarons da Ladurée no embarque. :)

É possível dormir no aeroporto?

Sim, é possível. Porém é aquilo, coisa de viajante. :) Outra coisa que deve ser considerada é a falta de movimento nos aeroportos europeus durante a madrugada, já que a maioria dos voos começam a partir das 6 da manhã.

Tem como trocar dinheiro lá?

Sim, mas a dica é trocar o mínimo possível por causa da cotação desfavorável a viajantes nos aeroportos. Também me recordo que só tinha encontrado uma casa de câmbio no terminal 1, e não havia ninguém lá. Uns 20 minutos depois, uma moça apareceu.

Sobre compras e duty free:

Confesso aqui que já vi áreas de duty free melhores. Existe até alguma variedade, mas esperava mais de Paris, especialmente no embarque internacional da Air France, no terminal 2E. Porém, é possível de encontrar boas compras, especialmente os perfumes!

Preparando-se para atender bem o turista desde o princípio, o aeroporto de Paris-CDG é muito bem equipado e muito bem informativo. Para alguma dúvida pontual, existem vários guichês pelo aeroporto, onde os funcionários podem te ajudar com as mais diversas situações. Ah, não se esqueça de pegar um mapa da cidade nos guichês de informações!

Acompanhe também:

Airport Review: Orlando Int’l Airport (MCO)
Airport Review: Aeroporto di Milano – Malpensa (MXP)
Airport Review: Flughafen München (MUC)
Airport Review: Aeropuerto El Dorado (BOG)
Airport Review: Flughafen Frankfurt am Main (FRA)
Airport Review: Miami Int’l Airport (MIA)
Airport Review: San Francisco Int’l Airport (SFO)
Airport Review: Aeropuerto Internacional de Tocumen (PTY)
Airport Review: Chhtrapati Shivaji Int’l Airport (BOM)
Airport Review: Flughafen Wien (VIE)
Airport Review: Aeroport Sheremetyevo (SVO)
Airport Review: Budapest Liszt Ferenc – Ferihegy (BUD)

Airport Review: Istanbul Atatürk (IST)
Airport Review: Aeroporto da Portela (LIS)

Airport Review: Chicago O’Hare Int’l Airport (ORD)
Airport Review: Ministro Pistarini  – Ezeiza (EZE)

Passear por Paris com a ajuda do metrô

Paris é uma daquelas cidades que precisam ser conhecidas a pé. Passear pelos Boulevards da cidade e descobrir pequenos detalhes é obrigatório para qualquer viajante interessado em conhecer a cidade luz da melhor maneira. No entanto, a cidade não é pequena e muitos não dispõem de muito tempo para conhecê-la. Para otimizar o tempo, andar de metrô é uma excelente opção para quem deseja conhecer os lugares certos.

Primeiramente, o sistema de metrô de Paris é bem denso e extenso, e em uma primeira vista, pode assustar aqueles que não estão acostumados com o sistema de metrô, especialmente um tão grande. Mas as aparências enganam, e andar de metrô em Paris é bem fácil e interessante.

Eu recomendo a compra do pacote de 10 passagens por 12,50€. Eles são pequenininhos e práticos e são vendidos em máquinas e guichês. Particularmente, recomendo a compra nas máquinas, já que elas aceitam dinheiro e possuem indicações em outros idiomas. Nos guichês, dificilmente os atendentes falarão inglês, o que pode atrapalhar aos viajantes que não falam francês.

Antes de começar a andar no metrô, é sempre bom ter um mapa em mãos, seja o físico ou um aplicativo no celular. Para não gastar bateria à toa, recomendo pegar algum mapa seja da recepção do hotel ou do guichê de atendimento ao turista (presente nos aeroportos e em outros lugares de Paris). É sempre bom fazer o percurso desejado do dia antes de sair do hotel, e preste atenção nas direções!

Metrô de Paris

Metrô de Paris

Seguem abaixo algumas paradas de metrô que levam a importantes pontos de Paris:

  1. Tour Eiffel 
    Melhor estação: Bir-Hakeim (linha M6)
    Para chegar até a torre mais famosa do mundo, eu prefiro descer em Bir-Hakeim por um motivo muito simples. Do caminho da estação de metrô até a torre, andamos nas margens do Sena e apreciamos uma vista linda! Fora que não é preciso atravessar o Champ de Mars inteiro, o que pode economizar tempo caso você tenha um interesse de subir na torre, já que as filas são enormes e consomem um belo tempo.
  2. Champ de Mars e École Militaire
    Melhor estação: École Militaire (linha M8)
    Caso seu interesse seja ter uma visão da Tour Eiffel pelo Champ de Mars (onde a maioria das fotos com a torre são feitas), é mais interessante descer em École Militaire. O Parque no Champ de Mars é bem tranquilo e interessante para quem pretende fazer um programa mais light como um piquenique ou algo assim.
  3. Notre Dame de Paris
    Melhor estação: Cité (linha M4)
    A Catedral de Notre Dame se encontra na Île de la Cité e é um dos pontos turísticos mais marcantes de Paris. A visita em si é rápida, e a estação mais conveniente de se chegar até lá é a Cité. Porém, é preciso ficar de olho no mapa, pois as esquinas podem confundir o espectador menos atento.
  4. Champs Élysées
    Melhor estação: Franklin D. Roosevelt (linhas M1 e M9)
    Gosto de descer em Franklin D. Roosevelt para chegar até Champs Élysées pelo fato que ela tem acesso a duas linhas, e ao mesmo tempo, a parada fica bem no início da avenida do ponto “em que se interessa”. Existem paradas próximas à Place de La Concorde, mas são cercadas por áreas verdes principalmente. Recomendo ir seguindo em direção ao Arc de Triomphe.
  5. Arc de Triomphe
    Melhor estação: Charles de Gaulle – Étoile (linhas M1, M2 e M6 e RER A)
    Essa parada fica bem embaixo do Arco do Triunfo, que é excelente para tirar fotos e apreciar uma vista plana da Champs Élysées. Também é possível ir do Arco em direção à Place de la Concorde para chegar ao Louvre (mas exige uma bela caminhada).
  6. Musée du Louvre
    Melhor estação: Palais Royal – Musée du Louvre (linhas M1 e M7)
    Chegar nesta estação é bom pelo fato dela ser próxima à entrada pela pirâmide e pelo Carrousel du Louvre. Para chegar à Pirâmide de Vidro é necessário atravessar uns arcos que levam em direção a um jardim. Dali é interessante caminhar pela Rue de Rivoli.
  7. Ópera Garnier
    Melhor estação: Ópera (linhas M3, M7 e M8)
    Adoro essa região onde se encontra a Ópera Garnier! Lojas incríveis, arquitetura deslumbrante, pessoas bonitas e muito glamour! Adoro andar por aqueles boulevards, e muitos brasileiros também gostam dessa região. Dali também dá para ir andando para as Galeries Lafayette.
  8. Galeries Lafayette
    Melhor estação: Chaussée d’Antin – La Fayette (linhas M7 e M9)
    As Galerias se encontram logo atrás da Ópera Garnier, e a estação da Ópera não é tão longe assim. Porém para os mais práticos, a Chaussée d’Antin – La Fayette fica bem ao lado do edifício. Dali, uma caminhada pela Boulevard Haussmann não é uma má ideia.
  9. Bastille
    Melhor estação: Bastille (linhas M1, M5 e M8)
    A antiga prisão da Bastilha, berço da Revolução Francesa não existe mais, porém um obelisco gigante marca o local onde ela se localizava. Ali é um excelente lugar para quem gosta de história.

Obviamente, Paris tem muitos outros lugares lindos a se visitar, e muitos desses lugares que citei são próximos a pé. Caso andar não esteja dando conta, pense um pouco no metrô!

Os campos elíseos

As principais cidades do mundo sempre possuem AQUELA avenida (ou avenidas, por que né?) cheia de entretenimento como lojas, restaurantes, teatros, cafés e outras atrações turísticas em geral. Em Paris existem várias avenidas cheias de possibilidades de vermos nosso dinheiro criando asinhas, mas com certeza a Avenue des Champs Élysées se sobressai, sendo também um dos marcos de Paris, junto com a Tour Eiffel, o Louvre, Notre Dame, os Inválidos e mais.

(fica a dica que eu estou devendo fotos neste e em outros posts!! Depois eu anexo por aqui.)

Localização: A Avenue des Champs Élysées se localiza entre a Praça da Concórdia (aquela com o Obelisco de Luxor) e o Arco do Triunfo, outras duas atrações obrigatórias de se conhecer em uma viagem a Paris.

Como chegar? Existem diversas linhas de metrô que chegam ali. Foca nas estações Charles de Gaulle – Étoile (Linhas 1, 2 e 6 do metrô e RER A), Champs Élysées – Clemenceau (linhas 1 e 6 do metrô), na Franklin D. Roosevelt (Linhas 1 e 9 do metrô) e na Concorde (linhas 1, 8 e 12 do metrô).

Comer onde? Ali existem vários bistrôs na calçada com toldos vermelhinhos (sim, estou romântica hoje), super parisiense e dependendo onde você vá os preços não são tão salgados assim. Pratos por menos de 15 euros são disponíveis em vários lugares. Caso não tenha muito dinheiro ou tempo para esperar disponível, tem um Mc Donald’s e um Quick ali (mas em última instância, você está em Paris!).

Mas enfim, quais são as melhores lojas para gastar ali?!

Lembro de cara da tradicionalíssima e francesa Louis Vuitton. A loja dali é uma das maiores do mundo e se não me engano, ali foi a primeira loja a ser aberta. Ali as bolsas não são muito baratas, mas super vale a pena gastar por uma.

Ladurée é uma doceria maravilhosa, especialmente conhecida pelos seus Macarons maravilhosos (sdds). Recomendo os sabores de Chocolate Ganache, Coco, Baunilha e Morango. Deu pra ver que sou tradicional, certo? Eles oferecem muitos outros sabores que não consigo lembrar. Foco pro sabor de pétala de rosa. Não gostei nada.

Tive um glimpse agora da Disney Store, próximo à estação Franklin D. Roosevelt. Tá que existem várias Disney Stores por cidades europeias, mas toda vez que vou à Paris, eu TENHO que passar lá. Fica a dica.

Zara principal da França se encontra lá também. Ainda não sei qual é a magia da Zara da Europa, mas acho as roupas vendidas lá muito mais bonitas que as dos Estados Unidos e daqui do Brasil (não acho nada bonito à venda aqui em MAO). Vale a pena entrar lá e conferir.

Outra loja de varejo assim é a H&M, e apesar dela ser meio popular, eu gosto bastante das roupas de lá! São de boa qualidade e preços acessíveis, dando a oportunidade de encher a mala na volta pra casa!

Depois que conheci melhor a Sephora, só quero comprar minhas maquiagens lá. E quando eu digo lá, eu quero dizer Europa, com letras maiúsculas. Não faz sentido gastar 500 reais em lojas daqui em uma paleta de maquiagem que custa 29 euros lá.

Acho que qualquer mulher fica feliz com cristais Swarovski. Uma loja também se encontra na Avenida.

Para finalizar, na minha opinião outra loja também imperdível em Champs Élysées é a Virgin Store. Eu sou uma apaixonada por livros de diversos temas e ali a parte da livraria é bem completa! Me lembro que uma vez em Paris, o Babar, aquele elefantinho fofo (sdds infância) estava completando 80 anos, e a Virgin Store estava vendendo alguns livrinhos com as histórias do Babar. O preço era bem salgado no entanto.

É possível ir do leste ao oeste da Avenida tranquilamente, e em uma distância relativamente pequena, é possível ir a pé para o Louvre, a Ópera Garnier, as Galerias Lafayette e outros lugares de Paris. Mas com tantas conexões de metrô, é possível ir até a Torre Eiffel e aos Inválidos (que ficam mais longe dali) bem rápido. Desculpas não faltam para conhecer os Champs Élysées.

Nossa Senhora de Paris

A Catedral de Notre Dame em Paris é um daqueles marcos que logo pensamos quando nos falam da cidade luz, e também um dos primeiros que queremos conhecer assim que chegamos por lá.

Fachada de Notre Dame

Fachada de Notre Dame

A construção do que viria ser uma das igrejas mais bonitas do mundo começou ainda no século XII, mas se estendeu até o primeiro quarto dos anos 1300, passando pela mão de vários arquitetos com estilos diferentes e reis que queriam pomposidade, acima de tudo.

Desde então, a Catedral se tornou foco de muitas pessoas, incluindo a depredação por huguenotes que consideravam diversos artigos ali dentro idolatrias, e uma espécie de refúgio para o Culto da Razão durante a revolução francesa. Ali também ocorreu o famoso fato da coroação de Napoleão, que eu já esmiucei nos mínimos detalhes aqui.

O que é famoso em Notre Dame? Com certeza os famosos vitrais e o enorme órgão que se encontra dentro da Catedral. Esses lindos vitrais já foram danificados, quebrados e perdidos várias vezes, seja por revolucionários, seja por guerras. Mesmo assim, quase todos ainda são originais.

Quais são os detalhes da fachada da Catedral?A fachada da frente é cheia de detalhes, e já podemos perceber 3 grandes portais, e cada um com o seu significado:

  • Portal do julgamento: É o central e o mais novo do complexo. Ela tem uma cena que representa o juízo final, com pessoas de vários estereótipos, e com Cristo como juiz. Também tem uma representação do inferno, com uma estátua de um demônio esmagando os condenados.
  • Portal da virgem: Ele é o mais antigo e é dedicado à Virgem Maria. Existe uma representação dos reis e profetas de Israel em volta da Arca da Aliança. Uma das estátuas mais conhecidas é a de Saint Denis decapitado (e segurando a cabeça) cercado por dois anjos.
  • Portal de Santa Ana: Ela é dedicada à Santa Ana, mãe da Virgem Maria. Ela é representada como uma rainha cercada de súditos, e segurando Cristo no colo. Esse portal foi seriamente danificado há anos atrás.

Precisa pagar para visitar? A entrada é franca dentro da Catedral, e não há limite de tempo para visitas. Se pede apenas o respeito e fotos com flash são proibidas.

Na ponte pedestre

Na ponte pedestre

Qual o tempo estimado para visita? No máximo duas horas para conhecer tudo.

Quais outros pontos interessantes por ali? O Hôtel de Ville (prefeitura) fica ali pertinho, e vale a pena a visita, nem que seja pra tirar foto. Do outro lado, atravessando a Pont au Double, que é somente pedestre, dá para se chegar rapidamente ao Quartier Latin, à Sorbonne e aos Jardins et palais du Luxemburg. Não se esqueça também de tirar foto no marco zero de Paris! Reza a lenda de quem pisa lá sempre volta à cidade.

Como chegar? Recomendo parar na estação do metrô Cité (linha 4, a roxa) e andar um pouco pela Île de la Cité.

Champagne sempre agrega valor

Ir à França e não tomar champagne é quase um pecado para qualquer visitante que realmente queira ter uma experiência incrível naquele país. Enquanto no Brasil, o champagne é visto por muitos como uma bebida de ostentação ou que seja um símbolo para celebrações especiais, na França ele é visto junto com o vin rouge e o fromage como símbolos nacionais.

O champagne tem preços e sabores variados. Das champanharias menos conhecidas ou até mesmo “direto da fábrica”, é possível comprar garrafas de uns 25, 30, 40 euros. Mas também uma garrafa grande do Moët Chandon Magnum pode custar milhares de euros.Também existem diversos sabores, como doce, seco, meio seco, extra seco, bruto e por aí vai.

O que muitos não sabem é que o champanhe não é nada mais que… vinho! O champagne possui esse nome por ser uma espécie de vinho produzida somente na região de Champagne-Ardenne, na França, que além da bebida, é conhecida mundialmente por suas lindas paisagens e cidadezinhas pitorescas.

Casas de algum vilarejo que passei em Champagne

Casas de algum vilarejo que passei em Champagne

Essa região de Champagne-Ardenne é uma das menos populosas do país, e a maior cidade ali, Reims, era onde todos os reis da França eram coroados. Após todas as coroações, garrafas de champagne eram abertas, e por isso, a bebida ficou conhecida como a “bebida dos reis”

Em 2o1o fui até Champagne e de cara me apaixonei pelas paisagens que via. Passamos por estradinhas bem pequenas, povoados de poucos habitantes cujas casinhas pareciam ter parado no tempo e de vez em quando víamos um château pelo caminho.

Vinhedos, cidadezinha, montanha...

Vinhedos, cidadezinha, montanha…

Paramos em Épernay, uma cidadezinha em Champagne-Ardenne cuja maioria dos seus 25000 habitantes trabalham de alguma maneira com a produção de champagne na cidade. A cidade é bonitinha e digna de visitação.

Fomos então visitar uma das champanharias da cidade, a Mercier. Eles tem um tour pela fábrica bem interessante, mas outras champanharias dali fazem passeios semelhantes. A Mercier tem tours em espanhol e em português também.

Lá, eles contam a história da fábrica e de seu fundador contadas com muita tecnologia e efeitos especiais. Tinha também uma guia francesa que falava espanhol, mas ela não era nem um pouco simpática.

Pegamos um elevador que nos leva a 30 metros abaixo da superfície, onde se encontram as cavernas que armazenam as garrafas de vinho que ainda estão amadurecendo. Tem um pequeno trem que passa por todo o subterrâneo, e vale ressaltar a temperatura do local. Segundo a guia, as cavernas mantinham uma temperatura de 10 graus durante o ano todo devido a uma característica do solo da região. Segundo ela, essa temperatura era a ideal para o amadurecimento do vinho. Era verão e posso ressaltar que o clima estava bem agradável.

Após a fofa viagem com o trenzinho, fomos até à loja da champanharia onde haveria uma degustação de três tipos diferentes do champagne.

Cheers!

Cheers!

Após, estávamos livres para comprar os itens em venda ali. Muita gente que estava conosco comprou algumas garrafas, especialmente pelo fato de que esse vinho não é importado para o Brasil (pelo menos em 2010). Não comprei nenhuma garrafa, mas comprei uma bolsa, que uso até hoje (risos).

Valeu o passeio na champanharia Mercier, e esse dia que passeei por Champagne-Ardenne. Vale muito a visita!

Vendo a história se materializar na minha frente

A primeira vez que viajei para a Europa foi no verão de 2010. A animação era imensa, e meus olhos e ouvidos estavam sempre atentos ao que a guia iria dizer. Acabamos contratando um desses roteiros em uma agência de turismo, onde fizemos um tour de ônibus e guia por alguns países.

Saiu tudo muito bem, e tivemos uma experiência incrível. Muita gente critica essa forma de viagem, mas não gostaria de dissertar sobre isso agora. E sim, queria contar uma experiência com uma guia incrível que fez um dos momentos mais marcantes da história tornar forma na minha frente.

Era o nosso princípio de tour. Tínhamos chegado em Paris, fomos a Versailles no dia seguinte, e no terceiro dia, o roteiro era Quartier Latin – Notre Dame – Passeio pelo Sena – Louvre. O passeio pelo Quartier Latin foi incrível, não só pelo local em si, mas também pelos comentários da guia. Um certo momento, ela parou num prédio, e falou que no último andar, em uma tal janela, um jovem soldado chamado Napoleão Bonaparte vivia, e que sempre cortejava a Josephine quando ela passava pela rua.

Primeiro choque de realidade da Europa: perceber que pessoas muito importantes da história passaram por aqueles mesmos lugares que você estava passando no momento.

Andamos por todo o bairro (Quartier Latin significa “Bairro Latino”), e acabamos chegando em Notre Dame. Lá, ela comentou alguns fatos curiosos, dentre os quais, dois me chamaram a atenção.

O primeiro foi durante a Segunda Guerra Mundial, onde o Hitler, após a ocupação da França, mandou colocar bombas em TODOS os pontos turísticos da cidade, como a própria Notre Dame, a Torre Eiffel, o Louvre, o Arco do Triunfo, a catedral de Montmartre, dentre outros. Pra quê isso?

Ele temia o pior, mesmo no auge da ocupação alemã da Europa. Caso por algum motivo o Reich entrasse em colapso, ou algum fato extraordinário como a própria morte do ditador acontecesse repentinamente, a ordem era de ativar todas as bombas, e Paris seria completamente destruída. Um gosto de vingança, não?

Mas enfim, quando os soviéticos já estavam se aproximando de Berlim, e o suicídio de Hitler era iminente, o general alemão que estava no comando de Paris recebeu o sinal verde para a explosão dos monumentos, mas ele não o fez. Ele havia se apaixonado por Paris e não teve coragem de causar mal algum à cidade. Na verdade, uma das bombas explodiu, eu confesso que não me lembro em qual monumento, mas foi uma maneira de “despistar” o comando do Reich. Deu certo, e nada mais foi destruído.

Falando em Segunda guerra, os lindos vitrais de Notre Dame foram todos levados para um castelo na Suíça. Eles ficaram escondidos até 1945 com o fim da guerra. 97% de todos os vitrais foram recuperados.

O segundo fato foi sendo contado dentro da própria Catedral, mas não falando do Hitler, mas sim, do Napoleão – novamente.

O Napoleão era super egocêntrico, e quando ele tomou o poder da França, ele queria ser coroado imperador.

Então, ele queria ser recebido como O homem que mudaria a história da França. Tradicionalmente, os reis da França eram coroados na Catedral de Reims, mas Napoleão não queria ser coroado igual a um rei. Ele queria ser coroado em Notre Dame, a catedral mais importante do país, demonstrando também que ele queria sempre estar perto do comando central na capital.

Além do mais, ele não queria que nenhum padre, ou bispo o coroasse, como era tradição com os reis. Ele queria ninguém menos que o Papa.

O Papa vigente na época era Pio VII, que recebeu o convite para a coroação no dia 2 de Dezembro de 1804. O Papa relutou a princípio, mas naquele momento, a Europa estava curvada a Napoleão, e ele não teve escolha, mediante a um ataque que poderia desmoralizar todo o poder da igreja. Ele teria que ir.

Acontece que o inverno dos anos 1804/1805 foi um dos mais rigorosos em séculos, e existe um longo caminho entre Roma e Paris (além de uma cordilheira). O Papa passou um mês viajando, enfrentou temperaturas baixíssimas, cruzou os A;pes, e chegou esgotado a Paris.

Poucos dias antes da cerimônia, Napoleão certificou-se de que a missa da sua coroação fosse única, e a mais marcante da história. Uma missa de coroação naquela época durava cerca de 2 horas. Napoleão queria que a dele durasse 5 horas.

O Papa nem sabia mais o que fazer para aumentar o tempo da cerimônia, mas conseguiu fazer uma grande missa mesmo assim. No dia da grande festa, após algumas horas de missa, chegava o momento: Napoleão seria coroado.

Só que não. No momento final, prestes a receber na cabeça a coroa do Papa, ele se levantou, tomou a coroa das mãos de Pio VII, e se auto-coroou. Por que isso?

Napoleão achou que se o Papa o coroasse, ele daria a impressão de que o Papa era mais importante que ele. Para ele, nenhuma pessoa no mundo era superior a Napoleão Bonaparte

O Papa havia viajado durante um mês no inverno, e Napoleão entrou para a história por ter colocado a coroa em sua própria cabeça.

Eu já achei essa história que a guia me contou simplesmente incrível, e a riqueza de detalhes que ela deu, foi sensacional! Mas algo completaria o meu dia logo depois.

Após passear pelo Sena, almoçamos e fomos ao Louvre. Lá está o quadro de Jacques-Louis David, chamado simplesmente de “A coroação de Napoleão”. Esse quadro mostra a coroação da Imperatriz Josefina – por Napoleão – e um Papa cabisbaixo atrás dele. Foi o meu aha-moment da minha viagem toda! Eu consegui visualizar toda a situação, estando no lugar onde tudo aconteceu, e visualizando através de uma pintura linda como tudo pode ter acontecido.

Quadro da coroação da Josephine

Quadro da coroação da Josephine

A partir daquele momento, eu quis saber ainda mais de todo e qualquer detalhe de todo lugar que eu passava! Já era fascinada por história antes, e a partir daquela viagem só quis saber mais e mais.