8 cidades históricas para você conhecer na Colômbia

Quando os brasileiros resolvem conhecer a Colômbia, normalmente ficam no eixo Bogotá – Cartagena – San Andrés. É compreensível, pois esses são os três locais mais falados no país, mas assim como o Brasil não se resume a somente Rio e São Paulo, a Colômbia também possui muitos outros lugares maravilhosos não tão frequentados por turistas.

Puxando um pouco a brasa para minha sardinha, hoje vou falar sobre 8 cidades coloniais que existem no departamento de Boyacá, onde ficam as origens da minha família. A região é linda, e é uma pena que poucas pessoas conheçam esse lugar.

Os textos vão ser bem reduzidos devido a quantidade de itens, mas o que está aqui é o suficiente para termos uma visão geral de cada cidade!

  1. Tunja (Pop: 191.000 hab)

Tunja é a capital de Boyacá, a cidade mais populosa do departamento, e ela é uma das cidades mais antigas do país, já que foi fundada em 1539. Com tanto tempo de história (pensando bem, essa cidade tem quase a idade do Brasil!), muitas construções da cidade ainda são antigas, especialmente as que se localizam na região central.

Existe uma parte da cidade chamada de Centro Histórico, cujo coração fica na Plaza de Bolívar. A partir de lá é muito gostoso caminhar pelas suas ruas de paralelepípedos, onde os prédios de dois pavimentos ainda te dão a sensação de volta ao tempo.

Tunja fica apenas a duas horas de Bogotá. Já fui de carro e ônibus para lá: a estrada é boa, e é duplicada desde Bogotá. A rodoviária também não fica muito longe dos principais pontos de interesse da cidade, mas isso vai mudar em breve, já que um novo terminal está sendo construído em outro local, mas aparentemente ele será ligado ao centro.

2. Villa de Leyva (Pop: 17.000 hab)

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Assim como Tunja, Villa de Leyva é uma cidade muito antiga e que preserva muito seu passado colonial com características espanholas. Fundada em 1573, essa cidadezinha é um dos pontos turísticos mais reconhecidos no país por sua beleza histórica. Provavelmente de toda essa lista, esta é a cidade com mais turistas e curiosos a visitando.

Villa de Leyva possui todo seu centro pavimentado com paralelepípedos (umas pedras grandes na verdade), e assim como o centro de Tunja, é muito gostosa para se caminhar, apreciando as casinhas coloniais em estilo espanhol. A diferença entre ela e outras cidades da região é que ela não cresceu muito, então seu “todo” é mais uniforme. Nessa última viagem comentaram comigo sobre uma lei que obriga todas as construções a seguirem os mesmos padrões de edificação, ou seja, elas precisam ser parecidas às construções originais.

Uma outra característica sobre Villa de Leyva é que ela fica num vale, ou seja, temos que descer a montanha para chegar até lá, sendo que a grande parte das cidades boyacenses ficam no alto. A estrada para chegar lá é bem sinuosa, e exige cuidado, mesmo ela estando em excelentes condições.

3. Paipa (Pop: 31.000 hab)

Lanceros del Pantano de Vargas

Paipa é uma cidade que eu costumava frequentar bastante. Conhecida como a capital turística de Boyacá, ela é pequenininha, possui um centro com uma linda catedral e prédios antigos ao redor, mas diferente de outras cidades da lista, ela possui uma mescla de passado e presente que combina bastante.

Paipa também é uma das cidades que conheci que conseguem criar uma simbiose de rural+urbano bem interessante. Prédios bonitos e modernos convivem lado a lado com casinhas antigas, com muitos detalhes de madeira tipicamente colombianos.

E falando de história, um dos lugares mais importantes da história da Colombia se localiza dentro do município de Paipa, mas ainda longe do centro da cidade. O Pântano de Vargas foi o local da batalha decisiva das tropas de Bolívar contra os espanhóis, e com isso, a independência da Gran Colombia veio às custas de muitos boyacenses.

Outra atração famosa de Paipa são seus banhos termais. Como a cidade se localiza em cima de uma espécie de “ponto quente”, as águas são bem quentes, o que ajuda a melhorar o turismo dali. Alguns resorts muito bons se encontram em Paipa, e eles se concentram ao redor do Lago Sochagota.

4. Chiquinquirá (Pop: 65.500 hab)

Chiquinquirá (sim, muitas cidades nessa região terminam com “rá”) é uma das cidades mais novas dessa lista, fundada apenas nos anos 1800. Ela é uma das maiores cidades de Boyacá, e muitas partes da cidade são bem modernas, mas seu centro ainda guarda muitas características coloniais antigas.

Provavelmente o maior interesse da cidade é a Basílica da Virgem de Chiquinquirá, que é uma bela igreja que lembra muito as catedrais de outras cidades pela América Latina, ainda que menor. Ela se localiza na Plaza de Bolívar (sim, também exstem muitas Plazas que levam o nome do Libertador na Colômbia), que também são rodeadas pelas famosas casinhas coloniais com detalhes em madeira.

O Palácio da Cultura também é um ponto de interesse bem importante de Chiquinquirá, e é considerado um monumento nacional.

5. Monguí (Pop: 4.900 hab)

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Plaza Mayor de Monguí, e a Catedral

Algumas listas de jornais da Colômbia e do Exterior sempre listam Monguí como um dos povoados mais bonitos do país. Fundada no século XVII, Monguí não cresceu muito, e toda sua cidade se mantém fiel ao que era há séculos atrás.

Eu consegui conhecer Monguí nessa última viagem, e ela me lembra muito a cidade de Ronda (que é um dos meus lugares de sonho para visitar). A temperatura é bem agradável para quem gosta de frio também, muito por causa de sua localização muito no alto da montanha. A temperatura média fica na casa dos 13 graus por boa parte do ano.

Um dos lugares mais fofos de Monguí é sua ponte de pedra que parece que saiu de um romance! Dá para tirar lindas fotos ali.

Uma curiosidade sobre Monguí é que ela também é conhecida como um pólo importante para a confecção de bolas de futebol, devido à qualidade do couro da região.

6. Ráquira (Pop: 13.500 hab)

Ráquira é uma das cidades que jamais vou esquecer na vida. Esse povoado é pequenininho, mas é muito conhecido pelas suas casas coloridas que vendem artesanatos. Muitos habitantes da cidade se tornaram artesãos, e com isso, o comércio desses produtos atrai consumidores de toda a região.

As principais ruas da cidade me lembram muito do Caminito em Buenos Aires: casinhas coloridas bem decoradas com cores vibrantes. Ah, e vale lembrar que Ráquira fica bem pertinho de Villa de Leyva, e é bem possível de conhecê-las numa mesma perna.

Compramos muitos desses artesanatos para decorar a nossa casa! O meu favorito de todos é essa tapeçaria (foto abaixo) que colocamos uma moldura.

7. El Cocuy (Pop: 5.200 hab)

El Cocuy é uma pequena cidade localizada bem ao norte de Boyacá, quase na fronteira com a Venezuela. Com isso, já imaginamos que essa cidadezinha fica bem mais longe de Tunja e outras cidades desta lista.

Assim como a maioria das cidades dessa lista, ela ainda preserva uma ou outra característica colonial espanhola, mas ela é visada por muitos mochileiros como um dos pontos de início para explorar a Sierra Nevada. Por causa disso, já imaginamos que o local é bem friozinho, e os meus primos sempre falavam do frio dali.

A partir de El Cocuy existem várias trilhas de exploração para o Parque Nacional Sierra Nevada, que é um dos destinos mais bonitos, mas também é um dos mais subestimados da Colômbia. Eu mesma queria muito conhecer a Sierra Nevada, mas ainda me faltam culhões de exploradora. Enquanto isso, fico com as cidades coloniais. :)

8. Sotaquirá (Pop: 7.500 hab)

Pracinha de Sotaquirá

Claro que Sotaquirá não poderia ficar de fora desta lista! A cidade natal do meu avô e de boa parte dos meus parentes é linda! A maioria de suas casas segue um padrão de telhados laranja, paredes divididas entre o branco e o verde, e para completar, lindos detalhes em madeira por todos os lugares!

Eu já fiz um post só sobre Sotaquirá, mas tem algum tempo. Desde então eu não voltei lá, então infelizmente não possuo informações mais novas. Ali existem vistas maravilhosas, e curiosamente o meu local favorito é o cemitério. A sua vista é fantástica, e me traz uma paz de espírito sensacional! Não tem como não amar a minha Boyacá!

8 fotos imperdíveis para tirar na Colônia del Sacramento

Olá, pessoal! Hoje eu preparei uma lista especial para as pessoas que gostam de apreciar o ambiente tirando fotos. Essa foi uma paixão redescoberta há pouco tempo, e combinada a lugares marcantes, pode render imagens inesquecíveis.

Há pouco tempo conheci a Colônia del Sacramento, no Uruguai. Sonhava em conhecer esse local há muito tempo, desde o ensino médio, onde estudávamos história do Brasil. Estava tão feliz naquele dia, pois conheci um lugar em que sempre me encantava pelos livros.

Acompanhe também: O relato sobre a minha visita à Colonia del Sacramento

Já estou preparando um post de como foi o meu dia na Colônia del Sacramento assim como outras informações úteis, mas por enquanto vou listar para vocês as 8 fotografias imperdíveis que você precisa tirar nessa cidadezinha histórica do Uruguai!

  1. Farol da Colônia del Sacramento
    Farol da Colonia del Sacramento

    Farol da Colonia del Sacramento

    Essa estrutura branca é o Farol da Colonia del Sacramento, um dos marcos da cidade. Se prestar bem a atenção, existem umas ruínas que o cercam, e como a placa em destaque diz, elas pertenciam ao antigo convento de San Francisco.
    O convento foi construído pelos jesuítas em 1694 e destruído em 1704 pelos espanhóis (10 aninhos só), para dar local ao farol. Esse é um dos reflexos das disputas entre Portugal e Espanha no local: os espanhóis queriam apagar vestígios de estruturas portuguesas.

2. Muelle de Yates

Pier e Río del Plata

Pier e Río de la Plata

A Muelle de Yates (algo como Pier de Iates) não é um dos lugares mais visados da Colônia, mas foi onde eu tirei algumas das minhas melhores fotos. Depois de um tempo caminhando, ali parece ser um lugar tranquilo para relaxar e ao mesmo tempo apreciar o Río de la Plata e o que acontece ao seu redor.
Local tranquilo, calmo e organizado.

3. Azulejos portugueses

Mapa da Colonia del Sacramento nos azulejos

Mapa da Colonia del Sacramento nos azulejos

Como Colonia del Sacramento é uma cidade que conseguiu manter muitas características coloniais de Portugal, em vários lugares podemos ver os clássicos azulejos portugueses: azuis e brancos.
Esse mapinha da cidade pintado em azulejos é uma graça, mas confesso que acho que eles não são portugueses de fato. Mas em todas as ruas do centro histórico, os nomes destas são indicados nesses azulejos, assim como outros prédios são adornados por eles.

4. Paseo de San Gabriel

Pracinha localizada ali

Pracinha localizada ali

O Paseo de San Gabriel é uma rua que margeia o Río de la Plata. Ela não é tão pitoresca quanto as demais ruelas da cidade, mas ainda conserva as ruas de pedrinhas, possui muitas árvores, e essa pracinha onde tirei essa foto.
Um outro lugar onde acho que acredito que dá para tirar fotos incríveis são os rochedos localizados logo abaixo: até queria ir, mas o medo de me molhar era maior, haha.

5. Margens do Río de la Plata próximo à Esquina del Faro

Pessoa nos rochedos

Pessoa nos rochedos

Na minha opinião, esse é o melhor lugar para tirar fotos mais naturais com o Río de la Plata ao fundo. Próximo ao Farol da Colonia, existem infinitas possibilidades de fotos ali.
Informal, bonito, natural e divertido. Fora o gostoso vento que bate ali.

6. Ruelas antigas

Ruelinha

Flagrada mandando snapchat no meio da ruelinha

A maioria das ruas da Colonia del Sacramento são assim – de pedra. Então o simples fato de caminhar em ruelas coloniais já é motivo para tirar muitas e muitas fotos.
Como dá pra ver, essa foto não foi da minha autoria, haha. Estava tão empolgada que estava registrando tudo!

7. Ruas novas

Rua na Colônia del Sacramento

Rua na Colonia del Sacramento

Conhecer a parte antiga da Colonia del Sacramento é imprescindível, mas caminhar pela parte nova também é muito agradável. A cidade de maneira geral é pequena, com menos de 30 mil habitantes, então já imagine que ali possui o ar gostoso de interior!
Algumas das principais ruas da parte nova da cidade são assim: arborizadas e amplas.

8. Casas antigas, em geral

Detalhes das casas

Detalhes das casas

Como Colonia é uma cidade colonial (nossa, olha o pleonasmo), muitas casinhas são assim: feitas de pedra, ou possuem uma aparência bem antiga. Cada uma é diferente entre si e possuem seu charme característico.
É fácil de se encantar com cada esquina!

 

Espero que tenham gostado! :)
Em breve, postarei um relato de como foi esse dia na Colônia del Sacramento, no Uruguai! Vou incluir informações importantes para visitantes, e tudo que você precisa saber para ir até lá!

Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 2

Chegamos à segunda parte do roteiro da minha primeira viagem à Europa! A primeira parte se encontra aqui, onde contei de maneira reduzida como foram os dias em Paris, Versailles, Luxemburgo, e nas pequenas cidades alemãs de Cochem, Bacharach e Rüdesheim am Rhein.

Lembrando mais uma vez que essa é uma sugestão de roteiro para a Europa: como contratamos uma agência de turismo, todo o transporte e passeios eram por conta da empresa. Mas obviamente, é possível de recriar este trajeto por conta própria.

Acompanhe também:
Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 1
Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 3

Dia 6: Rothenburg ob der Tauber e Munique

Frankfurt - Rothenburg ob der Tauber - Munique

Frankfurt – Rothenburg ob der Tauber – Munique (Google Maps)

Como disse no post anterior, chegamos em Frankfurt no fim da tarde e quase não conhecemos nada da cidade. Esse é um dos pontos negativos em fazer excursões desse tipo, já que todo o tempo é cronometrado e vital para o andamento do que já estava previamente agendado. Pelo menos consegui ter uma visão dos arranha-céus e de toda a opulência contemporânea da cidade. Fomos ao nosso hotel e prontamente nos preparamos para o próximo dia.

Saímos bem cedo de Frankfurt, com Munique como destino final do dia. Antes, iríamos passar por uma linda cidade bávara chamada Rothenburg ob der Tauber, que acabou virando minha favorita na região.

Esta cidadezinha tem uma parte antiga e uma nova, que continua se expandindo. A parte antiga (que é o ponto de interesse geral) é super pitoresca: rodeada por uma muralha medieval e possui lindas casas germânicas de encaixe. Muitas dessas casas hoje tem propósito comercial, com destaque para as lojas de brinquedos e ursinhos de pelúcia, e as de decoração natalina.

Na primeira janela do primeiro andar, um ursinho de pelúcia "brincava" de soltar bolhas - e com música!

Na primeira janela do primeiro andar, um ursinho de pelúcia “brincava” de soltar bolhas – e com música!

Confesso que senti algo familiar naquela cidade, como se já a conhecesse antes, mas nunca havia ouvido falar nela! Algum tempo depois descobri que Rothenburg ob der Tauber foi a inspiração que Walt Disney teve para desenvolver a cidadezinha onde o Pinóquio morava. Ela tinha aparência germânica super medieval e pitoresca, lembram?

Também tivemos tempo de subir até a muralha: escadas de madeira bem antigas nos ajudam a subir nos lugares onde os guardas antigamente guardavam o entorno da cidade.

"Janela" da muralha

“Janela” da muralha

Aquele foi um domingo maravilhoso, e apesar de chuvoso não tirou meu encantamento com “a cidade mais linda do mundo”, que é como me refiro a ela. Mas o show deveria continuar, e nós partimos em direção a Munique.

Algum tempo depois, chegamos à capital bávara, e teríamos algo como duas horas livres. O ponto de encontro era na frente do Teatro Nacional Bávaro e fomos explorar os arredores. Primeiramente caminhamos pela Maximilianstrasse, que é a rua de compras caras da cidade. Só caminhamos mesmo, pois como citei acima, era domingo e as lojas estavam fechadas.

Depois fomos caminhando em direção ao coração da cidade: a aparência medieval e pitoresca numa das maiores cidades da Europa nos cativou muito! Tudo bem germânico, bem clássico…

E assim, caminhando, que descobrimos o Rathaus! E tivemos sorte, pois chegamos na hora certa. No mundo germânico o Rathaus é um prédio governamental, que cuida da administração da cidade. Assim como Munique possui a sua Rathaus, Viena também possui uma, Hamburgo também, e o mesmo vale para a maioria das cidades germânicas.

Rathaus München

Rathaus München

Enfim, o Rathaus de Munique possui uma pequena “apresentação”, que é, digamos, um cuco aperfeiçoado. Em determinadas horas do dia, bonequinhos dançam com musiquinhas, fazendo uma fofa apresentação de uns 5 minutos. Muitas pessoas assistem a essas apresentações, fazendo desta uma boa atração.

Tínhamos já pouco tempo e só deu pra conhecer o Hofgarten, já próximo ao ponto de encontro. Já era hora de nos preparar para a viagem do dia seguinte.

Dia 7: Salzburgo, Sankt Wolfgang, Lago Traunsee e Viena

Munique - Salzburgo - Sankt Wolfgang - Lago Traunsee - Viena

Munique – Salzburgo – Sankt Wolfgang – Lago Traunsee – Viena (Google Maps)

Saímos muito cedo de Munique, com tudo escuro ainda. Estava chovendo e fazia frio, mas mesmo assim conseguimos aproveitar a nossa manhã na linda cidade austríaca de Salzburgo, a capital da música.

Salzburgo é a cidade natal de Mozart: a casa onde ele nasceu e morou por boa parte de sua vida está aberta para visitações. Muita coisa em Salzburgo gira em torno de sua figura e da música, encontrando várias referências no comércio e sociedade locais.

Casa do Mozart

Casa do Mozart

Caminhamos por quase todo o centro da cidade, e ao chegar na praça principal decidimos aproveitar e fazer um passeio de charrete (somos desses!). Acredito que o passeio dura uns 30 minutos, e foi muito agradável – e divertido.

Caminhamos muito pelo centro da cidade, o que quase nos acometeu de perdermos o horário. Literalmente saímos correndo até o ponto de encontro que era bem longe: o ônibus já estava ligado e fomos os últimos a chegar. Nunca mais chegamos tão “apertados” assim.

Depois de Salzburgo, fizemos uma curta parada em Sankt Wolfgang, tempo apenas de tirar fotos e comprar algo rápido. A cidade é o principal ponto de peregrinação católica do país, como se fosse o equivalente à Fátima, só que na Áustria. Para variar, outra cidade linda!

Paisagem de Sankt Wolfgang

Paisagem de Sankt Wolfgang

Seguimos nosso caminho, e o passeio seguinte seria de barco, pelo lago Traunsee. Paramos na cidade de Ebensee, onde embarcamos num barco restaurante para uma gostosa viagem de cerca de uma hora por esse lago, cujas margens possuem lindas casinhas pitorescas.

Terminado o passeio de barco, seguimos nosso caminho até Viena, o destino final do dia. Nesse momento não havia nada planejado, apenas chegar no hotel e dormir. Ainda deu para conhecer um pouco da vizinhança ao redor, mas a cada dia, chegávamos mais cansados nos hoteis.

Dia 8 – Viena

Viena (Google Maps)

Viena (Google Maps)

Esse dia seria exclusivo para a capital austríaca! Desde Paris que não ficávamos na mesma cidade por um dia completo, então deu pra conhecer muita coisa sobre Viena, que se mostrou uma cidade incrível.

Primeiramente, fizemos um tour de ônibus, semelhante ao que fizemos em Paris. Conhecemos os principais pontos da cidade de uma maneira geral, com a ajuda de um guia que falava pontos interessantes sobre. Conhecemos desde o centro histórico de Viena até a sede das Nações Unidas na cidade.

Durante esse tour de ônibus faríamos duas paradas nos dois palácios da cidade: Belvedere e Schönbrunn. Os dois palácios são lindíssimos, e os conhecemos rapidamente pelo lado de fora. Numa viagem futura conheceria Schönbrunn e Belvedere por dentro, mas para variar, não teríamos tempo suficiente para explorá-los naquele dia.

Gloriette, em Schonbrunn

Gloriette, em Schonbrunn

No início da tarde, a excursão nos deixaria no centro de Viena, próximo ao museu Albertina. De lá, iríamos voltar para o hotel por conta própria. Por não termos restrições de horário, fizemos tudo de maneira calma e tranquila. Almoçamos ali perto, compramos nossas lembranças, e decidimos visitar o Hofburg e seus arredores.

O Hofburg é o palácio que era o lar da família imperial austríaca durante o inverno (Schönbrunn era a residência durante o verão), assim como a sede do governo imperial. Hoje em dia, abriga uma série de complexos e museus que são abertos ao público.

Alguns ouros da família imperial austríaca

Alguns ouros da família imperial austríaca

Ali, decidimos visitar o Museu Sisi e os Kaiserappartments, que oferecem uma visão de como viviam a família imperial austríaca (seus aposentos, utensílios, obras de arte, etc). Para completar a visita, o Museu Sisi faz uma homenagem à última imperatriz da Áustria, que morreu assassinada por um terrorista.

Ainda passeamos pelo centro de Viena, e voltamos para o hotel usando um tram. Foi meio complicado de chegar, mas conseguimos afinal! :)

Dia 9 – Maribor, Ljubliana e Veneza

Viena - Maribor - Ljubljana - Mestre/Veneza (Google Maps)

Viena – Maribor – Ljubljana – Mestre/Veneza (Google Maps)

Saindo de Viena, nosso destino final era a linda Veneza, local de sonho! Para tanto, precisaríamos atravessar a Eslovênia, país europeu que fez parte da antiga Iugoslávia até 1991. Era a minha primeira vez num país que se localizava atrás da cortina de ferro, então fiquei curiosa para saber o que eu veria.

Na verdade, escrevi sobre esse dia na Eslovênia com mais detalhes aqui. Nossa primeira parada foi na cidade de Maribor, a segunda maior do país, mas não a conhecemos tanto. Motivo? Entramos numa loja e fizemos várias comprinhas, hehe.

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Ljubljana

Depois de uma manhã de compras (e alguns produtos que ganhamos de cortesia), seguimos até Ljubljana. Confesso que não lembro de muita coisa do caminho pelo fato de que estava mal do estômago e dormi. Mesmo quando chegamos, não queria ir conhecer a cidade. Por mim, eu ficaria no ônibus dormindo, pois estava me sentindo muito enjoada para fazer qualquer passeio.

Não tive escolha e tive que descer, o que foi ótimo! Algumas horas depois, já estava bem melhor e amei o que vi! Ljubljana é uma cidade linda, agradável e muito organizada! Tinha uma impressão (muito) errada sobre a aparência de ex-repúblicas influenciadas pela URSS, e achei a capital da Eslovênia tão bonita quanto outras cidades que visitamos nesta viagem.

Também fizemos comprinhas lá! Achamos os preços da Eslovênia muito competitivos, e amamos o que vimos!

Ljubljana

Ljubljana

Enfim, voltamos pro ônibus e continuamos nosso caminho até Veneza. Ao redor da estrada, lindos campos de girassol e o mar Adriático refletindo o pôr-do-sol. Lindo lugar, e continuaríamos nossa aventura no dia seguinte, desta vez na Itália.

O resto da história continua na parte 3. :)

Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 1

Olá, como vão?! Esse é um dos poucos posts sobre roteiro que tenho aqui, e espero ajudar aqueles que estão precisando de uma ajudinha para consolidar qual o trajeto total de sua viagem à Europa! Aqui, irei apresentar o roteiro completo da nossa primeira ida ao continente europeu!

A viagem compreendeu 8 países: França, Luxemburgo, Alemanha, Áustria, Eslovênia, Itália, Vaticano e Suíça. Paisagens incríveis e sensações inesquecíveis! Esse post será gigantesco, e o dividirei em partes 2 e 3! Espero que gostem! =)

Lembrando mais uma vez que essa é uma sugestão de roteiro para a Europa: como contratamos uma agência de turismo, todo o transporte e passeios eram por conta da empresa. Mas obviamente, é possível de recriar este trajeto por conta própria.

Acompanhe também:
Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 2
Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 3

Dia 1: Paris

Champs Élysees destacada no mapa

Champs Élysees (Google Maps)

Nosso voo chegou no fim da manhã. Imigração foi tranquila, e o motorista da empresa que a agência contratou nos levou ao hotel. Apenas deixamos nossas malas, e o mesmo motorista nos deixou no Arco do Triunfo.

Dali, passeamos por toda a avenida des Champs Elysées, entramos nas lojas, fizemos algumas compras e resolvemos almoçar em um dos bistrôs que se encontram ali. Não foi a comida mais gostosa do mundo, mas achamos o preço bom (considerando o lugar), e atendimento atencioso.

Já era fim da tarde e pegamos o metrô na estação Franklin D. Roosevelt em direção à Saint-Denis (norte de Paris), que era onde nosso hotel se localizava. O hotel era bem próximo do Stade de France, que foi onde o Brasil perdeu a copa de 1998. Conhecemos os arredores e a vizinhança, e decidimos nos recolher cedo, pois ainda estávamos cansados da viagem do dia anterior.

Arco do Triunfo

Arco do Triunfo

Dia 2: Paris e Versailles

Distância entre Paris e Versailles (Google Maps)

Paris – Versailles (Google Maps)

Esse era o primeiro dia do tour, em si. De cara, nós iríamos até Versailles, uma cidade da Região Metropolitana de Paris, que guarda um dos lugares mais admirados do mundo. O palácio que leva o nome da cidade foi transformado por Louis XIV, o rei Sol, na residência oficial da monarquia francesa. Lindo e opulente, reflete todo o luxo que os nobres viviam, e os detalhes de ouro reluziam muito, mesmo naquele dia chuvoso.

Portões de ouro de Versailles (perdoem-me, eu não gostava/sabia tirar fotos)

Portões de ouro de Versailles (perdoem-me, eu não gostava/sabia tirar fotos)

O palácio é maravilhoso por dentro e fora, e ainda vou me inspirar a fazer um post só dele por aqui. Os jardins parecem ser igualmente lindos, mas não conseguimos explorá-lo pela falta de tempo.

Tenho que falar outra coisa de Versailles: vocês devem imaginar, mas o palácio é muuuito cheio! São turistas a perder de vista!

Voltando a Paris, era hora de fazer o tour pelos principais pontos turísticos, só que dentro do ônibus. Foi ótimo conhecer todas aquelas partes da cidade, e ainda descobrindo curiosidades através da guia. O único lugar que paramos foi na Torre Eiffel, só para uma foto rápida.

Na noite, o guia nos havia oferecido um passeio para Montmartre e no Moulin Rouge. Outras pessoas da minha família decidiram conhecer o bairro boêmio de Paris, mas estava me sentindo mal e fiquei no hotel. Montmartre, creio eu, é o único “hotspot” da capital francesa que ainda não tive oportunidade de conhecer.

Silhueta: jardins de Versailles

Silhueta: jardins de Versailles

Dia 3: Paris

Bâteaux Mouches, Louvre, Notre Dame e Quartier Latin marcados com estrelas (Google Maps)

Bâteaux Mouches, Louvre, Notre Dame e Quartier Latin marcados com estrelas (Google Maps)

Esse seria nosso último dia em Paris, e a programação começava no Quartier Latin, que é um bairro muito antigo dali, que data do século XV. Ele se nos encontra nosarredores da Île-de-France, que foi o local que a capital francesa de fato, nasceu. Antes havia uma muralha que guardava todo o contorno da antiga Paris, como na maior parte das cidades europeias medievais: essa muralha obviamente não existe mais, mas as construções centenárias do bairro ainda persistem, e lá fizemos um agradável walking tour pelas ruas do bairro.

Na Île-de-France se localiza um dos principais ícones parisienses: a Catedral de Notre Dame. Também fizemos um passeio por dentro da catedral, e ficamos admirando toda a arquitetura do local, assim como seus belíssimos vitrais. Fiquei ali, próxima ao altar por algum tempo e consegui associar as histórias que a guia contava com o lugar que estávamos, como por exemplo, a história da auto coroação de Napoleão.

Fachada de Notre Dame

Fachada de Notre Dame

Também pisei no marco zero de Paris, que fica bem em frente à catedral. Reza a lenda de que quem pisa lá, sempre volta à cidade luz. Não custava nada tentar.

Logo depois, fizemos um passeio bem interessante que ajuda a ver Paris de uma outra perspectiva. O Bâteau Mouche é uma espécie de barco que é aberto na parte de cima, permitindo a visualização de Paris através do rio Sena.

Para completar o passeio do dia, terminamos no Louvre. Almoçamos no shopping anexo ao museu e depois passamos a tarde explorando as obras dali. Confesso que achei a Monalisa meio fraquinha, mas adorei a Vênus, e principalmente o quadro de David, que retrata a coroação da Josefina pelo Napoleão.

A pirâmide do Louvre

A pirâmide do Louvre

Dia 4 – Paris, Épernay e Luxemburgo

Paris - Épernay - Luxemburgo (Google Maps)

Paris – Épernay – Luxemburgo (Google Maps)

Saímos da capital francesa bem cedinho em direção à Champagne. Essa é uma região da França conhecida pela bebida que leva seu nome, e uma característica bem marcante dali é que muitas cidades possuem uma aparência bem medieval e pitoresca.

Além de passarmos por essas cidades de ônibus, também iríamos visitar uma das vinícolas que produzem champanhe! A escolhida foi a vinícola Mercier, que se situa na pequena cidade de Épernay, cuja boa parte de sua economia gira em torno da fabricalão da bebida.

Assistimos uma apresentação sobre a empresa, falando sobra a história e tal, e depois descemos de elevador até o “porão”, onde as bebidas ganham maturação. Nesse porão passeamos num trenzinho conduzido por uma guia, que explicava todas as etapas de fabricação do champanhe.

No final nos levaram para a lojinha. Lá você pode comprar vários produtos fabricados ali, inclusive uma série de champanhes raros no Brasil. Como nós não somos tão fãs de champanhe não compramos nenhuma bebida, mas adorei e levei uma bolsa que tinha lá. Ah, vale lembrar que eles também dão amostras grátis de champanhe aos visitantes!

Igreja em Épernay

Igreja em Épernay

Seguimos nosso caminho até o destino final do dia: Luxemburgo. Jamais em meus mais loucos sonhos pensei que iria conhecer esse lugar, e adorei o que vi! Já chegamos na pitoresca capital do país no início da noite, e só tínhamos uma hora livre.

Caminhamos um pouco pelo fofíssimo centro da cidade, e admiramos (de cima) o fosso que existe ali: coisa de conto de fadas! Por Luxemburgo já ser considerado “mundo germânico”, muitas lojas já haviam fechado pontualmente às 18h, mas ainda conseguimos parar numa pâtisserie e compramos alguns macarons. Perto das 19h, o ônibus nos levou ao hotel, que ficava em frente à Corte Europeia de Justiça.

Linda ponte sobre o fosso de Luxemburgo

Linda ponte sobre o fosso de Luxemburgo

Dia 5 – Cochem e Frankfurt

Luxemburgo - Cochem - Bacharach e Rudesheim - Frankfurt (Google Maps)

Luxemburgo – Cochem – Bacharach e Rudesheim – Frankfurt (Google Maps)

Saindo de Luxemburgo, nosso destino seria a Alemanha, onde dormiríamos em Frankfurt. Mas antes, iríamos nos deparar com outra paisagem que saía de sonho (as usual).

No meio do caminho, passaríamos uma boa parte do dia numa pequena cidade alemã chamada Cochem. Eu também nunca tinha ouvido falar nela, o que acabou sendo uma grande surpresa.

Cochem fica às margens do rio Mosela, um dos principais da Alemanha. Chegando na cidade, o guia falou algumas coisas interessantes sobre, e chegou um determinado momento que ele pediu que as pessoas sentadas no lado esquerdo do ônibus (onde eu estava) olhassem para sua janela. Víamos um precipício, e logo abaixo dele um castelo medieval estrategicamente posicionado numa colina. O som foi unânime: oooooh! (Choque e adimiração).

Castelo de Cochem

Castelo de Cochem

Cochem é outra cidade tão pitoresca quanto Luxemburgo, mas com um grande toque germânico. Aquelas casas alemãs feitas de encaixe tão tradicionais e icônicas no país existiam aos montes, muitas pessoas passeavam com seus cachorros na rua e os gansos nadavam na beira do rio. Aquela era a cena que presenciávamos.

Ficamos somente umas duas horas em Cochem: conseguimos explorar a cidade, mas não teríamos tempo de conhecer o castelo. Era um trade-off devido ao tempo corrido que a excursão nos limitava, e todas as pessoas que perguntei que foram ao castelo não puderam conhecer a cidade.

Rüdeshein am Rhein

Rüdeshein am Rhein

A próxima parada seria numa cidade na beira do rio Reno chamada Bacharach. Lá pegaríamos um barco onde desceríamos em Rudesheim, outra cidade alemã na beira deste importante rio alemão. Esse barco tinha restaurante e acabamos almoçando lá, mas o mais importante vinha do lado de fora: o rio Reno tem uma série de castelos medievais nas suas margens, o que proporcionava a melhor visão durante o almoço.

Única imagem decente de castelo que consegui tirar

Única imagem decente de castelo que consegui tirar

Enfim, descemos em Rudesheim e seguimos a viagem até Frankfurt, onde passaríamos a noite. Para ser sincera, fizemos uma curta parada em Römerberg, que é uma pracinha em Frankfurt cercada pelas casinhas tradicionais alemãs, e uma catedral gótica. Naquele momento estava acontecendo um casamento – espero eu, um sinal de boa sorte.

Enfim, depois continuarei com as partes 2 e 3 deste post, e já digo que está sendo muito gostoso escrever sobre isso! Só boas lembranças de lindos lugares.

O bairro judaico de Praga e suas curiosidades

Um dos lugares mais interessantes e incríveis da capital da República Checa é o Josefov, que é nada mais nada menos o reduto da comunidade judaica em Praga. Localizado aproximadamente entre a praça do relógio astronômico e do pêndulo, o bairro judaico é um dos melhores lugares para conhecer, gastar, e tirar muitas fotos.

Aqui, vou procurar contar um pouquinho de história, curiosidades e alguns pontos de interesse para quem está de passagem por Praga.

História e Curiosidades

Primeiro vai um pouquinho de história (as usual). A região da Boêmia (ou seja, Praga e seus arredores) era uma das poucas regiões da Europa junto com a Polônia, o Império Russo, a Hungria e outras localidades do leste europeu a admitirem a população judia como povo livre. Mesmo assim eles não viviam nas mesmas condições que outros cidadãos, especialmente em Praga.

A população de Praga ficou dividida em basicamente duas regiões distintas. Os mais ricos moravam em Mala Strana e Stare Mesto (onde se encontram as ruelinhas e aquele ar medieval de Praga), enquanto os judeus, mais humildes, moravam em Josefov, em uma espécie de favela, segundo historiadores.

A questão foi que a população judaica foi crescendo tanto que o Josefov começou a não comportar tantas pessoas. Lembrando que Praga tinha uma muralha, o que deixava o Josefov “preso” entre as muralhas de Praga e o rio Vltava.

Lá pelo século  XIX (não sei informar exatamente quando), boa parte do bairro judaico e seus guetos foi demolido para a criação de boulevards ao estilo parisiense. Uma das principais avenidas ali é a av. Parizska (em tcheco, Avenida de Paris), cheia de lojas chiques e caras. Uma parte da população ficou sem casa, e os judeus que enriqueceram com o comércio conseguiram comprar apartamentos fora de Josefov. Porém, os mais humildes continuaram à margem da sociedade.

Cartier na av. Parizská

Cartier na av. Parizská

Top 5 Pontos de interesse do Bairro Judaico de Praga

1. Um dos lugares mais interessantes de se conhecer no bairro judaico é o Cemitério, onde esse problema de superpopulação e pouco espaço é bem evidente. Lembrando que como Praga é uma cidade bem antiga, o nível do solo era uns três metros mais baixo que o atual. Acontece que o cemitério foi ficando tão lotado com o tempo que camadas adicionais de terra foram sendo adicionadas para que mais corpos fossem enterrados com o tempo. Após alguns séculos de existência (mais precisamente entre 1439 até 1787), o nível do solo subiu tanto que hoje ele se encontra acima do nível da rua que passa ao lado. Mesmo com o passar dos anos, o cemitério judaico conseguiu manter sua aparência medieval e ele é bem pitoresco e curioso. Vale a pena a visita.

Cemitério judaico visto da grade

Cemitério judaico visto da grade

2. Ao lado do cemitério, se encontra a Jewish Cerimonial Hall, construída principalmente para abrigar cerimônias mortuárias. Com o passar dos anos, ali se instalou um museu sobre a história judaica. Muitos dos objetos dali curiosamente foram adquiridos durante a Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas tiveram um interesse de construir um museu dedicado “à civilização extinta”, ou seja, sobre os judeus. Felizmente as atrocidades pararam, e hoje em dia, o museu celebra a história da população judia.

Cerimonial hall

Cerimonial hall

3. Ali pertinho do cemitério, se encontra a Old New Synagogue, que é a sinagoga mais antiga do mundo em atividade. Não tive a oportunidade de entrar lá, mas pude olhar pela janela (risos). Essa sinagoga é bem bonita e lembra aquele ar medieval da cidade. Esse nome confuso (sinagoga velha-nova) se deve ao fato de que ela quando foi construída lá pelo século XI, não era a única sinagoga da cidade. Por isso, o nome “Nova Sinagoga” foi dado. Com o crescimento da população, outras sinagogas foram sendo construídas, e ela passou também a ser chamada de “Velha”.

Old New Synagogue

Old New Synagogue

4. A sinagoga mais antiga da cidade era chamada de “Velha Sinagoga” e de acordo com registros históricos, ela era bem simples. Com o tempo, ela foi demolida, e em seu lugar, foi construída a Sinagoga Espanhola na segunda metade do século XIX. Ela recebeu esse nome por seus detalhes arquitetônicos, e no momento, ela é a mais importante da cidade.

Sinagoga espanhola

Sinagoga espanhola

5. Na frente da Sinagoga Espanhola, se encontra a estátua de Franz Kafka, o famoso escritor de romances em alemão. Ele nasceu em Praga (na época, parte do Império Austro-Húngaro) e viveu pelas redondezas da Sinagoga Espanhola. O seu local de nascimento está indicado com uma placa e vários guias dão informações sobre ele e sua obra.

Já falei demais por aqui! Mas reafirmo que é muito bom andar pelas ruas do Josefov, e prestar atenção em simples detalhes como fachadas, praças, estátuas e tudo mais. Ali existem muitos restaurantes bons, com direito a um especializado em comida brasileira e uma padaria deliciosa! Super recomendo as lojinhas dali, cheias de lembrancinhas e artesanatos! Quem tem interesse em história, curiosidades, arquitetura e afins, a visita ao Josefov é obrigatória para quem quer passar por Praga!

Bratislava em um dia

Uma grande vantagem de se morar no interior da Europa é a facilidade de locomoção que temos para ir e vir de qualquer país. As redes de trem e ônibus são bem concisas, as estações são fáceis de se localizar, e a infraestrutura nunca se deixa a desejar.

Então, por estar aqui em Budapeste, resolvi tirar proveito da localidade e conhecer tudo que eu puder em apenas 6 semanas! A minha primeira aventura foi pra Bratislava, capital da Eslováquia.

Como eu trabalho durante a semana, eu não posso fazer pinga-pinga entre cidades, muito menos ficar mais que dois dias em um lugar, mas a junção do feriado de Primeiro de Maio e conhecer uma cidadezinha a duas horas de viagem foi bem útil. Logo pensei em Bratislava, uma cidade não tão grande e não tão longe daqui.

Acompanhe também: Castelo de Bratislava e minhas impressões

Comecei a fazer duas coisas, pesquisar sobre o lugar, e sondar os meus amigos pra viajar! Foi bem fácil de convencer meus amigos a viajar, olha que muitos não puderam ir, mas mesmo assim, fechamos um grupo de 12 pessoas super animadas em conhecer tudo que podíamos!

A segunda coisa, a pesquisa sobre Bratislava, foi igualmente fácil, mas meio decepcionante. É facílimo de se encontrar por aí relatos, sejam em português ou em outro idioma sobre pontos bem negativos sobre a cidade. Já tinha ouvido falar que a cidade era pequena, e que um dia era o suficiente, mas ver tantos relatos mostrando apenas o lado negativo da cidade já me deixou meio apreensiva.

Comecei a perguntar de amigos que já tinham ido pra lá. A resposta deles foi quase unânime: “Hum… não há muito o que fazer lá. Não recomendo você passar o dia lá. A cidade é sem graça. O castelo é feio.” Mas mesmo assim, eu ainda não tinha ido pra lá e por que não conhecer? Resolvi partir mesmo assim!

Saí daqui de Ujpalota cedo, umas 8 da manhã, pra dar tempo de chegar na estação de Keleti, comprar as passagens, e entrar no trem tranquilamente. Ao chegar, eu e a Rekha, minha colega de quarto da Austrália já encontramos a Lu, uma chinesa que também iria. Ela indicou o lugar que ela comprou a passagem, e fomos até lá. Em Keleti, existem dois lugares que vendem passagens, uma para destinos na Hungria, e outra, para destinos internacionais. É tudo moderno e arrumadinho lá, e depois de uns 5 minutos já estávamos com as passagens na mão.

Outros que iriam com a gente chegaram bem em cima na hora, uma das pessoas, uma filipina, só conseguiu nos encontrar após alguns minutos com o trem já em movimento. Mesmo com alguns chegando cedo, outros atrasados, todos conseguiram entrar no trem e se encontrar. Os trens internacionais são equipados com primeira e segunda classe. A primeira, além de possuir um maior conforto, também tem auxílio de um vagão-restaurante, mas a segunda classe era bem confortável e moderna. Na segunda classe, haviam cabines com 6 lugares, e como éramos 12 (4 brasileiros, 4 chineses, uma australiana, uma filipina, uma holandesa e uma alemã), ocupamos exatamente duas cabines. Mas de qualquer maneira, o trem é bem moderno e confortável de uma maneira geral.

A viagem entre Budapeste e Bratislava dura duas horas e meia e passa por várias cidades, como Esztergom e Gyor, e é possível apreciar o Danúbio por um bom caminho. Uma coisa me chamou a atenção na paisagem eslovaca, e foi justamente a quantidade de lixo ao longo da linha férrea. Não me causou boa impressão.

Sempre tínhamos dúvidas sobre onde parar. Quando uma cidade maior que as outras começou a despontar, sabíamos que tínhamos que descer ali. A estação de trem era ok no meu ponto de vista. Muita influência daquela arquitetura comunista, tudo muito quadrado, mas a estação era arrumada, e isso que importa. Saindo dali fomos atrás do centro da cidade.

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Bem vindos à Eslováquia!

Chegar ao centro é bem fácil. Saindo da estação, só seguir direto até ver uma passarela. Seguindo pela passarela, é só seguir as placas aonde indicam a direção de “Zentrum”. Após seguir direto, se vê a Casa Branca eslovaca e uns jardins até bonitinhos.

Casa branca eslovaca

Casa branca eslovaca

Depois de tirar algumas fotos ali na frente, partimos direto, até vermos um portal. Antes disso, dobramos numa rua ao lado e fomos almoçar, pois já era 13h. Voltando ao portal, existe uma escritura interessante ali. A imperadora Maria Teresa foi coroada ali perto em 1741, quando Bratislava ainda se chamava Pressburg.

Entrando na Cidade Velha, existe uma quantidade imensa de pubs, restaurantes, lojas de lembrancinhas e alguns pequenos museus. Achei essa região uma gracinha, cheia de vida e turistas. Em cada esquina de cada ruela que deparávamos sempre encontrávamos algo interessante pra se tirar foto, seja uma estátua, um artista de rua, ou alguma coisa inusitada.

Sem perder tempo, decidimos seguir as placas, subir a colina e chegar no castelo de Bratislava. Claro que qualquer cidade com um castelo no topo de uma colina é interessante, então por que não subir até lá?

Eu já sabia que eu era uma pessoa bem sedentária, mas após subir aquela colina, vou procurar me matricular numa academia imediatamente quando voltar ao Brasil! Como sempre, fiquei por último, ofegante e com meu coração disparado, sonhando em virar uma garrafa de água, mas a cada passo que eu dava e olhava a paisagem, sabia que todo esforço era válido! Com certeza a vista dali foi uma das mais bonitas que já apreciei.

Parte da vista de Bratislava

Parte da vista de Bratislava

Após mais um pouquinho de subida, ali estávamos! O tão esperado castelo. E quando digo esperado, é por que realmente esperávamos algo interessante lá. Nada demais. O castelo é branco, várias janelas e nenhum detalhe. Dentro lembrava mais um convento ou uma escola. Ali tem um museu de entrada franca, mas não tivemos tempo de visitar. Mesmo com a decepção do castelo em si, a vista já fazia toda a subida ter valido a pena.

Descemos, e continuamos nosso passeio pela cidade velha. Fomos até o que se chama de “praça principal”, onde existem vários barzinhos, restaurantes e música ao vivo. Os preços ali eram meio salgados, e como estávamos em um grupo de viajantes, preferimos ir ao supermercado, comprar umas besteiras, sentar na praça e rir um pouco. Mesmo estando em grande número, uns mendigos começaram a nos cercar, e fiquei meio apreensiva. Chegou uma hora que resolvi tomar a iniciativa e chamar pra ir andando.

Foi até uma boa escolha. Paramos em algumas feirinhas de artesanato e compramos as últimas lembrancinhas de Bratislava. Todo mundo tinha suas muambas e decidimos ir andando pra casa.

Nesse momento que confirmei o pecado que todos falam sobre lá. Bratislava, por ser tão pertinho de Budapeste, e principalmente de Viena (apenas meia hora de trem), ela acaba virando um “bairro” destas cidades. No fim do dia, a cidade não tava mais tão alegre assim. Deve ser deprimente você morar num lugar assim, de dia uma festa, e de noite um deserto.

Fomos andando e decidimos parar naquele jardim detrás da casa branca. Foi uma meia hora relaxante, em que decidimos gastar os últimos momentos antes de pegar o trem. Saindo dali, paramos em um mercadinho, onde compramos algumas besteiras pra levar pra casa e pra comer no trem. Fiz uma compra considerável, um saco bem cheio, e deu menos de 2 euros. Baratíssimo!

Jardins

Jardins

Após isso, voltamos para a estação onde o nosso trem pra Budapeste partiria. A volta foi de praxe, cansativa, com direito a todo mundo dormindo na volta. Foi um bom dia, e ao contrário de muitos, fiquei com uma boa impressão de Bratislava. Apesar de ser pequena, a cidade é charmosa e organizada, com um centro bem típico da Europa Central. Se volto lá? Provavelmente não, e o motivo principal é: ainda preciso conhecer muitos outros lugares.