Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 2

Chegamos à segunda parte do roteiro da minha primeira viagem à Europa! A primeira parte se encontra aqui, onde contei de maneira reduzida como foram os dias em Paris, Versailles, Luxemburgo, e nas pequenas cidades alemãs de Cochem, Bacharach e Rüdesheim am Rhein.

Lembrando mais uma vez que essa é uma sugestão de roteiro para a Europa: como contratamos uma agência de turismo, todo o transporte e passeios eram por conta da empresa. Mas obviamente, é possível de recriar este trajeto por conta própria.

Acompanhe também:
Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 1
Roteiro da minha primeira viagem à Europa – Parte 3

Dia 6: Rothenburg ob der Tauber e Munique

Frankfurt - Rothenburg ob der Tauber - Munique

Frankfurt – Rothenburg ob der Tauber – Munique (Google Maps)

Como disse no post anterior, chegamos em Frankfurt no fim da tarde e quase não conhecemos nada da cidade. Esse é um dos pontos negativos em fazer excursões desse tipo, já que todo o tempo é cronometrado e vital para o andamento do que já estava previamente agendado. Pelo menos consegui ter uma visão dos arranha-céus e de toda a opulência contemporânea da cidade. Fomos ao nosso hotel e prontamente nos preparamos para o próximo dia.

Saímos bem cedo de Frankfurt, com Munique como destino final do dia. Antes, iríamos passar por uma linda cidade bávara chamada Rothenburg ob der Tauber, que acabou virando minha favorita na região.

Esta cidadezinha tem uma parte antiga e uma nova, que continua se expandindo. A parte antiga (que é o ponto de interesse geral) é super pitoresca: rodeada por uma muralha medieval e possui lindas casas germânicas de encaixe. Muitas dessas casas hoje tem propósito comercial, com destaque para as lojas de brinquedos e ursinhos de pelúcia, e as de decoração natalina.

Na primeira janela do primeiro andar, um ursinho de pelúcia "brincava" de soltar bolhas - e com música!

Na primeira janela do primeiro andar, um ursinho de pelúcia “brincava” de soltar bolhas – e com música!

Confesso que senti algo familiar naquela cidade, como se já a conhecesse antes, mas nunca havia ouvido falar nela! Algum tempo depois descobri que Rothenburg ob der Tauber foi a inspiração que Walt Disney teve para desenvolver a cidadezinha onde o Pinóquio morava. Ela tinha aparência germânica super medieval e pitoresca, lembram?

Também tivemos tempo de subir até a muralha: escadas de madeira bem antigas nos ajudam a subir nos lugares onde os guardas antigamente guardavam o entorno da cidade.

"Janela" da muralha

“Janela” da muralha

Aquele foi um domingo maravilhoso, e apesar de chuvoso não tirou meu encantamento com “a cidade mais linda do mundo”, que é como me refiro a ela. Mas o show deveria continuar, e nós partimos em direção a Munique.

Algum tempo depois, chegamos à capital bávara, e teríamos algo como duas horas livres. O ponto de encontro era na frente do Teatro Nacional Bávaro e fomos explorar os arredores. Primeiramente caminhamos pela Maximilianstrasse, que é a rua de compras caras da cidade. Só caminhamos mesmo, pois como citei acima, era domingo e as lojas estavam fechadas.

Depois fomos caminhando em direção ao coração da cidade: a aparência medieval e pitoresca numa das maiores cidades da Europa nos cativou muito! Tudo bem germânico, bem clássico…

E assim, caminhando, que descobrimos o Rathaus! E tivemos sorte, pois chegamos na hora certa. No mundo germânico o Rathaus é um prédio governamental, que cuida da administração da cidade. Assim como Munique possui a sua Rathaus, Viena também possui uma, Hamburgo também, e o mesmo vale para a maioria das cidades germânicas.

Rathaus München

Rathaus München

Enfim, o Rathaus de Munique possui uma pequena “apresentação”, que é, digamos, um cuco aperfeiçoado. Em determinadas horas do dia, bonequinhos dançam com musiquinhas, fazendo uma fofa apresentação de uns 5 minutos. Muitas pessoas assistem a essas apresentações, fazendo desta uma boa atração.

Tínhamos já pouco tempo e só deu pra conhecer o Hofgarten, já próximo ao ponto de encontro. Já era hora de nos preparar para a viagem do dia seguinte.

Dia 7: Salzburgo, Sankt Wolfgang, Lago Traunsee e Viena

Munique - Salzburgo - Sankt Wolfgang - Lago Traunsee - Viena

Munique – Salzburgo – Sankt Wolfgang – Lago Traunsee – Viena (Google Maps)

Saímos muito cedo de Munique, com tudo escuro ainda. Estava chovendo e fazia frio, mas mesmo assim conseguimos aproveitar a nossa manhã na linda cidade austríaca de Salzburgo, a capital da música.

Salzburgo é a cidade natal de Mozart: a casa onde ele nasceu e morou por boa parte de sua vida está aberta para visitações. Muita coisa em Salzburgo gira em torno de sua figura e da música, encontrando várias referências no comércio e sociedade locais.

Casa do Mozart

Casa do Mozart

Caminhamos por quase todo o centro da cidade, e ao chegar na praça principal decidimos aproveitar e fazer um passeio de charrete (somos desses!). Acredito que o passeio dura uns 30 minutos, e foi muito agradável – e divertido.

Caminhamos muito pelo centro da cidade, o que quase nos acometeu de perdermos o horário. Literalmente saímos correndo até o ponto de encontro que era bem longe: o ônibus já estava ligado e fomos os últimos a chegar. Nunca mais chegamos tão “apertados” assim.

Depois de Salzburgo, fizemos uma curta parada em Sankt Wolfgang, tempo apenas de tirar fotos e comprar algo rápido. A cidade é o principal ponto de peregrinação católica do país, como se fosse o equivalente à Fátima, só que na Áustria. Para variar, outra cidade linda!

Paisagem de Sankt Wolfgang

Paisagem de Sankt Wolfgang

Seguimos nosso caminho, e o passeio seguinte seria de barco, pelo lago Traunsee. Paramos na cidade de Ebensee, onde embarcamos num barco restaurante para uma gostosa viagem de cerca de uma hora por esse lago, cujas margens possuem lindas casinhas pitorescas.

Terminado o passeio de barco, seguimos nosso caminho até Viena, o destino final do dia. Nesse momento não havia nada planejado, apenas chegar no hotel e dormir. Ainda deu para conhecer um pouco da vizinhança ao redor, mas a cada dia, chegávamos mais cansados nos hoteis.

Dia 8 – Viena

Viena (Google Maps)

Viena (Google Maps)

Esse dia seria exclusivo para a capital austríaca! Desde Paris que não ficávamos na mesma cidade por um dia completo, então deu pra conhecer muita coisa sobre Viena, que se mostrou uma cidade incrível.

Primeiramente, fizemos um tour de ônibus, semelhante ao que fizemos em Paris. Conhecemos os principais pontos da cidade de uma maneira geral, com a ajuda de um guia que falava pontos interessantes sobre. Conhecemos desde o centro histórico de Viena até a sede das Nações Unidas na cidade.

Durante esse tour de ônibus faríamos duas paradas nos dois palácios da cidade: Belvedere e Schönbrunn. Os dois palácios são lindíssimos, e os conhecemos rapidamente pelo lado de fora. Numa viagem futura conheceria Schönbrunn e Belvedere por dentro, mas para variar, não teríamos tempo suficiente para explorá-los naquele dia.

Gloriette, em Schonbrunn

Gloriette, em Schonbrunn

No início da tarde, a excursão nos deixaria no centro de Viena, próximo ao museu Albertina. De lá, iríamos voltar para o hotel por conta própria. Por não termos restrições de horário, fizemos tudo de maneira calma e tranquila. Almoçamos ali perto, compramos nossas lembranças, e decidimos visitar o Hofburg e seus arredores.

O Hofburg é o palácio que era o lar da família imperial austríaca durante o inverno (Schönbrunn era a residência durante o verão), assim como a sede do governo imperial. Hoje em dia, abriga uma série de complexos e museus que são abertos ao público.

Alguns ouros da família imperial austríaca

Alguns ouros da família imperial austríaca

Ali, decidimos visitar o Museu Sisi e os Kaiserappartments, que oferecem uma visão de como viviam a família imperial austríaca (seus aposentos, utensílios, obras de arte, etc). Para completar a visita, o Museu Sisi faz uma homenagem à última imperatriz da Áustria, que morreu assassinada por um terrorista.

Ainda passeamos pelo centro de Viena, e voltamos para o hotel usando um tram. Foi meio complicado de chegar, mas conseguimos afinal! :)

Dia 9 – Maribor, Ljubliana e Veneza

Viena - Maribor - Ljubljana - Mestre/Veneza (Google Maps)

Viena – Maribor – Ljubljana – Mestre/Veneza (Google Maps)

Saindo de Viena, nosso destino final era a linda Veneza, local de sonho! Para tanto, precisaríamos atravessar a Eslovênia, país europeu que fez parte da antiga Iugoslávia até 1991. Era a minha primeira vez num país que se localizava atrás da cortina de ferro, então fiquei curiosa para saber o que eu veria.

Na verdade, escrevi sobre esse dia na Eslovênia com mais detalhes aqui. Nossa primeira parada foi na cidade de Maribor, a segunda maior do país, mas não a conhecemos tanto. Motivo? Entramos numa loja e fizemos várias comprinhas, hehe.

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Ljubljana

Depois de uma manhã de compras (e alguns produtos que ganhamos de cortesia), seguimos até Ljubljana. Confesso que não lembro de muita coisa do caminho pelo fato de que estava mal do estômago e dormi. Mesmo quando chegamos, não queria ir conhecer a cidade. Por mim, eu ficaria no ônibus dormindo, pois estava me sentindo muito enjoada para fazer qualquer passeio.

Não tive escolha e tive que descer, o que foi ótimo! Algumas horas depois, já estava bem melhor e amei o que vi! Ljubljana é uma cidade linda, agradável e muito organizada! Tinha uma impressão (muito) errada sobre a aparência de ex-repúblicas influenciadas pela URSS, e achei a capital da Eslovênia tão bonita quanto outras cidades que visitamos nesta viagem.

Também fizemos comprinhas lá! Achamos os preços da Eslovênia muito competitivos, e amamos o que vimos!

Ljubljana

Ljubljana

Enfim, voltamos pro ônibus e continuamos nosso caminho até Veneza. Ao redor da estrada, lindos campos de girassol e o mar Adriático refletindo o pôr-do-sol. Lindo lugar, e continuaríamos nossa aventura no dia seguinte, desta vez na Itália.

O resto da história continua na parte 3. :)

A cidade mais linda do mundo!

Pelo menos foi a mais linda que eu visitei até agora, sem sombra de dúvida! Budapeste é sensacional, Roma é milenar, Praga é incrível, Munique arrasa, mas Rothenburg ob der Tauber parece que saiu de um filme!

E na verdade, ela serviu de inspiração para a cidade aonde o Pinóquio (sim, o bonequinho de madeira cujo nariz crescia quando ele mentia) morava, e onde passou suas aventuras. Quando eu descobri isso, pra mim tudo fazia sentido! A cidade sempre me pareceu um tantão familiar.

Poster de 1940 do Pinóquio

Poster de 1940 do Pinóquio

Mas o que deixa essa cidade tão bonita?

Primeiro uma muralha! Ela cerca toda a cidade, e é possível subir em escadas que ligam corredores suspensos que cercam toda a extensão da cidade. Muitas dessas escadas são originais (como a que eu subi), e ainda são de madeira e bem estreitas. Vale ressaltar que muitas dessas escadas são frágeis pelo desgaste do tempo, então tem que ter muita prudência na hora de subir nelas.

Mas a sensação de andar em uma muralha construída na época medieval é incrível! Ela não só protegeu Rothenburg ob der Tauber durante guerras, mas impediu que a peste negra entrasse na cidade com mais força. Ela possui “janelas” estratégicas, usadas para colocar armas, para proteção da cidade.

"Janela" da muralha

“Janela” da muralha

Muitas cidades da Alemanha e da Europa tem muralhas, tipo a incrível Carcassone, na França (sonho meu de ir até lá), mas o que adiciona um charme extra a Rothenburg ob der Tauber?

Lojinhas de miniaturas!

Todas as ruas de Rotheburg ob der Tauber tem lojas de souvenirs. Outras são mais especiais, e vendem apenas miniaturas de animais e ursos de pelúcia! Mas não é qualquer tipo de quinquilharia não. Essas miniaturas geralmente vem com música, rodam, além de serem muito lindas! Os ursinhos também. Tem de todos os tamanhos, cores e tipos. Tinha um Teddy gigante na frente de uma loja onde todos os turistas ~menos eu~ tiravam foto.

Na primeira janela do primeiro andar, um ursinho de pelúcia "brincava" de soltar bolhas - e com música!

Na primeira janela do primeiro andar, um ursinho de pelúcia “brincava” de soltar bolhas – e com música!

Vale lembar que o Gepeto, o “pai” do Pinóquio, fabricava cucos. As lojas de Rothenburg ob der Tauber são cheias de cucos! Uns maiores, outros menores, caros e baratos. Outro caso em que a arte imita a vida.

Outra coisa que deixa Rotheburg única é a arquitetura dos seus prédios. Eles são bem aquilo que consideramos uma “arquitetura Germânica”, o que realmente a descaracteriza de algumas outras cidades da Alemanha mais modernas, mas que ao mesmo tempo a deixa puramente alemã.

Vista aérea de Rothenburg ob der Tauber

Vista aérea de Rothenburg ob der Tauber

Praça principal de Rothenburg

Praça principal da cidade

Rothenburg ainda é a capital do Pretzel na Baviera! A cidade é cheia de padarias especializada em Pretzels, que estão cheias de muitos outros tipos de doces, claro.

Quando eu fui até lá, eu não era muito o tipo da pessoa que pesquisava tudo sobre viagens na internet. Acabei descobrindo muita coisa da cidade só depois. Um lugar que me arrependi de não ter ido ~porque eu não sabia da existência~ é o museu da tortura medieval. Pode parecer grotesco, mas Rothenburg é o tipo de cidade onde esse tipo de coisa poderia acontecer com mais força na Baviera medieval. Se tem algum lugar para se saber de torturas, lá pode ser o lugar. ;)

Eu ainda volto a Rothenburg. Sabe por que? Não comprei nenhum cuco nem nenhuma miniatura por falta de dinheiro, e além do mais, passei pouco tempo apreciando essa cidade, que realmente dá uma impressão de volta no tempo imediata. Parece que o tempo parou ali.

Sugestão de quando ir? Fim do ano! Uma das Winter Fairs mais conhecidas e pitorescas da Alemanha acontece lá. Como fui no verão, ir no inverno pode me dar uma nova perspectiva – e mais fotos.

É possível chegar a Rothenburg por trem ou pela Autobahn A7. A cidade fica bem perto de Nuremberg, e fica mais ou menos na metade do caminho entre Frankfurt e Munique. Após chegar na cidade, procurar a entrada da cidade medieval, já que existe uma outra cidade – mais moderninha – do lado de fora.