Aos domingos, tem Feira de San Telmo!

Quando você for a Buenos Aires, reserve seu domingo para conhecer a Feira de San Telmo. Criada em 1970, essa feira já virou tradição e ponto turístico indispensável para quem procura fazer uma programação diferente e divertida! Nesse post vou contar tudo que vi e o que vale a pena lá em San Telmo.

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Pessoas

O que é?

A feira de San Telmo é um mercado de pulgas especializado numa variedade enorme de coisas: antiguidades, artesanatos produtos de couro, pinturas, decoração, lustres souvenirs, pulseiras e qualquer outro tipo de quinquilharia interessante que chame a atenção dos compradores.

Como falei logo no início, a feira acontece somente aos domingos, e lá, 270 feirantes montam suas barraquinhas por grande parte da extensão da calle Defensa, a partir da praça Dorrego (localizada na calle Humberto). A feira atrai cerca de 10 mil pessoas, sendo turistas a grande maioria.

Hoje em dia, a Feira de San Telmo se estende por mais de 1 km, mas ela começou pequenininha, lá em 1970, com somente 30 barracas. Aos poucos, ela foi ganhando corpo e tradição, e hoje ela já é a principal feira de rua de Buenos Aires.

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Qual o melhor horário para visitar?

Quando eu fiz minhas pesquisas para definir o horário certo de ida até San Telmo, quase todos os sites indicavam o período da manhã. A feira inicia às 10h, então chegar cedo parecia ser primordial.

No meu caso, cheguei aproximadamente ao meio dia e a feira já estava bem cheia! Caminhar não estava impossível, mas tinha muita gente ao redor. Mesmo assim, conseguimos aproveitar e conhecer toda a extensão dali.

Mafalda

Um dos lugares mais fofos de Buenos Aires pode ser visitado enquanto você conhece a Feira de San Telmo. Na esquina da calle Defensa (rua da feira) com a av. Chile se localiza o banco da Mafalda, ótimo e indispensável lugar para tirar fotos!

A Mafalda nasceu em tirinhas feitas pelo cartunista argentino Quino. Diferentemente de muitos personagens de quadrinhos, a Mafalda traz um humor inteligente, que te faz refletir. Ela ganhou muito destaque na América Latina e acabou virando também um símbolo argentino.

Prova disso é que você consegue encontrar uma série de coisas da Mafalda à venda por toda Buenos Aires! Você pode ver por aí todo tipo de objeto e souvenir com estampas da Mafalda como almofadas, estojos, cadernos, pelúcias, nécessaires e outros. Quis muito comprar umas nécessaires da Mafalda que achei lindas, mas BsAs me deixou sem dinheiro antes disso, haha.

Para sentar no banco da Mafalda (e tirar fotos, né?), fiquei numa fila por aproximadamente 15 minutos. Valeu a pena! Gentilmente o casal de brasileiros que estava na minha frente se ofereceu para tirar nossas fotos, o que foi muito agradável!

Cuidados em San Telmo

Bem, como a Feira de San Telmo é muito cheia, especialmente em certos horários do dia, é indispensável ter cuidado com suas coisas! Com certeza alguns batedores de carteira se espreitam pela multidão, então o cuidado tem que ser redobrado!

Para tanto, naquele dia preferi não levar minha câmera. Seria muito incômodo tirar e colocar minha câmera na bolsa toda hora, (abrindo, fechando e expondo as coisas lá dentro) e também seria muito perigoso ficar com ela pendurada no peito pela extensão da feira. Estava com medo de ser visada, e todo cuidado é pouco dentro da multidão.

Apesar de ali ser bem cheio, não achei San Telmo um local tão inconveniente quanto a Calle Florida, que é um lugar que particularmente não voltarei mais.

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Acompanhe também: Não me encantei pela Calle Florida

Meio que também por causa disso, tirei pouquíssimas fotos desse dia, e a todas foram do meu celular. (Deixa para pedir desculpas pela não abundância de fotos nesse post!)

Então eu recomendaria andar com uma bolsa bem segura, e sempre próxima ao corpo.

Além da feira, quais são outros highlights?

A Feira de San Telmo já meio que possui hoje um background bem cultural, então existe uma série de manifestações artísticas nas ruas. Já imagine desde agora que você escuta Tango toda hora!

Fora isso, existem algumas igrejas localizadas próximas à feira, no Bairro de San Telmo: Iglesia de Santo Domingo e Iglesia de San Pedro Telmo. Mas acho que tão ou mais interessantes que as igrejas, existe uma série de galerias de arte no entorno da feira.

Vale a pena a visita?

Para quem tem interesse em fazer um passeio diferente num domingo, a Feira de San Telmo é um excelente lugar! Dá para se imergir um pouco na cultura argentina ao perceber as nuances culturais da feirinha.

A ressalva é a quantidade de pessoas que passeiam ali na feira, o que exige um pouco de atenção para quem frequenta o lugar. A foto no banco da Mafalda é indispensável, mas tem que ficar um pouquinho na fila.

Enfim, aproveite a ida à San Telmo e se deleite com todas as manifestações culturais que esse pedacinho de Buenos Aires pode trazer! :)

Camilla no Caminito

Perdão pelo trocadilho, mas tive que escolher esse título para o post, haha. Vou compartilhar com vocês como foi minha ida ao Caminito, ponto turístico de Buenos Aires, e que levanta polêmicas pela internet.

Galeria

Galeria

A maioria dos blogs e sites que visitei sobre o assunto parece ter uma opinião negativa sobre o Caminito. Muitos falam que o lugar é superestimado, que é inseguro, que é muito artificial e que a pessoa não perde nada se não o visitar.

Pois bem, eu discordo deles em muitas partes. Achei o Caminito muito interessante, e vou explicar tudo sobre aqui em baixo.

Origens

O Caminito fica no bairro de La Boca, que no início do século XX era reduto de imigrantes, em sua maioria italianos. O bairro ficava numa região muito pobre de Buenos Aires, e a conservação das ruas não era das mais adequadas.

A rua que deu origem ao Caminito era originalmente um pequeno canal, que acabou secando. Com isso, o local passou a ser um depósito de lixo da área, mas alguns moradores se incomodavam com o fato.

Em 1950, o pintor Benito Quinquela Martín, morador de La Boca, montou uma iniciativa junto com outros vizinhos para revitalizar o local. Para tanto, uma das iniciativas seria de pintar as casinhas de madeira dali em cores vibrantes.

A rua abandonada passaria a ser uma rua alegre, e até o final da década de 50, ela possuiria museus, artesanatos e muita cultura. Para concluir, o nome “Caminito” veio de um famoso tango dos anos 1920, e consolidou o local como importante centro cultural da cidade.

Mais Cores

Mais Cores

Como chegar ao Caminito? E a inseguridade?

Particularmente cheguei e saí de táxi. Estava hospedada na Recoleta, e mesmo assim o valor do transporte não foi muito alto. Na verdade, andar de táxi em Buenos Aires é bem barato, o que é uma ótima conveniência para quem não quer ir a pé para alguns lugares.

Também não existe metrô próximo ao Caminito, mas é possível andar a pé até lá. Dependendo de onde você esteja, é uma boa pernada para chegar até lá, mas não é muito aconselhável devido à insegurança do bairro.

Falei mais em cima sobre a segurança e venho reforçar que eu achei o Caminito bem seguro, pois é uma rua turística e movimentada, mas o mesmo não se aplica para as demais ruas do bairro de La Boca. Fora dos locais turísticos, o bairro não é aconselhável para que turistas (especialmente ostentando objetos de valor) transitem livremente.

De qualquer maneira, é sempre bom ficar atento aos pickpocketers, mas todo viajante bem prevenido (vide guardar dinheiro em locais seguros, utilizar bolsas que são mais complicadas de abrir, etc) geralmente não sofre com as ações dessas pessoas.

Tango

Tango

Atrações do Caminito

O que mais chama a atenção no Caminito são suas galerias e cores. Cada prédio merece uma foto só dele, e cada cantinho é cheio de arte e vida.

Atente que existem vários restaurantes ali, inclusive com algumas apresentações de tango. Só que o preço não é tão bom, e as apresentações são só pra tira gosto. Eu não pararia para almoçar ali, mas se você se empolgou e quer sentar lá, fica por sua conta. :)

Estátuas nas "janelas"

Estátuas nas “janelas”

Lá existem alguns sósias (tipo do Maradona e do Papa) e dançarinos de tango que cobram para tirar foto. Geralmente eu tento evitar esse tipo de gente, mas quando menos percebi, o dançarino de tango ficou colocando os acessórios na minha mãe para tirar foto com ela.

Acabou que nós duas acabamos tirando foto com o dançarino, e ficamos com 200 pesos a menos. Sim, o preço foi salgadinho e ficamos chateadas na hora, mas depois de ver como ficaram as fotos, eu ADOREI o resultado! Como eu adoro fotografias, esse foi um excelente investimento, então, no regrets. Os likes no Instagram não mentem, hehe.

(Gente, até pensei em postar uma dessas fotos aqui, mas não vou. Não gosto muito de postar fotos minhas aqui – até já fiz alguns uploads, mas são pouquíssimos!)

Mas o que eu mais gostei mesmo foram das galerias e seu interior. Muitas delas também são coloridas e enfeitadas, e ainda vendem artesanatos, artigos de couro, lembrancinhas, e os maravilhosos alfajores e doce de leite.

Flores dentro de uma galeria de artesanatos

Flores dentro de uma galeria de artesanatos

 

Sobre lembrancinhas e souvenirs: dentre todos os lugares (inclusive San Telmo), eu encontrei os melhores preços no Caminito. Compramos uma série de coisas como ímãs de geladeira, descanso para copos, miniaturas, camisetas e pacotões de alfajores e alguns quilos (sim, plural) de doce de leite.

O interessante é que muitas lojas oferecem uma prova do doce de leite e do alfajor que eles vendem, então já é uma gostosa ajuda, haha.

Muitos stands também vendem artigos de couro e pele em geral, como casacos, chapéus e afins. Os preços eram meio salgados numa primeira vista, mas comparando em outros lugares, chegamos a conclusão que o Caminito possui as melhores opções.

Conclusão

Achei o Caminito um lugar bem atrativo e chamativo, e não achei superestimado nem enjoativo. A rua possui somente 150 metros de comprimento, e por ser pequena, o passeio pode ser concluído tranquilamente em uma hora ou duas, de preferência pela manhã.

O passeio pode render fotos lindas, mas lembre-se que você terá que pagar para tirar foto com os sósias. Eu paguei e gostei do resultado, mas provavelmente não tiraria uma segunda vez.

Cores

Cores

A extensão do Caminito me pareceu muito segura, mas cuidado ao andar pelas demais ruas do bairro. Antes de conhecer pessoalmente a atração, eu acreditava que ali era um local muito perigoso, e conversando com locais, eles acreditam que a Calle Florida é muito mais incômoda e perigosa que o Caminito e La Boca, e que os assaltos aconteciam quando turistas ostentam coisas caras em ruas desertas do bairro – cuidado que deve ser estendido para toda a cidade de Buenos Aires, assim como em qualquer cidade grande no mundo. Bem, nesse ponto concordo com eles.

Acompanhe também: Não me encantei pela Calle Florida

Enfim, eu adorei o Caminito! Foi uma atração diferente e gostosa do dia, e recomendo a visita. Mas lembre-se de ter cuidado, mas entenda que o mesmo cuidado que você terá em Buenos Aires é o mesmíssimo que você terá em qualquer outra cidade do mundo que você esteja visitando.