Visitando o Museu Sisi e os Kaiserappartements

Olá pessoal! Há algum tempo atrás fiz um post sobre lugares interessantes para se visitar no centro de Viena. Essa cidade é maravilhosa, cheia de arte, cultura, música e história, e grande parte das principais coisas da capital austríaca tem um dedo de influência da família Habsburgo.

Acompanhe também: No coração de Viena

Os Habsburgos foram uma linhagem imperial que dominou a Áustria até pouco depois da Primeira Guerra Mundial. Essa família era uma das mais importantes da Europa, assim como eram também muito tradicionalistas. Eles buscavam exprimir toda sua influência política e financeira através de construções, decorações e também em convenções sociais.

Um dos símbolos mais importantes de toda essa influência está presente no palácio Hofburg, localizado bem no centro de Viena. Ali, existe um museu que mostra um pouco como era a realidade da família imperial austríaca, assim como uma dedicatória à imperatriz Sisi, esposa do último imperador da Áustria, o Sisi Museum e os Kaiserappartements.

O museu começa com uma mostra de como os nobres austríacos viviam antigamente, através da prataria que pertencia à família imperial. Ali, o museu expõe alguns dos seus utensílios diários utilizados pelos nobres como pratos, talheres, e uma série de outros arranjos. Todos decorados e ornamentados com ouro, pinturas que remontavam à família imperial austríaca e claro, muito luxo.

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Depois, somos direcionados à entrada do Sisi Museum, museu que é uma espécie de tributo à Sisi, a última imperatriz austríaca, eternizada em filmes, livros, e claro, uma série de pôsteres e cartões postais pela capital da Áustria. Lá, se encontram uma série de coisas sobre a Sisi, como roupas, cartas, diários, réplicas de joias e etc.

(Spoiler: não pode tirar fotos dentro do museu. Para tanto, as fotos deste post são do site oficial do Hofburg)

Acompanhe também: Sisi, a imperatriz da Áustria

Nesse post acima, contei um breve resumo da vida da Sisi, desde sua infância como princesa na Baviera até a seu assassinato em Genebra por um terrorista italiano. Apesar de sua história ser digna de um conto de fadas, historiadores e outros estudiosos hoje em dia afirmam que a pobre Sisi passou sua vida inteira sofrendo de uma série de problemas como a anorexia, doenças respiratórias e a depressão.

O Sisi museum apresenta algumas coisas que ajudam a retratar esse quadro. Uma das partes mais impressionantes do museu apresenta um manequim com as medidas reais da Sisi, e é impressionante como ela era alta e extremamente magra! A cintura dela era tão fina que algumas pessoas inclusive conseguem fechar a mão ao redor desta!

Um aspecto que também chama a atenção é o cabelo, gigantesco, que ia até a altura dos joelhos. Normalmente ele era adornado com cristais Svarowski, e arrumá-lo levava algumas horas por dia.

The Sisi Myth - click to enlarge image (opens in a lightbox)
(Créditos da imagem: Hofburg)

Room "The assassination" - click to enlarge image (opens in a lightbox)
(Créditos da imagem: Hofburg)

Room "Death" - click to enlarge image (opens in a lightbox)
(Créditos da imagem: Hofburg)

Para concluir a visita, passamos pelos Kaiserappartements, que são cômodos decorados da mesma maneira que costumavam ser há mais de 100 anos, quando a família imperial austríaca morava ali. Para variar, o local era muito luxuoso.

Waiting Room - click to enlarge image (opens in a lightbox)
(Créditos da imagem: Hofburg)

Bedroom of Emperor Franz Joseph - click to enlarge image (opens in a lightbox)
(Créditos da imagem: Hofburg)

Dressing and exercise room of Empress Elisabeth Elisabeth - click to enlarge image (opens in a lightbox)
(Créditos da imagem: Hofburg)

O museu funciona das 9:00 às 17:30 entre setembro e junho, e das 9:00 às 18:00 em julho e agosto. O preço do ingresso varia: com audioguia (€ 12,90) e no tour guiado (€ 15,90).

 

 

No coração de Viena

Em Viena, um dos principais hotspots para quem está por lá é o palácio Hofburg, um dos palácios oficiais dos Habsburgos, assim como Schönbrunn. Ele fica localizado no centro de Viena, próximo ao Parlamento, ao Rathaus, e a uma pequena distância a pé da Catedral de São Estevão.

Esse palácio é de grande influência histórica, sendo ele o centro de várias decisões tomadas por vários imperadores, onde o “Concerto de Viena” aconteceu, e hoje em dia, também abriga o escritório do Presidente Federal.

Hoje em dia, esse “complexo” de museus abriga várias coisas, sempre chamativas ao público, e que você tem que conhecer!

Wien

Wien

  • A coleção de prata imperial mostra diversos acessórios que faziam parte do cotidiano dos Habsburgos, como enormes centros de mesa, prataria refinada, pratos com decorações diferentes e outros tipos de louças e talheres que os membros da família imperial usavam no seu dia a dia. (Foco para os espremedores da Sisi).
  • O museu da Sissi mostra diversos aspectos da vida da imperatriz. Objetos pessoais, cartas, fotos e muitas coisas levam a uma jornada interessante e informativa sobre uma das mulheres mais reconhecidas da história.
  • A visita aos apartamentos imperiais mostra de fato como os membros da família Habsburgo viviam. Tudo num puro luxo e divina ostentação! Detalhes dos cômodos, roupas, árvore genealógica, quadros e muitas outras coisas são muito interessantes.

Seguem alguns objetos dos Habsburgos :)

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Essas três atrações fazem parte de um mesmo ingresso que custa um pouco mais de 13 euros, com direito a audioguia em vários idiomas. Além disso, existem outras coisas para se fazer ao redor de Hofburgo, como por exemplo:

  • A escola de equitação espanhola oferece apresentações de alguns dos melhores cavalos treinados do mundo, e também mostra ao público alguns treinos específicos. As vestimentas são tradicionais e existem apresentações rotineiramente por alguns países do mundo.
  • Andar de charrete em Viena é bem charmoso! Porém os preços são salgados, podendo chegar até a 50 euros por volta.
  • O museu de história natural de Vienna é super parecido a outros museus do tipo, mas com certeza tem seus destaques, possuindo uma das maiores e mais antigas coleções do mundo! O museu foca desde à evolução humana até fatos sobre o sistema solar.
  • O museu Albertina possui uma das maiores coleções de arte moderna do mundo. Ela possui diversos desenhos, obras impressionistas e também algumas pérolas de grandes artistas, como Monet.
  • O Volksgarten é junto com o Prater, um dos principais jardins de Viena. Ele fazia parte do complexo de jardins privativos do Hofburg, mas foi aberto ao público ainda no século XIX. Grandes compositores performaram por lá.
  • O Schmetterlingshaus é um borboletário que abriga várias espécies. O espaço é modesto, mas é bem confortável. Uma visita diferente para quem está em Viena.

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Claro que Viena é cheia de coisas para fazer, especialmente nesta região! Somente descobrindo tudo a pé é quando se tem uma real dimensão do potencial turístico da cidade.

 

 

O azul do Danúbio

Ah, o Danúbio! Esse rio majestoso coroa a Europa Central com sua beleza e dá um toque especial para as diversas cidades no seu caminho. Ele possui mais ou menos 2800 km de extensão e corta 10 países na Europa: começando na pitoresca Floresta Negra na Alemanha, ainda passa pela Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Ucrânia, Bulgária, Moldávia e deságua na Romênia para o Mar Negro.

Desses 10 países, ele passa pelas capitais de 4 deles: Viena (Áustria), Bratislava (Eslováquia), Budapeste (Hungria) e Belgrado (Sérvia), e posso dizer que em 3 dessas cidades que já passei (todas menos Belgrado), o Danúbio é a cereja do bolo para a beleza dessas cidades!

Vista do Danúbio em Bratislava

Vista do Danúbio em Bratislava

O rio Danúbio também é uma rota comercial muito importante, servindo de integração entre esses 10 países através de transporte de passageiros, navios com carga e no escoamento da produção para o comércio internacional através do Mar Negro (existe uma conexão do Mar Negro com o Mediterrâneo através do Estreito de Bósforo, em Istambul).

Quando se fala no Danúbio, logo pensamos no Danúbio Azul. Como contei aqui no post sobre as curiosidades da Hungria, essa valsa foi escrita logo após uma viagem pelo Danúbio feita por Strauss na altura de Budapeste, onde afirmou que “o azul do Danúbio se encontrava com o azul do céu”.

Mas o Danúbio não é todo tempo azul. Durante o inverno, devido à neve, chuvas e outras tormentas no rio, a cor chega a ficar barrenta, mas nada que tira a sua beleza! Nesse momento me lembrei das aulas de Geografia do terceiro ano que apresentava as três colorações dos rios da Amazônia: águas escuras, águas barrentas e águas verdes, risos.

Vista do Danúbio da orla do meu hotel em Viena

Vista do Danúbio da orla do meu hotel em Viena

Quando eu estava em Budapeste, uma das coisas que mais me dava prazer em fazer era ficar sentada ali na margem do Danúbio, seja próximo ao Parlamento, seja em Margitsziget. Combinando o “Duna” com o famoso céu azul e a alegria das pessoas dava uma sensação incrível de tranquilidade.

Em Viena, tive uma vista em tanto! Acabei ficando no Hilton Vienna Danube, que é o único hotel em Viena que fica às margens do “Donau”. Meu quarto era logo no primeiro andar e eu tinha uma vista excelente. Parecia que o rio entraria no meu quarto a qualquer momento. Falando um pouquinho mais do hotel, eu o achei excelente! Atendimento muito bom, quartos amplos e bons serviços de bar e restaurante.

Por falar em enchentes, esse ano Budapeste sofreu a maior cheia da história! Foi de se inundar as margens até chegar basicamente aos pés do Parlamento Húngaro! Foi muito curioso ver toda essa repercussão lá, já que essa cheia aconteceu logo após a minha chegada no Brasil, mas convenhamos, eu sou do Norte e essa cheia não foi nada comparada à do ano passado por aqui. ;)

O Danúbio, ao acender das luzes

O Danúbio, ao acender das luzes em Budapeste

Existem vários tipos de cruzeiros que partem de uma cidade a outra pelo Danúbio. O google mostra muitas empresas que fazem esse tipo de percurso, mas particularmente não conheço nenhuma para indicar. Mas quem tem tempo, procura uma viagem calma e quem está disposto a apreciar a vista, viagens em barcos de Budapeste a Bratislava e até Viena se possível (ou vice-versa) são bem recomendáveis. Para Belgrado o serviço deve ser reduzido, pois a Sérvia ainda exige visto de muitas nacionalidades (incluindo brasileiros).

Do ponto de vista de qualquer capital, ou das grandes cidades cortadas pelo Danúbio, posso dizer que o rio dá uma outra cara, como uma rejuvenescida. Certamente a vista do Duna, Donau, Dunaj, Dunav ou qualquer outra maneira de se dizer “Danúbio” nos países que o cortam, ajudam a incrementar a vista, e embelezar a memória.

Schönbrunn por três vezes

Schönbrunn é sem dúvida o palácio mais bonito de Viena, e diferente do ar conciso de Hofburg ou do estilo palacetiano do Belvedere, Schönbrunn ganhou uma preferência vienense e grande fama internacional devido a suas excentricidades.

“O Palácio de Versailles de Viena” começou como um simples moinho até a sua compra no século XVI por um antigo governante vienês, que construiu sua casa senhorial ali, que foi conhecida como Katterburg. Alguns anos depois, o terreno foi comprado pelo imperador Maximiliano II, que o transformou em um grande jardim repleto de espécies exóticas.

No século seguinte, planos para a construção de um palácio começaram a sair do papel, e o palácio foi dado à futura imperadora Maria Teresa pela falta de interesse do seu pai, o Sacro Imperador Romano-Germânico Carlos IV. Então a própria Maria Teresa passou a modelar o seu palácio de acordo com os seus desejos, estabelecendo muitas das estruturas localizadas hoje no palácio, como muito de seu interior e a Gloriette. Ela também transformou o palácio no centro da vida da corte austríaca.

Com o passar dos anos, o palácio ganhou mais notoriedade dentro e fora da Áustria, e logo foi “promovido” à residência oficial dos Habsburgos durante o verão. Ele também foi palco de reuniões importantes e serviu inclusive como um complexo de apartamentos para inválidos nos anos 1920.

Hoje, o palácio e os jardins são abertos para visitação, e quem ir a Viena não pode deixar de ir até Schönbrunn!

A primeira vez que fui lá foi em 2010, durante o verão. A simplicidade do palácio perante a Versailles me deixou completamente deslumbrada! Não existem portões de ouro como no palácio Francês, o deixando de certo modo carregado. Schönbrunn tem uma enorme pomposidade por si só. O palácio todo é de cor amarela, e com um amplo espaço na frente e atrás dele.

Não tive muito tempo para conhecer o palácio em 2010 pois estava em uma excursão de ônibus, mas apreciei um pouco dos jardins em seu pleno esplendor. Deu um gostinho de quero mais.

Palácio de Schönbrunn em 2010

Palácio de Schönbrunn em 2010

Em 2012 retornei a Viena, dessa vez no inverno, e quis de novo ir pra Schönbrunn. Dessa vez, por estar com um machucado no pé que me impedia de andar muito, preferi ir de táxi ao invés de andar de metrô, mas só de estar ali me deu aquela vontade de conhecer tudo e enfrentei a dor no pé sem arrependimentos.

Estávamos eu e a minha mãe e compramos o Imperial Tour, que era o mais simples e podíamos conhecer a essência do palácio sem comprometer o meu pé, me fazendo poupar da dor. O ticket custou cerca de 12 euros e dava direito a um audioguia, que contava cômodo após cômodo, curiosidades sobre a vida dos Habsburgos no palácio.

O ticket veio com hora pré-determinada e lá é pontualidade britânica mesmo. Se o ticket vem 11:47 (como veio o meu), você só vai entrar às 11:47. Minuto após minuto eles ficam anunciando, e mesmo que só falte um minuto, você não entra. Também não é permitido tirar foto dentro do palácio.

Após me maravilhar com os cômodos com mobílias originais e todas as histórias “behind the scenes” do palácio, decidimos ir até a Gloriette não importasse a dor! Essa Gloriette é uma estrutura que fica acima de um morro, localizada pontualmente atrás do palácio. Reza a lenda de que ali alguns dos encontros mais chiques da Maria Teresa com a realeza aconteciam. Hoje, além de um deck de observação, existe um restaurante fino dentro da Gloriette.

Subir até lá foi um martírio pra mim, morrendo de dor no pé esquerdo, mas a cada momento que eu olhava pra trás e via como a vista de Viena se tornava mais bonita, eu pegava mais um fôlego e procurava engolir a dor. Cheguei bem lá em cima e me senti que nem o Rocky (risos).

Finalmente no topo!

Finalmente no topo!

A vista da Gloriette é incrível e fez o meu dia! De lá dá pra observar os grandes monumentos de Viena, com foco para a Stephansdom, a principal catedral da cidade.

Esse ano voltei a Viena (forçada) novamente. Dessa vez, na primavera, foi de longe a mais divertida de todas. Estava com meus amigos do intercâmbio, passei por altas aventuras (como perder o ônibus de Budapeste pra Viena por 1 minuto), fofocas que rolavam entre todo mundo do hostel, compras diversas e dessa vez não tinha pé machucado pra atrapalhar.

Só tinhamos (para variar) o fim de semana para estar em Viena, e fomos a Schönbrunn no domingo. Estávamos em 6, sendo 3 brasileiros, uma australiana, uma chinesa e uma filipina. Como eu tinha visitado o palácio há menos de 6 meses, eu deixei bem claro que eu não queria comprar aquele ticket para ir até lá dentro, mas que também eu não queria ficar sozinha e seguiria com o fluxo, não importasse o que os outros decidiriam. A minha sorte foi que os dois brasileiros acabaram não querendo visitar o palácio, mais por uma questão de custo-benefício para poderem aproveitar os jardins e tirar fotos. As outras meninas compraram o Gold Pass, que é o passe que mostra todos os aposentos do palácio, a Gloriette e o labirinto.

Nós, os brasileiros, preferimos ir até os labirintos para tirar foto, e foi muito bom. Andamos bastante pelos jardins, apreciamos a vista do palácio e das fontes, alimentamos esquilos pelo caminho e acabamos chegando na Glorette com quase nenhum esforço (risos para a vez anterior). Estava friozinho e a vista, como sempre, linda! Foi ótimo termos ido até lá.

Dessas três vezes que fui a Schönbrunn, de certeza a mais bonita foi no verão, quando o jardim logo atrás do palácio estava mais bonito, mas nada que uma visita nas outras estações não faça a ida até lá ser mais bonita. Porém, o inverno tem um diferencial, já que os tradicionais Christmas Markets de todo o mundo germânico se instalam na entrada de Schönbrunn. Ali se pode comprar comidas típicas, peças para o frio como luvas e cachecóis e pequenos souvenirs.

Além de tudo isso, o zoológico mais antigo do mundo se encontra ali. Alguns animais faziam parte da coleção particular da Maria Teresa e a tradição continua até hoje. Muitos falam que a visita vale a pena, mas ainda não fui lá visitar.

Para chegar até Schönbrunn, é só seguir pela linha do metrô U4 com o mesmo nome do palácio. Ele fica relativamente no centro da cidade, e chegando lá é só seguir as indicações para a entrada.