Morando nos subúrbios de Budapeste

Olá, internet! Hoje eu vim falar de um tema que já havia abordado, mas de uma maneira um pouco diferente. Dessa vez, vou falar como foi a experiência de morar no subúrbio de Budapeste, ao invés de apenas colocar alguns highlights sobre o bairro. Normalmente, os estudantes ficam mais ao centro, ou seja, eu não fiquei num local não muito usual para uma estudante (ou estagiária, ou voluntária, como preferir). Vou explicar tudinho neste post.

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Lojinhas

Por que eu fui para Budapeste mesmo? Como que era a logística e acomodação?

Então, quando eu morei em Budapeste eu fiz uma espécie de estágio voluntário numa escola, chamada Kontyfa. Acho que já falei bastante dessa experiência e inclusive fiz um post detalhando como foi o processo aqui.

Esse estágio já ofereceu acomodação, transporte e comida. Na verdade, foi mais acomodação e comida, pois o transporte foi desnecessário. O motivo? Eu morei na escola, num alojamento que ficava juntinho à escola, mas numa área mais reservada. Esse apartamentinho tinha sala, cozinha, banheiro e um quarto, e o dividi com uma outra intercambista da Austrália. Falei no diminutivo, mas acho que esse apartamento era bem amplo!

A alimentação era fornecida pela própria escola, no refeitório deles. Apenas aparecíamos lá e almoçávamos. As senhoras da cantina também nos davam outras coisinhas como pão, manteiga, leite, iogurte, e nos deixavam levar mais comida num tupperware para que pudéssemos comer depois. A princípio, foi difícil me adaptar com a comida que elas faziam, pois os ingredientes são muito diferentes! Por exemplo, elas cozinhavam muito porco, que é algo que raramente como por aqui. Nunca tinha comido sopas doces na minha vida, e o fiz lá. Outras coisas até hoje eu nem faço ideia o que eram, só sei que comia! Outra coisa legal era que nas sextas feiras, o diretor da escola nos dava uma ajuda em dinheiro para que pudéssemos comer nos fins de semana, já que a escola não abria.

A estrutura da escola era muito boa, e eu adorava ver como os funcionários, professores e alunos eram realmente comprometidos com a instituição e a comunidade! Sempre haviam atividades com os alunos. Chegamos a participar do dia da Terra, assistimos o depoimento de uma senhorinha húngara que sobreviveu ao Holocausto, participamos de um churrasco (que não era carne, na verdade uma sopa), e até fomos fazer um piquenique em Margitsziget com os alunos! Fora isso, de vez em quando instalavam touro mecânico, pula pula, fora que haviam atividades no clube de cinema e até ganhávamos coisas de graça lá, como garrafas de água (hidratação sempre) e doces.

 

E sobre a localização, afinal? Era muito contramão morar no subúrbio?

Pois é, esse foi o motivo do post, e só comecei a falar sobre isso agora, haha. Budapeste é dividida numa série de distritos, e a nossa escola se localizava no distrito XV, no bairro de Ujpalota. O distrito XV é bem afastado do centro da cidade, e pra falar a verdade, a nossa quadra era basicamente a fronteira de Budapeste! Ou seja, ali era bem “longe”, mas não era tão ruim.

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Localização do distrito XV em Budapeste. É bem nos limites da cidade.

Não era tão ruim pelo fato de que eu só pegava um ônibus para ir até o centro, e o caminho era uma linha reta (longa linha, porém que continua reta). Por exemplo, um outro amigo brasileiro morava em Csömör, e ele também só pegava um ônibus para ir até a casa dele, mas a diferença era que tinha muitas curvas até chegar em casa, o que dava a impressão que o caminho era bem maior.

A escola era localizada no centro de uma superquadra. Ao redor dela havia uma espécie de parque onde algumas famílias levavam as crianças, cachorros lindos passeavam com seus donos e pessoas aleatórias faziam suas caminhadas ali. O cenário é lindo para as tardes de primavera (época que fui), mas era meio assustador caminhar lá à noite. E às vezes, sozinha.

No outro post falei sobre alguns comércios nos arredores, e era legal ver como que existiam opções ali perto. Muitos desses lugares vendiam produtos com um preço mais em conta, acho que muito pelo fato de que muitas pessoas dali possuíam uma renda menos. Era legal ver que mesmo com muita gente transitando ali perto, a vizinhança era bem tranquila, sem grandes preocupações. Na verdade, a maior parte de Budapeste é calma, e esse bairro às vezes me fazia sentir numa cidade menor.

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Vista da parada de ônibus perto de casa, nos subúrbios de Budapeste.

Gostei de morar no distrito XV?

Só tenho boas memórias de lá! Longe da agitação do centro, tudo foi bem tranquilo, e como também falei acima, o acesso não era difícil, nem na ida, nem na volta. Mas confesso que hoje eu já procuraria viver no centro, perto da maioria das pessoas. Estou até pensando em fazer um post com a continuação desse raciocínio, mas indo pelo caminho oposto: por que viver no centro e não no subúrbio. Mas isso fica pra outro dia.

 

O que fazer no Városliget, em Budapeste

O Parque da Cidade, ou Városliget em Húngaro, é um dos lugares favoritos dos húngaros e turistas para aproveitar e relaxar um pouco. O parque foi projetado em 1896 para comemorar os mil anos da nação húngara e possui uma área total de mais de 1 km2 com uma série de atrações no seu interior. Nesse post, vou mostrar para vocês o que tem para fazer lá, e se vale a pena visitar.

  1. Banhos termais

Acompanhe também: O principal banho termal de Budapeste

O Széchenyi Fürdő é o maior banho termal da Europa e o mais conhecido de Budapeste. A Hungria possui naturalmente uma série de reservas de águas termais e medicinais, e o costume de utilizar esses banhos como tratamento médico e diversão se difundiram após a ocupação de 700 anos pelos otomanos.

A entrada dos banhos termais lembra um palacete de estilo barroco, mas o que importa são suas piscinas com águas de diferentes temperaturas! Até durante o inverno tem gente que visita o lugar, um dos cartões postais de Budapeste.

Há uns dois anos, fiz um post sobre os banhos termais de Budapeste, e a minha saga não bem sucedida para visitar suas piscinas. Se quiser, acessa lá. :)

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2. Castelo de Vajdahunyad

Esse castelo lindíssimo também foi construído nas celebrações do milênio, que comemorou os 1000 anos da Hungria em 1896. O modelo e a inspiração para a construção foi o castelo de Hunyad na Transilvânia, que até então fazia parte da Hungria. (Interesting fact: muitos húngaros ainda não aceitam o fato da Transilvânia ter sido dada à Romênia como compensação de guerra).

Assim que cheguei em Budapeste, meu amigo me levou de carro até Vajdahunyad, e me falou que lá eles brincavam que esse castelo era uma cópia do da Transilvânia, e que ele era símbolo da falta da criatividade dos húngaros. Bem, foi um húngaro que disse isso, só estou repassando…

Entrada do Castelo de Vajdahunyad

Entrada do Castelo de Vajdahunyad

3. Zoológico de Budapeste

Acompanhe também: Passeio ao Zoológico de Budapeste

Eu não sei se hoje em dia eu faria visitas a algum zoológico onde quer que fosse, mas confesso que adorei a visita quando eu morava lá. Achei a visita interessante e o zoológico, na medida do possível, tentava recriar um habitat semelhante ao original dos animais.

Os animais me fascinaram tanto! É incrível como seres tão diferentes de nós conseguem evoluir e se adaptar à sua realidade. Para crianças, aquele lugar é sensacional! E os ingressos não eram tão caros: se tens interesse em zoológicos, conheça; se não tens interesse (como eu hoje em dia), não se sinta culpado em passar.

Preguiça fazendo pose!

Preguiça fazendo pose

4. Praça dos Herois

A Praça dos Herois (Hősök tere em húngaro) é a praça mais icônica de Budapeste, e seu significado é único. Ela simboliza a liberdade do povo húngaro, especialmente durante as épocas de ocupação nazista e comunista. Por causa de seu peso, a maioria das manifestações políticas acontecem ali.

Falando de aparências, a praça é extremamente bela! Atrás da praça existem algumas colunas, cada uma delas representando figuras importantes da história da Hungria. O lugar é extremamente fotogênico, e vale muito a pena tirar fotos lá.

Praça dos Herois

Praça dos Herois

5. O lago

O parque da cidade possui um lago artificial bem no seu coração. Dependendo da época do ano, uma série de atividades podem ser feitas ao seu redor. Por exemplo, agora nessa época de fim de ano, o lago congela e ele vira um ice rink, por sinal, o maior da Europa Central! Durante o inverno, esse rink de patinação se torna um dos principais pontos turísticos de Budapeste, e as recomendações pela internet são muito boas.

Na época que morei em Budapeste era primavera, então, nada de patinação no gelo. Tem uma parte do lago que possui tipo uma pequena passarela (coisa de 30 cm) que corta o lago de lado a lado. Deu a louca na minha roomate e ela atravessou tudo aquilo a pé, mas a bichinha ficou morrendo de medo no meio do caminho e não tinha como voltar! Eu fiquei com medo de cair na água, então dei a volta no lago inteiro até chegar no outro lado, haha.

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Pedacinho do lago: o lugar onde minha amiga atravessou, haha.

6. Estátua do anônimo

O Parque da cidade possui uma série de estátuas, mas uma que se destaca bastante é a estátua do anônimo. Na realidade, ele foi baseado num monge húngaro do século XII, cujo nome se perdeu na história. Reza a lenda que se você pegar no capuz dele, você terá boa sorte com os estudos.

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7. Museu de belas artes e Kunsthalle

Esses dois museus se encontram um em cada lado da Praça dos Herois, e são dois dos lugares mais interessantes para os entusiastas da arte na capital húngara. As coleções são fantásticas (inclui egípcia, antiga, moderna…) e merecem a visita dos turistas interessados por arte mundial.

O museu de belas artes é mais eclético enquanto o Kunsthalle foca mais em arte contemporânea. Ambos os museus foram abertos no início do século XX, e são ótimos lugares para uma visita despreocupada.

Museu

Museu

 

 

Por fim, a Citadella

A Citadella é provavelmente o lugar onde dá para se ver a maior parte de Budapeste. Particularmente acho que a vista mais bonita da cidade fica no Bastião dos Pescadores, mas a Citadella é igualmente impressionante e é ponto indispensável para conhecer em Budapeste.

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Budapeste vista da Citadella

Tanto o Bastião dos Pescadores quanto a Citadella possuem significados especiais para mim, e são símbolos dessa epopeia húngara que vivi. O Bastião foi um dos lugares que conheci no meu primeiro dia em Budapeste; já a Citadella foi o último lugar que conheci na capital húngara.

Logo nos primeiros posts do blog, escrevi um relato curto sobre esse dia. Aquele dia foi tão fantástico e maravilhoso que eu não queria que terminasse nunca! Só ficam as boas memórias e o agradecimento.

Acompanhe também: O dia em que o tempo parou

Origens

A Citadella é uma antiga fortificação húngara localizada no topo da colina Gellért (Gellért Hill) construída em 1848, no ápice da revolução húngara.O nome Citadella já dá a entender que o local tem características de uma fortaleza.

Ela fica no lado de Buda (Buda é montanhosa, enquanto Peste é uma planície), e o fato dela estar no topo de um morro, indica que sua localização foi completamente estratégica em termos militares durante as revoltas contra os Habsburgos e a ocupação soviética.

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Em memória de todos aqueles que sacrificaram suas vidas pela liberdade e independência da Hungria

O que fazer na Citadella?

Hoje em dia o local não tem mais a maioria das características militares que outrora possuiu. Algumas muralhas foram derrubadas, mas a maior parte da estrutura original permanece.

Um mirante foi construído na ponta da Citadella, e é possível passar bastante tempo só admirando o Danúbio, a cidade e tentando descobrir suas ruas principais. Próximo ao mirante também se encontra a Estátua da Liberdade: construída para homenagear os húngaros mortos durante os períodos de opressão.

Na Citadella também se encontra o museu do Exército: uma série de bunkers decorados de uma maneira que te fazem voltar no tempo, durante a época das guerras.

Além do mirante e do museu, ainda é possível explorar a colina Gellért a pé, já que existem uma série de trilhas que a rodeiam do sopé até o topo. Mas obviamente, é necessário disposição, já que ali é uma subida.

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Despedida de Budapeste

Como citei no início do texto, esse foi o último lugar que conheci em Budapeste. Era um sábado e o meu voo para o Brasil seria na segunda de manhã. Naquele dia, o Zsolt me ligou e perguntou se eu queria dar uma volta com ele em algum lugar, mas não podia demorar já que ele possuía um compromisso à tarde.

Nessa altura eu já havia entregado as chaves do meu apartamento e estava hospedada num hotel mais ao centro da cidade. Depois de um certo horário, o Zsolt apareceu e perguntou se eu já havia conhecido a Citadella. Eu disse que não e ele me levou lá.

Nós conversamos muito durante o trajeto, e até hoje agradeço pela pessoa incrível e super prestativa que o Zsolt acabou se tornando durante toda essa viagem. Caminhamos pela maior parte do trajeto, tiramos muitas fotos e voltamos pro hotel.

Eu estava tão pra baixo naquele dia, já que a melancolia estava batendo: a maioria dos meus amigos próximos já havia ido embora. Na noite anterior tinha acontecido minha festa de despedida, com muitos rostos novos que iriam continuar a experiência que iniciei. Na sexta à noite me despedi da maioria deles, já que eu não os veria mais.

Receber a ligação do Zsolt me alegrou muito! Foi ótimo conhecer um lugar novo, e ainda em ótima companhia. Ainda nos veríamos, já que ele insistiu em me levar pro aeroporto na segunda feira.

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Mirante

Vale a pena conhecer a Citadella?

Então, voltando ao intuito mais informativo do post, acho que vale a pena conhecer a Citadella quando já se conheceu a maior parte das atrações de Budapeste. Como a Citadella fica bem longe do centro, ir até lá exige um pouco de tempo livre, pois acredito que a intenção da maioria das pessoas que visitam lá não é de chegar, bater umas fotos e ir embora: conhecer o bunker, comer em algum restaurante típico e andar pelas trilhas pode ser uma opção interessante para quem tem tempo e disposição.

A distância também foi um dos motivos pelo qual eu levei tanto tempo para conhecer o local! O único transporte público que chega até lá é ônibus, e como não conhecia Buda tão bem, sempre deixava para depois. Tive sorte pois o Zsolt me levou de carro até lá!

Mas enfim, o local é lindo, mas eu passaria a visita caso não tivesse muito tempo livre.

 

A basílica e a mão incorruptível

Na maior parte das cidades da Europa, as igrejas e catedrais são pontos turísticos notáveis, cuja história muitas vezes se mistura com a do local em questão.  Em Budapeste, isso não é diferente. Uma das principais atrações turísticas da cidade é a Basílica de Santo Estevão, tema do post de hoje.

Basílica de Santo Estêvão

Basílica de Santo Estêvão

O que é?

Seu nome em húngaro é Szent István-bazilika, e esta é uma basílica católica romana localizada no centro de Budapeste. Ela é a principal igreja do país e o prédio mais alto da capital da Hungria, dividindo o posto com o Parlamento Húngaro.

Em frente à Basílica

Em frente à Basílica

O local é considerado um ponto de referência para a fé católica no país, e seu prédio faz jus a toda a atenção recebida. A basílica ainda possui uma pequena coleção de joias e artigos, inclusive uma suposta parte do corpo do Santo Estêvão.

Esta basílica foi construída em homenagem à Santo Estêvão (István, em húngaro), primeiro rei da Hungria e fundador do país.

Quem foi Santo Estêvão?

Como disse um pouco acima, Szent István foi o primeiro rei da Hungria, e por causa disso, é também considerado o fundador da nação húngara. Não se sabe ao certo o ano de seu nascimento, mas estima-se que ele viveu entre os anos de 975 a 1038.

Sua canonização aconteceu poucos anos depois, em 1083, pelo Papa Gregório VII. Desde então, a figura de Santo Estêvão é associada com o orgulho e poder húngaro, caminhos traçados igualmente por seus objetos.

Um dos símbolos húngaros mais conhecidos é a coroa utilizada por Santo Estêvão, com a cruz torta. Essa coroa é retratada em diversos monumentos por todo o país, inclusive estando presente no brasão oficial (coat of arms) da Hungria.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/34/Coat_of_arms_of_Hungary.svg/2000px-Coat_of_arms_of_Hungary.svg.png

Uma réplica da coroa se encontra na Basílica, onde ficam alguns tesouros. Porém a original se encontra no Parlamento húngaro, inclusive à vista de visitantes que fazem o tour dentro do local.

Santa coroa húngara (câmera meh e sem flash dá nisso, né?)

Santa coroa húngara
(câmera meh e sem flash dá nisso, né?)

Dentro da Basílica

A visita dentro da basílica é gratuita, e seu interior é muito bonito. Eu diria que a Basílica de Santo Estêvão de Budapeste é muito mais bonita que a sua catedral de mesmo nome de Viena. Os tamanhos nem se comparam, muito menos os adornos do local!

P.S.1: Não pode tirar fotos com flash no interior da Basílica.
P.S.2: Minha câmera não era tão boa na época, muitas fotos saíram tremidas.

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A mão incorruptível

Santo Estêvão possui uma imagem considerada ilibada, e para a posteridade, sua figura é lembrada como se fosse incorruptível. Para tanto, sua mão foi mumificada e conservada, estando às vistas do público que visita a Basílica. Provavelmente a mão é o ponto alto do passeio, e não deixe de vê-la!

 

Urna onde se localiza a mão

Urna onde se localiza a mão

História da mão

História da mão

Como chegar até lá?

A Basílica se localiza bem no coração de Budapeste e existem várias maneiras de chegar até lá. A estação de metrô mais próxima é a Déak Ferenc Ter, a principal da cidade, e que é interseção para as linhas M1, M2 e M3 (amarelo, vermelho e verde). Também dá para chegar de tram, em estação com o mesmo nome.

Praça em frente

Praça em frente

Quanto é o tempo de visita?

Eu diria que entre 1h e 1h30 é o suficiente para fazer uma boa visita na Basílica e nos seus tesouros. Por estar numa localização central, dá para emendar a visita na Basílica com outros passeios, como o Parlamento Húngaro e diria que até a Ópera de Budapeste.

Essa é uma região na cidade muito gostosa de caminhar, cheia de prédios antigos, avenidas largas, lojas e restaurantes. Com a abundância de transportes públicos, não é difícil nem o acesso, nem a oportunidade de visitar outras coisas depois.

Tour no Parlamento húngaro

Talvez um dos prédios que mais se destaquem no skyline (ou melhor, riverview) de Budapeste seja a sede do Parlamento Húngaro. Esse prédio enorme e imponente é um ponto turístico incrível da capital húngara, e todos aqueles que tenham interesse em história e cultura local, a visita guiada pelo interior é super recomendável (e nem leva muito tempo!).

Apaixonada por essa vista! (Parlamento ao fundo)

Apaixonada por essa vista! (Parlamento ao fundo)

Primeiramente, aí vão alguns dados! O prédio foi finalizado em 1904, após a necessidade da implementação de um parlamento devido ao novo status da Hungria. Para a construção, foram utilizados mais de 40 milhões de tijolos, 40 quilos de ouro e materiais essencialmente húngaros, além do mais, o prédio possui várias obras de arte, e 242 esculturas em suas paredes.

Todos esses números refletem uma pomposidade óbvia do edifício, que é um dos principais focos do acender das luzes da noite na beira do Danúbio. E como grande ponto turístico, visitas guiadas acontecem todos os dias!

Escadarias do Parlamento

Escadarias do Parlamento

Sobre ingressos: Eu e a minha roomate nos interessamos pela visita guiada em inglês das 15 horas. Porém nos atrasamos, e por uma questão de 5 minutos não conseguimos comprar os ingressos para esse horário (mesmo ainda sendo antes das 15 horas). A “sorte” é que existe um tour em espanhol às 16h, e me comprometi a traduzir tudinho pra ela! O ingresso custou 3500 HUF (cerca de 30 reais), e atualmente o ticket booth se encontra momentaneamente no museu de Etnografia, localizado logo atrás do Parlamento.

Aposentos apresentados: O tour passa pelas escadarias, a Cúpula Municipal, a sala de recepção do Presidente e uma das câmaras utilizadas no passado. Foco debaixo da Cúpula, onde guardas protegem a coroa do Rei Estevão I (sim, o da cruz torta).

Informações curiosas: O tour oferece um conhecimento sobre a Hungria e sua história, como número de parlamentares, territórios perdidos pela Hungria, a coroa do Rei Estevão, o cinzeiro dos parlamentares, e a curiosa história do arquiteto projetista do edifício, que ficou cego antes que tudo estivesse concluído.

Câmara utilizada antigamente

Câmara utilizada antigamente

Pode tirar fotos? Sim, porém sem flash. Um ou outro cômodo é possível tirar com flash, mas isso o guia indicará.

Quais os idiomas disponíveis para apresentação: Foco para as visitas em inglês e espanhol. Porém existem guias em Húngaro, Francês, Hebraico, Alemão, Russo e Italiano.

Opinião geral sobre o tour: Pelo valor alto (o mais alto dentre todos os lugares visitados em Budapeste), eu esperava um pouco mais. A visita dura até uns 35 minutos e muitos cômodos não são contemplados. Entendo que existe uma razão de segurança, por esse prédio ser bem visado, mas em termos de informação recebida, ele é bem completo. A guia dava um tempo para tirar fotos (e claro, me transformar em tradutora instantânea).

"Porta cigarros"

“Porta cigarros”

Como chegar? A maneira mais fácil é descer na estação Kossuth Lajos Tér, na linha M2 (vermelha).

 

Que cada ano seja melhor que o anterior!

O que eu posso falar de 2013? Desafiante? Muitas responsabilidades? Experiências novas?

2013 foi o ano em que eu aumentei minha “rede global de amigos”. Conheci pessoas de lugares que jamais pensei sequer que teria algum tipo de contato, e descobri tantas coisas incríveis sobre esses lugares que comecei a perceber que eu preciso sair da concha. Descobrir, sentir, pesquisar e viver!

Como não amar esse dia e essas pessoas?

Como não amar esse dia e essas pessoas?

 

Ainda não saí 100% da minha zona de conforto, porém tenho consciência de que a cada ano que passa, fico mais sábia em relação a várias coisas. Aprender com o próximo é uma virtude que se adquire com as diferenças e com o choque do que parece ser ordinário para muitos.

Esse ano me encantei com a Hungria! Vi tantos lugares lindos, pessoas felizes e uma organização interessante. Num país bem pequeno do centro da Europa nem parece que é possível abrigar tanto conhecimento em ciência e tecnologia. Assim como nem parece real a variedade de coisas para se fazer ali.

Apaixonada por essa vista!

Apaixonada por essa vista!

Mesmo não tendo viajado pra Singapura, descobri tanta coisa sobre essa cidade-estado por meio da minha roomate, que o meu maior desejo no momento é comprar uma passagem para lá e me hospedar no Marina Bay Sands, só para poder entrar na piscina de lá (risos). Meu chaveirinho de Singapura tá lá pendurado junto com a chave do meu carro, só para me lembrar dessa vontade todos os dias!

Esse ano descobri uma vontade enorme de conhecer a Ásia (falta dinheiro e tempo, poxa) e sei que vou conhecê-la de alguma maneira! Tenho certeza de que a Ásia é um continente fantástico e que eu já adquiri toda a resiliência que faltava para pelo menos conhecê-la e admirá-la!

2013 foi o ano em que eu mais saí da zona de conforto. Ter que andar bastante para poder chegar numa parada de ônibus, madrugar se for preciso para fazer alguma coisa, dormir de qualquer jeito no trem e na estação pra esperar o tempo passar, e também ter de fazer coisas de casa quando ninguém mais pode fazer isso por você.

Também aprendi muitas coisas. Amigos são fáceis de fazer quando se existe abertura. Se você procurar conhecer a quadra da sua casa, você pode descobrir coisas incríveis. O mundo não sabe realmente o que é a Amazônia. Não precisa ter medo, por que o não você já tem. Também aprendi a me cuidar melhor, ou a sua saúde chama a atenção (risos para a minha volta ao Brasil).

Enquanto isso no Zoológico em Budapeste...

Enquanto isso no Zoológico em Budapeste…

Provei sabores de todo tipo de comida! Pela primeira vez eu comi vegemite na vida (e odiei, eca), e na troca de comidas exóticas, dei um coração de frango para a minha roomate provar e ela também não gostou. Comi vários Gyros e pela minha tristeza, não sei como prepará-los aqui. Também bateu uma saudade do Lángos, mas esse já consegui cozinhar por aqui.

Comprei uma barra de chocolate gigante por 300 HUF. Gastei 100 euros que haviam sobrado só com roupa (e muita, muita muuuuuuuuuuuuuita roupa), e saí da Hungria com a minha mala beirando os 32 kg permitidos da companhia aérea mais 3 bolsas de mão. Comprei um casaco de frio MUITO BOM na Alemanha por 12 euros. Comprei mais souvenirs do que nunca, e deixei eles todos guardados num armário especial para eles. Descobri até que um “amigo” pegou um desses souvenirs de mim e o deu para outra pessoa.

Também me certifiquei em 2013 que o meu futuro não está aqui, e que eu preciso de muita sabedoria para ir atrás dos meus sonhos! Estudar mais, ser mais focada, otimizar o meu tempo. Tomara que essas coisas que estou planejando para 2014 (segredo!!!) se tornem realidade.

O azul do Danúbio

Ah, o Danúbio! Esse rio majestoso coroa a Europa Central com sua beleza e dá um toque especial para as diversas cidades no seu caminho. Ele possui mais ou menos 2800 km de extensão e corta 10 países na Europa: começando na pitoresca Floresta Negra na Alemanha, ainda passa pela Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Ucrânia, Bulgária, Moldávia e deságua na Romênia para o Mar Negro.

Desses 10 países, ele passa pelas capitais de 4 deles: Viena (Áustria), Bratislava (Eslováquia), Budapeste (Hungria) e Belgrado (Sérvia), e posso dizer que em 3 dessas cidades que já passei (todas menos Belgrado), o Danúbio é a cereja do bolo para a beleza dessas cidades!

Vista do Danúbio em Bratislava

Vista do Danúbio em Bratislava

O rio Danúbio também é uma rota comercial muito importante, servindo de integração entre esses 10 países através de transporte de passageiros, navios com carga e no escoamento da produção para o comércio internacional através do Mar Negro (existe uma conexão do Mar Negro com o Mediterrâneo através do Estreito de Bósforo, em Istambul).

Quando se fala no Danúbio, logo pensamos no Danúbio Azul. Como contei aqui no post sobre as curiosidades da Hungria, essa valsa foi escrita logo após uma viagem pelo Danúbio feita por Strauss na altura de Budapeste, onde afirmou que “o azul do Danúbio se encontrava com o azul do céu”.

Mas o Danúbio não é todo tempo azul. Durante o inverno, devido à neve, chuvas e outras tormentas no rio, a cor chega a ficar barrenta, mas nada que tira a sua beleza! Nesse momento me lembrei das aulas de Geografia do terceiro ano que apresentava as três colorações dos rios da Amazônia: águas escuras, águas barrentas e águas verdes, risos.

Vista do Danúbio da orla do meu hotel em Viena

Vista do Danúbio da orla do meu hotel em Viena

Quando eu estava em Budapeste, uma das coisas que mais me dava prazer em fazer era ficar sentada ali na margem do Danúbio, seja próximo ao Parlamento, seja em Margitsziget. Combinando o “Duna” com o famoso céu azul e a alegria das pessoas dava uma sensação incrível de tranquilidade.

Em Viena, tive uma vista em tanto! Acabei ficando no Hilton Vienna Danube, que é o único hotel em Viena que fica às margens do “Donau”. Meu quarto era logo no primeiro andar e eu tinha uma vista excelente. Parecia que o rio entraria no meu quarto a qualquer momento. Falando um pouquinho mais do hotel, eu o achei excelente! Atendimento muito bom, quartos amplos e bons serviços de bar e restaurante.

Por falar em enchentes, esse ano Budapeste sofreu a maior cheia da história! Foi de se inundar as margens até chegar basicamente aos pés do Parlamento Húngaro! Foi muito curioso ver toda essa repercussão lá, já que essa cheia aconteceu logo após a minha chegada no Brasil, mas convenhamos, eu sou do Norte e essa cheia não foi nada comparada à do ano passado por aqui. ;)

O Danúbio, ao acender das luzes

O Danúbio, ao acender das luzes em Budapeste

Existem vários tipos de cruzeiros que partem de uma cidade a outra pelo Danúbio. O google mostra muitas empresas que fazem esse tipo de percurso, mas particularmente não conheço nenhuma para indicar. Mas quem tem tempo, procura uma viagem calma e quem está disposto a apreciar a vista, viagens em barcos de Budapeste a Bratislava e até Viena se possível (ou vice-versa) são bem recomendáveis. Para Belgrado o serviço deve ser reduzido, pois a Sérvia ainda exige visto de muitas nacionalidades (incluindo brasileiros).

Do ponto de vista de qualquer capital, ou das grandes cidades cortadas pelo Danúbio, posso dizer que o rio dá uma outra cara, como uma rejuvenescida. Certamente a vista do Duna, Donau, Dunaj, Dunav ou qualquer outra maneira de se dizer “Danúbio” nos países que o cortam, ajudam a incrementar a vista, e embelezar a memória.

Norte, sul, leste e oeste

Andar de trem pela Hungria e arredores é fácil e prático, independentemente de barreiras do idioma e de outros fatores. Para tanto, o viajante deve ter perspicácia e ser esperto em qualquer situação.

Existem 4 estações de trem em Budapeste, cada uma representando uma direção: norte, sul, leste e oeste. As duas mais famosas e movimentadas são Keleti (que significa leste) e Nyugati (que significa oeste). A estação Déli (que significa sul) também tem seu movimento, e a estação Kelenfold (que não significa norte, mas se situa ao norte de Buda) eventualmente recebe algum trem advindo de lugares mais distantes.

Começando pela Keleti Pályaudvar (pályaudvar significa estação de trem), que era a mais frequentada por mim. Ela foi inaugurada em 1884 e na época era considerada uma das estações de trem mais modernas da Europa. A fachada é bem bonita e atualmente está em reforma devido às construções da linha 4 do metrô.

Falando em metrô, Keleti pu. tem uma conexão com a linha M2 e terá com a M4 no momento de sua abertura, além de possuir diversas paradas de ônibus, e receber a maior parte dos trens internacionais. Essa grande conexão levou a estabelecer Keleti como conexão direta ao aeroporto Liszt Ferenc (Ferihegy) em um projeto já em estudos.

Lembrando que eu já falei do metrô de Budapeste aqui.

Fachada de Keleti

Outra estação igualmente famosa é a Nyugati Pályaudvar, que foi construída pela Eiffel Company (sim, do mesmo sangue da Tour Eiffel). Ela também recebe muitas conexões internacionais e a estação fica num ponto bem estratégico da cidade numa interseção entre a Grand Boulevard e a Váci Avenue.

Nyugati é bem acessível por metrô (linha M3), tram e ônibus, além de muitos táxis confiáveis sondarem a região. Um dos melhores shoppings de Budapeste, o West End, fica ali pertinho, cheio de lojas muito boas de diversas marcas e preços.

Fachada da Nyugati Palyaudvar

Fachada da Nyugati Palyaudvar

Uma estação também conhecida é Déli Pályaudvar. Ela foi aberta em 1861 servindo de conexão para Rijeka, na Croácia (na época, parte do Império Austro-Húngaro), mas foi seriamente danificada durante a Segunda Guerra Mundial. Sua fachada foi refeita em 1975 e tem uma arquitetura essencialmente comunista. Déli também tem uma conexão com o metrô, sendo uma das paradas finais da linha M2.

A estação menos movimentada e conhecida de Budapeste é Kelenfold Pályaudvar, com serviços principalmente em cidades do interior da Hungria. Ela ainda não possui conexão com o metrô mas será uma das paradas finais da linha M4, prevista para inauguração em 2015.

Em qual estação irei chegar em Budapeste? Isso é bom de se informar no momento que se compra a passagem, seja online ou na estação de procedência. Geralmente eles informam nos tickets como “Budapest – Keleti”, “Budapest – Nyugati”, e assim sucessivamente.

Essas estações tem boa estrutura? Sim, todas contém uma infraestrutura adequada com casas de câmbio, restaurantes (leia-se: lanches), banheiros, informação ao turista e às vezes lembrancinhas e vendedores ambulantes.

Como me locomover por Budapeste após chegar nas estações? Em Keleti, Nyugati e Déli existem conexões com o metrô (como indicado acima), e se pode comprar tickets de 72 horas dentro das estações. As máquinas tem indicações em inglês. O metrô é fácil e simples de se usar e a partir dele se dá pra chegar nos principais lugares de Budapeste. Fora isso, sempre existem táxis do lado de fora das estações.

Como faço pra comprar passagens dentro da estação? Existem dois tipos de bilheterias: a de destinos locais e a de destinos internacionais. É só se dirigir a uma delas (dependendo do destino) e pegar uma ficha. Logo o atendimento será feito e normalmente os atendentes (muitas vezes mal educados) falam inglês. Não é bom esquecer de comprar a reserva do assento também!

Onde se informar dos horários de saída dos trens? Sempre é bom ficar de olho nos painéis eletrônicos e nas suas respectivas plataformas. Também é bom observar qual companhia férrea você comprou a passagem, pois eles verificam sempre os bilhetes no trem.

O quê que a Hungria tem?

Fazer intercâmbio em uma das cidades mais lindas do mundo de certeza não tem preço. Mas fazer intercâmbio em uma nação cheia de história, tradição, grandes inventores e paisagens já adiciona um tempero a mais, especialmente quando muitos de seus feitos são quase desconhecidos do grande público. Conhecer o nome de pelo menos um inventor dos Estados Unidos, um ponto turístico marcante da França ou tradições da Inglaterra é fácil, e por que não saber um pouco mais do desconhecido?

– Sabe o cubo mágico? Aquele mesmo em que você quebra a cabeça para deixar todos os lados da mesma cor foi invenção de um húngaro chamado Erno Rubik. Esse cubo também é chamado de “cubo de Rubik” em homenagem ao seu criador.

Cubo de Rubik

Cubo de Rubik

– Como já falei no post sobre andar de metrô, o Metrô de Budapeste é o segundo mais antigo do mundo. As construções começaram em 1896 para celebrar os mil anos da nação húngara.

– Existem cerca de 15 milhões de húngaros no mundo… e 10 milhões deles vivem fora da Hungria.

– Várias raças de cachorro bem originais vêm da Hungria. Dentre eles, o Vizsla, o Kuvasz, o Pumi, e o meu favorito, o Puli.

Puli, o cachorrinho que lembra um esfregão

Puli, o cachorrinho que lembra um esfregão

– Até 1873 a cidade de Budapeste em si não existia. Antes, existiam 3 cidades independentes chamadas Buda, Óbuda (que vivia em simbiose com Buda) e Peste. Essa união foi dada após o pacto austríaco-húngaro, que pretendia transformar Budapeste em uma vice-capital do reino.

– Outra invenção húngara bem conhecida são os fósforos como conhecemos hoje.

Maquete do Parlamento Húngaro feita de fósforos

Maquete do Parlamento Húngaro feita de fósforos

– A Hungria, junto com a República Checa, Polônia, Suécia e alguns outros países fazem parte da União Europeia, mas não fazem parte da Zona do Euro. A moeda vigente é o Forint (HUF) e 1000 forints é cerca de R$8,50 e junto com o custo de vida barato, na Hungria é bem possível de comprar camisetinhas de 1200 HUF, ou comer um Gyros grande por 500 HUF.

– A Hungria é um país com grande tradição em esportes, e atualmente eles são bem fortes em natação e em pólo aquático. Eles tiveram grande êxito no futebol na década de 1950, época do legendário jogador Ferenc Puskás, da goleada contra a Inglaterra e da chegada à final da Copa do Mundo de 1954. Na tabela geral de medalhas de todas as olimpíadas que já aconteceram até hoje, a Hungria ocupa o décimo primeiro lugar. Para curiosidade, o Brasil se encontra na trigésima oitava posição, e 373 medalhas atrás.

– A Vitamina C foi descoberta pelo húngaro Albert Szent Gyorgi. Momento de se lembrar da Hungria é quando você estiver gripado.

– Os húngaros em média consomem 16,27 litros de álcool por ano. Isso é mais do que a média russa.

– A maior sinagoga da Europa se encontra em Budapeste, mesmo que a população judia da cidade seja um décimo do total. Isso se deve ao fato de que a maior parte da população judia húngara morreu durante a Segunda Guerra Mundial.

– Geralmente os húngaros escrevem o sobrenome antes do nome. Por exemplo, vejamos algumas estações de metrô de Budapeste nomeadas em homenagem a algumas pessoas famosas do país. Puskás Ferenc (jogador de futebol), Déak Ferenc (jurista e sábio homem húngaro), Blaha Lujza (atriz e cantora do início do século XX), Kossuth Lájos (político).

– Até hoje, 10 húngaros ganharam o prêmio Nobel, sendo 3 em física, 3 em química, 3 em medicina e 1 em economia.

– A bebida mais famosa da Hungria é a Palinka, mas o vinho Tokaj é igualmente famoso. Reza a lenda de que o vinho Tokaj era o vinho favorito do rei francês Louis XIV.

– Assim como a Palinka é a bebida nacional húngara, o Gulyás (Goulash) é a comida nacional e a Páprika (pimenta) é o tempero nacional húngaro. As feiras vendem todo tipo de páprika, desde pozinhos, pastas e souvenirs decorados de pimentinhas.

– A cultura folk tem na Hungria um de seus berços. Tapeçarias folk, roupas folk, bonecas folk e tudo que você imaginar se dá pra comprar em qualquer feirinha na Hungria. Por exemplo, a Pandora, marca de joias, criou um berloque especial folk para homenagear a Hungria. Vocês acertaram se disseram que eu tenho um.

– A Nyugati Pályaudvar, uma das estações de trem de Budapeste foi projetada por Alexandre Eiffel, o mesmo da Tour Eiffel em Paris.

Fachada da Nyugati Palyaudvar

Fachada da Nyugati Palyaudvar

– O idioma húngaro é bem difícil e não tem nada a ver com a maioria dos idiomas. Pesquisadores em linguística associaram o húngaro e o finlandês como “primos”. Pra ter uma noção, são 14 vogais e 25 consoantes.

– A famosa valsa de Strauss “Danúbio Azul” foi idealizada após uma visita a Budapeste, onde o azul do Danúbio encontrava o azul do céu. Pra quem não sabe, a Blue Danube é a tradicional “valsa de 15 anos”.

O Danúbio, ao acender das luzes

O Danúbio, ao acender das luzes

 

– Falando em música, a canção mais depressiva da história, “Gloomy Sunday”, foi primeiramente gravada em húngaro por Pál Kálmar e famosa em inglês após uma versão de Billie Holiday. Ela é conhecida como “a música suicida húngara”. Essa fama veio após diversos relatos de suicídio na Hungria e Estados Unidos após escutá-la.

– A Hungria é um berço natural de águas termais. Como falei no meu último post, os banhos termais são imensamente populares pelo país.

– Além das águas termais, os principais rios da Hungria são o Danúbio (Duna, em húngaro) e o Tisza. O país não tem saída para o mar, mas os húngaros usam o lago Balaton como balneário turístico.

Acho que falei demais, não? Além desses fatos, a Hungria tem muitas mais coisas a serem descobertas! Todos os que foram com certeza a recomendam!

O principal banho termal de Budapeste

Infelizmente só passei 6 semanas nesse meu último intercâmbio. Conheci pessoas de muitos países, visitei lugares lindos e experimentei todo tipo de comida (boa ou ruim). No geral aproveitei a experiência húngara ao máximo, e sem causar polêmica, vivi mais sensações do que na Rússia.

Porém, existem aqueles momentos em que você se pergunta: “Por que eu não fiz isso?” Na volta da Rússia, eu não conseguia acreditar que eu não havia viajado ao redor do Volga. Existem várias cidades lindas ali ao redor, que mesmo no inverno são aqueles lugares que algum dia você tem que ir! Volgogrado, Kazan, Samara, nem mesmo São Petersburgo, já que estive tão pertinho e tive tempo… deixa pra lá. Ainda volto na Rússia.

Na minha segunda experiência tentei compensar mais a falta de viagens na Rússia, e até que conheci muita coisa. Conheci Praga, Bratislava, cidades na própria Hungria e fui a Viena de novo (bota de novo nisso!). Justamente pela falta de tempo, e pelo fato de que eu só poderia viajar aos fins de semana, não pude conhecer alguns lugares como a Croácia, a Polônia e a Transilvânia. Cheguei perto de ir pra esses lugares, mas a logística de trens e ônibus, dinheiro e disponibilidade de tempo me limitou. Sem problemas, existe uma próxima vez.

Em Budapeste conheci vários pontos turísticos, e procurei não deixar passar nenhum em branco!

  • Castelo de Buda: check
  • Praça dos Heróis: check
  • Chain Bridge: check
  • Parlamento Húngaro: check
  • Ópera de Budapeste: check
  • Museu Nacional Húngaro: check
  • Margaret Island: check
  • Fisherman’s Bastion: check
  • Citadella: check
  • Zoológico de Budapeste: check
  • Palácio Vajahunyad: check
  • Casa do Terror: check
  • Parque da Cidade: check
  • Saint Stephen’s Basilica: check
  • Palácio Real: check

Tá que conheci mais coisas além dessas que citei, mas basicamente fui em todas as atrações turísticas que algum guia específico sobre BP mostraria. Só não fui em um. E meio que me martirizo por isso.

Um dos principais marcos da Hungria em geral é a grande influência turca gerada após séculos de ocupação. E com isso, nada mais natural do que “absorver” alguns costumes, certo? Combinando com o fato de Budapeste se encontrar sobre grandes depósitos de águas termais, os banhos públicos se tornaram bem populares, fazendo parte da cultura da cidade até os dias de hoje.

Esses banhos são em ambientes abertos e fechados, e o mais conhecido deles é o Szechenyi Fürdo, retratado em diversos cartões postais. Lá nesse banho, piscinas de água quente e fria ficam lado a lado, atendendo a todos os gostos. Também tem aqueles velhinhos jogando xadrez dentro d’água sem preocupações.

Piscina no Szechenyi Fürdo

Piscina no Szechenyi Fürdo

Resumindo: não fui nos banhos, mas não fui omissa em relação a eles!

Antes de viajar pra lá, eu não fazia ideia de que existiam esses banhos e nem pensei em colocar um biquini na mala. Após saber da existência desses banhos, e como eles eram essenciais para as pessoas que realmente querem conhecer Budapeste, resolvi comprar algo por lá mesmo. Logo na primeira semana comprei um maiô, o menos pior à venda que achei. Realmente compreendi que as Brasileiras são as que entendem de biquini, já que todos à venda eram um mais bizarro que o outro.

Acabei viajando e procurando conhecer vários lugares e acabei marcando de ir nos banhos na penúltima sexta-feira que estaria por lá. Eu iria junto com mais dois amigos brasileiros, a Fernanda e o Diego. Acontece que naquela noite, iria ter uma festa de despedida na minha casa e eu passei a tarde fazendo compras e arrumando o apartamento com a Rekha. Quando eu fui ver a hora, não ia dar tempo de aproveitar os banhos antes das pessoas começarem a chegar na minha casa.

Acabei marcando posteriormente com o Giácomo, um amigo italiano que também queria muito ir. Eu fiquei tão atarefada durante a semana seguinte que combinei com ele na terça de manhã, mas por algum motivo não pudemos ir. Fiz passeios na quarta e quinta, e a sexta, sábado e domingo foram dias que eu estava mais preocupada em fazer a minha mudança da escola e de me despedir dos meus amigos e meio que desencanei de ir para os banhos.

Se eu tivesse me esforçado em termos de organizar meu tempo, talvez eu tivesse ido para lá, mas não foi uma prioridade. Só chegando aqui eu percebi a falta que fez de eu não ter ido para nenhum banho turco/húngaro. Como falei antes, existem outras oportunidades, e eu acredito do fundo do meu coração que eu voltarei em Budapeste em breve.

Quando eu estava na Rússia, planejei uma ida à Praga antes de pegar meu voo de volta em Paris. Acabou que um rolo aconteceu, e me martirizei por não ter ido lá. No ano seguinte conheci a cidade inteira só à pé. Enquanto eu não volto pra Budapeste, me contento com o cartão-postal do Szechenyi Fürdo que comprei na Vacy utca.