Como eu fui de São João del Rei a Tiradentes

Olá, internet! Hoje eu vou relatar como fiz o trajeto entre São João del Rei e Tiradentes, que são duas cidades históricas mineiras que você tem que conhecer! Já falei nesse post aqui que eu sempre quis conhecer Minas Gerais, já que sempre tive essa paixão por cidades antigas.

Infelizmente só pude passar oito dias em terrinhas mineiras, então tive que montar meu roteiro com muito cuidado, e escolhi a dedo os locais que queria conhecer, assim como o tempo que iria passar em cada local. Por isso, vou explicar direitinho nesse post como foi a experiência do trajeto entre essas duas cidades.

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@Tiradentes

Juntando as duas viagens numa só

São João del Rei e Tiradentes são muito próximas, então faz todo o sentido deixar essas duas cidades juntas num só trecho da viagem. O mapa diz que a distância aproximada entre elas é cerca de 25 minutos, então já podemos ver que um bate-volta é super possível.

Como falei neste post aqui, nós preferimos fazer essa viagem toda de ônibus, então não nos preocupamos com aluguel de carro nem nada. O que pretendíamos era deixar algumas cidades como “hubs”, de onde partiríamos para outras. No caso dessas duas cidades, escolhemos São João como nosso ponto de partida, justamente pela cidade ser maior, e ter acessos mais fáceis.

Sobre a Maria Fumaça

Nós vimos vários relatos da Maria Fumaça entre São João e Tiradentes, e claro que nos interessamos! Seria uma viagem excelente de ser feita, mas infelizmente não deu.

A questão é que como tínhamos pouco tempo de férias, os dias não batiam. O nosso roteiro definiu um determinado dia para que visitássemos Tiradentes, e nesse dia específico, não havia viagem da Maria Fumaça. Na verdade, os dias e horários desse passeio variam muito com a época do ano, e quando estivemos lá (outubro), esse passeio só estava sendo oferecido uma vez por semana, e os horários eram muito ruins. Como queríamos ir e voltar no mesmo dia, o tempo de permanência entre a chegada e a partida era muito pouco e achamos que não valeria a pena.

O preço é um ótimo determinante também. A passagem de ida e volta custa R$ 70, enquanto pagamos bem menos pelo outro método, haha. Também não faríamos muuuita questão de ir de trem: só queríamos ir para Tiradentes, passar o tempo que fosse necessário, e depois retornar ao hotel.

Qual foi o método que escolhemos?

Como a nossa preocupação era ir para Tiradentes e voltar no mesmo dia, acabamos preferindo ir nos bons e velhos ônibus. Como as duas cidades são bem próximas (na verdade Tiradentes é mais um distrito que uma cidade, mas enfim), existe uma linha de ônibus que faz esse trajeto direto, com pouquíssimas paradas.

O ônibus é da linha municipal de São João del Rei mesmo, então pagamos o preço de duas passagens comuns, coisa de 10 reais no total, considerando ida e volta. Se tivéssemos ido de Maria Fumaça, seria 140 para nós duas!

Tá que nem deve se comparar uma viagem de Maria Fumaça com a de um ônibus de linha, mas pra mim, a economia foi muito bem vinda!

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@Tiradentes

Como faz para pegar esse ônibus?

Nos dirigimos até o Museu Ferroviário, e bem na frente dele fica uma parada de ônibus que é bem movimentada. Essa parada fica bem em frente ao canal (ou riacho, enfim) que corta o centro de São João. Esperamos o ônibus como qualquer outra pessoa, até aparecer algum que tinha escrito “Tiradentes” no seu visor.

Os atendentes do hotel nos falaram que esse ônibus passa nas paradas a cada 50 minutos, aproximadamente. Acho que tínhamos acabado de perder o ônibus, pois passamos pelo menos uns 25 minutos esperando algum passar.

Quando esse ônibus apareceu, foi bem tranquilo. Entramos, pagamos nossas passagens, sentamos e só esperamos.

O trajeto

A ida até Tiradentes atravessou ainda uma parte de São João del Rei, mas depois que saímos da cidade, avistamos uns lugares muito lindos, e acredito que por ali deveria passar a linha ferroviária da Maria Fumaça. Uma boa parte da estrada era de paralelepípedos, e me senti num local bem bucólico! Realmente foi muito amável, e tivemos vistas muito gostosas!

Já a volta foi pela estrada, não mais pelos paralelepípedos. Como já estávamos cansadas de tanto ter caminhado por Tiradentes, aproveitamos o caminho para relaxar e sentir o vento no rosto.

Também é importante saber que os ônibus chegam e saem de Tiradentes pela estação rodoviária dali. Ela é bem pequenininha e é basicamente do lado dos pontos mais importantes da cidade, ou seja, não é uma caminhada longa.

Outros métodos

Além da Maria Fumaça e de ônibus, é muito possível pegar um táxi até Tiradentes. Até consideramos fazer isso caso o ônibus demorasse mais um pouco a passar na parada.

Nem preciso falar sobre carro próprio também, né? Se você tem os métodos para ir de carro (experiência dirigindo em estradas também), faça isso.

Valeu a pena ir de ônibus?

Como falei mais acima, o importante era chegar e sair de Tiradentes. O preço foi ótimo, mas já imaginamos que o conforto não foi tão significativo assim.

Como atingimos nosso objetivo, achei válido e recomendo a experiência.

Como foi o 2° período de Arquitetura? – Disciplinas

Olá, internet! Ano passado eu fiz este post e este post onde falei um pouco das disciplinas do meu primeiro período cursando Arquitetura e Urbanismo. No segundo post eu disse que voltaria no final do segundo semestre pra dizer como tudo tinha sido em relação as disciplinas e tal… spoiler: nunca voltei.

Como voltei a postar textos recentemente (e abri uma exceção pra Arquitetura e Urbanismo, por que eu acho que é importante compartilhar essa experiência aqui também, além das viagens), vou continuar falando o que eu achei das disciplinas. Mas antes de falar do meu período atual, vamos voltar a falar do segundo.

(Post será longo para padrões Sand, logo avisando! :)

1. Informática na Arquitetura 1 e Estudo da Forma 2

Primeiramente, vamos começar com o primeiro baque mais forte que tivemos como turma na nossa caminhada no curso. É curioso observar os textos mais antigos e ver quais eram minhas preocupações. Defendi a estrutura do curso (e ainda a defendo em alguns aspectos), mas sentimos um golpe muito grande chamado falta de professor.

Acontece que alguns professores estavam em doutorado e não teve quem ministrasse essas duas disciplinas acima. Forma 2 seria a nossa primeira disciplina que iríamos “continuar”, e Informática seria nosso primeiro contato com os aplicativos, no caso o Autocad.

Não deu pra 2017/2, mas já dou outro spoiler pra vocês: fizemos agora essas duas disciplinas em 2018/1. Felizmente ninguém se atrasou e tivemos uma espécie de “final feliz” (dependendo pra quem você pergunta).

No momento oportuno (ou seja, post sobre o 3° período), vou falar sobre essas duas disciplinas direitinho.

2. Paisagismo 1

Agora o principal baque pessoal. Eu tinha tempo livre e decidi adiantar uma disciplina do quarto período (que é o que irei começar mês que vem), mas acabei desistindo por motivos pessoais.

Ou seja, sem meias palavras, essa foi minha primeira reprovação no curso. Felizmente não foi uma reprovação doída, de uma disciplina que eu estudei, me matei de estudar e acabei falhando – eu reprovei por que em determinado momento eu não fui mais para as aulas.

Poderia ter trancado? Claro! Só que como eu estava no segundo período, eu não poderia fazer o trancamento e só descobri isso no momento que o sistema impediu que eu fizesse isso. Se eu soubesse que era proibido trancar disciplinas no segundo período, provavelmente nem teria me matriculado e esperaria o quarto período pra fazer certinho.

Da próxima vez, teremos um final feliz (espero eu, haha).

3. Topografia

Falando em finais felizes, é o que teremos daqui até o final do post :)

Topografia foi uma disciplina bem pesada, e foi a primeira que teríamos aula prática de campo, montando teodolito, ficando no sol, medindo coisas e fazendo todos os procedimentos para o cálculo de determinadas áreas. Eu achava que essa seria a disciplina mais complicada do semestre: maior carga horária, cálculos, aula prática, disciplina de outro departamento… mas acabou nem sendo.

Olhando num retrospecto, achei bem gostoso estudar topografia. A disciplina não é difícil, os cálculos não são trabalhosos, os mapas não são difíceis de compreender e a parte teórica é até gostosa de entender (acho que meus amigos que devem ler isso podem pensar que estou louca, haha).

Algo que foi muito bom foi que Topografia foi a primeira disciplina onde não fiz a Prova Final! Os critérios de nota da UFAM mudaram neste semestre e lá basicamente diz que se determinado aluno atinge média de exercícios igual ou maior que 8, este já é dispensado de fazer prova final! Foi o que aconteceu: não fiz a final, passei com uma boa nota e sem demais preocupações.

4. Teoria e História da Arquitetura 1

Falei acima que achava que Topografia seria a disciplina mais difícil do semestre, e como eu estava errada! A mais difícil com certeza foi história, para minha surpresa!

Amo história e acho que já falei isso em outros posts, mas sofri muito pra passar nessa disciplina! Era muita, mas muita informação pra estudar: coisa de 1000 slides cheios de texto e informações por prova, fora textos dos livros da bibliografia da ementa. Mesmo gostando de ler e entender sobre o assunto, sentia que não conseguia absorver toda a informação, e omitir qualquer detalhe na prova causava algum desconto, então sentia que precisava escrever a minha vida pra colocar todos os detalhes que sabia, haha.

Eu viajava muito nas aulas de história (no bom sentido, sempre!), pois imaginava como eram as estruturas, pensava nas características daquela determinada sociedade, e imaginava todo um contexto que não saía da minha cabeça! Era tanta informação nova que sempre voltava exausta pra casa!

Estudei muito pra poder passar, e mesmo assim História foi a disciplina que tive nota mais baixa até hoje (talvez alguma matéria consiga essa proeza nesse mesmo semestre, mas honestamente espero que não, haha), mas no geral eu gostei da experiência e tenho salvo todos esses slides no meu computador até hoje. :)

5. Fotografia

Eu tinha uma outra impressão da fotografia antes de fazer essa disciplina. Eu sempre gostei de fotografar paisagens, sendo que algumas fotos ficam maravilhosas e outras eu acabo vendo pequenos defeitos que me fazem “desgostar” dela.

Nessa disciplina acabamos aprendendo algumas coisinhas com a câmera, como fotos de zoom in/out, fotos com fundo em movimento, regra dos terços e até fizemos nossa própria câmera pin hole, e digo desde já que foi horrível montar essa câmera, tanto pela falta de materiais na cidade, quanto pela facilidade do filme queimar.

Fotografia também foi de longe a disciplina mais cara de todas. Toda semana tínhamos que imprimir um determinado número de fotografias. No local mais conveniente pra mim (shopping), a impressão de cada foto custava R$10. Menos mal que alguém descobriu uma loja no centro que imprimia a mesma foto a R$3, e foi uma mão na roda quando tínhamos que entregar um número maior de fotos por semana.

O ensaio final foi de 12 fotos e tema livre. Escolhi tirar fotos de pés, mas não de um ponto de vista podólatra e tal, e sim por que me inspirei em alguns igs que mostram sapatos em pisos diferentes! Amei o conceito, e como estava com pouco tempo para tirar as fotos, não mostrei uma grande quantidade de sapatos, haha. O nome do meu ensaio foi em francês, e cada foto tinha um nome (em francês também). Procurei também dar uma sequência, e realmente espero que o professor tenha gostado. Confesso que nunca mais vi essas fotos desde a entrega, haha.

6. Projeto Arquitetônico 1

Para concluir o post, preciso falar da nossa primeira disciplina de Projeto. Nela, tivemos que projetar uma casa para uma família, e ali aprendemos os primeiros conceitos de partido arquitetônico, programa de necessidades e outras características que são essenciais para definirmos o que queremos no nosso projeto.

O início foi bem difícil, mas eu acho que evoluí muito no processo, e continuo fazendo isso até hoje. Se compararmos a Camilla da primeira apresentação para a Camilla de hoje (que tem que fazer um corte do telhado amanhã mesmo), a evolução é impressionante! Apesar de hoje não gostar do projeto da minha primeira casa, eu evoluí algumas ideias que me fazem gostar muito mais do trabalho que eu faço hoje e aparentemente, isso está em mudança constante.

Tivemos que apresentar nossa casa para a turma. Algumas pessoas tiveram dificuldade nesse ponto, mas eu não. Meu problema maior foi mais a questão técnica de como representar as coisas, mas como uma professora falou para mim nesse semestre, é preciso ser autodidata em alguns aspectos. Eu fui atrás, me dediquei muito e tento fazer isso até hoje (e sinto que não vou parar de) pois sempre quero melhorar meus projetos e impressionar as pessoas, especialmente a principal pessoa: eu mesma.

 

Pois é, em breve eu farei esse post para o terceiro período. Muita coisa aconteceu (e ainda está acontecendo). Mas que fique claro que mesmo com os perrengues, as dificuldades, as noites sem dormir e todo estresse que acarreta com isso, não tenho dúvidas de que essa foi a melhor escolha que fiz em minha vida! Cada dia que se passa eu sou mais apaixonada por tudo isso, e grata por ter mais essa oportunidade na minha vida. É isso. Até logo :)

 

1 ano de alegria

Budapeste vista da Citadella

Budapeste vista da Citadella

Hoje é dia 12 de abril de 2014 (22:35 da noite). Esse texto sairá de uma vez só, sem revisões, estética nem nada. Simplesmente vou colocar pra fora todos os sentimentos que me vêm à mente devido a esta data especial.

Nesse exato momento há um ano atrás (considerando jetlags) eu estava no aeroporto de Fortaleza super estressada pelo fato de que o meu voo para Lisboa havia atrasado. Por consequência, eu estava tomando um belíssimo chá de cadeira no aeroporto. A sorte? Havia um wi-fi, já que o meu 3G estava horroroso ali.

Fui bem viajante. Estava com uma sapatilha bem confortável, calças jeans nem tão apertadas, uma blusa de algodão da Betty Boop, uma mochila nas costas e uma bolsa no ombro.

Em Fortaleza eu havia comido um pão de queijo com coca-cola. Para mim, uma alimentação tranquila, que eu comeria tranquilamente sem passar mal ou coisa assim. Mas chegou uma hora em que eu estava com fome de novo, e o único cheiro que me vinha era o de café. Confissão do dia: eu odeio café e fiquei enjoada.

Pior ainda, eu estava morta de sono e essas cadeiras de aeroporto não são cômodas pra quem quer dormir. Nem deitar dava.

Esse estresse estava misturado com o medo de avião (eu tenho, acreditem!), e a ansiedade. Ao contrário da maioria das ansiedades que eu sinto, eu estava bem mais insegura. Será que alguém iria me buscar no aeroporto? Será que essas seis semanas seriam complicadas ao ponto de me fazer arrepender dessa decisão? Será que não era melhor eu ter ficado em casa? Onde que eu vou morar?

Isso que eu já me considerava uma pessoa “experiente” em termos de viagens… Um ano e meio antes quando eu fui pra Rússia eu não estava assim não. Felizmente, o meu coração estaria me preparando para uma incrível experiência!

Embarquei e sentei. A impressão que tive foi que o tempo voou! Simplesmente o avião decolou, eu jantei, dormi e já estávamos descendo em Lisboa. Geralmente eu me sinto presa numa eternidade que não passa dentro do avião… isso em viagens de 12 horas, e ali eu ficaria no voo por “apenas” 7.

Cheguei em Lisboa, passei pela imigração, comi alguma coisa e esperei o voo para o destino final. Eu estava muito, mas muito nervosa!

Era no “vai ou racha”. Entrei no avião e sabia que ali era pra valer. Segurei a respiração. Tentei dormir e não conseguia. Comecei a ver o mar abaixo de mim e não sabia onde eu estava. Deveríamos passar pelo mar? O mar virou terra de novo. A terra virou montanha. Estávamos nos Alpes. Isso significaria que eu estava perto de chegar, ou pelo menos uma boa distância já tinha sido percorrida.

Enquanto isso, o almoço foi servido e eu não consegui comer. Tomei um suco e comi o arroz, e outras coisas que eu achava que eu iria aguentar no estômago. Retiraram o jantar. Tentei dormir pra ver se o tempo passava.

Parecia que aquele voo de 3 horas estava durando mais do que o de 7 que eu tinha acabado de fazer. Então os Alpes acabaram. Embaixo de nós só havia planície. Eu sabia que estávamos chegando.

Do nada, eu vi um fio d’água brilhando com o pôr-do-sol. Percebi que eu via uma cidade ao redor desse rio. E pouco a pouco eu tive a certeza de que aquela forma da cidade e daquele rio era Budapeste! Fiquei extremamente feliz! Segunda confissão de hoje: cheguei ao ponto de chorar.

Desci do avião e fiquei esperando minhas malas. Confissão número 3: estava funcionando no automático, já que eu não sabia o que iria acontecer. Simplesmente deveria estar preparada para tudo!

A maior alegria foi quando eu vi o Zsolt carregando uma plaquinha com o meu nome! Alguém tinha lembrado de mim! Aquela pessoa que eu mandava vários emails para lembrar que eu estava chegando apareceu! Confissão número quatro: eu relaxei completamente ao vê-lo.

Tive o melhor buddy do mundo! Sem mais delongas, ele foi um amor comigo, do início ao fim. Sempre muito atencioso e gentil, ele me mostrou o melhor lado da Hungria, e desde o início ele se mostrou bem solícito em me ajudar. Eu acho que eu fui a única trainee que foi levada de carro ao redor do Danúbio durante o pôr-do-sol e o acender das luzes. Essa lembrança fica pra sempre!

Ele me levou pra casa e a princípio eu fiquei com medo. A vizinhança numa primeira vista parecia assustadora. Eu teria de atravessar um parque, e estava frio e escuro.

Do nada vem uma garota na nossa direção e era a Rekha, a minha roomate que participaria do projeto comigo. Ela foi um amor comigo desde o início também! Ela me mostrou a casa, me ofereceu o computador dela (já que era sábado e o wifi para mim seria liberado apenas na segunda) e já foi me chamando pra sair, mas eu não estava me sentindo bem.

Eu só queria tomar um banho e dormir. Não consegui dormir. Tomei um dramin e não adiantou. E digo que não adiantou nada, que eu não consegui fechar o olho e ainda vomitei tudo que eu havia comido nas últimas 24 horas.

Acordei horrível. Segundo a Rekha, havia pão na cozinha e umas sopas que ela havia buscado na escola. Só que o pão já estava mofado e a sopa estava fora da geladeira, e provavelmente já estava estragada. Não sei o que que ela estava comendo naquela casa.

O Zsolt voltou no dia seguinte e me ajudou a comprar o chip de celular e o passe de ônibus mensal. Depois ele me deixou em Margitsziget e depois é só história. Conheci muita gente boa naquele dia, que ficou na memória como um dos melhores dias ever. Me sentia dentro de um filme! O céu estava azul, a grama verde, o piquenique estava gostoso e as pessoas eram incríveis. Depois fui curtir o melhor pôr-do-sol da minha vida lá no Castelo de Buda.

Uau!

Agora depois de tudo o que eu escrevi (23:11) eu vou ler o post “Primavera em Budapeste“, escrito no dia 20 de abril do ano passado. Sim, eu não atualizei o blog com tanta frequência quando eu estava na Hungria, e convenhamos, eu tinha muitas coisas para fazer lá. :)

Uma outra coisa curiosa desse post é que ainda são 12 de abril por aqui, mas ele vai ficar com a data de 13 de abril, devido ao fato de que o horário que eu seleciono é de acordo com o GMT 0, e não com o GMT -4 de onde eu moro. De qualquer maneira, dia 13 de abril foi o dia de fato em que eu cheguei na Hungria.

Eu vou comparar o que eu escrevi agora com esse post do ano passado e verificar o quanto eu mudei em relação ao que se passou durante esse tempo. Uma coisa é certa: Essa foi a experiência mais preciosa da minha vida! Voltaria para trás e faria a mesma coisa de novo. E de novo. E de novo…

Budapeste.

Budapeste.

50 sensações possíveis só para quem fez intercâmbio

Existem situações e vivências que são únicas, e cada experiência internacional que vivi me agregou muita coisa. Por isso digo que meus intercâmbios foram únicos e extremamente importantes para o meu crescimento como pessoa. Pensa em fazer algum nos próximos meses ou anos? Se prepare para alguma das melhores sensações da sua vida!

  1. Lidar com pessoas de diversos países será super comum. É tipo uma volta ao mundo sem sair de um só lugar;
  2. Com tanta diversidade cultural, as pessoas começarão a achar seus hábitos rotineiros um tanto estranhos;
  3. Mas não se preocupe, já que pessoas que você conhece há poucas semanas se tornam amigos de infância;
  4. O lema “Viva como se não houvesse amanhã” ganha um significado totalmente diferente;
  5. Se você não sai da sua zona de conforto em casa, certamente o fará durante o seu intercâmbio;

    Como não amar esse dia e essas pessoas?

    Como não amar esse dia e essas pessoas?

  6. Falando em sair da zona do conforto, se perder na cidade, pegar o ônibus errado e até passar vergonha alheia na rua é normal;
  7. E quando você comenta essas experiências com algum outro intercambista, ele(a) vai te contar alguma história bem mais bizarra;
  8. Não gosta de McDonald’s, KFC e qualquer marca de fast food? Não adianta, você sempre irá dar um pulinho por lá para poder economizar dinheiro;
  9. Na verdade, a frescura com a maioria das comidas acaba. O importante é se manter alimentado. Até mesmo um miojo ajuda!;
  10. Falando de comidas, sempre terá alguma comida típica que você vai se apaixonar. Caso ela não seja vendida no Brasil, algum dia você vai tentar pelo menos fazê-la em casa (ou morrer de vontade);

    Lángos doces

    Lángos doces

  11. Mal você chega e todo mundo quer que você poste suas fotos. Assim, todo mundo viaja “junto”;
  12. Além do mais, todo mundo quer conversar no skype com você. Acredite, conversar com alguma pessoa no Brasil é uma das melhores sensações, além de aquecer o coração;
  13. Dá vontade de chorar quando chegamos em um lugar que no fundo, sempre sonhamos em conhecer;
  14. Qualquer pequeno detalhe já é motivo pra tirar foto;
  15. Você vai descobrir que jovens são iguais no mundo todo, e que de alguma maneira, todos falam a mesma língua;

    Brasileiros lindos, em Brastislava

    Brasileiros lindos, em Brastislava

  16. Você sempre conhecerá pessoas diferentes. É tipo virar popular “ao redor do mundo”;
  17. E bote diferença e diversidade nisso. Minha roomate em Budapeste tem nacionalidade australiana, porém é nascida em Singapura, e 100% descendente de indianos. Fora isso, ela também já morou na Indonésia, Índia, Omã e Malásia. Parece que não, mas você vai encontrar muita gente com background diverso no seu intercâmbio;
  18. Apesar de toda essa diversidade dela e da minha (uma mistura de alemães, colombianos, marroquinos, indígenas, portugueses e nem sei mais o quê), conseguimos encontrar semelhanças culturais bem marcantes! Moral da história, apesar das diferenças, o que importa são as semelhanças;
  19. Pequenas coisas, como um tal pôr-do-sol ou uma vista a um céu estrelado se tornarão momentos marcantes durante a sua vida inteira;
  20. Você vai se lembrar para sempre daquela festa que todo mundo estava feliz, aquela celebração cultural única, daquele momento em que seus amigos riram…;

    Ingresso do jogo CSKA Moscou x Real Madri

    Ingresso do jogo CSKA Moscou x Real Madrid

  21. Pois o importante é ter histórias para contar aos seus netos, e você terá muitas delas para compartilhar;
  22. Mas tenha ciência que você também terá histórias ruins. Não vá se iludir que tudo seja um arco-íris;
  23. Qualquer probleminha se torna uma dor de cabeça enorme;
  24. E quando você volta para o Brasil, você ri dessas situações chatas. Afinal, é sempre bom ver tudo pelo lado positivo;
  25. Sentir saudades de casa é inevitável. Tem vezes que a melhor coisa do mundo é lembrar da sua cama, da comida da avó, e especialmente uma piscina quando você pega aquele inverno bem rigoroso;

    Middle of nowhere

    Middle of nowhere

  26. Se você está fora do Brasil durante o carnaval, o réveillon, o sete de setembro ou alguma outra data comemorativa, o coração meio que aperta;
  27. E chega um momento em que comer qualquer coisa que te lembre a comida de casa é a melhor coisa do mundo;
  28. Você não consegue sentir medo, comparado com a sua vida no Brasil;
  29. Mas quando tudo dá errado, a vontade que dá é de sair correndo para o aeroporto;
  30. Mas tem algo que te prende por lá, e o seu coração diz que é necessário tentar;

    Moscou, na semana final

    Moscou, na semana final

  31. Também existem as comparações. Não dá pra deixar de comparar qualquer coisa com o Brasil;
  32. E até que você consegue ter umas ideias sobre o que poderia melhorar na sua cidade de acordo com as coisas que você vê durante o seu intercâmbio;
  33. Independente se o intercâmbio for pra estudar na faculdade, idiomas, trabalhar em empresas ou como voluntário, você vai ter o interesse de fazer um próximo, com alguma atividade diferente;
  34. E dá aquela vontade de viver uma experiência única dentro de sua experiência única. Talvez comprar os ingressos daquele jogo importante, pagar um jantar num restaurante exótico ou viajar para a cidade dos seus sonhos seja a melhor coisa que você já tenha feito;
  35. E quando você volta pra casa, você lembra de todos esses fatos com muito carinho;

    Tem coisas que guardamos com muito carinho!

    Tem coisas que guardamos com muito carinho!

  36. Mas ao mesmo tempo fica aquela sensação de “poderia ter feito mais”;
  37. E quando você esbarra com alguém na rua que vai fazer intercâmbio na mesma cidade que você fez, seus olhos começam a brilhar, e você se voluntaria para dar dicas e afins;
  38. E sempre fica aquele gostinho de quero mais;
  39. Daí você percebe que viajar é a melhor coisa, e que é necessário sempre conhecer algo novo;
  40. E o tempo passa, e aquelas pessoas que você convivia no intercâmbio ainda são muito queridas;

    Vista de Szentendre

    Vista de Szentendre

  41. Daí a frase “Recordar é viver” também ganha um novo sentido;
  42. E dá uma vontade de viajar para todos os países para dar um abraço nos seus amigos;
  43. Então você fica super alegre e comenta como se fosse o maior especialista no assunto quando você vê na mídia alguma coisa deste lugar;
  44. Afinal de contas, por um determinado tempo, você foi um cidadão daquela cidade, e se misturou na multidão como se fosse um americano, inglês, francês, espanhol típico;
  45. Dá uma vontade de documentar o que você faz, seja através de fotos, textos, postagens;

    Felicidade imensa ao ver a neve pela primeira vez! :)

    Felicidade imensa ao ver a neve pela primeira vez! :)

  46. Não se preocupe, que a nostalgia é um sentimento bem comum;
  47. E apesar dos momentos bons, ruins, felizes ou tristes, um consenso geral é de que essa é a melhor experiência da vida;
  48. E que você viveria tudo aquilo de novo;
  49. E o que resta agora é compartilhar;
  50. E estimular os outros a terem uma experiência semelhante.
Por que o importante é ser livre!

Por que o importante é ser livre!

 

 

 

Que cada ano seja melhor que o anterior!

O que eu posso falar de 2013? Desafiante? Muitas responsabilidades? Experiências novas?

2013 foi o ano em que eu aumentei minha “rede global de amigos”. Conheci pessoas de lugares que jamais pensei sequer que teria algum tipo de contato, e descobri tantas coisas incríveis sobre esses lugares que comecei a perceber que eu preciso sair da concha. Descobrir, sentir, pesquisar e viver!

Como não amar esse dia e essas pessoas?

Como não amar esse dia e essas pessoas?

 

Ainda não saí 100% da minha zona de conforto, porém tenho consciência de que a cada ano que passa, fico mais sábia em relação a várias coisas. Aprender com o próximo é uma virtude que se adquire com as diferenças e com o choque do que parece ser ordinário para muitos.

Esse ano me encantei com a Hungria! Vi tantos lugares lindos, pessoas felizes e uma organização interessante. Num país bem pequeno do centro da Europa nem parece que é possível abrigar tanto conhecimento em ciência e tecnologia. Assim como nem parece real a variedade de coisas para se fazer ali.

Apaixonada por essa vista!

Apaixonada por essa vista!

Mesmo não tendo viajado pra Singapura, descobri tanta coisa sobre essa cidade-estado por meio da minha roomate, que o meu maior desejo no momento é comprar uma passagem para lá e me hospedar no Marina Bay Sands, só para poder entrar na piscina de lá (risos). Meu chaveirinho de Singapura tá lá pendurado junto com a chave do meu carro, só para me lembrar dessa vontade todos os dias!

Esse ano descobri uma vontade enorme de conhecer a Ásia (falta dinheiro e tempo, poxa) e sei que vou conhecê-la de alguma maneira! Tenho certeza de que a Ásia é um continente fantástico e que eu já adquiri toda a resiliência que faltava para pelo menos conhecê-la e admirá-la!

2013 foi o ano em que eu mais saí da zona de conforto. Ter que andar bastante para poder chegar numa parada de ônibus, madrugar se for preciso para fazer alguma coisa, dormir de qualquer jeito no trem e na estação pra esperar o tempo passar, e também ter de fazer coisas de casa quando ninguém mais pode fazer isso por você.

Também aprendi muitas coisas. Amigos são fáceis de fazer quando se existe abertura. Se você procurar conhecer a quadra da sua casa, você pode descobrir coisas incríveis. O mundo não sabe realmente o que é a Amazônia. Não precisa ter medo, por que o não você já tem. Também aprendi a me cuidar melhor, ou a sua saúde chama a atenção (risos para a minha volta ao Brasil).

Enquanto isso no Zoológico em Budapeste...

Enquanto isso no Zoológico em Budapeste…

Provei sabores de todo tipo de comida! Pela primeira vez eu comi vegemite na vida (e odiei, eca), e na troca de comidas exóticas, dei um coração de frango para a minha roomate provar e ela também não gostou. Comi vários Gyros e pela minha tristeza, não sei como prepará-los aqui. Também bateu uma saudade do Lángos, mas esse já consegui cozinhar por aqui.

Comprei uma barra de chocolate gigante por 300 HUF. Gastei 100 euros que haviam sobrado só com roupa (e muita, muita muuuuuuuuuuuuuita roupa), e saí da Hungria com a minha mala beirando os 32 kg permitidos da companhia aérea mais 3 bolsas de mão. Comprei um casaco de frio MUITO BOM na Alemanha por 12 euros. Comprei mais souvenirs do que nunca, e deixei eles todos guardados num armário especial para eles. Descobri até que um “amigo” pegou um desses souvenirs de mim e o deu para outra pessoa.

Também me certifiquei em 2013 que o meu futuro não está aqui, e que eu preciso de muita sabedoria para ir atrás dos meus sonhos! Estudar mais, ser mais focada, otimizar o meu tempo. Tomara que essas coisas que estou planejando para 2014 (segredo!!!) se tornem realidade.