Algumas comidinhas russas

Olá, internet! Hoje eu vim falar sobre um tópico importantíssimo e indispensável, especialmente para uma pessoa como eu. Me desafiei a postar um texto por dia sobre a Rússia durante essa semana (copa is coming), então quero tocar num assunto delicado chamado… comida!

Eu amo/sou comida, e um dos meus hobbies favoritos ao visitar lugares novos é justamente os pratos típicos dos lugares que eu vou. Na Rossiya não foi diferente e procurei provar de tudo um pouco, mas é complicado.

É complicado pois ao mesmo tempo em que somos bombardeados por sabores incríveis, as pessoas que eram próximas a mim quase não comiam comidas típicas. Cansei de comer sushi, lasanha, e outras comidas que são bem cosmopolitas. Isso foi ruim? Acho que nem tanto.

Dentre os pratos típicos que provei, foco especial para o pelmeni, que eu já escrevi sobre aqui. O Pelmeni é uma espécie de massa recheada com alguns tipos de carne, especialmente porco, mas já vi de outros sabores, como de cereja (ISSO MESMO). Ele se assemelha muito a um capeletti, mas o que diferenciava de alguma outra massa era de vez em quando ele era servido como uma sopa! Era bem gostoso, e foi de longe o prato típico que mais comi.

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Pelmeni de cereja. Não era bom. Sério.

Os blinis também são um prato típico bem conhecido, e inclusive já o vi muitas vezes aqui no Brasil. Eles são panquecas, mas feitas de um modo diferente, e elas ficam mais grossas. Mesmo com a espessura, a massa não é pesada, e eu comia vários bem rápido, haha. Você pode comer os blinis com uma diversidade de recheios, mas eu costumava comer junto com geleias.

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Blinis (eles são mais grossos do que parecem)

O borsht é provavelmente uma das comidas russas mais comentadas, e é simplesmente… uma sopa! Normalmente ela é de betteraba e tem uma cor meio rosada, mas já vi meus amigos chamando sopas de outros sabores de borsht também. Normalmente o borsht é meio cremoso e é acompanhado de sour cream. (Não tirei foto de nenhum borsht, aaaa)

Existem muitas outras comidinhas típicas da Rússia, e também posso destacar algumas mais, como o strogonoff (esse nome já diz que a origem é russa), o caviar (é interessante provar pelo menos uma vez), e tem um suco de frutas silvestres que só tomei lá e que infelizmente não descobri o nome (aaaaaaaa – era muito bom)

Mas claro que os russos não comem só comida russa, assim como os brasileiros não comem só feijoada. Como disse lá no início do texto, eu via tantos restaurantes de comida japonesa que de vez em quando eu me perguntava onde eu estava! As cidades são cheias de pizzarias e outras comidas italianas, assim como carne! Já como eu era uma espécie de estagiária, não podia ir sempre em restaurantes caros, né? De vez em sempre eu ia em diferentes fast foods, e confesso que não me decepcionava.

Mesmo em cidades pequenas (a que eu morei tinha mais ou menos 800 000 habitantes), a abundância de restaurantes e lanches era imensa. Era difícil comer nos mesmos lugares, haha.

Aquela aguinha russa

Simples assim. Mas a “aguinha” que eu falo não é a água de fato, e sim a tradicionalíssima vodka (para ser vodka mesmo, tem que ser russa!!). Eu fiz essa analogia devido ao significado ao pé da letra da palavra vodka, que realmente significa “aguinha” (voda significa água, e vodka seria um diminutivo da palavra).

Mas enfim, a vodka é uma bebida destilada produzida a partir de água, trigo e centeio com origens no leste europeu, mas altamente considerada na Rússia como bebida nacional. E quando eu falo que a vodka é a bebida nacional russa, eu realmente digo que ela é bem mais do que isso, chegando a ser um dos símbolos nacionais mais conhecidos de lá! Afinal de contas, quando se fala na Rússia, muitos pensam logo em vodka, certo?!

Meus amigos russos gostam de tomar a vodka bem gelada, e tomar sem nenhuma outra bebida misturada. Vodka para eles é simplesmente pura, esqueça o energético e alguns cocktails. No inverno, é muito comum ver gente que além de beber muita vodka, gostam de fumar também. Dizem eles que essa mistura “esquenta” o corpo. Mas fato mesmo é que a vodka pura é consumida em países de clima um pouquinho mais gelado realmente.

A questão é que eu fui pra Rússia e não consegui sequer tomar um shot de vodka. Eu sou fraca para bebidas e não conseguia tomar a vodka simplesmente pura, como eles costumam fazer por lá. Porém, minha consciência está limpa, sabendo que pelo menos eu tentei virar um shot. :)

E ali em cima eu falei que vodka de verdade tem que ser russa! Na verdade, quando você sabe que a bebida foi destilada e engarrafada na Rússia, a certeza é que a bebida é de qualidade!

Sobre preços, obviamente existem bebidas de todos os gostos (isso não posso comentar, infelizmente) e bolsos! Boas vodkas são encontradas em mercadinhos, supermercados e em lojas especializadas em bebidas. Em Moscou, perto do meu hostel na Tsvetsnoy Bulvar existia uma loja muito boa que vendia umas vodkas bem exclusivas. Um amigo comprou várias para levar pra casa, e depois me arrependi de não ter comprado para revender por aqui. :(

E para finalizar, uma curiosidade é que a cerveja na Rússia não é nada gostosa. Eles servem a cerveja a temperatura ambiente, o que deixa o gosto aguado, nada bom.

Mas enfim, se você bebe e quer aproveitar ao máximo da Rússia, ir até o supermercado e comprar algumas vodkas não é uma má ideia.

Airport review: Aeroport Sheremetyevo (SVO)

O aeroporto de Sheremetyevo é um dos três principais de Moscou junto com os aeroportos Domodedovo e Vnukovo, sendo dos três, o mais conhecido. Durante a época soviética até os meados dos anos 2000, o SVO era o aeroporto mais movimentado da Rússia, mas após grandes reformas e adaptações feitas em Domodedovo, a maior parte das operações passou para o aeroporto ao sul de Moscou.

Mesmo assim cheguei e saí de Moscou via Sheremetyevo. Na ida, eu peguei um A321 da Aeroflot que havia partido de Amsterdam no início da tarde, e que chegou na capital russa no início da noite. Um voo tranquilo, sem atrasos, mas com aeromoças bem mal humoradas que quase nem falavam russo.

A volta foi igualmente organizada, mas dessa vez iria num Boeing 737 da Turkish em direção a Istambul. Na época, a Turkish ainda operava em SVO, mas já estava de mudança certa para operar no aeroporto Vnukovo apenas uns dois meses depois.

De qualquer maneira, venho dar dicas sobre o aeroporto de Sheremetyevo! O número de brasileiros que chegam à Rússia é crescente, e eu mesma pretendo voltar logo para lá. :)

Aeroporto Sheremetyevo

Aeroporto Sheremetyevo

Conexão direta com o Brasil? 

Já teve. A Aeroflot teve por um tempo um voo GRU-SVO com escala na Tunísia, mas parou após um tempo. Sempre existem boatos que indicam que alguma companhia voltará a pedir esse trajeto, mas até agora nada é oficial.

Como ir até o centro? 

Sair de Sheremetyevo com direção ao centro de Moscou é super fácil via Aeroexpress, que é uma rede de trens que sai dos três maiores aeroportos de Moscou em direção a três estações de metrô da cidade. No caso do Sheremetyevo, a viagem até o centro dura uns 40 minutos, a uma taxa de 320 rublos (cerca de 30 reais) e tem como destino a estação de metrô Belorussky.

Alimentação: 

o terminal do Aeroexpress (coladinho ao terminal F do Sheremetyevo) é cheio de opções de alimentação, diferentemente do próprio aeroporto em si. A área de embarque do aeroporto ainda estava meio pobre, por estar em reforma. Só havia um restaurante que estava funcionando, e de comida natural ainda.

Wifi: 

O Wifi é grátis e sem limite de tempo em Sheremetyevo! A qualidade é muito boa também, não deixando nada a desejar para qualquer serviço pago!

Tomadas: 

Antes da área de embarque, elas eram poucas e extremamente disputadas! É bom rodar um pouco para achar uma tomada alternativa. Depois de imigração e check in, é mais fácil de achar tomadas livres.

Duty Free: 

O Duty Free do Sheremetyevo é muito bom! Ele é amplo e cheio de artigos a preços justos.

Dormir no aeroporto: 

Como o meu voo saía lá pelas 6 da manhã, eu não teria tempo útil de sair de madrugada para pegar o Aeroexpress e chegar no aeroporto. Preferi ir pra lá de noite e tentar dormir ali mesmo. Existem muitas pessoas que passam pela mesma situação, mas nenhum tipo de cama é disponibilizada. Ali é super tranquilo e com wifi, o tempo passa mais rápido. Acabei nem dormindo, mas estava na companhia de um amigo e acabei conversando pela noite toda.

Check in e imigração: 

Assim que cheguei lá pela meia noite, o check in da Turkish já estava aberto, e não tinha ninguém na fila. Pelo horário que entramos na imigração e raio-x (umas 4 da manhã), haviam poucas pessoas ainda. Os oficiais da imigração foram super cordiais e até deram alguns sorrisos!

E durante o inverno? 

Quando o avião decolou, estava nevando forte. Aparentemente o único “desconforto” foi o fato da decolagem ser adiada por uns 5 minutos devido ao defrost da aeronave. Esse procedimento é normal em temperaturas baixas e quando é o primeiro voo do dia da aeronave.

Falar esses detalhes de Sheremetyevo só me fizeram lembrar dos meus dias na Rússia! Essa nostalgia tocou meu coração! Será que planejo uma nova viagem para a Rússia, hein?!

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Dinheiro na Rússia

Priviet! Hoje vim falar sobre um detalhe muito importante para quem vai passar alguns dias na mãe Rússia, que é o câmbio. Dúvidas sobre como trocar dinheiro, quanto levar e outros pequenos detalhes são sempre frequentes para todos aqueles que me pedem dicas para viagem.

Primeiro, é necessário saber que a moeda vigente na Rússia é o rublo russo, e não RUBRO, plmdds. Na época que eu viajei, 1 real equivalia a 17 rublos. Hoje em dia, de acordo com o conversor do Bacen, real equivale a cerca de 13 rublos, ou seja, o rublo “se tornou mais forte”.

Enfim, vou esquecer a macroeconomia por um momento, mas fica meio óbvio para todos os viajantes, que com uma taxa de câmbio dessa proporção, já é possível notar que as notas do rublo tem valores “altos”. Existem moedas de 50 kopeeks (centavos), 1 rublo, 2 rublos, 5 rublos e 10 rublos.

Em notas, existem notas de 5, 10, 50, 100, 500, 1000 e 5000 rublos. A de 5 rublos aos poucos está entrando em desuso, então fica a dica.

Notas do rublo.

Notas do rublo.

E qual a melhor maneira de levar dinheiro pra Rússia? Escrevi esse post explicando as melhores maneiras de se levar dinheiro pro exterior, com prós e contras pra cada. Mas a melhor dica de todas é: diversifique! Leve papel moeda, cartão de crédito, débito, VTM, Western Union… melhor prevenir do que remediar!

Caso você pense em levar papel moeda, casas de câmbio que trocam rublos ainda são raras no Brasil, então o recomendável é que você troque uma terceira moeda (o euro seria mais recomendável), e troque uma pequena quantidade de dinheiro, como uns 50 euros no aeroporto, seja na conexão aérea ou já na Rússia. É obrigatório ter uma pequena quantidade de rublos ao sair do aeroporto para questões como transporte e primeiras despesas.

Eu friso a importância do papel moeda na Rússia pois muitos lugares ainda não aceitam cartão de crédito ou tecnologia semelhante. Mesmo em Moscou, uma cidade rica e cosmopolita, alguns lugares só aceitam dinheiro vivo. Então o recomendável mesmo é andar com dinheiro na Rússia.

Os melhores lugares para fazer essa troca de dinheiro do euro/dólar para o rublo são em casas de câmbio e em bancos. Mesmo com a dificuldade na comunicação, ainda é possível fazer essas trocas cambiais com segurança e com nenhum contratempo nos bancos. Também existem casas de câmbio, mas geralmente elas ficam em becos e não parecem nada confiáveis. Uma delas era tão bizarra que fiquei com medo de entrar sozinha.

Um ponto de atenção que posso dar também é que em alguns bancos, eles não aceitam notas amassadas, com resquícios de água, ou velhas. Fica a dica em levar notas bem novinhas.

Também já ouvi falar de uma praça em Moscou que trocam reais por rublos. Nunca fui até lá, mas não pense duas vezes: não confie em trocar reais diretamente por lá!

Aproveite sua viagem pra Rússia tranquilamente! E também prepare-se para gastar bastante em Moscou!

Você pode me encontrar dentro do metrô

Andar de metrô é muito bom! Não só pela rapidez do sistema mas também pela praticidade. Já tive a oportunidade de andar de metrô em vários países, o que me deu uma visão e compreensão maior dos sistemas de transporte público destes lugares em geral.

Por ter passado mais tempo na Rússia e na Hungria, consequentemente passei bastante tempo indo pra lá e pra cá nos metrôs de Moscou e Budapeste. É sobre eles que vou falar hoje.

Eu fui antes pra Rússia, e nos meus primeiros posts falei como foi a experiência de chegar em Moscou e sentir aquele ambiente novo.

Primeiro que os três aeroportos de Moscou são conectados com o centro da cidade através do Aeroexpress, que pára nas estações Kievskaya, Beloruskaya e Paveletskaya, cada uma com baldiações e infraestrutura adequada. E Moscou tem a obrigação de ter essa infraestrutura devido à sua enorme população, de quase 12 milhões de habitantes. Os governantes soviéticos tinham conhecimento disso e foram ao trabalho.

Em 1923, logo após o fim da guerra civil e da formação da União Soviética, o conselho para a formação do metrô já estava pronto. Os soviéticos contrataram engenheiros ingleses, com know-how avançado devido ao metrô de Londres, que havia sido o primeiro do mundo. As obras começaram, e as primeiras 13 estações foram abertas em 1935. Em 1933, antes mesmo do metrô ser inaugurado, os primeiros engenheiros ingleses foram deportados segundo acusações de espionagem, devido ao amplo conhecimento que eles adquiriram do solo de Moscou.

A partir de então houve a abertura de diversas linhas e estações em Moscou. Vale ressaltar que a construção do metrô é encarada como assunto vital para a Rússia, devido à integração do transporte urbano – que ainda era precário em Moscou nos anos 1930 –  e pela difusão da propaganda soviética através de belas estações, decoradas com ouro, lustres magníficos, mármore e estátuas.

De fato a propaganda soviética através do metrô foi bem sucedida, já que a intenção era causar o deslumbre na população. O povo deveria se esforçar bastante em seus atos para que eles pudessem ser bem recebidos com uma linda infraestrutura.

Metrô de Moscou: divino!

Metrô de Moscou: divino!

O metrô acabou servindo de bunker durante a Segunda Guerra Mundial, especialmente pela sua profundidade – e as obras de novas estações não pararam. Reza a lenda que existiam abrigos especiais em certas estações, que seriam ligados diretamente ao Kremlin e à sede da KGB. Ah, durante a Guerra Fria todas as estações em construção tinham que ser construídas com uma engenharia anti-nuclear.

De fato, o metrô de Moscou é muito bonito e sempre figura nas listas de melhores metrôs do mundo. Ele recebe 8 milhões de pessoas por dia, e até hoje já transportou mais de 2 bilhões de pessoas! Quando eu fui, em 2012, a passagem custava 28 rublos. Hoje já custa 30, e se utiliza um cartão de plástico com uma leitura especial, pioneira desse tipo de tecnologia no mundo.

Apesar da variedade de estações, é super fácil se locomover pelo metrô de Moscou. Quando eu estava lá, só andei nele. Em Budapeste, a realidade é totalmente diferente de Moscou. Primeiro pelo tamanho da população. Em Budapeste a população está chegando aos 2 milhões e ao contrário das 12 linhas que Moscou tem, Budapeste tem apenas 3, e uma que em processo de planejamento e construção já leva 42 anos, a “famosa” linha M4. Diz que ela fica pronta ano que vem.

Mas se engana quem acha que o metrô de Budapeste não é importante! Na verdade, em um contexto mundial, o metrô de Budapeste é sempre referência. Antes citei que o metrô de Londres é o mais antigo do mundo, e Budapeste, adivinha só, é o segundo mais antigo do mundo!

As construções começaram em 1894 e terminaram em 1896, já que o imperador Francisco José tinha planos de melhorar o transporte urbano na Avenida Andrassy (a mais fina e cara de Budapeste) sem “poluir” a paisagem com bondes e ônibus. Em Moscou, o metrô foi construído através de túneis abaixo do solo – o que deixa as estações mais profundas. Já em Budapeste, eles cavaram o espaço, e após pronto, simplesmente cobriram com terra.

Isso era algo que me intrigava toda vez que eu andava pela M1 – que está em uso desde a inauguração, em 1896. Era só descer uns 10 degraus abaixo da calçada e pronto, ali já passava o trem.

Mesmo com mais de 100 anos depois da inauguração, a M1 (linha amarela) ainda preserva traços arquitetônicos originais, incluindo a extensão e largura dos trens, azulejos, e até algumas fotos mais antigas. Fora que o trem toca uma musiquinha retrô toda vez antes de parar nas estações.

Metrô 1 em Budapeste. Pequeno, charmoso e conservando detalhes antigos.

Metrô 1 em Budapeste. Pequeno, charmoso e conservando detalhes antigos.

Apesar de Budapeste não ter muitas linhas de metrô, o sistema de transporte público é bem integrado com muitas rotas de ônibus, trams, trolleybuses e até trens metropolitanos. Dá pra comprar um ticket que vale em todos os transportes. Eu acabei gastando 17500 forints (170 reais) por 6 semanas de uso. Era só apresentar para o fiscal e pronto.

Mesmo assim, eu torço para que essa linha M4 termine logo. A última parada dela será em Bosnyák Ter, que é a 2 paradas de ônibus da minha casa na Hungria. Quando eu quiser visitar a escola, já quero ir de M4 (parte)!

Falando em acesso à Budapeste, não existe nenhuma linha que vá até ao aeroporto, nem um trem que vá do metrô até lá, como em Moscou. Existe uma linha de ônibus, a 990, que faz o trajeto Aeroporto Ferihegy – Köbanya Kispest, que é a última estação do M3, a linha azul.

Falando em linha azul, ela ainda tem trens soviéticos nela (alguns com dizeres russos para “feito em 1978”, “feito em 1980” e assim vai).

Das linhas de metrô de Budapeste, a minha favorita (e a de todo mundo) é a M2 (vermelha). O meu ônibus ia direto pra Keleti e pra Blaha Lujza (estações da M2) e me acostumei a andar até lá sempre. Ela é a mais limpa e moderna de todas, com uma boa infraestrutura, propagandas de tudo que é tipo, e também, é mais rápida. A linha M1 (amarela) como disse, é bem antiga e pequena. Dá pra sentir uma volta no tempo ali. A linha azul (M3) é de longe a pior de todas. Ela é suja, mal cuidada, tem cheiro de mofo (sério), trens (soviéticos) caindo aos pedaços, e muito lenta. Já fiquei esperando trem lá por 10 minutos, o que é muito para o metrô, e uma dessas vezes, acabei perdendo o ônibus da minha viagem pra Viena. Tive que gastar mais 25 euros pra ir de trem duas horas depois.

E só pra concluir, existe uma diferença enorme entre os mapas dos metrôs de Moscou e Budapeste. Vários fatores, como políticos, financeiros e até ambientais (no caso de Budapeste) levaram a essa disparidade. Lembrando que o porte das cidades é diferente, mas um sistema não perde para o outro.

O "complexo" sistema de metrô de Moscou

O “complexo” sistema de metrô de Moscou

Metrô de Budapeste, já incluindo a linha M4 e a futura linha M5, sem previsão de início das obras.

Metrô de Budapeste, já incluindo a linha M4 e a futura linha M5, sem previsão de início das obras.

Ambos servem muito bem a população, além de serem referência em muitos aspectos. Eles me trouxeram boas lembranças (com exceção da M3 de Budapeste, hehehe), além de serem super fáceis de ajudar qualquer turista menos acostumado.

 

 

Frio de verdade. Mesmo!

Hoje acordei com todo tipo de comentário falando sobre o clima maravilhoso que estava vindo da friagem aqui no Amazonas. Até me empolguei pra sentir um vento um pouco mais fresco do lado de fora, mas não. Estava tudo como antes. Sinceramente, não percebi nada de diferente, mesmo ainda de manhã, com um suspirinho na madrugada.

Ontem mesmo quando estava conversando com alguns amigos, me falavam que o clima estava ótimo, e que já dava pra tirar o casaco do armário. Minha resposta: “eu estou suando de calor aqui”.

E realmente, eu sinto muito calor aqui! Eu vivo em uma das regiões mais quentes do mundo, e não tenho como escapar. É bem comum me verem por aí de vestido, short ou saia. Calça jeans? Dificilmente.

Mas eu me acostumei de uma maneira “ruim” há dois meses atrás. Quando eu cheguei em Budapeste agora em abril, a Europa acabara de viver um dos invernos mais rigorosos – e longos – da sua história. Já ouviram falar em White Christmas? O inverno de 2012/2013 teve White Christmas e White Easter. A minha roomate – que chegou uma semana antes de mim – falou que quando ela tinha chegado, ainda havia neve nas ruas. Neve em abril! Realmente é muito raro um inverno durar tanto assim. Ah, e vale lembrar que o parque que ficava na quadra da minha casa estava com todas as árvores mortas, sem folhas.

E de fato, eu senti frio quando cheguei a Budapeste. Levei um casaco mais grosso que comprei na virada do ano em Munique – que ainda nem estava tão fria assim – mas acabei o usando nos dois primeiros dias. Depois, dancei conforme a música e comecei a usar meu guarda roupa Manauara em Budapeste. Usei todos os vestidos, shorts e saias que levei! Me sentia feliz sentindo aquele ventinho fresco. Cheguei em Manaus, e não tive escolha. Tive que continuar usando os mesmos vestidos, saias e shorts, mas eu já tava tão acostumada a ficar de pele exposta no frio que acabo sentindo calor em qualquer lugar.

Mas até que deu pra variar um pouco o guarda-roupa em Budapeste, e realmente, quando a noite caía, a temperatura ia junto. Eu sempre levava um casaquinho fino pra constar, caso eu sentisse muito frio.

E realmente senti muito frio quando estava despreparada. Quando fomos a Praga, a noite estava quente e agradável em Budapeste. Quando chegamos lá, Praga estava fria demais! Só havia levado um casaquinho bem fino, e não aguentava andar muito tempo na rua. O mesmo quando voltamos de Viena. Chegamos em Budapeste, e o clima que havíamos sentido durante todo aquele tempo era completamente diferente! Ventava muito e cheguei a bater o queixo.

Mas isso não é frio de verdade. Quando não se tem as roupas adequadas para enfrentar certos tipos de temperatura, a temperatura cai mesmo. Em Praga eu senti frio, pois havia uma garoa fria junto com vento, e o que eu havia levado era um casaquinho de algodão, que molhava muito rápido. Chegando em Budapeste vinda de Viena, estava de vestido, e estava ventando muito! Então fui pega despreparada nos dois casos. Era primavera, e podia arriscar!

Mas no inverno mesmo, não se pode errar mesmo! Ainda mais quando a primeira vez que você enfrenta um inverno rigoroso é justamente na Rússia em janeiro e fevereiro!

Em invernos, não é recomendável usar 10 casacos de algodão por exemplo. Eles podem molhar com a neve, e o frio será pior. O que é indicado é o uso de um casaco impermeável, daqueles mais grossos, com uma camisa por baixo. Se estiver mais frio, use uma camisa e uma segunda pele.

Calça jeans? Sim, pode usar, mas se tiver uma legging ou alguma outra calça fininha por baixo, melhor.

Tá nevando? Use botas impermeáveis. É bom não se esquecer também de luvas, gorro e cachecol. Não precisa ser nenhum tipo especial. Qualquer tipo serve.

Equipada com todas essas roupas, eu fiquei super tranquila durante meu inverno russo. Com essa minha pequena tropa de roupas, eu pude aguentar um belo dia onde fez -40 graus. Recompensa desse dia? Um lindo céu estrelado. :)

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Tá vendo? Até consegui voar nesse frio. Olha só a altura da neve ao lado. ;)

Mas tem algumas coisas que sofrem em frio intenso. Eu uso muito rímel, e ele congelava após alguns minutos ao ar livre. Só era voltar pra algum lugar fechado – e quente – que eles começavam a derreter, e a maquiagem, borrar!

Meus lábios ressecaram demais também, assim como outras partes do corpo, como tornozelos, mãos e pulsos. A minha garganta também ressecava (ou congelava, não sei) quando eu insistia em respirar pela boca. Sério. Respirar pelo nariz é essencial pra não ter um problema de garganta!

Outra coisa muito boa do frio extremo é a limpeza do ar. Depois de uma certa temperatura, geralmente depois dos -35 graus, muitas partículas de poeira e poluição não conseguem se sustentar no ar, e geralmente elas caem, deixando o ar bem limpo, e o céu, sempre sem nuvens. Já perceberam que quando alguém vê uma imagem de alguma cidade na Rússia no inverno (vi na TV em Moscou, e em Saratov, chegando da estrada), se vê muito as fumaças saindo de toda indústria, carro, ou alguma outra coisa que cause combustão? Então, a fumaça não consegue se dissipar tão facilmente no ar frio, e geralmente, as colunas de fumaça são mais grossas.

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-29 graus em plena cidade. É complicado.

Falando sobre falta de nuvens, as pessoas associam muito o frio com a neve. A verdade é que os dias que nevam são mais quentes do que os dias que não nevam. Motivo? Um amigo me explicou na Rússia, mas tem uma questão do ponto de fusão do gelo, e da ressublimação (passagem do estado gasoso para o sólido – daí surge a neve).

Falando em neve, com certeza é a melhor coisa do inverno! Isso especialmente para uma pessoa que nasceu e cresceu na quentura. Sim, quando eu vi o meu primeiro monte de neve na minha vida, eu implorei para que o meu amigo tirasse uma foto!

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Caboquice x1000. Nunca tinha visto neve na vida. Passando vergonha em plena Praça Vermelha pros ricaços fazendo compra no GUM.

E fazer anjinho de neve? Guerra de bolas de neve? Bonecos de neve? Escrever um milhão de coisas na neve? Quem nunca sonhou em fazer isso pelo menos em sonho? Sim, eu fui feliz, e aproveitei tudo o que eu tinha que fazer na neve!

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Só é feliz quem já fez anjinho de neve!

Manauara não sabe o que é frio de verdade. Nem muita gente sabe, na verdade. Eu sou a primeira a me indignar vendo gente na rua usando aquele casaco cheirando a naftalina no primeiro ventinho. E fico assim não culpando as pessoas que sentem frio fácil, pois muitas delas nasceram, cresceram, e nem saíram da nossa terrinha quente. E fico indignada por que ao contrário de todo mundo sentindo frio, eu fico morrendo de calor.

Mas te garanto uma coisa, depois de -40, qualquer friozinho é fichinha!

Babushka não! É Matrioshka!

Até que é babushka sim, mas lá na Sérvia. Como eu fui pra Rússia, e essas bonequinhas são originais de lá, chamo com orgulho essas lindas de Matrioskas, a.k.a., bonequinhas russas!

Apesar delas serem “originais” da Rússia, a inspiração para  a primeira Matrioshka feita ever foi através de uma boneca japonesa. Vinham 8 unidades dentro dela, e logo um atelier ao norte de Moscou começou a confeccioná-las, onde após um tempo, a boneca começou a ganhar uma repercussão internacional, e logo virando um dos símbolos mais reconhecidos da Rússia.

Dos meus objetos, de certeza elas são meu xodó! Geralmente elas vem 5 (uma dentro da outra), mas existem umas maiores e mais bem trabalhadas que vem 10. Na foto, eu alinhei 10 matrioskinhas que vem em dois conjuntos. As duas são vermelhas e bem parecidas btw. ;)

Elas são feitas de madeira, geralmente de pinheiros, o que dá um belo cheiro amadeirado dentro delas (sim, adoro sentir esse cheiro quando abro minhas bonequinhas!), e são pintadas à mão. Todo esse trabalho faz uma matrioshka ser bem cara lá na Rússia. A menor, eu comprei por RUB 600 (R$35), e a maior ganhei de presente da diretora da escola que eu trabalhei. Mesmo assim, já vi matrioshkas grandes sendo vendidas por RUB 2000 (R$117) Em Budapeste (sim, lá eles vendem várias matrioshkas e outras quinquilharias russas), elas também eram bem caras.

Existem outras versões feitas de porcelana, e os preços sobem ainda mais pela dificuldade do processo, além da fragilidade da boneca. Nunca peguei em uma, mas acredito que elas devam ser bem pesadas.

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Minhas matrioskas!

Outro tipo de Matrioshkas super comuns em qualquer quiosque de Moscou (ou de Budapeste) são as matrioshkas pintadas como celebridades! As favoritas dos artistas são as de políticos e esportistas, e geralmente elas são mais caras que as tradicionais.

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Matrioskas personalizadas

Uma matrioshka personalizada que vi alguma vez em algum site é de 10 peças, que tem desde o Czar Ivan o Terrível até o Putin. Achei super interessante, e se achar alguma semelhante (e claro, tiver dinheiro), eu compro na hora!

Vale lembrar que existem bonecas e bonecas, algumas vindo 5 peças, umas 10, outras até bem mais! Se procurar bastante, dá pra achar a matrioshka perfeita! Se você é perfeccionista, pode procurar bastante, que essas bonequinhas é que não faltam em qualquer feirinha da Rússia.

Btw, aqui vai um vídeo sobre a Rússia (é uma propaganda, na verdade), onde eles fazem umas montagens super ótimas com as Matrioshkas! Vale a pena ver! :)

(Só pra tirar a dúvida do título, Babuska significa “avó” em russo.)

http://www.youtube.com/watch?v=wOPuvTMndIs