Olá, internet! Então, voltando aos posts sobre Arquitetura, hoje vou falar um pouco sobre um tema que é corriqueiro em várias áreas do conhecimento: como é estudar numa faculdade pública? No meu caso, estudo em Federal, mas no passado já frequentei a Estadual, então meio que conheço ambos os mundos.
Adiantando um pouco, esse post terá um pouco mais de opinião que o normal (obviamente sempre sendo respeitosa).

Uma das minhas maquetes favoritas de Forma: a Adição em Malha
Então, lendo muitos depoimentos e artigos, vejo pessoas equivocadamente subestimando as faculdades federais (em favorecimento das particulares), especialmente mais ao sul do país. Os argumentos são sempre os mesmos: greves, grade desatualizada, infraestrutura, e afins. A impressão que eu tenho é que muitas vezes falta muito conhecimento de causa e esses mesmos argumentos utilizados pelos críticos às faculdades federais são facilmente batidos por quem realmente conhece o dia a dia de uma universidade assim.
Antes de falar das terríveis greves, posso dizer com certeza que estudar Arquitetura em faculdade federal é muito bom, e não trocaria meu país UFAM por nenhuma particular. Eu vivo essa rotina de federal há muito tempo, e apesar de estar no meio da minha caminhada, consigo ver que há um grande esforço por parte dos alunos e professores pela melhor execução possível das aulas.
O curso de Arquitetura na UFAM é novo, então a grade é bem atual, o que não é um grande problema no nosso caso. Outro lado bom é que algumas matérias-chave não são exclusivas do nosso curso, e caso ocorra algum problema (tipo uma reprovação em Física, Topografia e afins), a mesma matéria com o mesmo código é disponibilizada em outro curso da faculdade, o que diminui as questões burocráticas.
O fato de você não pagar mensalidade é outra coisa que é muito boa, pois Arquitetura é um curso onde precisamos gastar muito com materiais (socorro). Assim, os alunos ficam despreocupados com financiamento, boletos, contas e outras coisas.
Apesar de termos problemas de estrutura que são clássicos das faculdades federais (não nego, mas são problemas que dão pra levar), por enquanto ainda não tivemos questões muito graves em relação à falta de materiais. Claro que uma questão ou outra vem à tona, mas felizmente não é nada muito grave ou impeditivo de continuar no curso. Uma situação que me vem à cabeça (a que mais sentimos na pele) é que precisávamos dividir dois teodolitos para uma turma de 50 alunos de topografia.
Os ateliês do curso acabaram de passar por reformas, e o local ficou bem mais organizado que antes. Confesso que como a minha vivência neste curso ainda é pouca, não sei dizer se esses laboratórios estavam com falta de materiais (eu imagino que sim, com uma ou outra coisa), mas como citei no parágrafo acima, nossa turma não sofreu tanto com a falta de materiais.
Outra coisa que acho positiva sobre a UFAM é a carga horária. O curso é vespertino e noturno, e por causa disso, temos uma quantidade de disciplinas maior do que as particulares da minha cidade. Existem pessoas que já acreditam que isso é um lado negativo, já que uma faculdade tão puxada quanto a nossa pode comprometer a flexibilidade do aluno. Claro que muitas disciplinas por semestre é pesadíssimo, mas o importante é que conseguimos levar, e com muita dedicação.
Mas na minha opinião, muita flexibilidade pode comprometer a formação acadêmica do aluno, já que os estudos, em cursos dessa maneira, costumam ser deixados de lado perante trabalho e outras obrigações da pessoa. Arquitetura, assim como as engenharias, é um curso que requere muita atenção, técnica e trabalho, portanto ele não deve ser feito de qualquer jeito.
Mas claro que existem problemas, mas nenhum deles é uma dor de cabeça tão grande a ponto de desmerecer a minha faculdade perante a outras. O que chama mais a atenção são obviamente as greves. Elas são frustrantes sim, mas não a ponto de me desestimular e trancar o curso. Conheço colegas que fizeram isso na faculdade de Economia, mas honestamente, a greve foi só uma desculpa para desistir de um curso que essas pessoas nem gostavam.
Sendo bem sincera, a greve só é ruim se você não sabe aproveitá-la. Claro, é frustrante ter que adiar sua formatura em dois, três meses por causa de desentendimentos de alguns setores da universidade, mas em todo problema existe uma oportunidade.
Antes que comecem a me criticar, passei por duas greves na minha vida acadêmica em Economia (três e quatro meses respectivamente). Na primeira greve, descansei, viajei e passei três meses me preocupando exclusivamente com trabalho e auto escola. Da segunda vez eu aproveitei o tempo para avançar a minha monografia.
Sim, peguei greve no último período da faculdade. Greve esquisita, onde quase todos os cursos continuaram as aulas, mas nós de Economia (aff) e cursos de humanas como letras e licenciaturas (pra variar) tivemos que parar. Fiz todas as minhas pesquisas, escrevi muito, fiz todos os gráficos, revisões de português, tudo nesse espaço de 4 meses. Na reta final (propriamente dita), estava bem despreocupada, enquanto outros colegas estavam com tudo atrasado.
Enfim, por enquanto volto a enfatizar o quanto eu estou gostando de estudar Arquitetura, e ainda mais na faculdade onde estudo. :) Em breve, volto com mais posts, e muito obrigada se você leu até aqui! :)