Passagens Compradas – Paris

Apesar de estar aqui novamente, 11 anos após o primeiro parágrafo escrito, existe uma grande semelhança. É a empolgação. Mas para quê?

Em 2012, como disse no post de ontem, eu arrumei minhas malas em direção à mãe Rússia. Em 2013, foi a vez de me preparar para uma experiência na Hungria. Hoje, em 2023, estou prestes a embarcar no meu terceiro intercâmbio, e dessa vez num lugar não tanto “exótico”. Vou passar um mês na França!

Minhas passagens já estão compradas, e assim como os antigos posts da aba “Passagens Compradas”, me preocupei em fazer essa espécie de anúncio, assim como eu fazia anteriormente.

Como disse, se passaram 11 anos da Rússia e quase 10 da Hungria. Dessa vez a facada pelas passagens foi muito mais profunda. Se calcularmos em termos nominais, gastei mais que o dobro do valor que foi a passagem para Budapeste. Reflexo dos tempos atuais, onde o custo de vida do brasileiro subiu exorbitantemente. Eu não queria entrar muito do mérito da análise econômica nem política neste post, apesar de me posicionar categoricamente contra muitas questões que aconteceram nos últimos anos, mas uma coisa é fato. Essa viagem para a França está sendo muito mais difícil de lidar (no âmbito financeiro) do que nas vezes anteriores. Enfim…

Dessa vez também, outros medos estão aparecendo. Coisas que não ocorriam com a Camilla jovem adulta que resolveu conhecer o Leste Europeu.

Estou preocupada com o local que vou morar. Se o transporte até o Centro será fácil (porque já me conformei que não vou morar no centro de Paris), se eu terei um banheiro limpo (e também já desisti do banheiro privativo), se eu verei ratos pela casa (já vi relatos de que na capital francesa, não é estranho você ver um bichinho desses nas casas, especialmente no térreo), e inclusive medo de arrombamento e incêndio! Lembrando que eu morei em prédios soviéticos antigos, onde provavelmente tudo já aconteceu por lá. Mas diferentemente dos prédios soviéticos que possuem uns 50-60 anos de idade, essas edificações francesas já são centenárias!

Temo também pela xenofobia, pela misoginia e tantas outras coisas. Não sei quem são as pessoas que vão cruzar comigo no dia a dia. Se elas são amigáveis a estrangeiros ou não… se eles acham que mulheres sozinhas na rua usando transporte público são um alvo. Falando em transporte público, tenho medo dos pickpocketers sim! Afinal de contas hoje, já na casa dos 30 anos, entendo com mais clareza o valor do dinheiro e de todo esforço que damos em conseguir nossos bens preciosos!

Ter medo é humano. E hoje essas coisas não passam despercebidas, diferentemente da Camilla que foi pra Rússia e pra Hungria.

Mas eu não estou falando mal dessa experiência! Eu estou muito feliz de estar indo a Paris! Estou cheia de planos! Estou animada para tirar muitas e muitas fotos, assim como conhecer os lugares que não fui! Estou animada para conhecer meus colegas de curso, imaginando que alguns deles possam ser de origens que ainda não tive tanto contato! Estou ansiosa para conhecer minha host family e entender como que a mente de um francês funciona! Estou contando os dias para pegar esse avião com destino a Londres, e poucas horas depois, outro me levará a Paris!

Paris é um sonho. Eu estive a um passo de ir para a Espanha, na verdade. Mas a Cidade Luz me iludiu! E vou compartilhar aqui os meus pensamentos… as minhas sinceridades… Estou feliz de verdade! Mas desta vez estou atenta a problemas e questões que eu não tinha antes. Acho que por causa disso, talvez essa experiência francesa seja mais completa!

Por fim, a Citadella

A Citadella é provavelmente o lugar onde dá para se ver a maior parte de Budapeste. Particularmente acho que a vista mais bonita da cidade fica no Bastião dos Pescadores, mas a Citadella é igualmente impressionante e é ponto indispensável para conhecer em Budapeste.

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Budapeste vista da Citadella

Tanto o Bastião dos Pescadores quanto a Citadella possuem significados especiais para mim, e são símbolos dessa epopeia húngara que vivi. O Bastião foi um dos lugares que conheci no meu primeiro dia em Budapeste; já a Citadella foi o último lugar que conheci na capital húngara.

Logo nos primeiros posts do blog, escrevi um relato curto sobre esse dia. Aquele dia foi tão fantástico e maravilhoso que eu não queria que terminasse nunca! Só ficam as boas memórias e o agradecimento.

Acompanhe também: O dia em que o tempo parou

Origens

A Citadella é uma antiga fortificação húngara localizada no topo da colina Gellért (Gellért Hill) construída em 1848, no ápice da revolução húngara.O nome Citadella já dá a entender que o local tem características de uma fortaleza.

Ela fica no lado de Buda (Buda é montanhosa, enquanto Peste é uma planície), e o fato dela estar no topo de um morro, indica que sua localização foi completamente estratégica em termos militares durante as revoltas contra os Habsburgos e a ocupação soviética.

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Em memória de todos aqueles que sacrificaram suas vidas pela liberdade e independência da Hungria

O que fazer na Citadella?

Hoje em dia o local não tem mais a maioria das características militares que outrora possuiu. Algumas muralhas foram derrubadas, mas a maior parte da estrutura original permanece.

Um mirante foi construído na ponta da Citadella, e é possível passar bastante tempo só admirando o Danúbio, a cidade e tentando descobrir suas ruas principais. Próximo ao mirante também se encontra a Estátua da Liberdade: construída para homenagear os húngaros mortos durante os períodos de opressão.

Na Citadella também se encontra o museu do Exército: uma série de bunkers decorados de uma maneira que te fazem voltar no tempo, durante a época das guerras.

Além do mirante e do museu, ainda é possível explorar a colina Gellért a pé, já que existem uma série de trilhas que a rodeiam do sopé até o topo. Mas obviamente, é necessário disposição, já que ali é uma subida.

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Despedida de Budapeste

Como citei no início do texto, esse foi o último lugar que conheci em Budapeste. Era um sábado e o meu voo para o Brasil seria na segunda de manhã. Naquele dia, o Zsolt me ligou e perguntou se eu queria dar uma volta com ele em algum lugar, mas não podia demorar já que ele possuía um compromisso à tarde.

Nessa altura eu já havia entregado as chaves do meu apartamento e estava hospedada num hotel mais ao centro da cidade. Depois de um certo horário, o Zsolt apareceu e perguntou se eu já havia conhecido a Citadella. Eu disse que não e ele me levou lá.

Nós conversamos muito durante o trajeto, e até hoje agradeço pela pessoa incrível e super prestativa que o Zsolt acabou se tornando durante toda essa viagem. Caminhamos pela maior parte do trajeto, tiramos muitas fotos e voltamos pro hotel.

Eu estava tão pra baixo naquele dia, já que a melancolia estava batendo: a maioria dos meus amigos próximos já havia ido embora. Na noite anterior tinha acontecido minha festa de despedida, com muitos rostos novos que iriam continuar a experiência que iniciei. Na sexta à noite me despedi da maioria deles, já que eu não os veria mais.

Receber a ligação do Zsolt me alegrou muito! Foi ótimo conhecer um lugar novo, e ainda em ótima companhia. Ainda nos veríamos, já que ele insistiu em me levar pro aeroporto na segunda feira.

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Mirante

Vale a pena conhecer a Citadella?

Então, voltando ao intuito mais informativo do post, acho que vale a pena conhecer a Citadella quando já se conheceu a maior parte das atrações de Budapeste. Como a Citadella fica bem longe do centro, ir até lá exige um pouco de tempo livre, pois acredito que a intenção da maioria das pessoas que visitam lá não é de chegar, bater umas fotos e ir embora: conhecer o bunker, comer em algum restaurante típico e andar pelas trilhas pode ser uma opção interessante para quem tem tempo e disposição.

A distância também foi um dos motivos pelo qual eu levei tanto tempo para conhecer o local! O único transporte público que chega até lá é ônibus, e como não conhecia Buda tão bem, sempre deixava para depois. Tive sorte pois o Zsolt me levou de carro até lá!

Mas enfim, o local é lindo, mas eu passaria a visita caso não tivesse muito tempo livre.

 

Vida na Irlanda: Phoenix Park em Dublin

Escrito por Larissa Pinheiro

Olá, gente! É preciso dizer antes de mais nada que é um prazer iniciar essa coluna aqui no blog da minha amiga Camilla Sandoval. Muito obrigada por me ceder esse espaço. Vamos às introduções: meu nome é Larissa, tenho 25 anos e atualmente moro na Irlanda, numa pequena cidade chamada Strokestown localizada no condado de Roscommon. Sou natural da cidade de Manaus no Estado do Amazonas, onde morei maior parte da minha vida. E pra falar de Irlanda não tem maneira melhor de começar essa categoria falando sobre um dos meus lugares favoritos daqui que é o Phoenix Park.

O Phoenix Park é considerado o maior parque da Europa. Ele possui 700 hectares (7 milhões de metros quadrados). Se você achava que o Central Park em Nova Iorque era grande, o Phoenix Park é muito maior!

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Um pouco sobre

O Parque foi inaugurado no ano de 1662 pelo mais ilustre vice rei da Irlanda, James Butler, duque de Ormond, em nome do rei Charles II. Sua área já foi muito maior no passado, hoje em dia ele se estende até quase Kilmainham, lado sul do Rio Liffey.

Natureza

Muita gente conhece o lugar pelos cervos (veados) que lá habitam. Sim, existem muitos morando lá e muitas pessoas vão para conhecê-los, alimentá-los (eles amam cenouras, vá preparado!) e, claro, tirar muitas selfies com os amiguinhos. O parque possui uma natureza incrível e 30% de sua área é coberta por árvores.

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Atrações

Afinal, o que tem pra fazer no tal Phoenix Park? Vamos lá a lista de lugares para conhecer dentro do parque.

  • Dublin Zoo
  • Pope’s cross
  • A casa do Presidente da Irlanda
  • Wellington Monument (maior obelisco da Europa)
  • Magazine Fort
  • People’s garden
  • Farmleigh
  • Ashtown Castle

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Como chegar?

O parque fica localizado em Dublin 8 próximo a estação de trem e LUAS (metrô de superfície da cidade) Heuston. Meu conselho, caso você queira aproveitar bem sua ida ao parque e conhecer todas ou a maioria das atrações, poupe suas perninhas e pegue o ônibus (25, 26, 37, 38, 39, 70 ou 46A) ou se preferir pegue o LUAS linha vermelha até a estação Heuston.

Vale muito a pena uma tarde no Phoenix Park em qualquer época do ano. Mas o verão, em especial, é ideal! Mesmo que você não veja todas as atrações é bom ir lá pra relaxar, tomar um sol, encontrar os amigos, ler um livro ou, caso você tenha bicicleta a sua ida ao parque se  torna muito mais interessante, lá tem uma ciclovia bem grande por todo o parque.

Obelisco

Obelisco

Bom, esse foi o meu texto falando sobre o Phoenix Park e também o meu convite para todo mundo que deseja vir à Irlanda e explorar esse lindo país. Eu posso escrever mais sobre a minha querida ilha esmeralda. É só pedir que eu volto.

Para mais informações sobre o parque, acesse o site oficial do Phoenix Park!

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1 ano de alegria

Budapeste vista da Citadella

Budapeste vista da Citadella

Hoje é dia 12 de abril de 2014 (22:35 da noite). Esse texto sairá de uma vez só, sem revisões, estética nem nada. Simplesmente vou colocar pra fora todos os sentimentos que me vêm à mente devido a esta data especial.

Nesse exato momento há um ano atrás (considerando jetlags) eu estava no aeroporto de Fortaleza super estressada pelo fato de que o meu voo para Lisboa havia atrasado. Por consequência, eu estava tomando um belíssimo chá de cadeira no aeroporto. A sorte? Havia um wi-fi, já que o meu 3G estava horroroso ali.

Fui bem viajante. Estava com uma sapatilha bem confortável, calças jeans nem tão apertadas, uma blusa de algodão da Betty Boop, uma mochila nas costas e uma bolsa no ombro.

Em Fortaleza eu havia comido um pão de queijo com coca-cola. Para mim, uma alimentação tranquila, que eu comeria tranquilamente sem passar mal ou coisa assim. Mas chegou uma hora em que eu estava com fome de novo, e o único cheiro que me vinha era o de café. Confissão do dia: eu odeio café e fiquei enjoada.

Pior ainda, eu estava morta de sono e essas cadeiras de aeroporto não são cômodas pra quem quer dormir. Nem deitar dava.

Esse estresse estava misturado com o medo de avião (eu tenho, acreditem!), e a ansiedade. Ao contrário da maioria das ansiedades que eu sinto, eu estava bem mais insegura. Será que alguém iria me buscar no aeroporto? Será que essas seis semanas seriam complicadas ao ponto de me fazer arrepender dessa decisão? Será que não era melhor eu ter ficado em casa? Onde que eu vou morar?

Isso que eu já me considerava uma pessoa “experiente” em termos de viagens… Um ano e meio antes quando eu fui pra Rússia eu não estava assim não. Felizmente, o meu coração estaria me preparando para uma incrível experiência!

Embarquei e sentei. A impressão que tive foi que o tempo voou! Simplesmente o avião decolou, eu jantei, dormi e já estávamos descendo em Lisboa. Geralmente eu me sinto presa numa eternidade que não passa dentro do avião… isso em viagens de 12 horas, e ali eu ficaria no voo por “apenas” 7.

Cheguei em Lisboa, passei pela imigração, comi alguma coisa e esperei o voo para o destino final. Eu estava muito, mas muito nervosa!

Era no “vai ou racha”. Entrei no avião e sabia que ali era pra valer. Segurei a respiração. Tentei dormir e não conseguia. Comecei a ver o mar abaixo de mim e não sabia onde eu estava. Deveríamos passar pelo mar? O mar virou terra de novo. A terra virou montanha. Estávamos nos Alpes. Isso significaria que eu estava perto de chegar, ou pelo menos uma boa distância já tinha sido percorrida.

Enquanto isso, o almoço foi servido e eu não consegui comer. Tomei um suco e comi o arroz, e outras coisas que eu achava que eu iria aguentar no estômago. Retiraram o jantar. Tentei dormir pra ver se o tempo passava.

Parecia que aquele voo de 3 horas estava durando mais do que o de 7 que eu tinha acabado de fazer. Então os Alpes acabaram. Embaixo de nós só havia planície. Eu sabia que estávamos chegando.

Do nada, eu vi um fio d’água brilhando com o pôr-do-sol. Percebi que eu via uma cidade ao redor desse rio. E pouco a pouco eu tive a certeza de que aquela forma da cidade e daquele rio era Budapeste! Fiquei extremamente feliz! Segunda confissão de hoje: cheguei ao ponto de chorar.

Desci do avião e fiquei esperando minhas malas. Confissão número 3: estava funcionando no automático, já que eu não sabia o que iria acontecer. Simplesmente deveria estar preparada para tudo!

A maior alegria foi quando eu vi o Zsolt carregando uma plaquinha com o meu nome! Alguém tinha lembrado de mim! Aquela pessoa que eu mandava vários emails para lembrar que eu estava chegando apareceu! Confissão número quatro: eu relaxei completamente ao vê-lo.

Tive o melhor buddy do mundo! Sem mais delongas, ele foi um amor comigo, do início ao fim. Sempre muito atencioso e gentil, ele me mostrou o melhor lado da Hungria, e desde o início ele se mostrou bem solícito em me ajudar. Eu acho que eu fui a única trainee que foi levada de carro ao redor do Danúbio durante o pôr-do-sol e o acender das luzes. Essa lembrança fica pra sempre!

Ele me levou pra casa e a princípio eu fiquei com medo. A vizinhança numa primeira vista parecia assustadora. Eu teria de atravessar um parque, e estava frio e escuro.

Do nada vem uma garota na nossa direção e era a Rekha, a minha roomate que participaria do projeto comigo. Ela foi um amor comigo desde o início também! Ela me mostrou a casa, me ofereceu o computador dela (já que era sábado e o wifi para mim seria liberado apenas na segunda) e já foi me chamando pra sair, mas eu não estava me sentindo bem.

Eu só queria tomar um banho e dormir. Não consegui dormir. Tomei um dramin e não adiantou. E digo que não adiantou nada, que eu não consegui fechar o olho e ainda vomitei tudo que eu havia comido nas últimas 24 horas.

Acordei horrível. Segundo a Rekha, havia pão na cozinha e umas sopas que ela havia buscado na escola. Só que o pão já estava mofado e a sopa estava fora da geladeira, e provavelmente já estava estragada. Não sei o que que ela estava comendo naquela casa.

O Zsolt voltou no dia seguinte e me ajudou a comprar o chip de celular e o passe de ônibus mensal. Depois ele me deixou em Margitsziget e depois é só história. Conheci muita gente boa naquele dia, que ficou na memória como um dos melhores dias ever. Me sentia dentro de um filme! O céu estava azul, a grama verde, o piquenique estava gostoso e as pessoas eram incríveis. Depois fui curtir o melhor pôr-do-sol da minha vida lá no Castelo de Buda.

Uau!

Agora depois de tudo o que eu escrevi (23:11) eu vou ler o post “Primavera em Budapeste“, escrito no dia 20 de abril do ano passado. Sim, eu não atualizei o blog com tanta frequência quando eu estava na Hungria, e convenhamos, eu tinha muitas coisas para fazer lá. :)

Uma outra coisa curiosa desse post é que ainda são 12 de abril por aqui, mas ele vai ficar com a data de 13 de abril, devido ao fato de que o horário que eu seleciono é de acordo com o GMT 0, e não com o GMT -4 de onde eu moro. De qualquer maneira, dia 13 de abril foi o dia de fato em que eu cheguei na Hungria.

Eu vou comparar o que eu escrevi agora com esse post do ano passado e verificar o quanto eu mudei em relação ao que se passou durante esse tempo. Uma coisa é certa: Essa foi a experiência mais preciosa da minha vida! Voltaria para trás e faria a mesma coisa de novo. E de novo. E de novo…

Budapeste.

Budapeste.

Representando o Brasil no exterior

Quando saímos em intercâmbio, uma das coisas que pensamos em fazer é levar objetos, comidas, roupas, souvenirs, ou qualquer outra coisa que lembre o Brasil no exterior. Essas coisinhas que gostamos de levar servem para vários propósitos: dar de presente para alguma pessoa que fazemos amizade por lá, apresentar algo curioso da região em que vivemos, ou até matar a saudade de alguma comida que não iremos encontrar fora do Brasil.

Hoje vim listar algumas coisinhas interessantes que nós, intercambistas alinhados, podemos levar para o exterior com o intuito de fazer o social, de uma maneira diferente.

1. Bandeira do Brasil
A Bandeira é um objeto clássico de quem quer representar o Brasil no exterior, e também ela é figurinha caprichada em várias fotos nos lugares mais exóticos do mundo. Artigo indispensável na sua mala!

2. Leite condensado
Obviamente usaremos o leite condensado para fazer brigadeiro, doce que absolutamente todos os estrangeiros adoram! Vale lembrar que o leite condensado é vendido em outros países, mas muitas vezes ele possui uma textura bem menos densa.

3. Camisa de futebol
O Futebol é quase como um idioma universal, e dar de presente uma camisa do local onde se joga o melhor futebol do mundo é certamente uma excelente ideia.

4. Chaveiros e/ou ímãs de geladeira
Chaveiros e ímãs de geladeira são uma ótima lembrancinha para dar de presente. São pequenos, muitas vezes baratos, e eles mostram alguma coisa do Brasil.

5. Havaianas
Para nós, as Havaianas são super comuns, mas no exterior elas são bem exóticas e acredite: elas são bem caras!

6. Músicas em geral
Um bom e velho CD com músicas tradicionalmente brasileiras é um bom presente! Lembrando que o nosso repertório nacional é bem eclético e possuímos muitas músicas de qualidade! Fica a dica também que um MP3 no computador é ótimo também.

7. Artesanatos
Aqui na minha região, o presente clássico para dar para os amigos estrangeiros são os artesanatos! Pulseiras, brincos, objetos de decoração e muito mais são lindos e ótimos para carregar!

8. Cachaça
Jovens são jovens em todo o mundo. Leve uma boa cachaça e faça uma bela caipirinha para seus amigos!

9. Cartões postais
Eles são baratos, tradicionais, e representam o Brasil e/ou a região em que vivemos de uma maneira bem clássica: através de uma foto. Cartões postais também são bons por que uma grande quantidade não ocupa muito espaço.

10. Coisas da sua região!
O Brasil é gigante e muitas tradições, comidas, cultura, artesanatos e afins são bem diferentes de uma região para a outra! Que tal viajar já com um excelente conhecimento da sua região? Leve também objetos que expressem isso! Vai lá e aproveita a sua viagem :)

Brasileiros lindos, em Brastislava

Brasileiros lindos, em Brastislava

50 sensações possíveis só para quem fez intercâmbio

Existem situações e vivências que são únicas, e cada experiência internacional que vivi me agregou muita coisa. Por isso digo que meus intercâmbios foram únicos e extremamente importantes para o meu crescimento como pessoa. Pensa em fazer algum nos próximos meses ou anos? Se prepare para alguma das melhores sensações da sua vida!

  1. Lidar com pessoas de diversos países será super comum. É tipo uma volta ao mundo sem sair de um só lugar;
  2. Com tanta diversidade cultural, as pessoas começarão a achar seus hábitos rotineiros um tanto estranhos;
  3. Mas não se preocupe, já que pessoas que você conhece há poucas semanas se tornam amigos de infância;
  4. O lema “Viva como se não houvesse amanhã” ganha um significado totalmente diferente;
  5. Se você não sai da sua zona de conforto em casa, certamente o fará durante o seu intercâmbio;

    Como não amar esse dia e essas pessoas?

    Como não amar esse dia e essas pessoas?

  6. Falando em sair da zona do conforto, se perder na cidade, pegar o ônibus errado e até passar vergonha alheia na rua é normal;
  7. E quando você comenta essas experiências com algum outro intercambista, ele(a) vai te contar alguma história bem mais bizarra;
  8. Não gosta de McDonald’s, KFC e qualquer marca de fast food? Não adianta, você sempre irá dar um pulinho por lá para poder economizar dinheiro;
  9. Na verdade, a frescura com a maioria das comidas acaba. O importante é se manter alimentado. Até mesmo um miojo ajuda!;
  10. Falando de comidas, sempre terá alguma comida típica que você vai se apaixonar. Caso ela não seja vendida no Brasil, algum dia você vai tentar pelo menos fazê-la em casa (ou morrer de vontade);

    Lángos doces

    Lángos doces

  11. Mal você chega e todo mundo quer que você poste suas fotos. Assim, todo mundo viaja “junto”;
  12. Além do mais, todo mundo quer conversar no skype com você. Acredite, conversar com alguma pessoa no Brasil é uma das melhores sensações, além de aquecer o coração;
  13. Dá vontade de chorar quando chegamos em um lugar que no fundo, sempre sonhamos em conhecer;
  14. Qualquer pequeno detalhe já é motivo pra tirar foto;
  15. Você vai descobrir que jovens são iguais no mundo todo, e que de alguma maneira, todos falam a mesma língua;

    Brasileiros lindos, em Brastislava

    Brasileiros lindos, em Brastislava

  16. Você sempre conhecerá pessoas diferentes. É tipo virar popular “ao redor do mundo”;
  17. E bote diferença e diversidade nisso. Minha roomate em Budapeste tem nacionalidade australiana, porém é nascida em Singapura, e 100% descendente de indianos. Fora isso, ela também já morou na Indonésia, Índia, Omã e Malásia. Parece que não, mas você vai encontrar muita gente com background diverso no seu intercâmbio;
  18. Apesar de toda essa diversidade dela e da minha (uma mistura de alemães, colombianos, marroquinos, indígenas, portugueses e nem sei mais o quê), conseguimos encontrar semelhanças culturais bem marcantes! Moral da história, apesar das diferenças, o que importa são as semelhanças;
  19. Pequenas coisas, como um tal pôr-do-sol ou uma vista a um céu estrelado se tornarão momentos marcantes durante a sua vida inteira;
  20. Você vai se lembrar para sempre daquela festa que todo mundo estava feliz, aquela celebração cultural única, daquele momento em que seus amigos riram…;

    Ingresso do jogo CSKA Moscou x Real Madri

    Ingresso do jogo CSKA Moscou x Real Madrid

  21. Pois o importante é ter histórias para contar aos seus netos, e você terá muitas delas para compartilhar;
  22. Mas tenha ciência que você também terá histórias ruins. Não vá se iludir que tudo seja um arco-íris;
  23. Qualquer probleminha se torna uma dor de cabeça enorme;
  24. E quando você volta para o Brasil, você ri dessas situações chatas. Afinal, é sempre bom ver tudo pelo lado positivo;
  25. Sentir saudades de casa é inevitável. Tem vezes que a melhor coisa do mundo é lembrar da sua cama, da comida da avó, e especialmente uma piscina quando você pega aquele inverno bem rigoroso;

    Middle of nowhere

    Middle of nowhere

  26. Se você está fora do Brasil durante o carnaval, o réveillon, o sete de setembro ou alguma outra data comemorativa, o coração meio que aperta;
  27. E chega um momento em que comer qualquer coisa que te lembre a comida de casa é a melhor coisa do mundo;
  28. Você não consegue sentir medo, comparado com a sua vida no Brasil;
  29. Mas quando tudo dá errado, a vontade que dá é de sair correndo para o aeroporto;
  30. Mas tem algo que te prende por lá, e o seu coração diz que é necessário tentar;

    Moscou, na semana final

    Moscou, na semana final

  31. Também existem as comparações. Não dá pra deixar de comparar qualquer coisa com o Brasil;
  32. E até que você consegue ter umas ideias sobre o que poderia melhorar na sua cidade de acordo com as coisas que você vê durante o seu intercâmbio;
  33. Independente se o intercâmbio for pra estudar na faculdade, idiomas, trabalhar em empresas ou como voluntário, você vai ter o interesse de fazer um próximo, com alguma atividade diferente;
  34. E dá aquela vontade de viver uma experiência única dentro de sua experiência única. Talvez comprar os ingressos daquele jogo importante, pagar um jantar num restaurante exótico ou viajar para a cidade dos seus sonhos seja a melhor coisa que você já tenha feito;
  35. E quando você volta pra casa, você lembra de todos esses fatos com muito carinho;

    Tem coisas que guardamos com muito carinho!

    Tem coisas que guardamos com muito carinho!

  36. Mas ao mesmo tempo fica aquela sensação de “poderia ter feito mais”;
  37. E quando você esbarra com alguém na rua que vai fazer intercâmbio na mesma cidade que você fez, seus olhos começam a brilhar, e você se voluntaria para dar dicas e afins;
  38. E sempre fica aquele gostinho de quero mais;
  39. Daí você percebe que viajar é a melhor coisa, e que é necessário sempre conhecer algo novo;
  40. E o tempo passa, e aquelas pessoas que você convivia no intercâmbio ainda são muito queridas;

    Vista de Szentendre

    Vista de Szentendre

  41. Daí a frase “Recordar é viver” também ganha um novo sentido;
  42. E dá uma vontade de viajar para todos os países para dar um abraço nos seus amigos;
  43. Então você fica super alegre e comenta como se fosse o maior especialista no assunto quando você vê na mídia alguma coisa deste lugar;
  44. Afinal de contas, por um determinado tempo, você foi um cidadão daquela cidade, e se misturou na multidão como se fosse um americano, inglês, francês, espanhol típico;
  45. Dá uma vontade de documentar o que você faz, seja através de fotos, textos, postagens;

    Felicidade imensa ao ver a neve pela primeira vez! :)

    Felicidade imensa ao ver a neve pela primeira vez! :)

  46. Não se preocupe, que a nostalgia é um sentimento bem comum;
  47. E apesar dos momentos bons, ruins, felizes ou tristes, um consenso geral é de que essa é a melhor experiência da vida;
  48. E que você viveria tudo aquilo de novo;
  49. E o que resta agora é compartilhar;
  50. E estimular os outros a terem uma experiência semelhante.

Por que o importante é ser livre!

Por que o importante é ser livre!

 

 

 

Lugares alternativos

A experiência de fazer intercâmbio é única e bem especial. Se desafiar em um lugar onde você não conhece ninguém e obter pequenas, mas significativas mudanças no cotidiano é muito engrandecedor. Aliás, qualquer experiência no exterior por si só já é imensamente impactante.

Geralmente, brasileiros procuram realizar essa experiência de morar duas semanas, seis meses ou até um ano fora em países anglófonos, ou seja, países cujo idioma oficial é o inglês. Considerar outros destinos que pouco a pouco ganham popularidade como a China, o Japão, a Índia, a França e a Hungria não parecem ser uma opção pelo seguinte fato: lá não se fala inglês como primeiro idioma.

É disso que vim falar hoje aqui. Fazer intercâmbio em países que não sejam o Canadá, Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Irlanda e Nova Zelândia é muito bom também! Se a desculpa maior é a de que você precisa aprender o inglês, listo aqui motivos para pensar fora da caixa:

  1. Você vai aprender inglês de qualquer maneira! 
    Próprio conhecimento de causa. Quando eu morei em Budapeste, só se falava inglês na rua. Existem muitos estudantes de intercâmbio na cidade, e querendo ou não, o inglês era o idioma universal entre todos nós. Mesmo com amigos latino-americanos que eu convivia diariamente por lá, conversávamos bem pouco em espanhol e em português. Você acaba praticando o inglês involuntariamente, com pessoas nativas e não nativas, e que falam um inglês entre o básico e o excelente. Fora isso, em qualquer loja, restaurante ou afim, a comunicação era só em inglês.

    Como não amar esse dia e essas pessoas?

    Como não amar esse dia e essas pessoas? (na foto estão presentes pessoas da Itália, Estados Unidos, Alemanha, Geórgia, Cazaquistão, Colômbia, Austrália e Guatemala)

  2. De quebra, você vai aprender um novo idioma!
    Voltei da Rússia adicionando russo básico no meu currículo, o que chamou a atenção de muita gente. Quem do seu círculo social sabe se comunicar em russo? E em chinês? E em alemão? E em finlandês? Que tal ter um diferencial nos idiomas?

    Singelo nome da minha parada de ônibus

    Singelo nome da minha parada de ônibus (a tradução disso é “Grande Mercado”)

     

  3. Conheça lugares que são fora do óbvio.
    Tirar foto na frente do Big Ben ou da Estátua da Liberdade quase todo mundo tem. Agora nadar na piscina mais alta do mundo no Marina Bay Sands em Cingapura, observar os leões, as zebras e as girafas num safári no Quênia ou até mesmo visitar um palácio bem fofinho no interior da Hungria sem a multidão comum de Versailles é um pouco mais exótico, certo?

    Eu na Praça Vermelha

    Eu na Praça Vermelha

  4. Experimente comidas que você dificilmente encontrará no Brasil (e dependendo, até em outros lugares!).
    Um bratwurst quentinho com catchup e mostarda, um kürtoscalács de canela com uma casquinha bem crocante, uma sopa de pelmeni bem temperada, uma picada de domingo com chorizo, carneiro e cordeiro saindo do fogo, e ir em qualquer supermercado e encontrar uma lata de caviar de beluga, podendo também comprar um sour cream para acompanhamento… deu até fome!

    Nhami!

    Nhami!

  5. Você estará ajudando a quebrar paradigmas!
    Morar fora, especialmente em um lugar “exótico” chama muito a atenção das pessoas que são próximas a você. Depois de morar um tempo na Alemanha, na Finlândia ou na Rússia, você pode ajudar a mostrar que as pessoas de lá não são frias como se pensa por aqui.
    Também você pode comprovar que o comunismo acabou nos países da Europa do leste (sim, meu avô jurava que a Rússia ainda vivia sob o regime comunista).
    Você também pode afirmar que os japoneses não comem só sushi ou que os chineses não só comem baratas, gafanhotos, carne de cachorro ou outros tipos de comidas “diferentes” para nós, brasileiros. (Alô gente, comemos coração de frango e muitos estrangeiros acham isso horrível). Seja a vanguarda! Seja descobridor! Engaje os outros a pensar diferente!

    Melhor lugar: povoado de onde a minha família veio.

    Melhor lugar: povoado de onde a minha família veio.

Não me arrependo nem um pouco de ter ido para a Hungria e a Rússia, e se der tudo certo, ano que vem faço mais um intercâmbio? Destino?! Não posso falar, mas garanto uma coisa: ele será fora do óbvio.

Primavera em Budapeste

Cheguei em Budapeste! E nossa, que viagem! Já estou acostumada a pegar trechos super longos, com pelo menos mais de 36 horas de voo, e dessa vez peguei só 24 horas voando. Hehe.

Saí de Manaus à tarde, cerca das 15 horas o meu avião decolou e o meu destino final era Fortaleza, com escala em Belém. No total, o voo duraria umas 4 horas e meia, incluindo o tempo da escala, e o voo foi relativamente bom, com exceção de um momento em que o avião literalmente despencou do céu. Todo mundo ficou gritando, e senti que o avião já tava entrando em estol quando tudo se normalizou. A culpa? O avião já estava lento demais devido ao pouso, e tinha uma nuvem pequenininha, mas bem densa no nosso caminho. Bem, após esperar uma meia hora no avião em Belém, decolamos de novo. O trecho pra Fortaleza parecia interminável! Também bastasse, já faziam mais de 4 horas ali dentro do avião e nada.

Quando foi umas 20:30 horário local, cheguei em Fortaleza, peguei meus cartões de embarque, comi uma besteirinha, e fiquei aguardando o embarque internacional abrir. Após passar por todos os raios-x e imigrações possíveis, já estava eu na sala de embarque esperando o meu voo.

O aeroporto de Fortaleza pode ser bem arrumado e bonitinho, especialmente na sala de embarque, mas acabo percebendo nos pequenos detalhes que o brasileiro tem uma cabecinha de jirico na hora de planejar as coisas. A sala de embarque internacional só tem um café, uma lojinha pequena de duty free e só. Só! Nem banheiro tinha ali. Fora isso, as cadeiras são muito desconfortáveis e não permitem que a pessoa descanse direitinho. Ali só me lembrei do aeroporto de Viena, que apesar de parecer pequeno e não muito moderno na área comum, tinha espaços incríveis na sala de embarque. Caso a pessoa precisasse trabalhar no notebook, tinha uma poltrona com uma espécie de mesa e tomada especialmente para isso, além de ter wifi de graça e ilimitado. Super prático. E para aqueles que já estavam muito cansados, também havia uma espécie de cama (!!!) onde se podia deitar. Alô alô arquitetos brasileiros! Olha a copa aí!

Tá, aquela sala de embarque não tinha nada pra fazer, salvo (no meu caso) o wifi. Tá que eu tenho 3G, mas ele não tava muito bom naquele dia. Fuçando as redes, achei um wifi grátis da infraero, onde eu só precisaria colocar alguns dados e pronto. Pra mim deu certo, mas pra uma senhora do meu lado não. Então já que ela não conseguiu, não achei nada eficiente esse sistema. Podiam colocar o wifi aberto sem precisar de nada, que nem em Viena.

Então, o meu voo pra Lisboa saiu com atraso de Fortaleza, mas me impressionei com a rapidez da viagem. Já estava acostumada a viajar por 12 horas, e quando eu vi que o voo seria menos de 7 horas, achei muito bom. O jantar saiu logo e tentei dormir. Quando menos percebi, já estava chegando em Lisboa.

Em geral, o voo da TAP foi bom. A comida estava boa, os comissários eram gentis, e não houve quase nenhuma turbulência no voo. Além, de como já ter dito, foi uma viagem rápida.

Cheguei em Lisboa 11 da manhã aproximadamente. A impressão foi que nos soltaram bem no fim do aeroporto. Tive que andar horrores até ver o sinal da imigração. Imigração e raio-x foram tranquilos. A moça só me perguntou quando eu voltava e no raio-x só me pediram pra tirar o notebook da bolsa.

O aeroporto de Lisboa é bem bonito, e me impressionei. Olha que já estive em vários aeroportos, mas um que nem aquele, com uma área comum grande, espaçosa e clara junto a muitos restaurantes e lojas. Fora isso tive wifi, só 30 minutos, mas tive, mas logo achei meu gate pra Budapeste e esperei.

Esse último trecho atrasou uns 45 minutos, e a viagem não seria curta. Quando começamos a embarcar, já fui ficando nervosa sobre o meu destino aqui. Mas acho que fiquei bem tranquila quando o piloto, após ter falado em português de Portugal, começou a falar que o nosso destino era a cidade mais bonita da Europa, e ainda arriscou um “obrigado” em húngaro. Achei isso de-mais, e os vários velhinhos húngaros que estavam no voo começaram a bater palmas!

Após 3h30 de um voo tranquilo, vi Budapeste do alto! Tava na hora do pôr-do-sol, e a vista estava incrível! Pousamos e após esperar pela minha mala, saí. Não sabia se ia encontrar alguém pra me buscar ou não. Mas olha a felicidade quando eu saí dali e vi o Zsolt, o meu buddy com uma plaquinha com o meu nome acenando e sorrindo pra mim! Yay! Tinha alguém esperando minha chegada! Me senti especial, hehe.

Ele me levou para uma pequena volta de carro ao redor dos embankments do Danúbio e ao redor de alguns castelos. Era o início da noite, e o contraste da cor do rio com as luzes ao redor só deixou tudo mais bonito ainda. Realmente, essa cidade é uma das mais bonitas da Europa mesmo!

Já cheguei, e o meu buddy me levou pra dar uma volta ao redor da cidade. Era início da noite, e tudo estava lindo! Todos os prédios de Budapeste estavam especialmente iluminados, e foi tudo lindo! Logo depois, ele me deixou em casa, e logo me encontrei com a Rekha, uma australiana que está dividindo quarto comigo.

Bem, como já era noite, só deu tempo de abrir a minha mala e dormir. Tá que eu ainda estava sofrendo de jetlag e acordei uma hora depois, mas já fui me adaptando à minha casa nova. O apartamento é anexo à escola que eu trabalho, a Kontyfa, mas é totalmente independente. A estrutura é muito boa também. Sempre temos comida aqui, assim como todos os móveis e utensílios que precisamos pra viver aqui. Já comecei gostando demais. Tomara que essa lua de mel continue assim!

Partiu Budapeste!

Uma das coisas que eu mais adoro é escrever! Sempre gostei de escrever contos, cartas, e muito mais. Também gosto muito de escrever por aqui. Eu sinto uma nostalgia tão boa toda vez que me lembro de algum fato, alguma história que se passou comigo em algum lugar! É como se eu estivesse respirando aquele ar, e sentindo aquele lugar. E também é verdade que eu ainda preciso compartilhar mais da minha experiência em outros lugares por aqui. Às vezes fico pensando que situação contar, como contar, e às vezes minha memória falha com alguns detalhes, justamente por que não consigo atualizar meu blog em tempo real aonde quer que eu esteja. E nesses últimos dias não consegui escrever mais nada por aqui justamente pelo meu conturbado período de provas na faculdade. Ontem tive três, sendo duas ao mesmo tempo (e de uma matéria complicada ainda).

Mas dessa vez vai ser diferente (espero)! Amanhã é o meu voo em direção à Budapeste! :) :) Vocês não imaginam o quanto eu estou feliz (e nervosa) com essa viagem! Não sei nem o que esperar de lá. Pensei em vários mínimos detalhes que podem ser úteis para mim nessa aventura.

Por exemplo, eu sou meio neurótica com respostas. Não recebo um posicionamento do meu buddy há mais de uma semana, e no fundo, estou morrendo de medo que ele me esqueça no aeroporto. Como eu vou chegar mais ou menos de noite lá, eu já tentei me precaver e até reservei uma noite num hostel lá (pra te ver essa neura!) em caso de imprevistos. Também estou levando dois celulares, já que lá na Rússia, o que eu tinha simplesmente parou de tocar e/ou vibrar (!!!!) e eu tinha que adivinhar quando que iriam me ligar.

Também estou levando algumas roupinhas de frio. Tá que a primavera  já tá chegando, mais ainda corre o risco de temperaturas mínimas baixas, como de 1 ou 2 graus. Fichinha pra alguém que já pegou -30 graus, mas a minha resistência ao frio passou completamente depois de passar mais de 1 ano no calor beleza de Manaus. Acho que a pessoa que vai me buscar no aeroporto vai ficar meio desconfiada comigo, usando um casaco de frio, botas e afins. Hehe.

Enfim, vou tentar escrever meus relatos aqui, em tempo real! Caso eu lembre de outra situação interessante, também vou postar aqui. Bem, então amanhã tem #partiuBudapeste!!

Abrindo a janela para o mundo!

Acho que viajar é o principal sonho de consumo da maioria das pessoas. E sou, descaradamente uma delas!

Desde a primeira vez que entrei num avião, em dezembro de 1999, um antigo e confortável Varig, sempre senti aquele friozinho na barriga, não por ter medo de altura, turbulência, ou coisas parecidas. Era a vontade de ir no aeroporto, e passar algumas horas dentro de um avião! Lembrando que naquela época viajar era uma coisa diferente, menos cotidiana que o usual. É fácil de ter amigos e conhecidos que passam o fim de semana em um lugar longe só por estar, como se fosse a coisa mais comum do mundo! Ainda sou daquelas clássicas que conta os dias para entrar no avião, planeja cada passo a ser dado, lugares a visitar e afins.

E diferentemente da maioria das pessoas que conheço, sou fascinada por conhecer lugares distantes, e que são diferentes da minha realidade. Sou do Norte, só tinha visto calor e chuva por boa parte da minha vida, e até agora, a viagem mais fora da minha realidade aconteceu em janeiro de 2012, onde decidi passar dois meses no meio do inverno russo.

Claro, existem muitas histórias pra se contar desta, e outras aventuras. Mas posso dizer que tive um dos principais momentos de reflexão da minha vida ali, no meio do nada, dentro de um trem com destino a Saratov, na região do Volga.

Após dormir por muitas horas no meu vagão compartilhado, resolvi olhar a paisagem do lado de fora. Só tinha neve e mais neve! Árvores mortas cobertas de neve, e grandes espaços vazios com simplesmente nada. A primeira coisa que pensei foi: “nossa, que lindo!”. Fiquei alguns segundos sem pensar nada, e depois refleti algo que me marca até agora. Percebi que só via árvores e neve, e achava lindo! Quando eu ouvia os meus amigos estrangeiros falando que, a região que eu morava era linda e única, eu meio que menosprezava. Nascida e crescida no meio da cultura amazônica, eu achava a floresta ao meu redor banal, simples, e que os animais que nela vivem, comuns. Afinal, cresci, de alguma maneira conectada, acostumada a isso. E quando eu também ouvia que a terra deles era “sem graça”, não podia acreditar! Eu pensava impossível que alguém, na América do Norte ou Europa achasse o lugar que viviam sem graça. Olhando para aquelas árvores mortas, eu entendi o porquê. Ninguém tem a beleza da minha região. Lembrei também de um amigo que uma vez me disse: “Pra quer supervalorizar aquilo que nos é externo? Pegue um barco e passe algumas horas longe da civilização. Temos tanta beleza pra oferecer!” Naquele momento, descobri que moro no paraíso.

A partir de então, viajo por cultura! Prefiro ir passar o dia em museus, do que fazer compras. Uma vez, uma amiga me chamou para ir a Orlando fazer compras no Black Friday. Daí falei que queria me focar em uma viagem desejada para o Oriente Médio ou Índia no ano que vem, e que compras em New York ou Chicago poderiam ser melhores. Ela começou a rir, e me deu uma indireta, me chamando de “estranha” por querer viajar pro Oriente Médio e Índia, e não querer ir até Orlando, cidade que ela já foi umas duas vezes só nesse ano, dizendo que eu ia me arrepender de não ir nos parques da Disney. Bem, gosto é gosto! ;)