Morando nos subúrbios de Budapeste

Olá, internet! Hoje eu vim falar de um tema que já havia abordado, mas de uma maneira um pouco diferente. Dessa vez, vou falar como foi a experiência de morar no subúrbio de Budapeste, ao invés de apenas colocar alguns highlights sobre o bairro. Normalmente, os estudantes ficam mais ao centro, ou seja, eu não fiquei num local não muito usual para uma estudante (ou estagiária, ou voluntária, como preferir). Vou explicar tudinho neste post.

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Lojinhas

Por que eu fui para Budapeste mesmo? Como que era a logística e acomodação?

Então, quando eu morei em Budapeste eu fiz uma espécie de estágio voluntário numa escola, chamada Kontyfa. Acho que já falei bastante dessa experiência e inclusive fiz um post detalhando como foi o processo aqui.

Esse estágio já ofereceu acomodação, transporte e comida. Na verdade, foi mais acomodação e comida, pois o transporte foi desnecessário. O motivo? Eu morei na escola, num alojamento que ficava juntinho à escola, mas numa área mais reservada. Esse apartamentinho tinha sala, cozinha, banheiro e um quarto, e o dividi com uma outra intercambista da Austrália. Falei no diminutivo, mas acho que esse apartamento era bem amplo!

A alimentação era fornecida pela própria escola, no refeitório deles. Apenas aparecíamos lá e almoçávamos. As senhoras da cantina também nos davam outras coisinhas como pão, manteiga, leite, iogurte, e nos deixavam levar mais comida num tupperware para que pudéssemos comer depois. A princípio, foi difícil me adaptar com a comida que elas faziam, pois os ingredientes são muito diferentes! Por exemplo, elas cozinhavam muito porco, que é algo que raramente como por aqui. Nunca tinha comido sopas doces na minha vida, e o fiz lá. Outras coisas até hoje eu nem faço ideia o que eram, só sei que comia! Outra coisa legal era que nas sextas feiras, o diretor da escola nos dava uma ajuda em dinheiro para que pudéssemos comer nos fins de semana, já que a escola não abria.

A estrutura da escola era muito boa, e eu adorava ver como os funcionários, professores e alunos eram realmente comprometidos com a instituição e a comunidade! Sempre haviam atividades com os alunos. Chegamos a participar do dia da Terra, assistimos o depoimento de uma senhorinha húngara que sobreviveu ao Holocausto, participamos de um churrasco (que não era carne, na verdade uma sopa), e até fomos fazer um piquenique em Margitsziget com os alunos! Fora isso, de vez em quando instalavam touro mecânico, pula pula, fora que haviam atividades no clube de cinema e até ganhávamos coisas de graça lá, como garrafas de água (hidratação sempre) e doces.

 

E sobre a localização, afinal? Era muito contramão morar no subúrbio?

Pois é, esse foi o motivo do post, e só comecei a falar sobre isso agora, haha. Budapeste é dividida numa série de distritos, e a nossa escola se localizava no distrito XV, no bairro de Ujpalota. O distrito XV é bem afastado do centro da cidade, e pra falar a verdade, a nossa quadra era basicamente a fronteira de Budapeste! Ou seja, ali era bem “longe”, mas não era tão ruim.

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Localização do distrito XV em Budapeste. É bem nos limites da cidade.

Não era tão ruim pelo fato de que eu só pegava um ônibus para ir até o centro, e o caminho era uma linha reta (longa linha, porém que continua reta). Por exemplo, um outro amigo brasileiro morava em Csömör, e ele também só pegava um ônibus para ir até a casa dele, mas a diferença era que tinha muitas curvas até chegar em casa, o que dava a impressão que o caminho era bem maior.

A escola era localizada no centro de uma superquadra. Ao redor dela havia uma espécie de parque onde algumas famílias levavam as crianças, cachorros lindos passeavam com seus donos e pessoas aleatórias faziam suas caminhadas ali. O cenário é lindo para as tardes de primavera (época que fui), mas era meio assustador caminhar lá à noite. E às vezes, sozinha.

No outro post falei sobre alguns comércios nos arredores, e era legal ver como que existiam opções ali perto. Muitos desses lugares vendiam produtos com um preço mais em conta, acho que muito pelo fato de que muitas pessoas dali possuíam uma renda menos. Era legal ver que mesmo com muita gente transitando ali perto, a vizinhança era bem tranquila, sem grandes preocupações. Na verdade, a maior parte de Budapeste é calma, e esse bairro às vezes me fazia sentir numa cidade menor.

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Vista da parada de ônibus perto de casa, nos subúrbios de Budapeste.

Gostei de morar no distrito XV?

Só tenho boas memórias de lá! Longe da agitação do centro, tudo foi bem tranquilo, e como também falei acima, o acesso não era difícil, nem na ida, nem na volta. Mas confesso que hoje eu já procuraria viver no centro, perto da maioria das pessoas. Estou até pensando em fazer um post com a continuação desse raciocínio, mas indo pelo caminho oposto: por que viver no centro e não no subúrbio. Mas isso fica pra outro dia.

 

O que fazer no Városliget, em Budapeste

O Parque da Cidade, ou Városliget em Húngaro, é um dos lugares favoritos dos húngaros e turistas para aproveitar e relaxar um pouco. O parque foi projetado em 1896 para comemorar os mil anos da nação húngara e possui uma área total de mais de 1 km2 com uma série de atrações no seu interior. Nesse post, vou mostrar para vocês o que tem para fazer lá, e se vale a pena visitar.

  1. Banhos termais

Acompanhe também: O principal banho termal de Budapeste

O Széchenyi Fürdő é o maior banho termal da Europa e o mais conhecido de Budapeste. A Hungria possui naturalmente uma série de reservas de águas termais e medicinais, e o costume de utilizar esses banhos como tratamento médico e diversão se difundiram após a ocupação de 700 anos pelos otomanos.

A entrada dos banhos termais lembra um palacete de estilo barroco, mas o que importa são suas piscinas com águas de diferentes temperaturas! Até durante o inverno tem gente que visita o lugar, um dos cartões postais de Budapeste.

Há uns dois anos, fiz um post sobre os banhos termais de Budapeste, e a minha saga não bem sucedida para visitar suas piscinas. Se quiser, acessa lá. :)

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2. Castelo de Vajdahunyad

Esse castelo lindíssimo também foi construído nas celebrações do milênio, que comemorou os 1000 anos da Hungria em 1896. O modelo e a inspiração para a construção foi o castelo de Hunyad na Transilvânia, que até então fazia parte da Hungria. (Interesting fact: muitos húngaros ainda não aceitam o fato da Transilvânia ter sido dada à Romênia como compensação de guerra).

Assim que cheguei em Budapeste, meu amigo me levou de carro até Vajdahunyad, e me falou que lá eles brincavam que esse castelo era uma cópia do da Transilvânia, e que ele era símbolo da falta da criatividade dos húngaros. Bem, foi um húngaro que disse isso, só estou repassando…

Entrada do Castelo de Vajdahunyad

Entrada do Castelo de Vajdahunyad

3. Zoológico de Budapeste

Acompanhe também: Passeio ao Zoológico de Budapeste

Eu não sei se hoje em dia eu faria visitas a algum zoológico onde quer que fosse, mas confesso que adorei a visita quando eu morava lá. Achei a visita interessante e o zoológico, na medida do possível, tentava recriar um habitat semelhante ao original dos animais.

Os animais me fascinaram tanto! É incrível como seres tão diferentes de nós conseguem evoluir e se adaptar à sua realidade. Para crianças, aquele lugar é sensacional! E os ingressos não eram tão caros: se tens interesse em zoológicos, conheça; se não tens interesse (como eu hoje em dia), não se sinta culpado em passar.

Preguiça fazendo pose!

Preguiça fazendo pose

4. Praça dos Herois

A Praça dos Herois (Hősök tere em húngaro) é a praça mais icônica de Budapeste, e seu significado é único. Ela simboliza a liberdade do povo húngaro, especialmente durante as épocas de ocupação nazista e comunista. Por causa de seu peso, a maioria das manifestações políticas acontecem ali.

Falando de aparências, a praça é extremamente bela! Atrás da praça existem algumas colunas, cada uma delas representando figuras importantes da história da Hungria. O lugar é extremamente fotogênico, e vale muito a pena tirar fotos lá.

Praça dos Herois

Praça dos Herois

5. O lago

O parque da cidade possui um lago artificial bem no seu coração. Dependendo da época do ano, uma série de atividades podem ser feitas ao seu redor. Por exemplo, agora nessa época de fim de ano, o lago congela e ele vira um ice rink, por sinal, o maior da Europa Central! Durante o inverno, esse rink de patinação se torna um dos principais pontos turísticos de Budapeste, e as recomendações pela internet são muito boas.

Na época que morei em Budapeste era primavera, então, nada de patinação no gelo. Tem uma parte do lago que possui tipo uma pequena passarela (coisa de 30 cm) que corta o lago de lado a lado. Deu a louca na minha roomate e ela atravessou tudo aquilo a pé, mas a bichinha ficou morrendo de medo no meio do caminho e não tinha como voltar! Eu fiquei com medo de cair na água, então dei a volta no lago inteiro até chegar no outro lado, haha.

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Pedacinho do lago: o lugar onde minha amiga atravessou, haha.

6. Estátua do anônimo

O Parque da cidade possui uma série de estátuas, mas uma que se destaca bastante é a estátua do anônimo. Na realidade, ele foi baseado num monge húngaro do século XII, cujo nome se perdeu na história. Reza a lenda que se você pegar no capuz dele, você terá boa sorte com os estudos.

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7. Museu de belas artes e Kunsthalle

Esses dois museus se encontram um em cada lado da Praça dos Herois, e são dois dos lugares mais interessantes para os entusiastas da arte na capital húngara. As coleções são fantásticas (inclui egípcia, antiga, moderna…) e merecem a visita dos turistas interessados por arte mundial.

O museu de belas artes é mais eclético enquanto o Kunsthalle foca mais em arte contemporânea. Ambos os museus foram abertos no início do século XX, e são ótimos lugares para uma visita despreocupada.

Museu

Museu

 

 

Por fim, a Citadella

A Citadella é provavelmente o lugar onde dá para se ver a maior parte de Budapeste. Particularmente acho que a vista mais bonita da cidade fica no Bastião dos Pescadores, mas a Citadella é igualmente impressionante e é ponto indispensável para conhecer em Budapeste.

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Budapeste vista da Citadella

Tanto o Bastião dos Pescadores quanto a Citadella possuem significados especiais para mim, e são símbolos dessa epopeia húngara que vivi. O Bastião foi um dos lugares que conheci no meu primeiro dia em Budapeste; já a Citadella foi o último lugar que conheci na capital húngara.

Logo nos primeiros posts do blog, escrevi um relato curto sobre esse dia. Aquele dia foi tão fantástico e maravilhoso que eu não queria que terminasse nunca! Só ficam as boas memórias e o agradecimento.

Acompanhe também: O dia em que o tempo parou

Origens

A Citadella é uma antiga fortificação húngara localizada no topo da colina Gellért (Gellért Hill) construída em 1848, no ápice da revolução húngara.O nome Citadella já dá a entender que o local tem características de uma fortaleza.

Ela fica no lado de Buda (Buda é montanhosa, enquanto Peste é uma planície), e o fato dela estar no topo de um morro, indica que sua localização foi completamente estratégica em termos militares durante as revoltas contra os Habsburgos e a ocupação soviética.

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Em memória de todos aqueles que sacrificaram suas vidas pela liberdade e independência da Hungria

O que fazer na Citadella?

Hoje em dia o local não tem mais a maioria das características militares que outrora possuiu. Algumas muralhas foram derrubadas, mas a maior parte da estrutura original permanece.

Um mirante foi construído na ponta da Citadella, e é possível passar bastante tempo só admirando o Danúbio, a cidade e tentando descobrir suas ruas principais. Próximo ao mirante também se encontra a Estátua da Liberdade: construída para homenagear os húngaros mortos durante os períodos de opressão.

Na Citadella também se encontra o museu do Exército: uma série de bunkers decorados de uma maneira que te fazem voltar no tempo, durante a época das guerras.

Além do mirante e do museu, ainda é possível explorar a colina Gellért a pé, já que existem uma série de trilhas que a rodeiam do sopé até o topo. Mas obviamente, é necessário disposição, já que ali é uma subida.

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Despedida de Budapeste

Como citei no início do texto, esse foi o último lugar que conheci em Budapeste. Era um sábado e o meu voo para o Brasil seria na segunda de manhã. Naquele dia, o Zsolt me ligou e perguntou se eu queria dar uma volta com ele em algum lugar, mas não podia demorar já que ele possuía um compromisso à tarde.

Nessa altura eu já havia entregado as chaves do meu apartamento e estava hospedada num hotel mais ao centro da cidade. Depois de um certo horário, o Zsolt apareceu e perguntou se eu já havia conhecido a Citadella. Eu disse que não e ele me levou lá.

Nós conversamos muito durante o trajeto, e até hoje agradeço pela pessoa incrível e super prestativa que o Zsolt acabou se tornando durante toda essa viagem. Caminhamos pela maior parte do trajeto, tiramos muitas fotos e voltamos pro hotel.

Eu estava tão pra baixo naquele dia, já que a melancolia estava batendo: a maioria dos meus amigos próximos já havia ido embora. Na noite anterior tinha acontecido minha festa de despedida, com muitos rostos novos que iriam continuar a experiência que iniciei. Na sexta à noite me despedi da maioria deles, já que eu não os veria mais.

Receber a ligação do Zsolt me alegrou muito! Foi ótimo conhecer um lugar novo, e ainda em ótima companhia. Ainda nos veríamos, já que ele insistiu em me levar pro aeroporto na segunda feira.

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Mirante

Vale a pena conhecer a Citadella?

Então, voltando ao intuito mais informativo do post, acho que vale a pena conhecer a Citadella quando já se conheceu a maior parte das atrações de Budapeste. Como a Citadella fica bem longe do centro, ir até lá exige um pouco de tempo livre, pois acredito que a intenção da maioria das pessoas que visitam lá não é de chegar, bater umas fotos e ir embora: conhecer o bunker, comer em algum restaurante típico e andar pelas trilhas pode ser uma opção interessante para quem tem tempo e disposição.

A distância também foi um dos motivos pelo qual eu levei tanto tempo para conhecer o local! O único transporte público que chega até lá é ônibus, e como não conhecia Buda tão bem, sempre deixava para depois. Tive sorte pois o Zsolt me levou de carro até lá!

Mas enfim, o local é lindo, mas eu passaria a visita caso não tivesse muito tempo livre.

 

A basílica e a mão incorruptível

Na maior parte das cidades da Europa, as igrejas e catedrais são pontos turísticos notáveis, cuja história muitas vezes se mistura com a do local em questão.  Em Budapeste, isso não é diferente. Uma das principais atrações turísticas da cidade é a Basílica de Santo Estevão, tema do post de hoje.

Basílica de Santo Estêvão

Basílica de Santo Estêvão

O que é?

Seu nome em húngaro é Szent István-bazilika, e esta é uma basílica católica romana localizada no centro de Budapeste. Ela é a principal igreja do país e o prédio mais alto da capital da Hungria, dividindo o posto com o Parlamento Húngaro.

Em frente à Basílica

Em frente à Basílica

O local é considerado um ponto de referência para a fé católica no país, e seu prédio faz jus a toda a atenção recebida. A basílica ainda possui uma pequena coleção de joias e artigos, inclusive uma suposta parte do corpo do Santo Estêvão.

Esta basílica foi construída em homenagem à Santo Estêvão (István, em húngaro), primeiro rei da Hungria e fundador do país.

Quem foi Santo Estêvão?

Como disse um pouco acima, Szent István foi o primeiro rei da Hungria, e por causa disso, é também considerado o fundador da nação húngara. Não se sabe ao certo o ano de seu nascimento, mas estima-se que ele viveu entre os anos de 975 a 1038.

Sua canonização aconteceu poucos anos depois, em 1083, pelo Papa Gregório VII. Desde então, a figura de Santo Estêvão é associada com o orgulho e poder húngaro, caminhos traçados igualmente por seus objetos.

Um dos símbolos húngaros mais conhecidos é a coroa utilizada por Santo Estêvão, com a cruz torta. Essa coroa é retratada em diversos monumentos por todo o país, inclusive estando presente no brasão oficial (coat of arms) da Hungria.

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/34/Coat_of_arms_of_Hungary.svg/2000px-Coat_of_arms_of_Hungary.svg.png

Uma réplica da coroa se encontra na Basílica, onde ficam alguns tesouros. Porém a original se encontra no Parlamento húngaro, inclusive à vista de visitantes que fazem o tour dentro do local.

Santa coroa húngara (câmera meh e sem flash dá nisso, né?)

Santa coroa húngara
(câmera meh e sem flash dá nisso, né?)

Dentro da Basílica

A visita dentro da basílica é gratuita, e seu interior é muito bonito. Eu diria que a Basílica de Santo Estêvão de Budapeste é muito mais bonita que a sua catedral de mesmo nome de Viena. Os tamanhos nem se comparam, muito menos os adornos do local!

P.S.1: Não pode tirar fotos com flash no interior da Basílica.
P.S.2: Minha câmera não era tão boa na época, muitas fotos saíram tremidas.

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A mão incorruptível

Santo Estêvão possui uma imagem considerada ilibada, e para a posteridade, sua figura é lembrada como se fosse incorruptível. Para tanto, sua mão foi mumificada e conservada, estando às vistas do público que visita a Basílica. Provavelmente a mão é o ponto alto do passeio, e não deixe de vê-la!

 

Urna onde se localiza a mão

Urna onde se localiza a mão

História da mão

História da mão

Como chegar até lá?

A Basílica se localiza bem no coração de Budapeste e existem várias maneiras de chegar até lá. A estação de metrô mais próxima é a Déak Ferenc Ter, a principal da cidade, e que é interseção para as linhas M1, M2 e M3 (amarelo, vermelho e verde). Também dá para chegar de tram, em estação com o mesmo nome.

Praça em frente

Praça em frente

Quanto é o tempo de visita?

Eu diria que entre 1h e 1h30 é o suficiente para fazer uma boa visita na Basílica e nos seus tesouros. Por estar numa localização central, dá para emendar a visita na Basílica com outros passeios, como o Parlamento Húngaro e diria que até a Ópera de Budapeste.

Essa é uma região na cidade muito gostosa de caminhar, cheia de prédios antigos, avenidas largas, lojas e restaurantes. Com a abundância de transportes públicos, não é difícil nem o acesso, nem a oportunidade de visitar outras coisas depois.

1 ano de alegria

Budapeste vista da Citadella

Budapeste vista da Citadella

Hoje é dia 12 de abril de 2014 (22:35 da noite). Esse texto sairá de uma vez só, sem revisões, estética nem nada. Simplesmente vou colocar pra fora todos os sentimentos que me vêm à mente devido a esta data especial.

Nesse exato momento há um ano atrás (considerando jetlags) eu estava no aeroporto de Fortaleza super estressada pelo fato de que o meu voo para Lisboa havia atrasado. Por consequência, eu estava tomando um belíssimo chá de cadeira no aeroporto. A sorte? Havia um wi-fi, já que o meu 3G estava horroroso ali.

Fui bem viajante. Estava com uma sapatilha bem confortável, calças jeans nem tão apertadas, uma blusa de algodão da Betty Boop, uma mochila nas costas e uma bolsa no ombro.

Em Fortaleza eu havia comido um pão de queijo com coca-cola. Para mim, uma alimentação tranquila, que eu comeria tranquilamente sem passar mal ou coisa assim. Mas chegou uma hora em que eu estava com fome de novo, e o único cheiro que me vinha era o de café. Confissão do dia: eu odeio café e fiquei enjoada.

Pior ainda, eu estava morta de sono e essas cadeiras de aeroporto não são cômodas pra quem quer dormir. Nem deitar dava.

Esse estresse estava misturado com o medo de avião (eu tenho, acreditem!), e a ansiedade. Ao contrário da maioria das ansiedades que eu sinto, eu estava bem mais insegura. Será que alguém iria me buscar no aeroporto? Será que essas seis semanas seriam complicadas ao ponto de me fazer arrepender dessa decisão? Será que não era melhor eu ter ficado em casa? Onde que eu vou morar?

Isso que eu já me considerava uma pessoa “experiente” em termos de viagens… Um ano e meio antes quando eu fui pra Rússia eu não estava assim não. Felizmente, o meu coração estaria me preparando para uma incrível experiência!

Embarquei e sentei. A impressão que tive foi que o tempo voou! Simplesmente o avião decolou, eu jantei, dormi e já estávamos descendo em Lisboa. Geralmente eu me sinto presa numa eternidade que não passa dentro do avião… isso em viagens de 12 horas, e ali eu ficaria no voo por “apenas” 7.

Cheguei em Lisboa, passei pela imigração, comi alguma coisa e esperei o voo para o destino final. Eu estava muito, mas muito nervosa!

Era no “vai ou racha”. Entrei no avião e sabia que ali era pra valer. Segurei a respiração. Tentei dormir e não conseguia. Comecei a ver o mar abaixo de mim e não sabia onde eu estava. Deveríamos passar pelo mar? O mar virou terra de novo. A terra virou montanha. Estávamos nos Alpes. Isso significaria que eu estava perto de chegar, ou pelo menos uma boa distância já tinha sido percorrida.

Enquanto isso, o almoço foi servido e eu não consegui comer. Tomei um suco e comi o arroz, e outras coisas que eu achava que eu iria aguentar no estômago. Retiraram o jantar. Tentei dormir pra ver se o tempo passava.

Parecia que aquele voo de 3 horas estava durando mais do que o de 7 que eu tinha acabado de fazer. Então os Alpes acabaram. Embaixo de nós só havia planície. Eu sabia que estávamos chegando.

Do nada, eu vi um fio d’água brilhando com o pôr-do-sol. Percebi que eu via uma cidade ao redor desse rio. E pouco a pouco eu tive a certeza de que aquela forma da cidade e daquele rio era Budapeste! Fiquei extremamente feliz! Segunda confissão de hoje: cheguei ao ponto de chorar.

Desci do avião e fiquei esperando minhas malas. Confissão número 3: estava funcionando no automático, já que eu não sabia o que iria acontecer. Simplesmente deveria estar preparada para tudo!

A maior alegria foi quando eu vi o Zsolt carregando uma plaquinha com o meu nome! Alguém tinha lembrado de mim! Aquela pessoa que eu mandava vários emails para lembrar que eu estava chegando apareceu! Confissão número quatro: eu relaxei completamente ao vê-lo.

Tive o melhor buddy do mundo! Sem mais delongas, ele foi um amor comigo, do início ao fim. Sempre muito atencioso e gentil, ele me mostrou o melhor lado da Hungria, e desde o início ele se mostrou bem solícito em me ajudar. Eu acho que eu fui a única trainee que foi levada de carro ao redor do Danúbio durante o pôr-do-sol e o acender das luzes. Essa lembrança fica pra sempre!

Ele me levou pra casa e a princípio eu fiquei com medo. A vizinhança numa primeira vista parecia assustadora. Eu teria de atravessar um parque, e estava frio e escuro.

Do nada vem uma garota na nossa direção e era a Rekha, a minha roomate que participaria do projeto comigo. Ela foi um amor comigo desde o início também! Ela me mostrou a casa, me ofereceu o computador dela (já que era sábado e o wifi para mim seria liberado apenas na segunda) e já foi me chamando pra sair, mas eu não estava me sentindo bem.

Eu só queria tomar um banho e dormir. Não consegui dormir. Tomei um dramin e não adiantou. E digo que não adiantou nada, que eu não consegui fechar o olho e ainda vomitei tudo que eu havia comido nas últimas 24 horas.

Acordei horrível. Segundo a Rekha, havia pão na cozinha e umas sopas que ela havia buscado na escola. Só que o pão já estava mofado e a sopa estava fora da geladeira, e provavelmente já estava estragada. Não sei o que que ela estava comendo naquela casa.

O Zsolt voltou no dia seguinte e me ajudou a comprar o chip de celular e o passe de ônibus mensal. Depois ele me deixou em Margitsziget e depois é só história. Conheci muita gente boa naquele dia, que ficou na memória como um dos melhores dias ever. Me sentia dentro de um filme! O céu estava azul, a grama verde, o piquenique estava gostoso e as pessoas eram incríveis. Depois fui curtir o melhor pôr-do-sol da minha vida lá no Castelo de Buda.

Uau!

Agora depois de tudo o que eu escrevi (23:11) eu vou ler o post “Primavera em Budapeste“, escrito no dia 20 de abril do ano passado. Sim, eu não atualizei o blog com tanta frequência quando eu estava na Hungria, e convenhamos, eu tinha muitas coisas para fazer lá. :)

Uma outra coisa curiosa desse post é que ainda são 12 de abril por aqui, mas ele vai ficar com a data de 13 de abril, devido ao fato de que o horário que eu seleciono é de acordo com o GMT 0, e não com o GMT -4 de onde eu moro. De qualquer maneira, dia 13 de abril foi o dia de fato em que eu cheguei na Hungria.

Eu vou comparar o que eu escrevi agora com esse post do ano passado e verificar o quanto eu mudei em relação ao que se passou durante esse tempo. Uma coisa é certa: Essa foi a experiência mais preciosa da minha vida! Voltaria para trás e faria a mesma coisa de novo. E de novo. E de novo…

Budapeste.

Budapeste.

Hungria: mais dúvidas e respostas

Até que enfim estou de volta! Depois de um longo e tenebroso inverno sem postar muitas coisas por aqui devido a trabalho, semana de provas e outras obrigações, venho com a segunda parte do FAQ sobre a Hungria. Já que cada vez mais esse lindo país no centro da Europa é o destino final de vários brasileiros buscando estudos, turismo ou experiências profissionais, dúvidas e perguntas são muito mais comuns.

Budapeste.

Budapeste.

A culinária húngara é muito diferente da do Brasil? Consigo encontrar comida brasileira na Hungria?
Absolutamente! Mas não se engane, já que a comida húngara é deliciosa! Mas se prepare para comer bastante porco e pouquíssima carne de boi. Fora isso, é relativamente “fácil” de se encontrar alguns tipos de comida que comemos aqui no Brasil, como feijão (tanto o enlatado quanto o que vem ensacado), coraçãozinho de frango (ou de pato) e até leite condensado! Mas abrir a mente para comidas e gostos novos não tem preço! :)

Existem muitos brasileiros vivendo na Hungria? Consigo também conhecer estrangeiros?
Demais! A Hungria é um dos destinos mais procurados por brasileiros que procuram experiências de intercâmbios em universidades, como o Erasmus e o CsF. Além disso, existe uma infinidade de estrangeiros residentes em Budapeste e outras cidades com grandes universidades como Pécs, Debrecen, Szeged e afins, e muitos deles tem os mesmos propósitos de estudos.

É interessante comprar uma bicicleta para locomoção?
Apesar do sistema de transporte público em Budapeste possuir algumas “velharias”, eu o considero bom e eficiente. Mas andar de bicicleta pela cidade e pelos parques é sensacional! Muitos estrangeiros compram uma bicicleta e a usam com frequência. Caso o seu destino seja o interior, andar de bicicleta é um prazer, e muitos o recomendam.

Como é a vida noturna em Budapeste?
Existem festas de segunda a segunda! Na verdade, a melhor festa ocorre na segunda feira no Morrison’s 2. Quarta feira é dia de salsa, e sábado geralmente os intercambistas se encontram no Szimpla. Fora isso, ainda tem as festas em Margitsziget e uma infinidade de barzinhos com diversos temas! Com certeza, diversão não falta! :)

E para tirar fotos? Quais são as melhores vistas?
Com certeza a melhor vista é a do Fisherman’s Bastion (lá no Castelo de Buda)  no pôr do sol. Romântico, incrível e emocionante! Mas também outros pontos são lindos, como a vista do Parlamento da pontinha de Margitsziget, a Citadella lá de cima, a região do Mercado, e também Deák Ferenc Tér.
Fora de Budapeste, os lugares mais lindos para aproveitar a vista e tirar lindas fotos, na minha opinião são Szentendre, Esztergom e Pécs.

Para ver o post anterior, com mais 5 dicas, é só clicar aqui. :) Szia!

 

 

Usar o transporte público em Budapeste

O metrô mais antigo da Europa continental e o segundo mais antigo do mundo, o metrô da capital húngara é muito útil para aqueles que vão passar algum tempo na cidade. Mesmo passando de alguns dias até vários meses, o metrô, junto ao sistema de ônibus e trams, deixam o passeio por Budapeste tranquilo e rápido.

Eu já escrevi sobre o metrô de Budapeste e suas características aqui, mas hoje eu vim apresentar uma nova abordagem. Vou escolher alguns pontos de interesse da cidade e suas estações mais próximas, seja por ônibus, tram, ou metrô.

Porém antes de começar, é interessante saber que existem passes para 24, 48 ou 72 horas disponíveis em qualquer estação de metrô. Para aqueles que pretendem ficar mais tempo, também existem passes de duas semanas e passes mensais. Os preços de cada um variam, com destaque para os estudantes da União Europeia, que recebem desconto. Todos esses passes permitem que a pessoa ande em qualquer meio de transporte público dentro dos limites de Budapeste.

1. Parlamento Húngaro
Melhor estação de metrô: Kossuth Lajos Tér (M2)
O edifício mais icônico de Budapeste (e um dos mais visitados da cidade) fica próximo à saída da estação Kossuth Lajos Tér, na linha vermelha. Próximo a esta estação, também se encontram o Museu Etnográfico da Hungria e o memorial “Sapatos na Margem do Danúbio”, que homenageia os judeus mortos na Segunda Guerra Mundial.

Parlamento visto por trás

Parlamento visto por trás

2. Castelo de Buda e Distrito do Castelo
Melhor estação de metrô: Bátthyany Tér (M2)
Melhor estação de tram: Margit híd, budai hidfö (4 e 6)
Eu recomendo essas duas estações por um fato simples: aproveitar cada momento. Existem linhas de tram e ônibus que param em Castle Hill, mas para quem pretende subir a pé, descer em Margit Híd oferece uma experiência completa. Para aqueles que preferem usar o funicular (que também aceita o passe do transporte) e se apaixonar pela vista, é melhor descer em Bátthyany tér. Ali próximo à Bátthyany Tér se encontra a icônica Chain Bridge (Ponte das Correntes), e a melhor coisa é atravessá-la a pé.

Templo de Matias, no Castle Hill

Templo de Matias, no Castle Hill

3. Heroes’ Square (Praça dos Heróis)
Melhor estação de metrô: Hosök Tere (M1)
A Praça dos Heróis (Hosök Tere) é um dos símbolos de Budapeste e de seus habitantes. Essa praça simboliza a liberdade do povo húngaro, após diversas formas de controle (invasão turca, domínio austríaco, comunismo e afins). É comum de encontrarmos manifestações em geral ali, assim como demonstrações de apoio de diversas causas. Ao redor da Praça dos Heróis também existem vários monumentos importantes da cidade alcançáveis a pé, mas já recomendo a parada em outra estação.

Praça dos Herois

Praça dos Heróis

4. Széchenyi Fürdo
Melhor estação de metrô: Széchenyi Fürdo (M1)
Estamos falando dos banhos termais mais conhecidos da cidade. Muita gente não pensa em piscina nem água quando viajam para Budapeste, mas não faça como eu e leve uma roupa de banho para a Hungria! Com certeza não ter ido lá foi o meu maior arrependimento na cidade. Mas ao redor dos banhos, também aproveite o City Park, o Castelo de Vajdahunyad e o Zoológico de Budapeste.

Entrada do Castelo de Vajdahunyad

Entrada do Castelo de Vajdahunyad

5. Basílica de Santo Estêvão
Melhor estação de metrô: Déak Ferenc Tér (M1, M2, M3)
Melhor estação de tram: Déak Ferenc Tér (47 e 49)
Aparentemente, Déak Ferenc Tér parece ser meio longe da Basílica de Santo Estêvão (que é uma espécie de patrono da Hungria), mas toda essa região merece ser explorada. A Basílica também é muito bonita e interessante por dentro, além de possuir glimpses da história de Szent István e também a mão dele. Essa região é muito animada, cheia de bares, movimento e entretenimento, e merece ser descoberta pelos viajantes.

Basílica de Santo Estêvão

Basílica de Santo Estêvão

6. Margitsziget
Melhor estação de tram: Margitsziget (4 e 6)
A Margaret Island, Ilha Margarida, ou Margitsziget (isso depende do idioma que você estará falando) é uma delícia. É possível fazer piqueniques, alugar uma bicicleta para passear, ficar observando o Danúbio, comer umas comidas tipicamente húngaras, observar ruínas de 500 anos e até ir ao spa e festas badaladas. Esse é o melhor programa de domingo ever! É possível ingressar nos trams 4 e 6 em Blaha Lujza, em Oktogon e em Nyugati com direção a Margitsziget.

Gramado em Margitsziget

Gramado em Margitsziget

7. Oktogon
Melhor estação de metrô: Oktogon (M1)
Melhor estação de tram: Oktogon (4 e 6)
Eu amava ir até o Oktogon! Ali existem vários restaurantes e lojas pedindo para que você gaste nelas! O clima também é ótimo, sempre cheio de pessoas, de beer bikes e de noivos comemorando o casamento. Ali na avenida Andrássy é possível também de visitar a Casa do Terror, que é um museu muito interessante, assim como ir até a Ópera de Budapeste, seja para visitar ou para assistir algum espetáculo.

Candy Store, próxima ao Oktogon

Candy Store, próxima ao Oktogon

8. Mercado de Budapeste
Melhor estação de metrô: Kálvin Tér (M3 e M4)
Melhor estação de tram: Fovám Tér (47 e 49)
O mercado de Budapeste provavelmente possui o cheiro mais gostoso da cidade! Ele é dividido em dois andares, sendo que o primeiro é focado na venda de frutas, páprica, doces, derivados de porco e afins, e o segundo andar já possui barracas com comidas húngaras (Lángos <3) e barracas que vendem souvenirs a preços ótimos! Ali ao lado fica a Universidade Corvinus, uma das mais antigas da Europa.

Fachada do mercado

Fachada do mercado

9. Citadella
Melhor parada de ônibus: Búsuló Juhász (27) a partir de Móricz Zsigmond Körter (M4)
A melhor vista da cidade sem sombra de dúvida! Ali existe uma estátua que simboliza a liberação da Hungria pelos soviéticos das garras dos nazistas durante a Segunda Guerra. Também existem restaurantes ali para quem se interessa em fazer algo diferente, mas a melhor coisa é identificar os edifícios famosos de Budapeste lá de cima. De todos os pontos que citei, esse foi o único que eu fui sem precisar utilizar o transporte público.

Budapeste vista da Citadella

Budapeste vista da Citadella

10. Aquincum
Melhor estação de trem: Aquincum (Bátthyany Tér – pegar o trem suburbano 5)
A região onde Óbuda (a parte mais antiga de Budapeste) se encontra tem resquícios ainda da ocupação Romana de muitos séculos atrás. O museu do Aquincum permite que os visitantes andem pelas ruínas e descubram como os Romanos da antiga Pannonnia viviam.

Glimpse das ruínas.

Glimpse das ruínas.

Viajar ao redor da Hungria

A Hungria está localizada bem no coração da Europa Central, e só com um breve conhecimento em geografia já é possível dizer que a localização privilegiada desse pequeno país é um grande atrativo para turistas, especialmente aqueles que viajam de país para país. Por isso, a Hungria ganha vários pontos na lista de viajantes pela Europa.

Só pra ter uma ideia, a Hungria faz fronteira com 7 países: a Áustria, a Eslovênia, a Croácia, a Sérvia, a Romênia, a Ucrânia e a Eslováquia, e a conexão com o resto da Europa fica bem fácil de qualquer maneira.

Mapa da Hungria e países fronteiriços

Mapa da Hungria e países fronteiriços

Primeiro, devemos levar em consideração que a Hungria não tem saída para o mar, o que deixa sua acessibilidade via barcos bem difícil. Uma saída plausível seria a de navegar pelo Danúbio a partir da Romênia, mas a navegação turística é amplamente prejudicada pela Sérvia, que ainda exige visto para muitas nacionalidades (para brasileiros, a necessidade de visto permaneceu até meados de 2013).

Com isso, devemos considerar as saídas por ar (aeroportos) e por terra (ônibus e trem), e de qualquer maneira, Budapeste será o hub principal do país. Quase todas as rotas partindo de cidades do interior passam, ou fazem conexão na capital, mesmo para as cidades maiores como Pécs, Miskolc, Debrecen, Szeged e assim sucessivamente.

Sobre aeroportos: A Hungria possui 9 aeroportos civis, sendo 5 internacionais e 4 domésticos. Porém, apenas o aeroporto de Budapeste de fato recebe uma certa quantidade de passageiros. Os outros aeroportos basicamente só funcionam com poucos voos charters e aviões de pequeno porte, e muitas vezes com frequência irregular pela falta de demanda.

Caso você não vá morar em Budapeste, a solução mais plausível é pegar um voo até a capital húngara, e se deslocar por terra até o destino final, pela abundância de trens e ônibus. Por exemplo, caso você esteja em Londres e precisa ir até Debrecen, existe a possibilidade de pegar um voo pela WizzAir (companhia low cost húngara) e ir direto. Mas aparentemente, outro trecho semelhante não existirá para nenhuma outra cidade húngara.

Para um review completo sobre o aeroporto de Budapeste, clique aqui.

Para procurar passagens aéreas: A companhia aérea húngara mais importante atualmente é a WizzAir, que é uma low cost com até um certo ponto de qualidade, já que a tradicionalíssima Malev faliu recentemente, deixando um vácuo imenso na aviação do país. Fora isso, várias companhias aéreas atuam na Hungria, mas as que atuam em grandes hubs de aviação podem oferecer mais opções e menores preços. Recomendo chegar na Hungria por Frankfurt, Londres, Istambul, Lisboa ou Paris.

Primeiramente, eu faria uma busca de passagens aéreas por qualquer site especializados em buscas gerais. Depois de verificar os preços, compre direto pelo site da companhia aérea com as melhores condições. Passagens compradas em sites de busca geralmente dão problema quando existem coisas como cancelamento de voo, mudança de rota repentinamente, bloqueio feito por cartão de crédito e afins.

Sobre ônibus: Viajar de ônibus pela Hungria ou para o exterior é super fácil e principalmente, barato. No entanto, o país ainda padece de uma infraestrutura adequada para viagens de ônibus, com algumas paradas sendo feitas na rua sem algum tipo de indicação ou afim.

Por exemplo, a estação de Nepliget faz seus trechos internacionais na rua, e não existe nenhum guichê de venda de passagens para quem precisa de apoio com algum problema (tipo quando o meu ônibus pra Viena saiu alguns minutos antes do previsto, e eu estava a 10 metros de chegar nele). Por falar em venda de passagens, algumas companhias de ônibus não vendem passagens online, e somente em agências de turismo especializadas.

Mesmo com os pesares, viajar de ônibus é muito bom! Para destinos envolvendo a Hungria, recomendo a Orange Ways, a Eurolines e a Student Agency Bus (que é uma empresa da República Tcheca).

Sobre trem: As linhas férreas húngaras são bem densas, e é possível viajar pelo país com uma facilidade incrível, em um curto período de tempo. Mesmo assim, muitos trens tem que fazer uma conexão ou escala em Budapeste, o que não é um problema muito grande.

A companhia férrea húngara é a MAV, que oferece trens de todo tipo: dos mais antigos aos mais novos, dependendo do destino (risos). Em geral, as viagens são bem tranquilas, e as estações de Budapeste oferecem uma estrutura razoável para o turista estrangeiro. Digo razoável pelo fato de que elas estão passando por um processo de modernização, e muitas coisas ainda são antigas.

As estações também oferecem uma timetable em papel que você pode levar no bolso. Ela indica os horários de partida, paradas, e possíveis conexões. Além de cidades nos países fronteiriços, por trem é super fácil de chegar em Praga, em Munique, Berlim, Veneza, Cracóvia, Varsóvia e outros lugares.

Empolgou pra viajar? Chegando lá, essas informações se encaixarão com muito mais facilidade. Viajar ao redor da Hungria é uma moleza!

Hungria: dúvidas e respostas

Sziasztok! Tá indo viajar pra Hungria? Seja para passar uma semana ou um ano, a vida na Hungria é bem curiosa e incrível! Mas já que estamos falando de um novo país, novas pessoas, nova cultura, novo idioma e por aí vai, dúvidas são obviamente comuns. Nada mais prudente que buscar todas as respostas possíveis, e olhar na internet relatos de pessoas já é um bom início! Compartilhando agora algumas dúvidas, de amigos e pessoas que me perguntaram sobre!

O Danúbio, ao acender das luzes

O Danúbio, ao acender das luzes

Preciso de visto para ir para a Hungria?
Depende do seu propósito. Para viagens a turismo, voluntariado, cursos rápidos e afins, só é necessária a presença do passaporte com no mínimo 6 meses de validade. A Hungria faz parte da zona Schengen, ou seja, uma zona de trânsito comum na União Europeia, e eles permitem uma viagem de até 90 dias para brasileiros. Caso o objetivo seja estudar por mais tempo (até 1 ano), é necessário tirar um visto de 30 dias e depois buscar uma extensão com a Residence Permit.

Consigo me comunicar em inglês normalmente?
Budapeste é uma cidade cosmopolita e cheia de pessoas do mundo inteiro, especialmente estudantes. Ali muitas pessoas falam inglês normalmente, o que pode prejudicar um pouco o interesse em tentar aprender um pouco de húngaro. Em cidades do interior, é um pouco mais escasso de pessoas muito fluentes em inglês, porém muitos (especialmente jovens) conseguem se comunicar em inglês. Alguns jovens inclusive tem um certo conhecimento de alemão, já que algumas escolas o ensinam.

Como posso levar dinheiro?
Com a subida do IOF, dinheiro vivo é certamente a melhor opção para levar em qualquer lugar! Cartão de crédito gera milhas, o que pra mim não é muito atrativo. Mas é necessário ter cuidado com dinheiro, assim como em qualquer lugar. Enfim, para a Hungria especificamente, recomendo levar Euro, tanto pela proximidade com outros países que adotam o euro (como Áustria, Alemanha, Eslováquia e afins) assim como pela comodidade.
Caso você não tenha forints em mãos, os lojistas são obrigados a aceitar o Euro, devidamente corrigido com uma cotação similar. Existem diversas casas de câmbio para trocar Euros por Forints próximas às grandes atrações da cidade, e recomendo trocar um pouco no aeroporto e depois ir trocando mais Euros aos poucos de acordo com a necessidade.

Como posso comprar os tickets para o transporte público?
Em Budapeste, é em qualquer estação de metrô! O ticket mensal para cidadãos não europeus e não estudantes custa 9700 HUF (o que era o meu, snif). Para estudantes europeus o ticket é muito mais barato. Em cidades do interior sistemas semelhantes existem, mas dependendo da cidade, andar a pé ou de bicicleta é a melhor pedida.

Museus e atrações turísticas são muito lotados?
Não exatamente muito lotados, mas sempre existem turistas que estão pela cidade. Budapeste não é como Londres, Paris e até Praga, com turistas saindo por tudo que é espaço, mas existem muitos que passeiam pela cidade a turismo. Ainda dá para se aproveitar bastante os pontos turísticos da cidade. Exemplo disso que estou citando? Nunca precisei pegar uma fila muito grande para comprar algum ingresso. Mesmo assim, é interessante ter um pouco de atenção e precaução, especialmente em meses de alta temporada.

Hoje foram 5 dúvidas! Mais respostas virão nos próximos posts! :)

Tour no Parlamento húngaro

Talvez um dos prédios que mais se destaquem no skyline (ou melhor, riverview) de Budapeste seja a sede do Parlamento Húngaro. Esse prédio enorme e imponente é um ponto turístico incrível da capital húngara, e todos aqueles que tenham interesse em história e cultura local, a visita guiada pelo interior é super recomendável (e nem leva muito tempo!).

Apaixonada por essa vista! (Parlamento ao fundo)

Apaixonada por essa vista! (Parlamento ao fundo)

Primeiramente, aí vão alguns dados! O prédio foi finalizado em 1904, após a necessidade da implementação de um parlamento devido ao novo status da Hungria. Para a construção, foram utilizados mais de 40 milhões de tijolos, 40 quilos de ouro e materiais essencialmente húngaros, além do mais, o prédio possui várias obras de arte, e 242 esculturas em suas paredes.

Todos esses números refletem uma pomposidade óbvia do edifício, que é um dos principais focos do acender das luzes da noite na beira do Danúbio. E como grande ponto turístico, visitas guiadas acontecem todos os dias!

Escadarias do Parlamento

Escadarias do Parlamento

Sobre ingressos: Eu e a minha roomate nos interessamos pela visita guiada em inglês das 15 horas. Porém nos atrasamos, e por uma questão de 5 minutos não conseguimos comprar os ingressos para esse horário (mesmo ainda sendo antes das 15 horas). A “sorte” é que existe um tour em espanhol às 16h, e me comprometi a traduzir tudinho pra ela! O ingresso custou 3500 HUF (cerca de 30 reais), e atualmente o ticket booth se encontra momentaneamente no museu de Etnografia, localizado logo atrás do Parlamento.

Aposentos apresentados: O tour passa pelas escadarias, a Cúpula Municipal, a sala de recepção do Presidente e uma das câmaras utilizadas no passado. Foco debaixo da Cúpula, onde guardas protegem a coroa do Rei Estevão I (sim, o da cruz torta).

Informações curiosas: O tour oferece um conhecimento sobre a Hungria e sua história, como número de parlamentares, territórios perdidos pela Hungria, a coroa do Rei Estevão, o cinzeiro dos parlamentares, e a curiosa história do arquiteto projetista do edifício, que ficou cego antes que tudo estivesse concluído.

Câmara utilizada antigamente

Câmara utilizada antigamente

Pode tirar fotos? Sim, porém sem flash. Um ou outro cômodo é possível tirar com flash, mas isso o guia indicará.

Quais os idiomas disponíveis para apresentação: Foco para as visitas em inglês e espanhol. Porém existem guias em Húngaro, Francês, Hebraico, Alemão, Russo e Italiano.

Opinião geral sobre o tour: Pelo valor alto (o mais alto dentre todos os lugares visitados em Budapeste), eu esperava um pouco mais. A visita dura até uns 35 minutos e muitos cômodos não são contemplados. Entendo que existe uma razão de segurança, por esse prédio ser bem visado, mas em termos de informação recebida, ele é bem completo. A guia dava um tempo para tirar fotos (e claro, me transformar em tradutora instantânea).

"Porta cigarros"

“Porta cigarros”

Como chegar? A maneira mais fácil é descer na estação Kossuth Lajos Tér, na linha M2 (vermelha).