Villa de Leyva e memórias

A primeira vez que fui a Villa de Leyva foi em 2003. Eu já era grandinha o suficiente para me lembrar de muitos detalhes, e algumas coisas foram tão marcantes que sempre quis ter a oportunidade de voltar lá e ver tudo… de novo!

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Me lembro que tinha uma praça central – normalmente na América Espanhola essas praças são chamadas de Plaza Mayor – e o piso dela era de pedras amarelas. Não de paralelepípedos, mas pedras grandes, e era muito difícil de caminhar. Dava pra estacionar bem no meio da praça, e foi lá que ficamos.

Ao redor da Plaza Mayor haviam várias casinhas brancas com telhado de barro, e elas eram divididas em várias lojinhas, que vendiam artesanatos. Era cada coisa linda! Saíamos de uma loja e entrávamos em outra, e sempre com uma sacolinha a mais! Compramos tanta coisa que por muito tempo a decoração da nossa casa era puramente colombiana, e algumas dessas coisinhas vieram dali.

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Uma loja ao redor da Plaza Mayor que vende ruanas e ponchos

Me lembro que não haviam tantos turistas. Quando víamos algum, eles falavam espanhol, e pareciam latinos mesmo. Os mais “exóticos” eram nós, os brasileiros.

Como não esquecer da viagem de carro até lá? Villa de Leyva fica num vale, e pra isso precisamos descer a montanha numa estrada cheia de curvas. O ouvido espocava e estalava, e nunca havia sentido essa dor na minha vida. Na volta me lembro claramente do meu primo me oferecendo um chiclete apimentado de metro que tinha o desenho de uma régua. A quantidade de centímetros que você mastigava te dava um apelido, algo como “você é forte por conseguir mastigar essa quantidade de chiclete”.

Pois é… recentemente consegui voltar para Villa de Leyva. Agora em Boyacá eu falei com meus primos e disse que topava viajar para qualquer lugar dali que eles quisessem, mas eu dei todas as indiretas possíveis sobre Villa de Leyva, haha. Fizemos uma programação e encaixamos essa viagem para um determinado dia lá.

Quando cheguei, vi que muita coisa continuava a mesma, mas tudo estava muito diferente! As ruas com suas pedras gigantes continuavam as mesmas. As casinhas ainda eram brancas e ainda possuíam telhadinhos de barro. As ruas continuavam floridas. As montanhas estavam iguais! O cenário que vi enquanto meu primo me dava o chiclete apimentado há muitos anos era o mesmo!

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Ruas adjacentes seguem esse padrão: piso de pedras, casas brancas com esquadrias de madeira (pintadas de verde escuro) e telhadinhos de barro

Não conseguimos estacionar o carro no meio da Plaza Mayor, nem nas ruas adjacentes. Hoje é proibido e os oficiais multam mesmo! Isso é uma coisa boa (eu acho), pois ajuda a preservar o local, impedindo que uma variedade de carros entupam sua área mais icônica.

Cadê os artesanatos? A estrutura das lojas continua no mesmo lugar, mas seu conteúdo mudou. As “artesanías” viraram bares, pizzarias e outros estabelecimentos mais internacionais, quero dizer, sem muita essência boyacense.

Enquanto em 2003 nós éramos provavelmente os únicos estrangeiros dali, hoje em 2018 vi muitos gringos nos arredores da Plaza Mayor. Alguns até aparentavam estar perdidos, mas quando estava quase indo na direção deles para oferecer ajuda (aparentemente eles não falavam espanhol), eles pegaram suas malas e saíram sem rumo como se estivessem procurando alguma coisa.

Assim, eu fico muito feliz que Villa de Leyva esteja atraindo visitantes que não são da Colômbia. Boyacá em geral é muito bonita e basicamente desconhecida do público internacional, então me enche de orgulho saber que uma pequena parte de minha terra esteja atraindo pessoas de lugares tão diversos.

É impressionante ver como a cidade cresceu. Ela ainda continua pequena se compararmos com outras cidades, mas me lembro claramente de alguns lugares nos arredores que eram cercados pelo nada e que hoje já possuem comércios e uma vida mais animada.

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Uma varandinha

Uma frase que eu sempre falo é “o tempo passa e nem percebemos”. Tempo passou muito rápido. 15 anos se passaram num piscar de olhos. É interessante comparar a primeira e a segunda visita e ver o que mudou e o que continua igual. Sabe… isso não é uma comparação ruim tipo aquelas que dizem que tal coisa é raiz e outra coisa é nutella. O passado foi muito bom, mas o presente também é bom no seu tempo. O mais legal é ver que você presenciou duas situações diferentes: como era, e como é.

Leyvinha continua linda! Hoje é meu primeiro dia de férias (teoricamente ainda não estou 100% de férias, mas falta bem pouco), então me inspirei em fazer um relato mais pessoal, mas eu queria muito em breve (tipo amanhã) escrever sobre algumas coisas interessantes para fazer em Villa de Leyva, assim como outras informações importantes.

Mas o importante é que me senti muito realizada com a minha volta para Villa de Leyva. Sinto que realizei um pequeno sonho de visitar novamente esse local.

Não me encantei pela Calle Florida

Não gosto de fazer posts assim, e na verdade, esse é o segundo post onde destaco mais os pontos negativos que os positivos de determinado lugar. O outro post foi sobre New York, que é uma cidade que infelizmente não gostei e não pretendo voltar.

No meu último post, eu adiantei brevemente no texto que eu eliminaria o “dia de compras” em Buenos Aires, e adicionaria um dia a mais na Colonia del Sacramento, pelo fato de que eu não tinha gostado da programação do dia que envolvia a Calle Florida e as Galerias Pacífico. Questão de gosto, e já explico.

Primeiro, ultimamente não está muito bom de viajar para Buenos Aires com o propósito de fazer compras. Conversando com alguns locais, todos reclamaram que os preços das coisas subiram muito, e pude comparar também com outros amigos que já visitaram a cidade e até outras páginas que informavam coisas sobre Buenos Aires.

Por exemplo, fiz uma pesquisa de preços sobre a visita guiada ao Teatro Colón. Acessei dois blogs conhecidos sobre o assunto: um afirmava que o ingresso para essa visita era de 110 pesos, e outro, 180 pesos. A verdade é que o ingresso hoje (setembro de 2016) já custa 250 pesos, e o valor atualizado está na página do Teatro. Prova muito clara e simples de que a inflação se tornou um problema para nossos hermanos recentemente.

Voltando sobre as compras, os preços não estão competitivos, e tem muitos produtos semelhantes que podemos comprar no Brasil. As exceções são os produtos de couro e os chapéus de pele, que possuem ótima qualidade e que não são tão fáceis de se encontrar em muitas regiões no Brasil. Esses sim valem a pena, caso possua interesse (e claro, dinheiro ^^).

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Segundo, não achei a Calle Florida muito segura e agradável. Confesso pra vocês que não gosto de ser abordada na rua por pessoas oferecendo serviços, o que pode parecer com outros olhos um pouco de prepotência. Lá, possuem muitas pessoas oferecendo serviços desde shows de tango, city tour e câmbio aos montes! Toda hora você fica escutando “câmbio, câmbio, câmbio”, sempre com pessoas paradas estrategicamente em entradas de galerias, lojas, bancos, etc.

Eu entendo que é o trabalho das pessoas ali, e que provavelmente elas devem ganhar por serviço vendido, o que as obriga a fazer esse tipo de abordagem. Mas a partir do momento em que eu educadamente digo “não, obrigada”, as pessoas devem entender que eu não vou comprar aquele serviço, não importa o que eles digam.

Nessa hora eu me lembrei de uma foto que eu vi na internet que era de um rapaz sentado trabalhando com um papel nas costas dizendo mais ou menos assim: “estou muito ocupado, e só me chame se você estiver morrendo ou pegando fogo”. Na hora eu pensei que cairia bem uma plaquinha dizendo “Bom dia! Já fiz câmbio, já fiz os passeios, já assisti ao Tango, não tenho mais dinheiro e vou embora da cidade hoje, por isso não tenho interesse em ser abordada, a não ser que você esteja morrendo ou pegando fogo. Obrigada!”. Um pouquinho de humor às vezes faz bem hehehe.

Sobre segurança, sempre é bom ter cuidado em ruas com muitas pessoas. Fazendo minhas pesquisas habituais eu descobri um tal de “truque da mostarda” que é comum em BsAs. Ele consiste numa pessoa que suja seu pé ou alguma outra parte do corpo com mostarda. Enquanto você fica distraído limpando a sujeira, uma pessoa vai e rouba alguma coisa sua. Vale também lembrar do truque do dinheiro, que acontece mais no Leste Europeu. Uma pessoa te aborda dizendo que achou uma nota de dinheiro no chão e que acha que é sua. Assim que você aceita a nota, verificando no lugar onde você guarda dinheiro, o ladrão vai lá e te rouba. Todo cuidado é pouco, realmente.

Também devo comentar que alguns blogs falam da Zara e também da Falabella, que é uma loja de departamentos presente na Calle Florida. Eu entrei nas duas só pra conhecer, mas não me surpreendi. A Zara tinha roupas lindas (adoro essa loja, sério), mas muitas vezes as mesmas roupas que vendem lá são vendidas aqui no Brasil também. Então (na minha opinião né) acho que não vale a pena gastar seu precioso dinheiro lá fora com algo que você pode comprar por aqui.

Confesso que não conhecia a Falabella, mas minha mãe já. Ela se lembrava de algumas roupas que ela adorava que ela havia comprado nessa loja só que em outro país, então por isso entramos e verificamos. Não gostei das roupas e achei tudo muito caro! Uma blusinha de manga num tecido simples custando mais de 600 pesos! Acho que esse foi o valor do jantar mais caro que tive na cidade, pelo que me lembro.

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Para concluir, preciso falar do ponto alto da rua, que são as Galerias Pacífico. Localizada na esquina entre a Calle Florida e Av. Córdoba, esse é um ótimo shopping, porém pequeno em comparação ao que vemos no Brasil e nos Estados Unidos, considerado como paraíso de compras por muitos viajantes.

O lugar em si é bem bonito e agradável, com lojas de ótimas marcas e grande variedade de produtos, como maquiagens, sapatos, eletrônicos e obviamente, muuuitas lojas de roupa. Ali também possui uma boa praça de alimentação para os interessados. Demos uma volta, porém nada nos interessou muito.

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Então, na minha opinião, eu não recomendo a Calle Florida para compras. Mas é aquela coisa, cada um tem seu gosto e é isso que importa no fim das contas. :))

Mas vale a pena conhecer? Sim! Claro que vale. A Calle Florida ainda é um dos principais pontos turísticos da cidade, e mesmo com os defeitos que vi, preferi ter ido e visto tudo que eu comentei com vocês do que não ir e ter ficado na dúvida se eu iria gostar ou não de lá. A única coisa que eu recomendo é que se você for, vá sem expectativas! Quem sabe a sua visita não será bem melhor do que foi a minha? :)

Passeio pelo Studio Tour

Here we go, Studio Tour!

Here we go, Studio Tour!

Não se assuste, mas existem muitas semelhanças entre os parques da Universal pelo mundo. Algumas atrações são clássicas e iguais entre os parques, como o The Simpsons Ride, o Transformers – The Ride 3D e até mesmo o Despicable Me Minion Mayhem, que é relativamente recente.

Porém tem um enorme diferencial que o Universal Studios Hollywood possui, que é o Studio Tour! Sem dúvida, essa é a atração mais concorrida do parque, e vale super a pena ir lá conhecer.

No início do tour, vários posteres de filmes clássicos são mostrados.

No início do tour, vários posteres de filmes clássicos são mostrados.

Mas o que é o Studio Tour, e o que faz dele especial?
Como o nome diz, o Studio Tour é um passeio que você faz através dos sets reais de filmagem de grandes produções, obtendo informações curiosas, tirando fotos, e também você vê alguns efeitos especiais em ação, e também vale destacar o 4-D do King Kong, que é muito bom!

Coleção de carros dos filmes da Universal. Desde os Flintstones até Velozes e Furiosos.

Coleção de carros dos filmes da Universal. Desde os Flintstones até Velozes e Furiosos.

Como faz para ir ao Studio Tour?
A entrada para o Studio Tour se dá no Upper Lot, próxima à atração dos Simpsons. Lá você embarca em uns carrinhos de quatro vagões, e sempre preste atenção no monitor, onde o guia fará comentários e explicará onde estão.
Eu vi em outros blogs de viagem que a entrada para o Studio Tour demora muito, mas na minha vez, a visita foi bem tranquila. Não cronometrei o tempo de fila, mas passei no máximo meia hora esperando.

Vagões que nos levam no tour

Carrinhos que nos levam no tour

Quais são os efeitos especiais mostrados no Studio Tour?
Eu posso destacar três “mini atrações”, começando pelo King Kong. Você entra num hangar todo preparado, onde o King Kong tenta pegar o carrinho. É extremamente muito bem feito e todos ali comigo gostaram. Outro efeito significativo era a enxurrada de água que vem na nossa direção que parece que vai levar tudo pelo caminho! E também posso falar do “Terremoto no metrô de San Francisco”, que simula inundação, incêndio, e um caminhão que quase cai em cima da gente.

Studios vistos de cima, e claro, uma bela vista de LA.

Studios vistos de cima, e claro, uma bela vista de LA.

Quais são alguns dos cenários reais mostrados no Studio Tour?
Vários sets de filmes e séries bem famosas são mostrados no tour! Tirei fotos de alguns destaques:

Bates motel com a mansão do filme "Psicose".

Bates motel com a mansão do filme “Psicose” lá atrás.

City Hall do "Back to the Future"

City Hall do “De volta para o Futuro”

Rua usada no filme "Todo Poderoso"

Rua usada no filme “Todo Poderoso”

Cena de catástrofe aérea de "Guerra dos Mundos".

Cena de catástrofe aérea de “Guerra dos Mundos”.

Passamos também por Wisteria Lane, de "Desperate Housewives".

Passamos também por Wisteria Lane, de “Desperate Housewives”.

Também tem a Amity Island, de "Tubarão".

Também tem a Amity Island, de “Tubarão”.

O Studio Tour tem mais ou menos uma hora de duração e é super interessante, e vale a pena o tempo na fila. Por causa dos reflexos nos vidros, as fotos não saíram exatamente como eu esperava, mas é assim mesmo, haha.

Algo curioso sobre o Studio Tour é que em 2008, aconteceu um incêndio que destruiu alguns setores da atração, como o King Kong e partes do De Volta para o Futuro e meio que “por isso”, a atração em 3D do King Kong foi construída. Ah, e se tiver sorte, você poderá passar perto de alguma filmagem de série ou filmes. Nós passamos por uma e nos pediram para fazer silêncio, mas não conhecia o nome da série.

De qualquer maneira, o Studio Tour continua sendo a principal razão para uma visita no Universal Studios Hollywood! Sobre gostos e preferências, eu prefiro não comentar tanto por que isso é relativo. Tem gente que acha o King Kong sensacional e o Jaws uma besteirinha que poderia ser removida (eu particularmente acho o contrário).

Mas enfim, não vá ao Universal Studios Hollywood sem ir ao Studio Tour!

Tour no Parlamento húngaro

Talvez um dos prédios que mais se destaquem no skyline (ou melhor, riverview) de Budapeste seja a sede do Parlamento Húngaro. Esse prédio enorme e imponente é um ponto turístico incrível da capital húngara, e todos aqueles que tenham interesse em história e cultura local, a visita guiada pelo interior é super recomendável (e nem leva muito tempo!).

Apaixonada por essa vista! (Parlamento ao fundo)

Apaixonada por essa vista! (Parlamento ao fundo)

Primeiramente, aí vão alguns dados! O prédio foi finalizado em 1904, após a necessidade da implementação de um parlamento devido ao novo status da Hungria. Para a construção, foram utilizados mais de 40 milhões de tijolos, 40 quilos de ouro e materiais essencialmente húngaros, além do mais, o prédio possui várias obras de arte, e 242 esculturas em suas paredes.

Todos esses números refletem uma pomposidade óbvia do edifício, que é um dos principais focos do acender das luzes da noite na beira do Danúbio. E como grande ponto turístico, visitas guiadas acontecem todos os dias!

Escadarias do Parlamento

Escadarias do Parlamento

Sobre ingressos: Eu e a minha roomate nos interessamos pela visita guiada em inglês das 15 horas. Porém nos atrasamos, e por uma questão de 5 minutos não conseguimos comprar os ingressos para esse horário (mesmo ainda sendo antes das 15 horas). A “sorte” é que existe um tour em espanhol às 16h, e me comprometi a traduzir tudinho pra ela! O ingresso custou 3500 HUF (cerca de 30 reais), e atualmente o ticket booth se encontra momentaneamente no museu de Etnografia, localizado logo atrás do Parlamento.

Aposentos apresentados: O tour passa pelas escadarias, a Cúpula Municipal, a sala de recepção do Presidente e uma das câmaras utilizadas no passado. Foco debaixo da Cúpula, onde guardas protegem a coroa do Rei Estevão I (sim, o da cruz torta).

Informações curiosas: O tour oferece um conhecimento sobre a Hungria e sua história, como número de parlamentares, territórios perdidos pela Hungria, a coroa do Rei Estevão, o cinzeiro dos parlamentares, e a curiosa história do arquiteto projetista do edifício, que ficou cego antes que tudo estivesse concluído.

Câmara utilizada antigamente

Câmara utilizada antigamente

Pode tirar fotos? Sim, porém sem flash. Um ou outro cômodo é possível tirar com flash, mas isso o guia indicará.

Quais os idiomas disponíveis para apresentação: Foco para as visitas em inglês e espanhol. Porém existem guias em Húngaro, Francês, Hebraico, Alemão, Russo e Italiano.

Opinião geral sobre o tour: Pelo valor alto (o mais alto dentre todos os lugares visitados em Budapeste), eu esperava um pouco mais. A visita dura até uns 35 minutos e muitos cômodos não são contemplados. Entendo que existe uma razão de segurança, por esse prédio ser bem visado, mas em termos de informação recebida, ele é bem completo. A guia dava um tempo para tirar fotos (e claro, me transformar em tradutora instantânea).

"Porta cigarros"

“Porta cigarros”

Como chegar? A maneira mais fácil é descer na estação Kossuth Lajos Tér, na linha M2 (vermelha).